História My Sunshine - 5 - Sofrência - Parte 2 de 2

Eu estava no meio de uma floresta completamente escura, com apenas alguns raios de luz passando pelas grossas camadas de folhas que cobriam a área sem árvores em que eu estava.
Suspiro, começando a sentir uma presença atrás de mim, me virando de forma desengonçada, com um sorriso nervoso.

-Quem tá aí...? - Sussurrei, sacando minha espada.

Apenas ouvi um urro alto de algo como se fosse um tipo de urso, ou leão. Começo a sentir um arrepio, lembrando do aviso que Rogue me deu.

Imagine com se eles não fossem reais, não sinta medo deles.

Apenas... Ataque-os.

De repente, uma sombra negra salta para cima de mim, que acabo por desviar por pouco.

Taqueu pariu, que susto do caramba.

Rosnei, tirando a espada da bainha rapidamente.

-Monstro filho da puta... - Sussurrei, encarando o monstro de mais ou menos uns 5 metros de altura, com grandes patas e um peito forte e peludo, de olhos vermelhos e dentes afiados. O mesmo me encarava, rosnando fortemente, com sua juba negra cobrindo parte de seu rosto, que apenas aparecia seu focinho avermelhado e sua coleira de espinhos ensanguentada.

Eu já tô de saco cheio desses bixos.

Faço um curto movimento com a espada, desferindo um corte bem no meio do peito daquele bicho escroto.
No momento que ele foi literalmente dividido ao meio, ele virou dois.

Droga.

Desfiro mais alguns cortes, mas percebo que aquilo não fazia mais efeito.

-Kuso... - Desvio do braço daquele bicho, e saio correndo desesperada daquele monstro trevoso nada a ver.

Esse lugar é muito escuro, ainda não me acostumei com ele.

Droga, aquele monstro ainda tá atrás de mim.

Corro, corro, e corro, sem parar, até acabar ofegante, entrando dentro de um grande tronco oco cheio de mato morto.

Ouço passos pesados passando do lado de fora. Solto um suspiro aliviado quando eles parecem estar se afastando.
De repente, ouço alguns "tssss" em cima de mim.

Droga.

Olho para cima, nervosa, percebendo que tinha umas serpentes prestes a me atacar. PUTA QUE PARIU.

Saio correndo dali, no momento que as serpentes ameaçam me picar.

Socorro.

Quando percebo que alguns minutos de corrida se passaram, desacelero um pouxo, ofegante. Sinto um alívio em perceber que o clima, mesmo escuro e trevoso, se tornou mais calmo. Começo a andar calmamente por uma estrada de terra olhando sempre em volta, cuidando se tinha mais algum monstro lá.

No momento que olhei para a frente, vi uma teia de aranha GIGANTE, de uns 20 metros. Que porra é essa, Jesus Critos do céu?

-Espero não ver o dono dessa obra de arte... - Suspiro, virando de costas e mudando meu caminho.

Meu caminho é interrompido por um rosno alto atrás de mim.

Tô fudida.

Olho para trás, vendo um gorila GIGANTE de uns 7 metros de altura, fortão e com pelos pretos avermelhados, de olhos vermelhos(4, na verdade...) e dentes afiados, com SEIS FUCKING BRAÇOS.
Começo a correr desesperadamente sem saber o que fazer, berrando xingamentos e "nope, nope, nope, nope".

SOCORRO.

EU TÔ SENDO COMPLETAMENTE HUMILHADA.

Não posso deixar isso assim.

Resolvo virar para o monstro e bater de frente.
Saco minha espada rapidamente, desferindo um longo corte em seu peito, que pareceu não surtir efeito nenhum. Engulo seco.
Tento dar mais um corte, pondo toda a minha força naquele golpe. Acabo por cortar aquele monstro em duas partes, suspirando em seguida.

Que alívio, pelo menos um...!

Dou um  pulo ao perceber, que agora, na minha frente, havia dois daquele gorila.
Desesperada, sem saber o que fazer, uma lâmpada começa a brilhar em cima da minha cabeça.

