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História My Soundtrack - 2 Temporada - Garotas crescidas não choram


Escrita por: justineirajdb

Notas do Autor


Ah... Esse capítulo 💕💕
Quis trazer uma clássico da música, Big girls don't cry, da Fergie.
Eu espero que vocês leem a tradução, porque não há música com mais significado do que essa para descrever esse momento da Kim, de verdade.
Espero que gostem!

Boa leitura <3

Capítulo 11 - Garotas crescidas não choram


Fanfic / Fanfiction My Soundtrack - 2 Temporada - Garotas crescidas não choram

 

Austrália? Sydney? Eu não sabia o que pensar. Não vou ficar com a minha família! Não vou poder matar a saudade com eles. Todo esse tempo lutando para ouvir que vou ter que deixá-los? Vou apenas rever e ir embora? Meu coração se parte em mil pedaços. É como se eu tivesse caído de uma nuvem muito alta. Sinto meu coração rascar meu peito. O que somos sem os amigos e família? O que eu seria de agora em diante? Viver correndo? Fugindo do meu passado? Isso não é vida! Não é o que eu escolhi! Mas é o que sobrou. Esse é o preço a se pagar por se envolver, por se apaixonar, por sair numa cilada. 

Desmorono. Choro tudo o que tem para chorar. Como pude deixar isso acontecer? O medo me consome. Eu não vou conseguir. Não vou conseguir longe deles e daqueles que eu amo. Não dá para recomeçar. Não dá para prosseguir sem a minha base. Preciso deles! 

- Não dá... - choro - Não consigo sem eles. Por favor, Pattie... Não tira minha família de mim. 

- Sei que deve estar sendo duro para você. Deixar tudo para trás e recomeçar é difícil, mas é tudo que pode fazer agora. Para proteger aqueles que ama e a si mesma. Seja forte! 

- É tão difícil... Dói tanto... - quero arrancar meu coração. Dói tanto se sentir sozinha. A solidão é dolorosa demais. As escolhas me trouxeram aqui e é tarde demais para se arrepender, o que me resta é chorar. Para enfim, recomeçar. 

- Não vai doer para sempre, então não deixe que isso afete o que há de melhor em você - ela segura a minha mão - Vai doer, vai doer quando vê-los, vai doer quando for embora, quando der saudade. Sempre vai doer. Mas é melhor doer do que perder. Não é para sempre. Eles não vão sofrer, então não se martirize, está tudo bem. 

- Não sei se sou capaz... É tudo tão difícil - solto um soluço. 

- Quando a vida fecha uma porta, ela abre uma janela. Mas se a porta não estiver trancada, não tem motivo para você simplesmente não abri-la sozinha, certo? 

Balanço a cabeça concordando. Sentia uma dor forte no peito. Via-me perdida. Eles sempre foram minha base, meus pensamentos de esperança, meu conforto nas horas mais difíceis, minha luta sempre foi por eles, está aqui foi por eles... Sei que devo protege-los, e que devo seguir em frente em prol de suas seguranças. Mas abandona-los, a ideia de não ter mais nenhum contato, a ideia da despedida... Me quebra. Tudo o que sempre quis era revê-los, e agora minhas escolhas me tiraram até isso. Do que eu vou recomeçar quando eu me sinto quebrada?  

- Eu tenho medo... – murmuro – Todo esse tempo lutei por eles, todo esse tempo pensei e me encorajei neles. E agora não os tenho mais, não posso deixá-los.  

- Sentir medo é tão humano quanto sentir amor. E isso você faz muito bem. Amou seus pais lutou por eles. Amou meu filho e se arriscou por ele. Amar é isso. É provar, é demonstrar, é dizer, cuidar e proteger. Só que você esqueceu de você. Colocou todos a sua frente e se deixou para trás, não foi errado. Mas agora é hora de se proteger. Eles estão seguros, estão bem. E vão ficar mais ainda em saber que você está também. 

Concordo com ela, e me sento no sofá ao meu lado. É muito do que absorver, muito do que pensar. Pattie me entrega um lenço e eu limpo meu rosto e minha maquiagem. Bom... Agora é hora da despedida.  

 

[...] 

