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História My Sweet Coffee Boy - Novos Amigos


Escrita por: purpurinadoxoxo

Notas do Autor


[Capítulo excluído e repostado, atualizado]

Oi?????????????????????


Risos, cá estou com mais um capítulo shuhsuas
Assim, esse capítulo passou dos 4k lá no word, mas talvez eu exclua algumas coisas editando aqui agora e vamos ver no que dá.
Eu gostei do capítulo, realmente me esforcei pra tentar fazer um lance maneiro, mas ne... SOU EU, então... HSUAHUSAH



Espero que gostem!

Beijos <3

Capítulo 4 - Novos Amigos


Um mês se passou desde que eu havia sido contratado, e já estávamos terminando o mês de março. A essa altura, eu já conseguia me virar muito bem sozinho e tinha até clientes que me designavam, e MinHyuk já havia conseguido me classificar, me batizando de “o tipo atrapalhado”, que julgava combinar muito comigo. Por falar nele, preciso dizer que todos acabamos por descobrir qual foi o motivo de seu desentendimento com HyungWon.

 O mais alto começou a namorar uma menina que mora perto dele, e isso afetou muito nosso amigo loiro, pois os dois tinham “um lance”. Para alguns, a notícia foi um tremendo choque, mas outros já sabiam de tudo.

 

Hoseok contou desde quando MinHyuk começou a trabalhar ali, ele e HyungWon sempre foram muito próximos e isso fez com que um sentimento novo surgisse entre eles, algo que nenhum deles desconfiava que poderiam sentir um pelo outro. Eles descobriram que era recíproco quando MinHyuk não aguentou mais guardar aquilo para si mesmo e resolveu contar ao melhor amigo, que o respondeu de forma inesperada com um beijo, então os dois iniciaram algo parecido com um namoro, só que não podiam assumir para a família rigorosa de HyungWon.

 Com o passar do tempo, os pais do moreno começaram a cobrá-lo uma namorada e ele praticamente foi obrigado a aceitar. MinHyuk ficou sabendo de seu relacionamento apenas uma semana depois de iniciado, e como se já não bastasse seu amado estar com outra pessoa, ele ainda não havia sido capaz de contar para o loiro, que ficou sabendo de terceiros. Contudo, para a alegria do povo, tudo se resolveu no mesmo dia em que o problema começou, fazendo a rotina voltar ao normal no dia seguinte.

 

Na cafeteria tudo ocorria perfeitamente bem, com todas as clientes satisfeitas e o salário em nossos bolsos. Meu primeiro salário foi motivo de muita alegria para mim, e eu nem sabia o que fazer com ele. Decidi ir ao shopping com Youngjae em um domingo e nós acabamos comprando algumas coisas enquanto conversávamos. Era bom sair com um amigo para distrair a mente e matar a saudade de uma conversa onde você pode se expressar da forma que bem entende sem ser julgado. No final daquele dia, eu estava com um mouse novo, duas camisas novas e um tênis, e ainda sobrou dinheiro para o mês todo que virá.

-

Acordei para mais um dia de trabalho, tomando banho e colocando o uniforme para então tomar café e sair. Passei o caminho todo aéreo, pensando bastante sobre algumas coisas que estavam me tirando o sono. Uma delas era o frio que sentia na barriga toda vez que o relógio chegava perto de marcar cinco da tarde.

 

Sim, eu sei o motivo desse frio na barriga, dessa ansiedade, que tem nome e sobrenome: Yoo KiHyun.

Como descobri seu nome completo? Sem querer vi sua identidade, enquanto pegava dinheiro na carteira para pagar sua conta. Nós acabamos ficando mais próximos e eu descobria cada vez mais coisas sobre ele, como por exemplo: não gosta de chocolate, por isso sempre prefere um bolo branco ou que ele gosta de fumar quando tem um dia estressante.

Também descobri seu horário de trabalho, em qual instituição faz faculdade e até seu facebook. Lógico que não enviei solicitação de amizade, até porque minha profissão precisa ser bem separada da vida pessoal, e como KiHyun é bem fechado é melhor eu ficar na minha, mesmo que ele já esteja bem mais acostumado comigo. Me pergunto se tem amigos, e tento imaginar como deve ser seu comportamento na faculdade.

 

Talvez eu estivesse pensando de mais nele, o motivo eu não sei. Pode ser pelo fato de nos vermos todos os dias e eu estar sempre procurando algo para falar com ele, pois gosto de sua companhia misteriosa e sua aura um tanto sombria, que vez ou outra se permitia sorrir de algumas trapalhadas minhas. Não sei porque eu fico tão ansioso para ele chegar, mas isso estava começando a ficar estranho e me colocando interrogações na cabeça.


