Tae’s POV
Estou preocupado com meu amigo Jimin. Desde ontem ele está deprimido, e não quer me dizer o porquê. Sabe aqueles dias que você está deprimido e não consegue sair da cama? Jimin estava assim, só que na caçamba. Eu não tinha mais forças... já havia tentado de todas as maneiras! Até virar a caçamba eu virei, mas Jimin rolou lá dentro como se nada estivesse acontecendo.
– Jimin! Pelo amor de Deus, você precisa levantar!
– Me deixe em paz. – Se virou e cobriu a cabeça com o único edredom que tínhamos.
– Me diz o que você tem! – Disse chutando a caçamba.
– Tô triste, agora vaza.
Respirei fundo impaciente.
– Triste porque? Jimin, as pessoas estão jogando lixo aqui fora porque você tá aí dentro!
– Problema é delas. – Se sentou fazendo bico, mostrando sua cara inchada e seu cabelo embolado.
– Misericórdia, você tá chorando?!
– Não, Tae, tô mijando pelo olho! – Revirou os olhos – Você já reparou quem está limpando a nossa caçamba?
– Hm.. tá vindo um moço diferente, mas e daí? – Dei de ombros.
– E daí, que já fazem dois dias que o meu amor não vem limpar minha caçamba! – Tampou os olhos com as mãos e resmungou algo que não entendi.
– É por isso? Não acredito!
– Pode ter acontecido algo! Eu me preocupo com ele!
– Jimin, você nem conhece ele; você nunca falou com ele!
Percebi que minhas palavras feriram o baixinho, pois ele começou a chorar. Pulei dentro da caçamba e o abracei.
– Ei não fica assim! Ele vai voltar, eu prometo. Agora você precisa se levantar, temos que dançar. Vamos.
Ele concordou muito contrariado, mas se levantou. Saímos do beco onde ficava nossa caçamba e fomos para uma banquinha de jornais. Nós dançávamos na frente dela.
O tio da banca, (um velhinho muito legal, que pagava coxinha pra gente) sempre colocava música pra gente dançar, e hoje, dançaríamos Tombei da CL brasileira, vulgo, Karol Conka. Fiquei super animado, pois dançaria como se não houvesse amanhã, mas a cara de derrota de Jimin, me broxava mais que fazer sexo com meias nos pés.
Jimin’s POV
Estava destruído por dentro, preocupado. Algo poderia ter acontecido e as palavras de Tae, penetraram meu coração como uma bala de bazuca.
Mas ele estava certo, eu não o conhecia... era apenas um amor platônico. Mesmo assim, eu me importava com ele... aquele sorriso tão desproporcional pro seu rosto fazia meu coração palpitar. Ele era tão feliz, parecia realizado com o que fazia, pois toda vez que limpava minha caçamba, sorria pra mim.
Eu dançava desanimado, enquanto Tae parecia uma Paquita. Estávamos na metade da música, e já tínhamos ganhado alguns trocados, de pessoas que passavam e deixavam dentro de uma garrafa pet que cortamos ao meio.
Fazia alguns passos de costas, e me virei novamente para frente em uma perfeita pirueta, digna de Ana Botafogo. Bem, quase perfeita, pois quando olhei para baixo quase caí, ao ver que quem depositava uma moeda de um real na minha pet era ele... o meu amor.
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