História My Rebel Heart - Desesperada pelo amor dela - PARTE 1 (Emma)

Ontem Gold convocou Regina, Zelena e a toda a minha família para uma reunião com o propósito de melhorar a proteção da cidade, ao menos eu achei que fosse apenas isso. Apenas uma curta e direta mensagem avisando o horário e o local (que seria na casa do mesmo) chegaram até mim e isso foi o suficiente no momento.

Olhei para o relógio e vi que faltavam pouco mais de 10min para o horário marcado, então aproveitei o tempo para ir caminhando até a casa do mesmo. Chegando lá, incrivelmente adiantada, fiquei conversando com Belle enquanto esperava todos os outros chegaram. Minha mãe e meu pai acompanhados de Neal chegaram menos de 5min depois de mim.

Os cumprimentos ocorreram normalmente, como sempre, porem meu cérebro só imaginava o quão esplêndida a minha Rainha deveria estar nessa manhã.

"Minha".

O pronome possessivo que me enojava quando saia da boca de outros, mas que agora monopolizava minha mente. Mas parando para pensar, "minha" nunca se aplicará a ela. Regina nunca será de ninguem alem dela mesma.

Como se soubesse que preenchia meus pensamentos, ela apareceu junto com sua irmã. Ambas lindas e imponentes, exalando beleza e confiança por onde passavam. Regina vestia uma blusa de ceda nude e uma saia lápis preta junto com um salto da mesma cor. Majestosa era a palavra para descreve-la naquela manhã. Aquela e todas as outras manhãs.

Antes mesmo de ela ter tempo para cumprimentar a todos, Neal se jogou nos braços da mesma enquanto tentava a todo custo acariciar os seus cabelos castanhos. Regina sorriu gloriosamente a meu irmão e aquilo foi como musica para os meus ouvidos. Eles estavam muito próximos e gostavam muito um do outro. Eu não poderia culpa-lo, não tinha como não se render aos encantos de Regina.

Conversamos todos, incluindo Gold, durante algumas horas, mas quando todos nós tínhamos terminado de discutir sobre os pontos importantes para a cidade, minha mãe e pai tiraram o meu pequeno irmãozinho do colo de Regina recebendo um calmo chorinho em resposta. Zelena o deu um beijo na testa do mesmo e meus pais saíram a caminho do parque. Quando as irmãs Mills já estavam se preparando para ir embora, Gold disse que precisava de minha ajuda e de Regina para um feitiço.

Meu coração parou.

Eu quase tive um colapso nervoso apenas em imaginar ficar sozinha com a Regina. Imagine em fazer magia com a Regina. Graças a todos os deuses Gold estaria lá.

Zelena se despediu de todos com um aceno de cabeça e um sorriso aberto, mas em Regina ela deu um beijo no rosto antes de sair cantarolando alguma melodia aleatória. Só os deuses sabem como eu gostaria de ter intimidade o suficiente para aproximar meus lábios da pele delicada do rosto dela. Esse seria, basicamente, a melhor parte de todo o meu dia.

Quando entramos na sala em que o feitiço seria lançado, eu tremia como uma criança assustada. Claro que estava nervosa em usar magia, Gold não tinha especificado nada em relação ao feitiço que iríamos fazer, entretanto o real motivo do meu nervosismo, sem duvida nenhuma, era fazer magia com ela, era ficar próximo dela e não toca-la. Acho que Regina reparou no meu estado e fez algo que me desconcertou.

Ela tocou minha mão.

Apenas esse toque rapido e sutil, um toque fez todo o nosso corpo estremecer. Eu vi que ela tentou disfarçar só que, não conseguiu. Então eu fiz algo que precisou de toda a minha coragem, eu apertei a sua mão e entrelacei os nossos dedos.

Meu corpo foi ao céu e voltou.

Deus como eu a amo.

Regina e seu simples toque me tiravam o folego. Até que ouvimos o som de saltos se aproximando de sala e nos soltamos antes de Belle aparecer e perguntar se gostaríamos de algo.

Iríamos fazer um feitiço para ligar a cidade ao nosso corpo. Gold disse que sempre que o perigo tiver próximo de entrar em Storybrook, nós sentiremos.

