História My Precious Moon - Capítulo 7

POV Lauren

Ally e Dinah me encaravam confusas. Eu também estava confusa. Elas se perguntam quem é Camila? Como eu posso responder se nem eu sei! Fitei os dois pares de olhos castanhos na minha frente e sorri confortavelmente, ela retribuíram o sorriso da mesma forma.

- A garota da ponte... O nome dela é Camila... ela me salvou! – digo.

- Como assim você conheceu a garota da ponte? – gritou Dinah se levantando.

- Quieta o facho ai DJ! – Ally puxou Dinah de volta para o sofá – Conte mais!

- Ela me salvou, me levou pra casa dela que por mais estranho que pareça é no topo da montanha... Passei a noite no quarto de hospedes, e de manhã descemos a montanha até a ponte, ela me disse que aquele era o seu limite, e então me emprestou o seu celular pra ligar para Dinah, depois de uns minutos ela DJ chegou e quando eu olhei pra trás Camila tinha sumido! – falei com indignação.

- Tenho uma ideia! Vamos voltar àquela ponte, e ver aquela garota! – disse DJ.

- Não da mais, já é quase 18:30 ela já foi embora! – avisei.

- Por que eu tenho a impressão que você gosta daquela garota? – perguntou Ally e eu a fitei.

- Eu nem a conheço Ally! – falei massageando minhas têmporas.

- Mas eu sei que você quer conhecer... afinal agora você tem que esquecer a... – Ally foi interrompida pelo celular de Dinah olhei para o mesmo e o nome na tela me causou uma enorme raiva.

Lucy...

- Ela me liga desde ontem... – disse Dinah.

- Eu não ligo! – digo firmemente.

- Lauren acabe com isso de uma vez! – falou Dinah me entregando o celular que ainda tocava.

Fitei o aparelho, respirei fundo e o peguei de sua mão, atendendo e o levando até meu ouvido.

- Dinah! Finalmente! Eu fiquei sabendo do acidente, mas disseram que ela não estava no carro, onde ela está? – perguntou desesperada.

- Estou aqui.

- Lauren? Que bom que você está bem! – suspirou.

- Estou bem melhor agora que estou livre de você...

- Lauren a culpa não foi minha, ele me beijou a força acredite em mim, por favor!

- Confiei em você quando me disse que só iria para a despedida de solteira da sua amiga, lembra-se do que você me disse? “Vai ser uma festa calma, só garotas, algumas bebidas, mas eu te prometo não beber.”. Aquilo não era uma festa calma, não tinham só garotas, e você bebeu! Você mentiu Lucy! Por favor, não me ligue mais, não olhe na minha cara, não fale mais comigo! – desliguei na cara dela.

Respirei fundo tentando manter a calma. Avisei as meninas que eu iria subir, fui para meu quarto e logo depois para o banheiro, tomei um longo banho e sai. Voltei para o quarto, vesti uma calça de moletom e uma blusa simples. Me deitei em minha cama e encarei o teto.

- Eu vou descobrir quem você é Camila! – sorri e me ajeitei na cama pra logo dormir.

Me espreguicei e soltei um longo suspiro acompanhado de um bocejo. Coloquei meus pés sob o chão frio me causando arrepios, me encaminhei para o banheiro lentamente e o adentrei, me despi e me coloquei sobre a água quente do chuveiro fazendo meu corpo relaxar. Terminei meu banho e vesti minhas peças intimas. Coloquei uma calça jeans preta com um rasgo no joelho e uma blusa de algodão preta com uma estampa branca, calcei meus coturnos e coloquei minha jaqueta de couro preta. Desci as escadas lentamente encontrando Ally e Dinah na cozinha.

- Onde vai? – perguntou Ally.

- Resolver umas coisas...

