História My Precious Moon - Capítulo 18

POV Narradora

- Me mostra?

- Que? – Camila a encarou confusa.

- Me mostra quem você é?

- Eu não sei se é uma boa ideia. – disse a latina abraçando o próprio corpo.

- Hey.­­ – Lauren puxou suas mãos segurando as mesmas – Confie em mim.

Camila assentiu, fechou os olhos e quando abriu os mesmos estavam azuis, balançou lentamente a cabeça e as mãos que estavam sendo seguradas por Lauren agora estavam um pouco enrugadas e com garras no lugar de unhas delicadas. Lauren voltou o olhar para Camila que tinha a boca entre aberta onde era possível ver grandes presas. Sua orelha tinha o formado pontudo e no seu maxilar uma pequena e imperceptível linha de pelos.

Lauren lentamente soltou uma das mãos de Camila e levou a sua até o rosto da latina acariciando o mesmo, a morena sorriu e ronronou com o carinho de Lauren. Camila fechou os olhos e logo os pelos se esvaíram, as garras deram lugar a unhas delicadas, os dentes agora estavam alinhados, sua orelha voltara ao formado circular e seus olhos voltaram ao castanho natural.

- Você é linda Camila. De todas as formas, de todos os jeitos você é perfeita. Você é perfeita pra mim.

- Obrigada.

Camila olhou para a Lua Minguante através da janela, Lauren seguiu seu olhar e uma pergunta lhe veio à cabeça.

- O que você faz na Lua Cheia? Li que na sob a Lua seu poder duplica e sob Lua Cheia ele quadruplica, e que alguns não conseguem se controlar.

- Faço parte desses alguns que não se controlam, estou tentando, mas é difícil, dói. – disse Camila tristemente.

- O que acontece quando é Lua Cheia?

- Minutos antes da Lua aparecer eu me acorrento no porão da casa, as correntes tem um pouco de Tramazeira, é uma madeira, não me faz mal apenas me deixa fraca.

- Entendi.

- Tem mais alguma pergunta? – perguntou Camila.

- Sim! Seus olhos são azuis, eu li em alguns livros que existem três tipos de cor de olhos para lobisomens. Vermelho, Amarelo e Azul. Mas a cor azul...

- O que tem ela?

- Ela significa que o lobisomem é responsável pela morte de um inocente e carregará a culpa pelo resto de sua vida. – respondeu Lauren.

- Mas eu nunca matei alguém! – exclamou Camila.

- Descobriremos o porquê eu te ajudarei!

As duas garotas foram se deitar. Na manhã seguinte todas as meninas tomaram café e explicaram que precisavam ir embora, apenas Lauren ficou. Ela estava realmente disposta a descobrir sobre Camila e seu passado.

- Ok, o que exatamente tem por trás dessa porta? – perguntou Lauren desconfiada.

- Você vai gostar. – Camila colocou a mão na maçaneta e a girou abrindo a porta.

- Ai. Meu. Deus! – exclamou Lauren pausadamente – Por que nunca me contou que tinha uma biblioteca em casa? – perguntou adentrando o cômodo.

- Eu não via necessidade.

- Mas agora tempos um propósito. E se quisermos saber sobre você, teremos que saber sobre o que aconteceu antes de você! – disse Lauren – Mãos à obra!

(...)

- OK... esses são todos os livros que eu achei relacionado a isso. – disse Camila colocando os livros sobre a grande mesa no centro da biblioteca.

- E esses... – Lauren colocou sobre a mesa os livros que estavam em seus braços – São sobre lendas.

- Licantropo ou Lobisomem, já ouvi falar de licantropia, mas eu achei que era alguma doença e nem me dei o trabalho de pesquisar, mas isso é muito legal! – exclamou Lauren – Ok, vamos procurar a origem

“Licantropia ou Licantropo é originário do nome Licaão. A origem é pertencente a mitologia grega, mais profundamente com os Celtas.