 

Desço as escadas me sentindo bastante cansada. Olhando para as meninas, percebo que elas haviam chorado bastante, com o rosto inchado, elas me olham emocionadas. Não estamos muito diferentes. Olho para os garotos e penso no quanto eles foram importantes nesse tempo. Foram amigos do Justin e meus amigos, cuidaram de mim e me resgataram. Cuidaram das pessoas que eu amo. Abracei Chris e o agradeci por tudo, principalmente por cuidar do meu irmão quando ele precisou. Peço para Chaz cuidar da Naty, e lhe dou um forte abraço. Com Ryan não é diferente, sussurro no seu ouvido o quanto eu desejo a felicidade dele e da Mel, e que ele cuide dela, porque ela merece. Em seguida vem as minhas meninas. 

- Sydney é lindo. Minha madrinha já viajou para lá... Você vai amar – disse Naty emocionada. Elas sabiam! 

Mel me abraçou tão forte, que eu senti tudo o que ela queria passar. Ficamos abraçadas por um tempinho, se emocionando e sentindo o contato uma da outra, antes de nos separarmos.  

- Você precisa ser forte agora. Esse não é o fim do mundo, é apenas o começo de uma nova temporada. Uma bem australiana por sinal. Haverá cicatrizes das temporadas anteriores, mas você vai continuar forte e bem. Saiba que amamos você... Sempre e para sempre. - Ela diz, me trazendo de volta as lágrimas.  

Sei que nunca vou encontrar uma amizade tão forte como a nossa. Talvez novos amigos, mas nunca uma tão verdadeira como a da Naty e Mel. Nós três temos muitas histórias, muitos momentos bons e ruins, vivemos um bocado de coisas, temos uma longa estrada. E não é apenas pelas nossas histórias, é pela cumplicidade, pela solidariedade, pela bondade, pelas bagunças e birras, e por sermos tão diferentes e termos vínculos tão fortes, que eu sinto tanto. Sinto quando a Mel precisa de ajuda, e quando ela é tão orgulhosa e briguenta que não diz. Sinto quando a Naty precisa de algo e é envergonhada demais para pedir. Conhecemos uma a outra, e nos amamos tão intensamente que acredito muitas vezes que nossa amizade é uma espécie de grupo celestial, enviado por Deus para ficarmos juntas. Não há nada cientificamente provado, mas não importa. O que sentimentos e toda nossa ligação como irmãs de almas é suficiente para comprovar nosso lado. Que é inquebrável.  

- Obrigada. Obrigada por sempre estarem ao meu lado. Mais do que nunca, agora, eu preciso da força de vocês. Obrigada por isso. Se cuidem, fiquem de olho na minha família por mim. E sejam felizes, eu amo vocês meninas.  

Dou-lhes o último abraço e e caminho até Pattie, que está com Alan logo ao seu lado. O mesmo carrega minhas malas. Viro me encontro elas abraçadas com os meninos, e aceno, lhes dando meu adeus. 

Quando o elevador para na garagem, Alan e leva minhas malas até um carro esporte grande. Pattie vai comigo até o aeroporto, e eu me sinto bem em saber disso. Não queria ir sozinha. E ela tem me ajudado tanto. Assim que o Alan colocou as malas no porta-malas, ele se vira para mim.  

- Você é muito legal, Kimberly. E raramente se encontra pessoas assim hoje em dia, não deixe isso ir embora. - ele me dá uma abraço - Dê um Olá para o Brasil por mim 

Ele abre a porta do carro e eu entro no veículo. Pattie da partida no carro e a gente parte rumo ao aeroporto. Vejo o luxuoso apartamento da Pattie ficar para atrás, junto com a cidade e o bairro que eu morei. Quando a Pattie estaciona, vejo que estamos na pista do aeroporto.  

- Ué, não vou pegar o avião? - pergunto sem entender 

- Vai. Você vai de avião particular, para sua segurança. Você ainda não é Amélia Carter, ainda é Kimberly Vegas, por isso, todo cuidado é pouco. Venha! 

Salto do carro e noto que há muita gente se aproximando da Pattie para cumprimenta-la, em momento algum ela me apresenta, entendo o porquê. Eles pegam minhas malas e levam até o compartimento do avião. Escuto um engravatado dizer que falta algumas pessoas para chegar, provavelmente pessoas que também irão no avião. Pattie nota meu desconforto com aquela situação um tanto estranha e vem para o meu socorro.  

