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História My Sassy Girl - Troublemaker


Escrita por: SrtAnonymous

Notas do Autor


Boa leitura :)

Capítulo 2 - Troublemaker


Fanfic / Fanfiction My Sassy Girl - Troublemaker

Lauren's Point Of View

Central Park. Uma semana depois. 

–Eu sinto muito, Lauren... – Ouvi Lucy dizer, assim que terminei de contar sobre os últimos acontecimentos. Permaneceu calada durante alguns segundos, parecia refletir sobre o assunto, talvez estivesse tentando achar a coisa certa a se dizer, mas não importa, pois no momento eu não precisava de palavras de condolência. Eu só precisava que alguém me escutasse.  – A morte é uma droga. – Foi tudo o que conseguiu falar, depois de tanto pensar. Ri atraindo sua atenção para mim e Lucy fitou-me curiosa.

– É assim que você reconforta as pessoas, Vives? Porque você é péssima nisso. – Disse ainda em meio a risada.

– Foi mal, Lauren, mas é que nunca passei por isso. – Suspirou derrotada –Realmente não sei o que dizer.

– Tudo bem, Lucy eu só estava brincando. – Puxei minha amiga, que estava sentada ao meu lado, em um dos vários bancos espalhados pelo Central Park, para um abraço – E você é ótima em me animar de outras formas. – Sorri para ela que retribuiu do mesmo jeito.

– Você tem razão! E como melhor amiga, é minha obrigação tentar animar você durante esse período e pra isso podemos começar falando sobre assuntos mais felizes – Fez uma breve pausa. Suas sobrancelhas arqueadas e sorriso malicioso já davam a entender do que se tratava o “assuntos mais felizes” – Como sexo– Completou. – Você quer jogar?

– Claro. – Lucy bateu palminhas empolgada, fazia tempo que não brincávamos assim.

Lucy Vives era aquela típica amiga festeira, divertida e que parece ser imune a qualquer tipo de problema. Sempre sorrindo, as vezes sem motivo aparente. E toda essa alegria era a minha fonte de admiração por ela. Às vezes eu desejava ser como ela, sorrir mais, viver mais e pensar menos. Me entregar a algo sem me preocupar com as consequências.

– Sim! – Lucy afirmou assim que uma mulher, passeando com seu cachorro, passara por nós. O jogo basicamente consistia em dizer “Sim” para as pessoas com quem você transaria. Eu sei, bem idiota, não é mesmo? Mas raramente negava algo para Lucy, era como negar algo para uma criança mimada, ela ficava emburrada e em certas ocasiões poderia até chorar, por você não fazer suas vontades. –Sim! –Foi a vez de um homem passar por nós, exibindo seu belo físico em roupas de malhação. Lucy cravou os olhos sobre o rapaz, até que ele saísse de sua visão por completo. – Sim! Definitivamente sim! – A empolgação na voz de Lucy era notável, assim que uma bela mulher negra, praticamente desfilando, passara por nós. Trajando um terninho, na cor preta, parecia que a moça acabara de sair da capa de uma importante revista de negócios.

– Ok, já entendi! – Impedi Lucy de prosseguir com mais possíveis “sim”. – Há algum ser humano aqui, com quem você não transaria? – Perguntei impressionada com a facilidade que Lucy tinha para decidir algo que, para mim, levaria bem mais tempo. Lucy apenas gargalhou.

– Eu sou uma mulher jovem, no auge sexual. Não me julgue por seguir meus instintos, Lauren.

– Não, eu não a julgo. – Me recostei no banco, relaxando as costas sobre eles. Deixando que meu olhar vagasse por aquela bela visão que era o Central Park. – Mas acho estranho saber em apenas alguns segundos, se quer ou não transar com alguém. Para mim, essas decisões demoram um pouco mais.

–Isso porque você só transou com três mulheres, em quatro anos.

–Ha ha ha! Muito engraçado, você agora anota isso?

–Claro, não posso perder a oportunidade de zombar de você – Soquei seu braço direto, fazendo-a gemer de dor.

– Idiota. – Nós duas rimos. – No momento eu tenho outras prioridades, sabe? E sexo não é tão importante assim. – Dei de ombros.