— Filho, você já pode descer do carro – Estava tão desligado do mundo que minha mãe precisou encostar em mim para eu acordar de meus devaneios.

 

Desci do carro ainda pensativo, caminhando lentamente até o interior da loja, onde encontrei Hyunwoo e Minhyuk conversando.

 


— Bom dia – Os cumprimentei, sentando-me em uma das mesas para esperar os outros chegarem.

 

 

Permaneci sozinho ali, até que Minhyuk resolveu vir me perturbar. Não é que eu não goste dele, é só que ele sempre aparece e fala mil coisas, às vezes me estressa um pouco.


— Changkyun, o que aconteceu com você? Sua namorada morreu? – Provavelmente eu aparentava estar triste.


— Não tenho namorada. E também não é esse o motivo de eu estar aqui sozinho.


— Então o que é?


— Nada. Só estou pensando – Pela cara que Minhyuk fez, entendi que ele queria saber exatamente no que eu estava pensando. – Sobre coisas que você não pode saber ainda. Quando eu estiver certo sobre, prometo que você será o primeiro a saber! Agora, vamos parar de enrolar e ir trabalhar.

 -

Começamos a ajeitar tudo quando já estava quase na hora de abrir, terminando de pôr tudo em ordem exatamente às seis e meia. Por algum motivo eu estava realmente pensativo e distraído, e comecei a reparar coisas em mim que nunca havia parado antes para pensar sobre. Por exemplo, não havia reparado ainda que nunca me apaixonei. Essa foi a descoberta que mais me deixou intrigado.

Tentei puxar na memória lembranças de quando tinha dez, treze, quinze, dezessete anos e nada. Outra coisa que me deixou intrigado foi uma conversa que tive com um grupo de meninas, pela manhã. Uma delas me fez uma pergunta que me deixou ainda mais pensativo.


— ChangKyun Oppa, quando e como foi seu primeiro beijo? – Caramba! Ela não poderia ter feito uma pergunta menos delicada? Respirei e comecei a forçar mente para que conseguisse respondê-la.


— Pelo que me lembro, foi quando eu estava no segundo ano do ensino médio. Meus amigos escolheram uma menina, um ano mais nova que eu, e a levaram até o pátio, onde eu estava esperando. Não sei como eles descobriram, mas disseram que ela era a mais bonita de todas que tinham interesse em mim. Fiquei surpreso, porque eu não fazia ideia que algumas meninas ficavam me observando. Nunca tive muito interesse nisso.


— Ora, mas não deveria ficar surpreso, Oppa. Você é tão bonito e engraçado — Disse ela, sorrindo sem graça.


— Você tem namorada? — Perguntou outra menina.


— Não. Vocês são minhas namoradas agora — Respondi, fazendo-as rir.

 

Eu achava engraçado ver as meninas querendo descobrir mais sobre mim, era algo que eu gostava bastante em meu trabalho, mas ao fim de cada conversa eu ficava novamente ansioso. A resposta que dei a garota me fez lembrar que eu só havia beijado a menina no ensino médio porque meus amigos começaram a me zoar e dizer que era vergonha eu nunca ter beijado alguém, com dezesseis anos. E o que me deixou mais intrigado foi perceber que nunca mais tive vontade de beijar alguém depois daquele dia.


— ChangKyung! — KyungSoo gritou no meu ouvido — Será que dá pra liberar a máquina de café por favor?

Percebi que estava parado na frente da máquina a alguns segundos, observando um cachorrinho que havia feito em uma xícara.

 

Me desculpei a KyungSoo e saí logo do caminho, levando o pedido comigo. Eu estava realmente precisando me distrair de meus pensamentos.


— Que fofo esse cachorrinho! — A menina que eu estava atendendo disse — Eu amo cachorrinhos

Achei minha distração.

— É mesmo? E você tem um?


— Eu tenho três! Você tem algum animal de estimação?


— Não, mas agora que você falou, estou pensando em ter.

 

Aquela foi uma ótima distração. Comecei a conversar com ela sobre raças de cachorros e de gatos, imaginando que um animalzinho talvez fosse uma boa opção para um filho único que passa o domingo todo sozinho dentro de seu quarto, jogando no computador. Só precisava decidir qual levaria para casa.

Não sei se meus pais iriam aceitar, mas naquela noite mesmo iria num pet shop para comprar meu futuro amigo. Estava realmente muito animado com a ideia e acabei me esquecendo das coisas que anteriormente rodeavam minha cabeça. Aproveitei meu horário de almoço com Jooheon para falar sobre a ideia.


— O que acha que combina mais comigo? Um gato ou um cachorro? — Perguntei a meu amigo, entre uma garfada de comida e outra.


— Você pensa em um animal para dormir com você e ficar sentado no seu colo apenas ou para você ficar perturbando e correndo de um lado pro outro pela casa? –Pela pergunta com a qual fui respondido, já tive uma ideia do que precisava.