- Não tem por que ficar nervosa. Está tudo sobre controle. Essas pessoas são colegas e empresários. O avião vai fazer escala na Colômbia, e logo depois só vai estar você e um colega partindo para o Brasil. Não precisa ficar com medo. 

- Não estou! - digo tentando me convencer. Ela sorri de leve e segura meu braço me levando para longe das pessoas. 

- Kimberly, essa provavelmente é a última vez que a gente vai se ver – ela abriu sua bolsa tirou uma carteira vermelha e um chaveiro – Essa é a carteira da Amélia. Aqui tem o endereço do apartamento, na garagem está o seu carro. Aqui está a chave de ambos. Fiz questão de te inscrever em um curso de ensino, você não entraria no país, desconfiariam de você, sem falar na burocracia. Vai entrar no país sozinha e não vai haver ninguém de olho em você. Será outra pessoa, todo esse mundo vai ficar para trás. Não há por que desconfiar das pessoas, mas independente disso, fique atenta! Há gangsteres em todo lugar. Não entre em contato com ninguém, de maneira alguma faça isso. Eles logo desfiaram que seu paradeiro e te caçaram. São mais espertos do que pensa. Agora, construa sua vida, viva novos amores, novos hobbies, estude, trabalhe, construa sua vida. Você tem uma nova chance agora, aproveite! 

A abraço forte. Nunca esperei que encontraria pessoas tão bacanas aqui. Há males que vem para o bem. E esse sem dúvida, me mostrou que nem todos são ruins. Henry, os meninos, Justin, Alan, e Pattie foram pessoas que me ajudaram tanto. Nunca terei palavras o suficiente para descrever o quanto eles me mudaram, me ajudaram e quanto sou agradecida. Pattie nesses últimos dias foi meu anjo da guarda, a ajuda que eu precisava e a pessoa certa para me tirar de tudo isso.  

- Obrigada, Pattie. Obrigada por tudo – digo emocionada. 

- Não há de quê. Você foi muito importante na vida do meu filho, despertou um lado nele que eu achei que estava morto. Me vi em você e senti que precisava fazer algo. Você me mostrou que há segundas chances, obrigada por isso. 

Penso que deixando Los Angeles, eu também estarei deixando o Justin. Acho que nunca mais o verei. Ele não procurou e me quis por perto. Penso no que seriamos de nós ele pelo menos tivesse aparecido. Teríamos conversado, e nos acertado? Ou teríamos colocado um fim em tudo? Quem sabe é melhor assim. Cada um de um lado. Eu estou buscando o meu, e lidando com as consequências. E ele deve estar lidando com as dele. Meu coração se aperta em saudade.  

- Justin está bem – Pattie diz, de repente. - Essa foi a escolha que ele fez, se manter longe. Aproveite, e faça o mesmo. Dê um tempo a esse amor tão turbulento.  

Escuto a aeromoça pedir para todos entrarem no avião, que ele logo irá partir. Pattie olha para a mim e segura a minha mão. Não cabia em mim tamanha gratidão. Tudo o que ela fez foi para me salvar. E eu estou imensamente feliz e agradecida por isso. 

- Pattie... você se arrepende de deixar o Justin. Acha que ele se tornou uma pessoa difícil por sua causa, mas Pattie... ele é igual a você. Ele é bom, é forte, determinado e há tanto amor nele. Não ache que o perdeu, pelo contrário. Você o tem, ele sente sua falta.... Procure, e converse com ele, corra e peça desculpas. Não deixe o tempo passar, não deixe mais nada atrapalhar vocês. Vocês precisam um do outro. Não tenha medo, é o seu filho. Sempre será seu menino.  

Lhe dou um abraço apertado e noto que ela está igual a mim, emocionada. Me viro e caminho até o avião. Rumo ao Brasil! 

 

[...] 

