História My Security - Make me happy

Já fazia quatro dias que estavam naquele paraíso chamado Hawaii.

Baekhyun continuava alegre e arrastando Chanyeol para todos os lados, levou o maior até para uma limpeza de pele em um spa. Park não gostava muito dessas coisas, mas a companhia do menor era sempre tão agradável que ele não conseguia recusar seus convites, mesmo com uma carranca no rosto.

E, naquele momento em especial, ambos desfrutavam de uma boa massagem nas costas, no mesmo spa.

O rosto de ambos virado para os lados, um encarando o outro enquanto recebiam aqueles toques quase divinos em suas costas. Embora os olhos de Chanyeol estivessem fechados, como se estivesse dormindo, e Baekhyun não duvidava nada da última hipótese, tendo em vista que o Park estava quietinho demais.

E, aproveitando daquele detalhe, Baekhyun olhava para o corpo do maior, completamente relaxado, os poucos músculos nos braços, a bochecha espremida contra o travesseirinho¹ involuntariamente fazendo com que ele tivesse um biquinho nos lábios vermelhos.

Foi descendo os olhos pelo corpo do mais novo, logo vendo a toalha amarrada em sua cintura, fazendo um biquinho desgostoso com os lábios.

Mas será que nem admirar a bundinha do seu segurança ele podia?

Teve uma hora em que, seus olhos simplesmente se fecharam, não com sono, mas sim para poder aproveitar melhor a massagem vindas das mãos de uma mulher.

— Eles dormiram? — Escutou uma voz feminina e presumiu que fosse uma das massagistas.

— Acho que sim… — A outra respondeu.

Nesse momento agradeceu as aulas de inglês que receberá durante o período de Trainee.

— Eles são tão bonitos… — Era sua massagista quem dizia.

Seu ego bateu lá em cima ao escutar o elogio.

— Realmente. — Abriu os olhos e viu uma cena que não gostou nada. A massagista de seu segurança, uma mulher naturalmente loira, e peitos pequenos, deslizar o indicador pelas costas de Chanyeol, o olhando como se admirasse uma obra de arte.

Quase riu, aquela vara pau com limões no lugar de peitos, tábua seca e todos os outros adjetivos ruins achava que tinha o direito de encostar — com aparentemente segundas intenções — em seu segurança? Ela estava muito enganada.

— Esse loiro eu não sei. — Ela voltou a dizer. — mas esse aqui, é uma delícia não é? Olha esses braços, as costas, o rostinho…

— Alice. — Repreendeu a ruiva. — Não fique bolinando os clientes! É antiético.

— Pode até ser antiético. — Ela riu baixinho e Baekhyun abriu um pouquinho de seus olhos para poder ver o que ela fazia. — Mas não custa nada aproveitar não é? Ele está sozinho aqui no hotel, vi algumas meninas comentando que ele divide o quarto com esse loiro. É segurança dele, alguma coisa assim… ele parece ter uma pele tão macia…

Ainda massageando os ombros de Chanyeol, ela se abaixou, dando um breve beijo em um de seus ombros.

Baekhyun sentiu raiva, fechou sua mão em forma de punho e abriu os dois olhos sem se dar conta.

Quando a loira iria repetir o processo, ele se levantou da cama — menor do que uma, mas igualmente confortável — de supetão, assustando a ruiva que mal tinha notado que ele estava acordado. Arrumou sua toalha na cintura, cobrindo sua parte íntima, mesmo que esta fosse coberta por uma boxer preta.

— Com licença. — Empurrou a loira para longe de Chanyeol. — Você não deveria fazer isso. Deveria escutar os conselhos de sua amiguinha. — apontou para a outra mulher na sala. — E não mexer com os clientes, principalmente quando esse cliente for Park Chanyeol. — Chegou perto dela, vendo-a arregalar os olhos. Sussurrou apenas para que ela ouvisse. — Se chegar perto dele de novo eu arranco esses limões murchos que você chama de peito. E posso ser até um homem, mais tenho mais coxa e bunda que você. — Olhou ela de cima a baixo. Apontando para a porta. — Fora as duas. — Disse baixo mas o suficiente para que ambas abaixassem a cabeça e contassem, indo para fora.

Olhou para o maior, ainda dormindo, ressonando baixo e não evitou o sorriso que nasceu em seus lábios.

Chanyeol poderia até gostar de outra pessoa, mas ele não se importava de afastar as pessoas — lê se atiradas. — que se jogavam para cima daquele quem o protegia.

