História My Princess, My Baby - Decima Nona Mensagem

Pov's Namjoon

Eram mais ou menos umas duas da tarde quando eu e minha mãe começamos os preparativos para o ensaio de jantar. Colocamos todas as mesas, cadeiras e afins no quintal, estava tudo muito lindo. Tudo estava ocorrendo bem e de acordo, até minha omma receber aquela ligação. Ela correu para atender e não demorou muito para voltar, sua expressão tinha mudado.

- O que foi, omma? - perguntei preocupado.

- Tire tudo e guarde. - falou seca.

- P-por que, omma?

- Apenas tire tudo, por favor.

- OK, omma.

Minha mãe foi para o seu quarto e eu fui retirar os ornamentos, mesas, cadeiras e etc, foi cansativo e demorado, mas finalmente terminei. Fui até o quarto de minha omma para vê-la, a porta estava trancada, então bati algumas vezes.

- Omma? - ouvi a porta ser destrancada.

- Pode entrar, nammie.

Entrei no cômodo e vi minha omma sentada na cama, seu rosto estava vermelho e os olhos um pouco inchados, provavelmente estava chorando.

- O que aconteceu? - perguntei me sentando ao seu lado.

- N-nada. - disse enxurando o rosto.

- Omma. Ja sabemos como isso vai terminar, então vamos logo ao ponto. - Seu padrasto cancelou o ensaio do jantar. - ela deu uma pausa. - E o casamento também.

Ela voltou a chorar, apenas a abracei forte, podia sentir suas lágrimas molharem minha camisa. Passamos alguns minutos assim, até que ela pediu para deixá-la sozinha e assim fiz.

Ja havíamos passado por essa situação várias vezes - mais do que eu gostaria. Decidi ir ao mercado comprar algumas coisas, sabia exatamente o que ela queria nessas horas. Fiz uma pequena lista e fui ao mercado à pé mesmo, não era muito longe de casa. Comprei sorvete, chocolate, pipoca, algumas outras guloseimas e aluguei alguns filmes de ação e terror para ela assistir.

Voltei para casa, deixei tudo em seu quarto e fui para a sala. Estava assistindo tevê quando recebi uma ligação, por um momento pensei ser Jin novamente.

- Alô?

- Alô, Namjoon? - a voz era familiar.

- Ele mesmo. Quem é?

- Jungkook. Precisamos conversar.

- Sobre o que, exatamente?

- Queria alguns conselhos, na verdade.

- Você sabe que não sou a melhor pessoa pra isso.

- Mas no momento você é a única pessoa que posso conversar.

- Sobre o que? - ele estava começando a me preocupar.

- Posso explicar resumidamente?

- Pode.

- Eu fui para um festa na casa do Jimin. Yoongi bebeu todas, Tae levou ele pra casa e eu fiquei mais um pouco. Depois eu fui para casa e fugi para a casa de Tae. Chegando lá eu fui direto pro quarto dele, ai eu vi o Tae e o Yoongi se pegando lá na maior. - ele deu um suspiro cansado - Hoje eu fui pra faculdade, pedi conselhos ao Jimin e ele disse que eu deveria perdoar o Tae. O Yoongi chegou e me pediu desculpas e eu perdoei ele. - Jeon deu uma pausa.

- O que aconteceu mais, Kook?

- Eu saí e fui pro jardim, pra pensar sabe. Ai eu recebi uma mensagem do Tae dizendo que queria falar comigo, mas eu só fui alguns minutos depois. Ai eu vi ele dando um beijo no Yoongi.

- Tem certeza que eles estavam se beijando? O Tae não é tão cara de pau assim.

- Na verdade..

- Jeoonn. Você viu certo mesmo?

- Eu estava nervoso e triste. Não prestei muita atenção. Eu acho que eles se beijaram.

- Conta logo a merda que tu fez.

- Eu saí correndo, beijei o Jimin e o Tae viu... - ele parecia envergonhado.

- Jeon.. Que é que tu fez menino?

- Merda.

- Disso todo mundo sabe. O que você quer que eu faça?

- Me ajude a resolver isso. Nem o Jimin nem o Tae falam mais comigo.

- Também, podera né. Tu fez merda e grande.

- Não precisa dizer. Eu ja sei. E como sei.

- Eu acho que você deveria pedir desculpas aos dois e se resolver com o Tae. E o que você fez com o Jimin foi errado, você sabe que ele gosta de você.

- Eu sei... Desculpe, hyung.

- O Jin sabe disso?

- Não. Ele ainda acha que eu e o
Tae estamos namorando. Mas por falar em Jin..

- Lá vem bomba. Fala guri.

- Descobri seu segredo. - seu tom era malicioso.

- Q-que segredo? Ta ficando louco? - o nervosismo era notável na minha voz.

- Não se faça de sonso, Daddy. - Jeon riu debochado.

- Como você sabe disso, garoto?

- Eu vi umas mensagens no celular do Hyung e vi que o número era o seu. Não se preocupe, não falei pra ele.

- Que bom. - suspirei aliviado.

- Ainda... - ele riu mais uma vez.

- Jeon, não faz isso comigo.

- Eu não conto com uma condição.

- Lá vem... Fala.

- Você tem que prometer que vai ser a melhor pessoa para o meu hyung. Que não vai magoá-lo e não vai fazer eu me arrepender por te ajudar.