Regina me explicou calmamente coisas relacionadas ao feitiço, momento esse que eu só consegui prestar atenção em seu rosto e seus lábios, que se movimentavam de um jeito tão único e adorável que me fazia ficar mais apaixonada ainda. Antes que ela reparasse, me livrei desses devaneios e fiquei sabendo que além dos ingredientes que Gold tinha ali, ele precisava de algo que nós representasse.

Eu nem tive tempo de piscar e Regina já segurava uma perfeita maçã vermelha, provavelmente de sua macieira, em sua mão esquerda.

Maçãs.

Lembro como se fosse hoje do dia em que cortei a macieira dela. Eu não sei se a raiva que eu senti no momento foi do que ela tinha feito com o meu físico ou com o meu psicológico. Ela simplesmente não me dava atenção, ao menos não do jeito que eu queria. E eu já estava enlouquecendo. Eu já tinha enlouquecido.

Quando cortei sua macieira, ela veio como um tornado pra cima de mim. Eu deveria ficar com medo, qualquer um ficaria, entretanto a única coisa que eu conseguia pensar era como ela ficava linda com raiva. E em como eu a amava.

Como eu a amo.

Quando meus devaneios passaram e eu foquei o meu olhar nela, meu coração parecia que iria saltar do meu peito. Ela estava apenas apreciando sua maçã e sorrindo, um sorriso tão lindo, tão sincero, tão magico.

Exatamente!

Mágico.

Essa mulher exalava a mais preciosa magia. E eu não tinha como e nem queria me proteger dela.

Depois disso foi muito rápido, ela simplesmente levantou o olhar e deu de cara comigo.

Eu jurava que ela iria ser acida. Eu queria que ela fosse acida. Mas ela não foi. Ela fez algo muito pior.

Ela sorriu.

Aquele sorriso que desmonta a minha alma. Aquele sorriso que preenche todas as rachaduras do meu coração. Aquele sorriso que eu amo tanto.

Fiquei um bom tempo apenas criando uma realidade em que aquele sorriso dizia “eu te amo” pra mim.

Entretanto, ele não dizia. Ele só me encorajava a invocar o meu ingrediente.

Porque ela não me ama.

Após Regina entregar sua maçã para o Gold, eu fechei os meus olhos e pensei em algo que me descrevesse, sem títulos, sem ser a Salvadora, algo que me descrevesse apenas como a Emma.

Canela.

Com uma rapidez que até me surpreendeu, eu tinha lascas de canela em minha mão. Quando reparei verdadeiramente no que tinha feito, perdi alguns minutos sorrindo orgulhosa para o conteúdo. Quando os meus olhos voltaram a gloriosa morena a minha frente, meu coração de encheu de amor, e ela sorriu novamente.

Então Gold faz algo que eu nem acreditava ser possível, ele observou com atenção os nossos ingredientes e deu um verdadeiro riso alto, riso este que fez nós duas ficarmos confusas. O feitiço não durou mais que 30min para ser finalizado e após nós termos o lançado, nos recuperarmos de uma rápida tontura. Após isso, a mulher que preenchia o meu coração perguntou a Gold o motivo de seu riso.

Sua resposta destruiu o meu psicológico de um jeito que eu não sabia nem que era possível.

“São 2 ingredientes de um feitiço antigo e pouco conhecido... Alguns, como sua mãe Emma” – ele disse apontando para mim – “acham que ele nem existe porque não temos indícios de que ele foi lançado, pois sempre que tentavam a pessoa que seria enfeitiçada descobria e estragava tudo!” – ele concluiu com um sorriso de canto.

Quando o mesmo reparou na confusão estampada em nossa face ele continuou:

“Um feitiço do amor verdadeiro.”

Meu coração disparou, meu rosto ficou em um tom avermelhado e eu poderia jurar que Regina ficou do mesmo jeito.

Entretanto, deve ter sido algo da minha cabeça. Ela provavelmente só estava surpresa.

Um feitiço do amor verdadeiro.

Um feitiço que poderia fazer qualquer um me amar.

Um feitiço que poderia fazer Regina me amar.

No exato momento que essa conclusão chegou a minha mente, eu não sei o que aconteceu, mas algum vestígio da Órfã excluída e sem amor ou da DarkOne que sobrou em meu coração simplesmente acordou.

Eu não sei como, só sei que essa parte de mim quer amor.

Ela está completamente desesperada por amor. E eu vou dar isso a ela.

Eu vou fazer esse feitiço.

E então Regina vai me amar.