-Abra-te! Portão Celestial de Virgem! Virgos! - Berrei, invocando Virgo que automaticamente cavou um buraco no chão, me puxando com ela e nos escondendo debaixo da terra. - Ufa... Obrigada, Virgo... - Suspirei, encarando a rosada que ainda me segurava.

Olho para todos os lados, fixando meu olhar na parede da esquerda, que parecia vibrar por causa de algo debaixo da terra.

Ah, não... De novo não...

Um largo buraco começa a se abrir rapidamente, saindo de lá um grande roedor de pelos negros, com garras, dentes e chifres afiadíssimos.

MEU FUCKING KAMI-SAMA DO CÉU, PERDOA-IS VOSSOS PECADOS, QUE DEIXE-NOS IR PARA O CÉU APÓS NOSSA MORTE, OH MY FUCKING GOD.

Dou um pulo de susto, saindo correndo desesperada procurando pelo menos algo que eu pudesse derrotar.
Começo a ouvir alguns barulhos de brocas debaixo da terra, e de repente aquele bicho salta dando uma risada fina e logo voltando pra debaixo da terra.

Pulo alto, caindo em um galho de árvore, logo pulando de galho em galho, desesperada.

Pelo menos meu treinamento ajudou em alguma coisa...

Pulo de galho em galho, até despistar aquele roedor escroto. Me sento, ofegante, num galho alto qualquer, só pra descansar um pouco.
De repente, um galho se move. Engoli em seco, percebendo que vários olhos vermelhos surgiram no meio daquelas folhas.

Deu ruim.

Um galho se move bruscamente, me derrubando com força no chão, com minhas testa sangrando um pouco.
Puta merda, que merda foi essa, merda?

-TAURUS!! - Berrei, invocando aquele tarado sem vergonha.

-Yoo, Lu-chan!~ - Ele surgiu, fazendo algumas posições estranhas.

-Taurus, corre, corre sem parar! E corta tudo que ver pela frente! - Berrei, desesperada, olhando para todos os lados. Montei em seus ombros, e o touro começou a correr desesperadamente.

De repente, chegamos em um deserto, que mudou praticamente do nada de bioma? Que porras?
Suspiro, descendo de Taurus.

-Obrigada, Taurus. - Sussurrei, enquanto ele sumia pouco a pouco em um brilho amarelado. Guardo minha chave num bolso, enquanto olho em volta.

Começo a andar calmamente por meio daquela areia chata pra dedéu, enquanto observava qualquer movimento suspeito em minha volta.

Nada.

De.

Movimentos.

Bruscos.

De repente, diversos "peixes" de areia de mais ou menos 8 metros começam a surgir, nadando rapidamente em minha volta e me cercando.

Começo a correr, novamente, desesperada, sentindo o medo começar a fluir pelo meu corpo.

Eles querem meu corpo nú, é isso?

Puta merda!

Me vejo cercada por uns dez peixes daqueles, é meu fim.
Começo a rezar já acreditando que morreria, mas de repente, todos os peixes fogem de mim.

-Heheh! Trouxas! Sou demais pra vocês! - Fiz um pose, me exibindo por espantar aqueles peixes não sei como e com o que.

Do nada, uma serpente gigante, com escamas negras e afiadas, surge embaixo de mim, abrindo um buraco na areia. Rapidamente, me seguro em cada uma das suas presas, desesperada, forçando sua grande boca a ficar aberta.
A serpente começa a se balançar com força para todos os lados, tentando me soltar de suas presas afiadas.
De repente, sou arremessada para longe, uns 50km por hora, e acabo caindo naquela mesma teia de aranha gigante de antes.

Vish.

Uma aranha de cerca de doze metros surge acima de mim, seus olhos pareciam globos de sangue e me encaravam morrendo de fome.
Tudo escurece completamente quando a mesma avança em mim, e eu sinto uma enorme dor no peito.

Acordo, ofegante, na minha cama, com dois olhos vermelhos me encarando fixamente.

-Você falhou. - Ele murmurou, com uma expressão decepcionada. - Lucy, já é a décima vez que...

-Cala a boca! - Bufei, estressada.

-Certo... De novo. - Ele sorriu sadicamente, acertando meu rosto pela décima primeira vez com um taco de beisebol.

E tudo se reinicia.