 

Tudo ainda parecia tão irreal para mim. Como é impressionante as coisas né? Nunca iria imaginar que em apenas alguns dias eu ficaria livre, conheceria a Pattie, reencontraria as meninas, descobria que iria encontrar meus pais, mas para me despedir e que a partir disso iria virar uma australiana e moraria em Sydney.  A vida é engraçada, em um momento estamos na pior e no outro estamos superando esse momento difícil. Não sabemos o que virá, nunca saberemos. Acho que essa é a emoção da vida. As escolhas que fazemos e as consequências delas. Nós escolhemos o nosso próprio caminho. Nossos valores e nossas ações, eles definem quem nós somos. 

Desembarcamos 14h depois no Rio de Janeiro. Sentia-me exausta. Em Los Angeles seria 17h da tarde, mas no Brasil já era 21h da noite. Ou seja, chegarei á noite de sábado em casa, minha casinha, depois de 1 ano e 2 meses. Meu coração estava acelerado. Eu sabia que não iria ficar com a minha família aqui no Brasil e isso me trazia uma tristeza muito grande. Mas estava tentando deixar isso para depois e focar no fato de que eu os veria. Que eles estão salvos e que não há nada com o que eu deva me preocupar. Irei ficar só por alguns dias, mas será o bastante para matar um pouco da saudade.  

Corro para pegar minhas malas, é uma missão quase impossível já que estão bastante pesadas. Graças a Deus tem o carrinho para me ajudar. Pego um taxi e lhe dou o endereço do apartamento dos meus pais. No caminho até lá, admiro a cidade maravilhosa. Senti saudade das suas belas praias, pontos turísticos e calor. Los Angeles não chega nem perto da temperatura do Rio de Janeiro. Noto algumas mudanças em certos lugares, avenidas, e as coisas que beneficiam apenas a classe da zona sul. Senti falta de falar português, por mais que eu tenha falado com as meninas, era diferente de falar com alguém daqui que está aqui... Mas também me sentia estranha. Como se fosse um sonho. Era surreal poder voltar, era o meu maior sonho e desejo nos últimos meses. E eu vi que não era apenas sonho, quando o motorista estacionou em frente ao prédio. Tudo estava tão igual... parece que o tempo não passou.  

O motorista deixa minhas malas na portaria e logo avisto o Zé Fernando, porteiro do prédio. E sinto que até dele senti falta... Já lhe dei tanto problema.  

- Menina Kimberly.... - Ele diz se aproximando para me ajudar com as malas. 

- Oi, seu Zé - o cumprimento 

- Seus pais não avisaram que estava vindo – percebo que ele está para morrer ao arrastar as malas. 

- Eles não sabem que eu voltei. É uma surpresa – informo. Ele assente sorrindo.  

- Então eu vou ficar quietinho aqui. - Ele vive sorrindo. 

- Ok. Obrigada pela ajuda, seu Zé. - Digo ao apertar o botão do elevador. 

- De nada, menina. - Ele diz voltando para frente do balcão. 

Assim que o elevador chega, coloco as malas para dentro e aperto no número 9. O elevador sobre provocando um friozinho na barriga, e eu não acho que seja pelo elevador. Meu coração está a mil, me sinto tremula. Seguro o choro o máximo posso. Parece que se passa uma eternidade para o elevador subir e isso me deixa cada vez mais nervosa. Assim que puxo a mala, noto o quanto minha mão está soada. Em frente a porta da minha casa, eu fico parada. Só admirando a sensação de enfim está ali. Meu Deus, obrigada! Uma sensação muito boa passa por mim, e eu sei que não há por que chorar, e é por isso, que antes das lágrimas caírem, eu toco a campainha. Respiro fundo e escuto a chave girando. Quando eu abro os olhos, noto meu pai na porta, me olhando como se eu fosse um fantasma, e é ali, na sua frente, que a ficha caí. Eu estou livre! 


Notas Finais


"O caminho que estou trilhando, eu devo seguir sozinha" já dizia Fergie. E agora a Kim vai colocar em prática! E aí, será que vai dar certo? Será que é uma boa escolha?

Até dia 12... xoxo

👇🏾👇🏾👇🏾 Links da música 👇🏾👇🏾👇🏾
* Spotify: https://open.spotify.com/track/2ZpOQ2MJxce0xf1eKhobMR
* Youtube (com tradução) : https://www.youtube.com/watch?v=5CVY2tV98Ic


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