Peguei uma maçã e caminhei lentamente pelas ruas da cidade, senti o clima ficando mais frio a cada passo que eu dava em direção ao meu destino. Ao chegar me sentei na barreira de concreto, que nesse momento era a única coisa que me separava de uma queda de uns 200 metros em direção ao rio em que se acumulavam algumas pedras de gelo. Olhei para todos os lados tentando descobrir o que aquela garota via aqui, o que a faz vir aqui todos os dias, o porquê. Não há nada aqui que chame a atenção do ser humano ao não ser a enorme altura que agora eu observava. Mas, tudo tem um significado, esse lugar pode ter um significado único pra ela, algo que só ela entenda, será a solidão? As ruas e calçadas eram totalmente desertas, poucos passavam aqui, era o caminho mais rápido para a cidade, mas era o mais frio, mais escuro, mais perigoso, as pessoas optavam pelo caminho mais longo onde a diferença eram de uns 30 minutos. O porquê que eu só passo por aqui? Bom essa resposta é um nome. Camila. Desde que eu a vi pela primeira vez senti algo estranho, sombrio, poderoso, protetor. E quando eu me aproximei dela pela primeira vez, senti que ai eu estava segura, que nada aconteceria enquanto eu estivesse ali com ela. Mas eu ainda estava com medo, seus olhos azuis brilhantes não saiam da minha cabeça, será que eu realmente a bati tão forte a ponto de ver essas coisas?

Me levantei da barreira e entrei na floresta, tentando seguir o mesmo caminho que eu tinha feito ontem, a trilha estava ali, só não era tão visível. Caminhei lentamente, mas a vontade de correr e descobri tudo que me atormentava estava gigante. Calma. Eu estava a poucos passos da casa, tirei minha touca e um barulho de risadas invadiu meus ouvidos, sorri ao imaginar quem gargalhava desta forma. Aumentei a velocidade dos meus passos até chegar a ultima árvore da trilha onde me encostei observando a casa e a garota.

Camila estava com uma roupa branca, se ela deitasse no chão ficaria invisível por conta da neve. Ela corria rápido, e com agilidade, e Luna corria atrás dela, Camila fez um gesto com a mão, no mesmo instante em que eu vi a água da pequena fonte na frente da casa se chocar contra o rosto de Luna, arregalei os olhos. Como assim?! Não ousei me mexer, meu corpo e cérebro me obrigavam a ficar ali e ver o que mais poderia acontecer. E aconteceu, ela começou a fazer gestos em círculos com a mão, aos seus pés vi começar a surgir um pequeno tornado, que logo a levitou minimamente, levantei meu olhar até seu rosto e seus olhos. Eles estavam da mesma cor que eu me lembrava, um azul intenso e brilhante. Ela subiu um pouco mais e o vento ficou mais forte. Mas logo foi diminuindo e Camila caiu ajoelhada e ofegante no chão. Vi Luna se aproximar e ronronar.

- É uma hora eu consigo... – disse Camila responder ao sei lá o que a loba falou.

Um vento bateu em minhas costas indo de encontro com o rosto de Camila. A mesma franziu o cenho e o nariz, como se estivesse sentindo meu cheiro, ela olhou para todos os lados, até seus olhos se encontrarem com os meus. No mesmo instante ela arregalou os olhos e abriu a boca, mas nada saiu. Me aproximei lentamente com as mãos no bolso da jaqueta, ela ainda me encarava estática. Cheguei perto o suficiente e parei a sua frente.

- Você... eh você... – ela começou a gaguejar.

- Sim, eu vi! – digo firme.

- Não está com medo? – perguntou.

- Seu eu dissesse que não estou estaria mentindo... – digo e ela abaixa a cabeça – O que é você? – ela volta a me encarar.

- Não importa! – ela diz firme.

Ela se vira para caminhar em direção a casa, mas eu seguro seu braço, ela me olha e vejo seu ela trincar o maxilar e rosnar pra mim, seus olhos brilham novamente eu a solto dando passos para trás assustada, ela volta a caminhar mais rapidamente até a casa, batendo a porta com força. Vou até a pequena varanda que tem ali e me sento no sofá que tem ali me encolhendo por conta do frio.