♡●♡●♡●♡●♡

— Chanyeol, acorda! A massagem já acabou.

Disse baixinho, próximo ao ouvido do maior.

Enquanto chamava ele, a fim que ele despertasse do sono, cutucava sua bochecha e costas, sentindo leves arrepios ao tocar a pele quente.

— Hm… o que? — Ele abriu os olhos de modo preguiçoso e se deparou com um Baekhyun mexendo em suas costas. — Baek.

— Finalmente você acordou. A massagem acabou, hora de ir dormir. Já anoiteceu sabia?

Ele voltou a fechar os olhos.

— Continua assim, por favor.

— Assim como?

— Apertando meu ombro, sua mão e delicadinha, ótima pra fazer massagem sabia?

— Vou fingir que você não acabou de me chamar de delicado.

— Não seria mentira… Ai Baek!

♡●♡●♡●♡●♡

Quando voltaram para o quarto, pediram o jantar.

Chanyeol estava sentado de pernas cruzadas em cima da cama, vendo o menor apreciar o sorvete de creme com calda de chocolate. Estava calor e nem o ar condicionado fazia ele passar.

— Estou me sentindo em uma sauna. — Resmungou Chanyeol.

Baekhyun deixou de lado o recipiente vazio de sorvete.

— O que será que Suho está fazendo? — Perguntou ao se deitar.

— Você quer mesmo saber o que o Suho hyung está fazendo no “Ninho de amor” dele e do Yixing? — Levantou uma sobrancelha.

— Esquece, não quero mais não.

O maior riu.

Ficaram alguns minutos em silêncio, Baekhyun mexia nos próprios cabelos, enrolando estes enquanto Chanyeol encarava o teto.

— Baek.

— Oi?

— Vamos nadar?

— A essa hora Chanyeol? — Sentou-se na cama também, afim de conseguir encarar melhor o segurança. — São duas da manhã.

— Idai? — Ele deu um sorriso de lado. — Ninguém está na praia a essa hora, eu posso jogar você na água mais uma vez sem as pessoas ficarem me encarando como algum tipo de louco. — Fez uma careta ao lembrar-se de algumas pessoas o encarando feio quando jogou o menor no mar.

— Você é meio louco mesmo. — Se levantou. Calçando seus chinelos.

— Aonde vai?

— Nadar, ué. — Pôs uma mão na cintura, rindo. — Você deu a idéia, agora aguenta.

— Demorou! — Chanyeol calçou seus chinelos também, segurando de forma animada a mão de Baekhyun em direção a praia.

♡●♡●♡●♡●♡

Baekhyun e Chanyeol andavam pela a areia da praia, a água molhando apenas seus pés mas a brisa sendo o suficiente para refrescar um pouco do calor.

Foi então que os pensamentos de Baekhyun, que até o momento apenas se deixava levar pela caminhada sem pensar em nada de fato, rumaram a uma coisa. E graças a esse pensamento que, mesmo hesitante, ele quebrou o silêncio.

— Chanyeol, você disse que tem alguém especial pra você não é?

— Uhum, tenho sim.

— C-como ela é? Q-quer dizer, como é o jeito dela sabe…

O modo como o menor parecia acanhado ao perguntar aquilo, o fez rir.

— Hum… deixa um pensar. — Abriu um sorriso. — A princípio não é “ela”, é ele, coisinho.

— Oh, um homem? — Perguntou surpreso, mesmo sabendo que Chanyeol já tinha ficado com homens, poderia jurar que a “pessoa especial” era uma mulher.