- Você vai me ajudar!? Jeon você não sabe o quanto eu te amo. - praticamente surtei ao ouvir aquilo.

- Calma ai, Romeu. Não é tão fácil assim. Se você fizer alguma coisa que meu irmão não goste e eu ficar sabendo, seus dias estarão contados, ouviu? - seu tom era ameaçador, nunca tinha visto Jungkook dessa forma.

- O-ok...

- Agora tenho que desligar, o hyung ta chamando. Depois a gente conversa mais. Tchau, Nammie. - era incrível a capacidade de Jungkook mudar de serial killer para borboleta feliz.

- Tchau, Kookie.

Desliguei a ligação e me joguei no sofá.

No que você foi se meter Namjoon.
                       ※※

Havia se passado alguns dias desde que tinha falado com Jin e Jungkook; Eu conversava com Jin todos os dias e todos os dias ele perguntava sobre nosso encontro, Jungkook me dava dicas e conselhos de como agradar e lidar com Jin sem deixar de ser eu mesmo, é claro.

Eu ainda estava na casa da minha omma, o casamento não aconteceu, mas ela ainda "estava" com o namorado, disse que resolveram adiar devido à agenda de trabalho dele.

Estava arrumando as minhas malas quando minha omma chegou.

- Oi nammie. Posso entrar?

- Claro, omma.

Ela entrou e sentou na cama, me encarando. Tinha um pacote em mãos.

- O que é isso aí, omma?

- Nada demais. Apenas uma lembrancinha. - disse me entregando. - Pode abrir.

Sentei ao seu lado e abri o pacote, acabei por rasgar toda a embalagem, mas abri.

Era um Ryan de pelúcia, sempre quis ganhar um quando criança. Junto com ele havia uma pequena carta, olhei para a minha mãe e ela assentiu, indicando que poderia ler ali mesmo.

Comecei a ler em voz alta:

"Não sei que horas você está lendo isso. Não sei com quem você está nesse momento. Muito menos sei como você é ... Mas lembro-me vagamente que você tem o sorriso de sua mãe, e toda a sua beleza e inteligência puxou também dela. Que bom que não herdou muita coisa de mim, por que fui burro o bastante para me afastar das duas pessoas mais especias da minha vida, e não pude ver você crescendo. Me arrependo muito disso ..."

Lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e pelo de minha omma, ela deu sinal para que continuasse e assim fiz, mesmo com dificuldade por conta do choro.

"E é exatamente sobre isso que eu quero começar falando. Pedindo desculpas por não ter visto as suas apresentações de dia dos pais na escola. Não ter gravado você cantando no coral (sei que você tem uma voz linda). Me arrependo de não ter te ensinado a jogar bola, a nadar, a disfarçar quando você fica animado quando vê aquela garota ou garoto bonito... Me arrependo e me crucifixo por isso todos os dias. E sei que agora isso tudo tanto faz pra você. Depois de tantos anos realmente não mereço mais a sua confiança. Mas o que eu quero que você saiba é que não existiu momento na minha vida mais feliz do que quando eu entrei no quarto do hospital, segurando a mão da sua mãe, e vi aquilo .. Aquilo que não sabia direito o que era, mas que despertou dentro de mim um sentimento que eu ainda não conhecia. Uma paz misturada com tranquilidade e um medo .. Medo de te perder, de alguem te fazer algum mau. Eu queria te proteger de tudo. E olhe agora, eu que devo estar te machucando... Não quero que você em nenhum momento pense que esse sentimento que nasceu naquele dia foi embora. Ele ainda está aqui, cada vez mais forte e me sufocando por não poder demonstrar ele para a pessoa que o despertou dentro de mim..."

Terminei de ler entre soluços e lágrimas igualmente à minha mãe. Ela me abraçou forte e eu a abracei de volta.

- Ele te amava, Namjoon. - ela me soltou e enxugou o rosto. - Sempre te amou. Ele deixou isto antes de ir embora, não teve oportunidade de te entregar. Desculpe por não ter te mostrado antes. - Omma caiu no choro novamente e eu a abracei o mais forte que pude.

- Eu sei, omma. Não te culpo por nada. - voltei a chorar junto à ela. - Você fez o melhor que pôde e ainda faz.

Ela me soltou, limpou seu rosto novamente e se levantou. Limpou meu rosto e deu um selar em minha testa.

- Te amo, filho.

- Também te amo, omma.

Ouvi meu celular tocar, eu ia ignorar, mas minha omma insistiu que eu atendesse.

- Alô?

- Alô? Nammie? - Jin.

- O-oi. Por que ligou? Algo aconteceu?

- Não posso ligar pra ouvir sua voz?

- Claro que pode.

- Mas eu queria resolver uma coisa.

- O que seria?

- O nosso encontro. Não quero mais esperar.

- Eu também não.

- Então? Vamos resolver isso logo?

- Vamos. Volto pra casa hoje. Escolha o dia e o lugar.

- Humm.. Daqui a dois dias naquela lanchonete perto do parque, pode ser?

- Estarei lá.

- Eu também.

- Agora tenho que desligar, vou terminar de arrumar minhas malas.

- OK. Bye bye.

- Bye.

Desliguei e dei um longo e profundo suspiro.

- O que foi, filho? - minha omma perguntou preocupada.

- Vou conhecer seu genro daqui à dois dias.

Como você me enlouquece Kim Seokjin.