História My Precious Moon - Capítulo 19

POV Lauren

- Que horas são? – perguntei.

- 20:00, o cemitério já fechou. – respondeu Camila.

- Quer mesmo fazer isso?

- Se isso me faça descobrir que em realmente sou, quero.

- Certo. – disse Lauren destravando o carro – Vamos.

Saímos do carro e fui em direção ao porta-malas, o abri e tirei de lá uma pá. Caminhamos até o portão do cemitérios, perguntei se Camila queria ajuda para escalar e ela simplesmente partiu a corrente ao meio. É claro, eu havia esquecido que ela é uma loba.

Abri o grande portão e entramos, fechando o portão em seguida, Camila foi na frente afinal eu não sabia onde ficava a sepultura de sua mãe. Depois de alguns minutos caminhando paramos em frente a uma sepultura com algumas rachaduras, Camila se ajoelhou a frente dela, me ajoelhei ao seu lado e fitei o lugar onde possuía escrito:

Sinuhe Estrabão Cabello

1968 – 1997

- Ela morreu no mesmo ano em que nasci. – disse Camila e eu a fitei tristemente.

Eu não conseguia ver a data direito, passei a mão pela sepultura para limpá-la, mas não só poeira vieram com meus dedos.

- Camila você pode pegar a outra lanterna, por favor? – Camila assentiu e retirou a outra lanterna da mochila, me entregando.

Liguei o objeto e coloquei a luz sobre as palavras.

- Olha, o nome “Cabello”, está em mais bem estado do que o resto do nome, suponho que tenha sido esculpido a alguns anos, não muitos, mas o resto do nome est gasto, bem gasto. E a data de nascimento... – peguei a chave do carro em meu bolso e a usei para raspar um pouco da data – “1768”

- Isso quer dizer que...

- Sua mãe tem exatos 252 anos.

- Deve ter sido meu pai, ou até mesmos meus antepassados, não tem como saber.

- Tudo indica que foi seu pai para que soubesse da verdade, o Cabello foi posto recentemente, e o ano de nascimento foi transformado em “1968” com gesso, e a sepultura é de concreto. – digo.

- Você deveria trabalhar para algum serviço de investigação policial. – me permitir soltar uma risada – Mas se o “Cabello” foi posto agora, então significa que meus pais não se casaram.

- Acho que quiseram, mas não chegaram a realizar esse desejo. – Camila assentiu tristemente – Descobriremos o que aconteceu.

Peguei a pá que estava encostada em uma árvore e comecei a cavar. Seja o que for que tem nesse caixão é muito importante. Eu já estava com quase o corpo inteiro dentro do buraco, só minha cabeça estava para fora. Eu já estava para desistir quando cheguei a uma superfície dura. Cavei o resto com as mãos e havia um caixa lá, mais especificamente um baú. Tentei retirar, era pesado.

Olhei para cima, Camila me olhava como se quisesse me oferecer ajuda, eu não havia deixado ela me ajudar porque seria tão fácil e eu queria emoção, assenti e ela adentrou a cova e retirou o baú, me ajudou a sair do local e a colocar a terra em seu lugar novamente. Juntei nossas coisas e caminhamos até o carro, com Camila carregando aquele baú.

Ao chegarmos, estacionei o carro em um espaço e terra e caminhamos até a casa de Camila. Que ao adentrar colocou o baú na mesa central da biblioteca, a mesma ia abri-lo, mas segurei seu punho.

- Está tarde, deixe para abri-lo amanhã, ou no caso pela manhã, já que passa da meia-noite. Você deve estar cansada.

- Lauren você realmente sabe o que eu sou? – perguntou rindo.

- Sei, mas todos se cansam Camila. – ela assentiu e fomos para o quarto de hospedes.

- Vou te deixar descansar. – falou, quase fechando a porta por completo.

- Camila... eu, você... eh... Deixa. – desisti.

- Pode dizer Laur. – disse abrindo a porta. Respirei fundo.