— Sim, um homem. — Abafou um riso com a mão. — Vou descrever ele: Ele é nervosinho, se irrita com tudo e com todos, e não tem a mínima idéia do quanto ele fica fofo com raiva. É branquinho, mas fica todo vermelho com vergonha, a pele dele macia e cheirosa, algo como um cheirinho de colônia de bebê, o que me dá vontade de apertar ele algumas vezes. — Respirou antes de continuar. — Tem uma maniazinha de bater em mim, mas eu não ligo muito, gosto de sentir ele, de me sentir perto dele, mesmo ele me batendo mais fraco que uma criança. — Riu. — Uma personalidade fofa e semelhante a de um gatinho querendo atenção, sabe? Fazendo beicinho e tudo mais. Mas, apesar de tudo, é forte e já aguentou bastante coisas ruins durante a vida, por isso eu tenho vontade de colocar ele no meu colo e ninar ele pra sempre, proteger para que ninguém o machuque ou faça mal.— Olhou para o céu, repleto de estrelas. — Gosta de dançar, cantar e… ah a voz dele é linda, muito mesmo, quase como a de um anjinho. Ele tem meio que uma guerra com o espelho e diz não se achar muito bonito, mas sabe Baek? Pra mim ele é a pessoa mais linda do mundo, os olhos, a boca rosinha, até os quilinhos que ele diz ter a mais são um charme. — Ele puxou o canto dos lábios, em um sorriso, adorava falar com daquela pessoa. — Uma das coisas que eu mais gosto nele é a altura. Ele é baixinho, e sem dúvidas é minha característica favorita, porque ele se encaixa direitinho em mim. — Passou o braço pelos ombros do menor, trazendo-o mais para perto. Não reparou na carinha tristonha que ele fazia, olhando para baixo, os olhinhos pequenos cheios d’água. — Ele é quentinho e todo pequenininho, meio bobinho e, eu diria, até um pouco lerdo eu diria. — Deu um suspiro. Olhou para o menor e viu o rosto triste e no mesmo instante seu sorriso sumiu. — Não gosto de vê-lo chorando, eu fico triste. — Levantou o rosto do menor, escutando ele fungar.

— E-essa última parte… foi pra mim ou… você ainda estava falando d-da sua pessoa especial?

Chanyeol deu um sorriso, confundindo a cabeça de Baekhyun.

— Vamos nadar. E tire essa carinha triste. — O menor concordou, decidindo deixar aquele assunto de lado.

Chanyeol surpreendeu o menor ao agarrar sua mãos e levá-lo correndo para o mar, ele ficou atrás do Byun, segurando sua cintura quando as ondas vinham e batiam na metade das coxas fartas.

Quando o maior foi andando mais para o fundo, apenas olhou para trás e deu uma piscadela para o menor, antes de sumir nas águas.

Um curto tempo se passou, mas foi o suficiente para que menor comessasse a se desesperar.

— Chanyeol! Chanyeol! Chanyeol! Eu sei que você ta brincando mas eu não gosto dessas brincadeiras… — Foi mais para o fundo até a água fria bater em sua cintura. — Chanyeol… — O nome saiu de sua boca em um tom choroso.

Sua mente fértil já imaginava que o mar tinha levado o Park embora.

— Bu!

Duas mãos agarraram sua cintura e disse perto a sua orelha. Baekhyun não aguentou e deixou que as lágrimas molhassem seu rosto, assustado.

— Hey, baixinho. — Abraçou o menor, ainda de costas para si. Senti ele começar a tremer e escutou os soluços baixinhos novamente, colocou a cabeça no vão do pescoço dele. — Porque você tá chorando? Foi só um brincadeira…

— N-nunca mais b-brinque assim… — Passou a mão pelas bochechas, limpando as lágrimas. — Eu f-fiquei com medo. — Admitiu envergonhado.

Chanyeol sorriu e segurou a mão pequenina e deu alguns passos para trás, a fim de ir para para a água rasinha, quando a água batia em seus joelhos e nas coxas de Baekhyun, passou os braços por sua cintura e deu um selo em sua testa.

— Você está triste porque baixinho?

— Eu não estou triste.

Chanyeol olhou bem para o rosto do mais velho, e balançou a cabeça para os lados, negando. Mesmo no escuro ele conseguia ver o biquinho que o loiro tinha nos lábios.

— Está sim, eu te conheço. Por que está triste?

Baekhyun desviou o olhar para encarar a água do mar. Ele estava triste sim, triste pelas palavras do Park, triste por não ser a “pessoa especial” do mais alto, triste por todas aquelas palavras que não foram direcionadas para si.

Ele queria que fossem para si, e para mais ninguém.

— Por que… porque… — Bufou alto. — Mais que droga Chanyeol! — O maior arregalou os olhos com a mudança de humor do outro. — Porque você é assim? Porque você tem esse jeito todo idiota? Quem é essa “pessoa especial”... — Fez as aspas com os dedos. — … que você tanto fala? Porquê ele merece todas aquelas palavras bonitinhas e seu carinho? Porque só ele e… não eu. — Murmurou a última parte mas o Park escutou e  mal pode expressar o que sentiu com clareza.

— Porque eu amo ele.

Baekhyun sentiu-se horrível, uma dorzinha no peito como se tivessem apertando ele.