– Cuidado, Lauren. Se a morte do seu primo veio para te ensinar algo é que você deve viver – Fez uma pausa dramática antes de continuar – Viver, Lauren, viver– Deu ênfase na palavra “viver” e subitamente meu cérebro processou aquela palavra e tentei buscar algo em minha memória, alguma lembrança em que de fato estivesse vivendo, gozando dos prazeres da vida sem me preocupar, mas absolutamente nada me veio em mente. “Eu deveria dar mais atenção aos conselhos da Lucy.” Ri do meu próprio pensamento. Quem diria que um dia essa cabeça de vento pudesse dizer algo para me fazer refletir.

–Talvez você tenha razão.

–Eu sempre tenho. – Convencida – Acredite, vai lhe fazer muito bem.– Conclui dando-me tapinhas nas costas.

–Tudo bem, agora chega dessa filosofia barata – Disse enquanto me levantava – Eu preciso ir, ainda terei aula. – Lucy levantou e me abraçou de uma forma que nunca fizera antes, senti algo diferente, me senti acolhida. Talvez esse fosse o jeito dela dizer que sempre estaria ali para quando eu precisasse. – Nos vemos outra hora– Depositei um selinho em seu rosto e segui em direção a universidade.

(...)

As horas em sala de aula passaram-se rapidamente e agradeci por isso. Não que eu não gostasse de estar estudando, muito pelo contrário, eu adorava o meu curso de administração. Sempre sonhei um dia trabalhar em uma grande empresa e alcançar um cargo de grande reconhecimento. Esse era um sonho que compartilhava com meus pais, que sempre me apoiaram em todas minhas decisões e torciam, de onde estivessem, pelo meu sucesso. Mas hoje não foi um dos meus melhores dias, ideias e pensamentos inconvenientes, tomaram conta da minha cabeça, deixando-me totalmente dispersa na aula de “gestão de processos”. Neste instante, só desejava chegar em meu apartamento, me servir de uma boa taça de vinho e relaxar na banheira. “Isso sim é viver.” Pensei, lembrando-me, pela quinta vez no dia, da minha conversa com Lucy. “Senhoras e senhoras, atenção. Permaneçam atrás da linha amarela. Depois que os passageiros desembarcarem, entrem em ordem...” A voz robótica saia dos alto-falantes, espalhados por toda a estação de metrô. Sem saber o porquê, comecei a reparar nas pessoas a minha volta e descansei meus olhos sobre uma jovem, que chamara minha atenção devido ao fato de estar parada a frente da faixa amarela, colocando sua própria vida em risco. Continuei a observá-la, os longos cabelos castanhos caiam em cascatas sobre seus ombros, usava um casaco xadrez, nas cores vermelho e preto e um jeans que enaltecia seu quadril. Realmente um corpo admirável. Notei que passara tempo demais olhando para ela e logo tratei de desviar meu olhar, ou as pessoas começariam a achar que sou algum tipo de tarada. Olhei em direção aos trilhos do metrô e sorri aliviada ao ver que um já estava se aproximando, porém imediatamente meu sorriso se fechou ao perceber que a garota continuava parada a frente da linha amarela. “Qual o problema dessa garota?”. Olhei novamente para o metrô , em alta velocidade, que estava cada vez mais perto. Sem pensar muito e por puro impulso corri até a jovem, antes que algo terrível acontecesse. Segurei firme em seus ombros e a puxei para trás, fazendo seu corpo colidir com o meu e no mesmo segundo o metrô passara por nós. Senti a forte rajada de vento bagunçar nossos cabelos. “Essa foi por pouco”. Pensei, assim que me dei conta da fatalidade que poderia ter ocorrido. Olhei para a jovem para verificar se estava bem, porém ela continuava do mesmo jeito, sem me dar o minimo de atenção. Senti meu sangue ferver e a adrenalina sendo liberada.

–Está tentado se matar? –Perguntei de forma grosseira. Estava irritada com tanto descuido e falta atenção por parte dela.