- Dorme comigo? – perguntei com receio.

- Lauren eu...

- Por favor, eu prometo não fazer nada!

- Eu só vou tomar um banho e venho pra cá. -  disse saindo do quarto.

POV Camila

Desliguei o chuveiro e deixei que as últimas gotas de água escorressem pelo meu corpo. Peguei uma toalha e me sequei, ao sair do banheiro, encontro Lauren sentada na minha cama. A mesma arregala os olhos e leva as mãos até os mesmo.

- Desculpe, é que você demorou, eu vim ver se estava bem. – ela afastou um dos dedos me olhando apenas com um dos olhos – Está bem?

- Coloque esse dedo aonde ele estava! – ordenei e ela obedeceu – Espere aqui.

Deixei Lauren no quarto e fui para meu closet, coloquei uma calcinha box, uma calça de moletom e uma blusinha cinza meio larga em meu corpo. Voltei para o quarto e ri ao ver que Lauren ainda estava na mesma posição.

- Já pode tirar as mãos Lauren. – ela afastou um dos dedos para se certificar se eu estava vestida e logo depois as mãos.

- Podemos dormir aqui né? – ela perguntou.

- Você já está aqui mesmo. – dei de ombros – Fique à vontade. – Lauren rolou para trás e tirou o cobertor usando o mesmo para se cobrir – Mas nem tanto à vontade.

- Desculpe.

Me deitei na cama de costas para Lauren, pude escutar ela bufar, ri internamente.

- Pode se virar, por favor? – falou com irritação na voz, imediatamente me virei para a morena – O que você acha que tem no baú?

- Não sei, você não me deixou abrir. – falei secamente.

- Gosto mais da Camila sorridente e brincalhona. – resmungou.

- Você que chegou na minha vida me fez sorridente e brincalhona. – falei sem esboçar alguma expressão – Eu não era assim.

- Por que amo ver você sorrir. – disse e eu encarei seus olhos verdes, Lauren levou a sua mão até meu rosto e continuou – amo seu sorriso, seus olhos, amo esse seu sinal bem em cima da testa... – passou o dedo pelo sinal – Eu amo tudo em você, até as coisas que eu não gosto, eu amo. Eu amo você Camila, e não consigo mais esconder isso. Cada dia fica mais difícil não poder falar isso, eu não suporto mais ficar longe de você. Eu não me lembro o momento em que me apaixonei por você, eu só me lembro de segurar sua mão e perceber o quanto doeria se seu tivesse que soltá-la.

- Lauren eu... não sei o que dizer. – eu realmente não sabia, Lauren havia acabado de se declarar pra mim? – Lauren nós não podemos ficar juntas.

- Quando a gente ama, amor é amor, não importa se não é pra nós ficarmos juntas. – disse, eu via lágrimas em seus olhos.

- Eu não quero ver você chorar e ser o motivo de suas lágrimas, eu não quero Laur... – falei limpando as lágrimas que escorriam por sua bochecha.

- Você não é o motivo dessas lágrimas Camila, pelo menos não o seu lado ruim, não estou chorando porque você me faz mal, estou chorando por que eu finalmente disse o que tinha entalado na minha garganta por muito tempo.

Olhei diretamente em seus olhos, os olhos verdes que eu tanto apreciava, eles estavam em um tom tão claro que eu duvidava se era verde ou azul. Reparei em cada traço de seu rosto, sua boca carnuda e rosada, seu nariz e no pequeno piercing que havia ali, fechei os olhos e virei minha cabeça com uma conclusão.

- Eu gosto de você Lauren. Droga! Eu realmente gosto de você.

- E isso é um problema?

- É, seu eu te machucar... – eu não a encarava.

- Hey, não pensa nisso.

Lauren passou sua mão pela minha nuca e a outra foi para minha cintura, me puxando para perto, automaticamente minhas mãos foram para seus ombros.

- Laur... eu nunca... - tentei

- Shhh eu sei.

Fechei os olhos e senti seus lábios colidirem contra os meus.