 Licaão era filho de Pelasgo, primeiro rei da Arcádia. Após abandonar a vida selvagem que tinha, se tornou um homem culto e extremamente religioso. Ao fundar sua cidade, chamada Licosura, Licaão construiu um altar para Zeus. Mas seu fanatismo religioso o levou a realizar sacrifícios humanos. Assim, todo o respeito que havia conquistado durante sua vida se perdeu. Mesmo assim, Licaão continuava com suas práticas, chegando a sacrificar todos os estrangeiros que chegavam até sua casa.

 Zeus, ao saber das práticas de Licaão, desenvolveu repulso por elas, se disfarçou de peregrino e foi até a presença do homem, hospedando-se em seu palácio. Embora Licaão estivesse disposto a sacrificar o visitante, por meio de um sinal dos deuses, foi alertado de que seu hóspedes poderia ser um dos deuses do Olimpo mas, era necessário se certificar disso. Portanto, o rei teve a ideia de servir ao hóspede a carne de um dos escravos.

 Furioso ao saber disso, Zeus puniu Licaão transformando-o em lobo e incendiando seu palácio. Além disso, Zeus ficou sabendo que os filhos de Licaão – cerca de cinquenta – eram tão cruéis quanto o pai. Então, usando a mesma artimanha, Zeus se infiltrou no palácio dos Licaônidas e, ao comprovar que os homens haviam matado o próprio irmão, Níctimo, a fim de servir suas entranhas misturadas as de animais, castigou todos da mesma forma.

Após serem transformados em lobos, os homens não conseguiam mais voltar a sua forma humana. Porém, ouve-se um relato de que os celtas haviam descoberto uma forma para que isso acontecesse. Não era um ritual definitivo, porém, se aperfeiçoado, tais seres poderiam controlar quando estariam na forma humana ou animal.

 Dessa forma, surge também a necessidade de cada alcateia ter seu próprio emissário. Visto que os druidas são considerados sábios e pessoas entendidas em diversas áreas do conhecimento, eles se se tornam conselheiros de vários lobisomens.”

- Irado! – comentou Lauren após a leitura.

- Quando vamos chegar na parte que fala sobre mim? – perguntou Camila.

- Calma, uma hora chegaremos. – respondeu foleando os diversos livros – Escuta isso daqui.

“Os Lobisomens tem a capacidade de acessar a memória de outros. Cravando suas garras na nuca de alguém. Ele também pode transferir memórias pessoais para outro individuo ou até mesmo roubar as memórias dele.” – Lauren olhou para Camila e a mesma possuía um sorriso atrevido no rosto.

- Nem vem! – gritou Lauren colocando as mãos sobre a nuca fazendo Camila soltar uma alta gargalhada – Sua sem graça.

- Tudo bem, continua ai. – a morena resmungou tirando as mãos da nuca e pegando o livro novamente.

“Um fato interessante é que os Lobisomens podem acessar as memórias de outros Lobisomens também. Já com eles as memórias não estão ligadas a pessoa, e sim as garras”

- Espera, quer dizer que o ou a Lobisomem não precisa estar viva para que eu veja as memórias dela? – perguntou Camila.

- É, por que? – perguntou Lauren, Camila estava com um sorriso confiante. Lauren arregalou os olhos

- Podemos ver as memórias da minha/sua mãe! – disseram as garotas juntas.

- Sabe onde ela está enterrada? – perguntou Lauren.

- Eu não vou lá a anos...

- Camz. – Lauren pegou as mãos da latina – É necessário, mas se você não quiser eu vou entender, e podemos para com toda essa investigação.

- Não, está bem, nós podemos ir lá.

Camila olhou nos olhos de Lauren, enquanto a mesma aproximava seu rosto da latina. Camila fechou os olhos e sentiu um beijo casto em sua bochecha.

- Eu vou estar com você Camz. Sempre.