Ela não respondeu absolutamente nada, apenas virou-se para mim de forma desengonçada e, pela primeira vez, pude ver seu rosto. Engoli a seco, pois no momento em que meus olhos se encontram com os dela, vi que ela precisava de cuidados. Seu rosto estava corado, seus olhos fundos e vermelhos, os lábios inchados, notei em sua falta de coordenação motora. Estava completamente bêbada. Ela me encarava com um olhar desaprovador, como se eu tivesse feito algo de errado, deixando-me ainda mais intrigada. Sem me dar tempo para dizer mais nada, ela apenas seguiu em frente e entrou no metrô. Fiz o mesmo, porém me mantive afastada dela. O vagão já estava com todos assentos ocupados, o jeito agora seria ir em pé mesmo. Segurei firme na barra de ferro, assim que o transporte voltou a se locomover e, discretamente, voltei minha atenção para a garota novamente. Ela estava ao lado oposto do vagão, também em pé e tentando ao máximo se equilibrar, já que sua embriaguez a impedia de tal feito. Segurei uma risada quando a vi bater a testa na barra de ferro que se segurava. De repente, seu olhar encontrou o meu, fazendo-me desviar o meu rapidamente. Mesmo não encarando-a mais, pude sentir seus olhos sobre mim.

–Ei, levanta! – Ouvi sua voz doce e exaltada chamando a atenção de um adolescente, que estava sentado – Ofereça seu assento aos idosos – Percebi que havia uma senhora de meia idade em pé ao lado dela. O adolescente fingiu não ouvir sua reclamação e percebendo que ele não sairia dali facilmente, ela simplesmente desferiu um tapa em sua cabeça. Tanto o jovem, quanto eu, a olhávamos incrédulos – Levanta! – Gritou, fuzilando-o com os olhos e de imediato o jovem se levantou, cedendo o lugar a senhora. Ela sorriu de olhos fechados com o feito. Pareceu incrivelmente fofa, até eu notar que ela estava prestes a vomitar. Vi suas bochechas se estufarem recebendo o vomito. Imediatamente levou as mãos a boca, evitando que o liquido fosse expelido. Ao mesmo tempo em que me divertia com toda aquela situação, também sentia vontade de lhe ajudar, mas a garota era uma encrenqueira e eu não estava a fim de me envolver em confusão. “Oh, não! Você não vai fazer isso... e fez.” Pensei, quando a vi engolir o próprio vomito, senti meu estômago embrulhar e a expressão de nojo ficou estampada em meu rosto. Ela limpou os cantos dos lábios e repentinamente um liquido amarelado jorrou de sua boca, caindo bem em cima da pobre senhora para qual tinha oferecido um lugar. Agora todos do vagão a olhavam boquiabertos, assim como eu.

–Amor... – Disse levantado a mão para que eu tentasse agarrá-la, mas estava espantada demais e meu cérebro parou de raciocinar, assim que ela me chamou de “amor”. Caiu desmaiada aos meus pés.

–Ela te chamou de “amor”? – A mulher ao meu lado perguntou.

–Eu não sou... – Nem terminei de responder e quando dei por mim todos no vagão me encaravam de um jeito nada agradável, como se a culpa da garota estar assim fosse minha. Me senti uma criminosa diante da suprema corte.

–O que você ainda está fazendo parada ai? Venha aqui agora – A senhorinha coberta de vomito me chamou irritada. E não era pra menos, não é todo dia que você sai de casa disposta a levar uma vomitada de desconhecidos. Assim que me aproximei levei vários tapas em meu braço da mesma. –Por que você não cuidou dela, hein?

–Mas eu não... –Fui interrompida novamente, seria inútil tentar me explicar, todos estavam me odiando no momento e a última coisa que queriam ouvir eram minhas desculpas.

–Anda, cuide logo disso! – A velinha falou apontado para o vomito em seu colo. Espera, ela quer que eu limpe? “Deus, o que eu fiz pra merecer isso? Eu só queria ir pra casa.” Lamentei para Deus, que talvez fosse o único a querer ouvir minha explicação para toda essa confusão.