— Mais. — Atraiu a atenção do maior. — eu acho que posso fazer você sorrir.

— Chanyeol, o que você tá’ fa-...

O Park tinha segurado seu queixo e selado seus lábios, de leve como tivesse medo de lhe machucar. Sua boca estava fria, já a de Chanyeol se continuava quente, como se não estivesse todo molhado e com a brisa da madrugada arrepiando seus pelos cada vez que soprava forte. Seus olhos estavam arregalados ao máximo que suas características asiáticas permitiam, sentia se nervoso, ansioso, e com um frio cada vez maior na barriga.

Achava engraçadinha a forma como Chanyeol estava, o corpo curvado para poder ficar na sua altura, os olhos grandes fechados como se dormisse e os dedos em seu queixo, fazendo o um mínimo carinho.

Fechou os olhos aproveitando o contato. Chanyeol moveu sua mão do queixo para a bochecha, fazendo o mesmo carinho ali, sentindo a pele esquentar e Park não precisava abrir os olhos para saber que ele estava corado. Vendo que o menor não o empurrou e nem nada, moveu seus lábios sobre os alheios, sentindo a textura macia que aos poucos esquentava, conforme se mexiam. E o que mais gostou foi que Baekhyun correspondia, de jeitinho tímido, aquele toque.

Um par de mãozinhas delicadas foram colocadas em cima de seu peito, não com a intenção de lhe afastar, mas sim para segurar sua camisa como um apoio.

As mãos de Chanyeol foram para sua cintura, sem apertar, apenas a abraçou e trouxe o corpo do menor para mais perto.

A água estava calma, as ondas pequenas e ele via que não precisava puxar Baekhyun para si, o mar por si só fazia isso.

Foi quando Baekhyun sorriu, sorriu porque achava um tanto engraçada a situação que estava, sorriu porque mesmo sentindo frio e um certo medo de ser levado para o fundo do mar, ele não se importava, sorriu porque gostava do contato quentinho e pela língua atrevida de Chanyeol pedindo passagem, que logo foi aceita, é claro. Sorriu porque, naquela noite, no mar, quando Chanyeol perceberá que ele tremia um pouco pelo frio, pegou-o pelas coxas e as entre lançou em sua cintura, que ele amava ser beijado, cuidado e ser tratado com carinho, amava os beijos de Chanyeol em especial porque eram quentes e carinhosos, envolventes e causadores de sorrisos…

Mas ele amava, mais do que tudo, Chanyeol. Seus beijos, seus carinhos, a preocupação, a altura exagerada, as pernas compridas e tortas, a boca cheinha, as bochechas boas para apertar, os braços pouco definidos mas ainda sim fortes por conseguirem lhe aguentar, as implicâncias e até as fofas orelhas.

Mesmo que, em sua mentezinha lerda, Chanyeol não retribuísse tal sentimento.

♡●♡●♡●♡●♡

Quando o beijo se findou, com direito a uma mordida e puxada de lábio inferior no final, Baekhyun continuava de olhos fechados e um sorriso nos lábios inchados.

Chanyeol abraçou sua cintura, apoiando seu queixo no ombro do artista e saindo devagar da água.

— Feliz, Byun? — Disse com a voz rouquinha perto da orelha do menor.

— Uhum. — Riu. — Você já pode me colocar no chão sabia?

Fez o maior encará-lo.

— E porque eu faria isso?

— Porque fazendo isso, você está me deixando mimado, posso ficar mal acostumado sabia?

Chanyeol deu de ombros, começando a andar de volta para o hotel. Ainda com Baekhyun em seu colo.

— Chanyeol! Me põe no chão, as pessoas vão ver!

— Você se importa com elas?

— Não! Mais elas se importam com você, e seu corpo molhado sabia?

O maior gargalhou alto.

— É só você ficar quietinho no meu colo, que ninguém repara no meu corpo.

Baekhyun tinha o rosto no ombro do maior, sentindo seus olhinhos pesarem.

— C-Chanyeol, e como fica sua pessoa? Digo… Você gosta dele e — Seus olhos marejaram apenas com a possibilidade que surgiu em sua mente. — não se sente mal por ter me b-beijado?

— Me sinto ótimo! Você é que é bem desligado…

— Ótimo?

— Sim. — Parou de andar apenas para encarar o menor. Riu de sua expressão bobinha e apertou o narizinho entre dois dedos seus. — Sabe porque? Por que minha pessoa especial é você, bolinha.