–OK. – Me dei por vencida. Retirei meu sobretudo e dei para a senhora, que em seguida começou a se limpar. E, é claro, para completar a tragicomédia que era minha vida, justo hoje eu resolvera usar o meu casaco favorito. –Desculpe por isso, senhora. Deixe-me pagar as despesas com a limpeza de suas roupas. –Eu sei que não deveria me desculpar, muito menos me propor a pagar por algo que não me cabia, mas como a verdadeira responsável por isso, estava estirada no chão e completamente apagada, e já que todos achavam que eu era seu “amor”, me senti na obrigação de ajuda-la.

–Esqueça! Apenas tome conta dela. – Disse a velinha, ainda visivelmente irritada. Ajudei a jovem a se levantar, colocando seus braços em volta do meu pescoço, servindo de suporte para ela.

Agradeci aos deuses, assim chegamos a minha parada. Sai apressada com a moça, mas assim que desembarcamos na estação, percebi que seria impossível caminhar com ela. Suas pernas estavam fracas demais. Por um momento, quis apenas deixa-la deitada sobre um dos bancos da estação, mas isso não seria o correto e me arrependeria pelo resto de minha vida, e de arrependimentos eu já estou cheia, não preciso de mais um para minha coleção. O jeito seria carrega-la em minhas costas. Achei que não conseguiria, mas senti uma força descomunal tomar conta do meu corpo, talvez fosse a vontade louca de chegar em casa, que contribuíra para meu esforço.

Parei em frente as escadas que davam acesso as ruas de Nova York. “Você consegui, Lauren.” Odiei estar com uma garota bêbada e carregá-la nas costas era pior ainda. A posicionei melhor sobre meu corpo, subi minhas mãos sobre suas coxas, quase chegando ao seu bumbum, e lhe segurei com mais firmeza.

– Não estou tocando você de maneira inadequada, ok? – Fui falando enquanto subia os primeiros degraus. – Estou segurando em suas coxas, especificamente, mas é só por que preciso que você chegue em segurança até lá em cima. – Minha respiração já estava descompassada e eu ainda não estava nem na metade – Eu não quero ser processada, você me ouviu? – Sua cabeça estava por cima do meu ombro e pude sentir sua respiração quente contra meu pescoço, me causando um leve incomodo. – E você cheira a tequila.

Assim que cheguei as ruas, rapidamente procurei por um taxi e fiz sinal para o primeiro que me pareceu. Abri a porta traseira do veículo e, com cautela, coloquei a mulher lá dentro.

–Oi! Rua 15 com a 11, por favor. –Dei o endereço para o motorista assim que entrei.

–Ela está morta? – Perguntou desconfiado.

–O que? N-não, ela está bem. – Respondi nervosamente. –Ela é minha irmã e está bem, só exagerou na bebida– Fiz um gesto com as mãos para que ele deixasse pra lá e não se preocupasse. O motorista pareceu acreditar e deu partida no carro.

(...)

Nunca me senti tão feliz por estar em meu apartamento. Meu lar, um pedacinho de mim, que nesse exato momento recebia uma visita inesperada. Deitei a moça no sofá da sala e fui até o meu quarto para pegar alguns lençóis. Quando voltei, ela não se encontrava onde eu havia a deixado, mas o susto durou pouco assim que a vi caída ao chão. “Definitivamente, você não foi feita para beber.” Pensei, enquanto carregava a jovem para o sofá novamente, deixando-a mais confortável e segura. Retirei os fios de cabelo que caiam sobre o seu rosto e por impulso acabei acariciando sua face, e me repreendi no exato momento. Não sei de onde veio aquela vontade, mas senti que precisava fazer. Não havia maldade em meu ato, apenas vontade que acalenta-la, de protegê-la. Ela parecia tão frágil e vulnerável.  “Passar tanto tempo com você não está me fazendo bem.” Considerei.

– Boa noite, estranha – Cobri seu corpo com os lençóis e fui em direção ao meu quarto. Foi um dia cheio, já estava sem forças para qualquer coisa. Retirei minhas roupas e me joguei apenas de trajes íntimos em minha cama. O sono chegou rapidamente e naquele dia tive uma tranquila noite de sono, como não tinha há muito tempo.


Notas Finais


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