— Melhor um gato.


— Também acho. Um cachorro combinaria mais com o Minhyuk.


— Verdade — Concordei e ri junto com ele.

 

Continuei trabalhando normalmente até olhar no relógio e perceber que já eram três da tarde. Imediatamente, me deu um frio na barriga e meus pensamentos retornaram a Kihyun. Como eu poderia estar pensando tanto assim nele? E porque isso me deixava ansioso e sentindo essas coisas?

De novo me sentei em uma mesa vazia e fiz uma expressão que demonstrava o quão confuso eu estava. Era nítido que eu não estava em paz, e logo aquele com quem eu menos queria falar apareceu.


— Tá bom. Você vai me contar o que está acontecendo com você! — BaekHyun disse, decidido.


— Não é nada BaekHyun, eu só estou preocupado com algumas coisas.


— Pode me contar. Prometo que não abro a boca sobre. Dou a minha palavra.


— Não, deixa pra lá... — Suspirei, passando a mão pelos cabelos e olhando para ele, sorrindo — Mas me diga BaekHyun, algo que sempre quis perguntar. — Não era porque eu estava em dúvida sobre mim. Eu realmente só queria saber — Como descobriu que não gosta de meninas?

Sua expressão foi de chateado para confuso. Imaginei se ele não teria pensado que meu problema era esse, mas acho que minha comum aleatoriedade me livrou disso.


— Bem, acho que foi quando me apaixonei por um colega de classe — Ele ainda mantinha a expressão confusa no rosto.


— Ah, não sei o que é estar apaixonado. –Comentei simplista, o fazendo estranhar ainda mais e arregalar os olhos.


— Como assim? Nunca se apaixonou por alguém? –Estava totalmente incrédulo com minha afirmação.


— Nunca.


— Descobri então o motivo dessa sua cara de bosta. –Começou a rir, achando graça onde não tinha.


— Deve ser sim. –Sorri fraco, abaixando a cabeça e apoiando em meus braços.


— Ei, sabe que era brincadeira, certo? –BaekHyun mexeu comigo. –Você deve estar passando por algo difícil. Tem certeza de que não quer conversar sobre? –Levantei olhando diretamente para ele. Eu não podia estar parecendo tão abatido. Meu motivo não era algo preocupante.


— Não cara, eu estou bem. –Ri de sua impressão errada sobre tudo. –Não é algo para se preocupar.


— Bom, se você diz... –Se levantou, não acreditando totalmente em mim, e foi até o balcão. Eu preciso parar de pensar nessas coisas.

 

 

 

Algumas pessoas chegaram e eu me mantive ocupado e distraído por um bom tempo, e quando não tinha nada para fazer, coisa que durava no máximo dois minutos, conversava com JooHeon para não voltar a ter aqueles pensamentos, mas a cada vez que alguém me designava, eu sentia um calafrio, que aumentava a intensidade conforme eu percebia que a hora ia passando. Chegou ao ponto de eu dizer a JooHeon que não estava me sentindo muito bem, que estava tendo náuseas. Ele me perguntou se não era melhor eu me sentar lá dentro e esperar um pouco para ver se passava, mas eu preferi continuar trabalhando, pois sabia que aquilo era apenas passageiro. JooHeon insistiu, argumentando que eu estava passando mal, mas não o dei ouvidos.

 

Estava terminado de lavar algumas xícaras na cozinha, quando MinHyuk entrou dizendo as palavras que quase me fizeram ter um troço.


— Seu cliente favorito chegou. –Fiquei tão nervoso que quase deixei a xícara cair de minha mão enquanto a colocava para escorrer, acarretando um olhar engraçado do loiro.

 

 

 

O agradeci pelo aviso e abri a porta da cozinha, olhando diretamente para a mesa onde ele geralmente se senta. E lá estava KiHyun, mexendo no pote de açúcar enquanto esperava que eu o atendesse. Respirei fundo e caminhei até o rapaz.


— Olá, bem vindo de volta! –Sorri, tentando disfarçar meu nervosismo.


— Oi. –KiHyun me correspondeu o ato. –Tudo bem com você?

  
— Tudo. –Petrifiquei, pensando que ele poderia ter percebido meu estado de espírito nada tranquilo. –E com você?


— Sim, estou bem. –Finalmente soltei o ar, quando percebi que estava tudo sob controle, me sentando a sua frente. –Tirando que preciso ir à faculdade, tudo bem. –Ri de seu comentário.


— E como foi seu dia de trabalho hoje?


— A mesma coisa chata de sempre. –Já havíamos conversado outras vezes sobre como era seu emprego. –Empilhar livros, colocar tudo no lugar de volta, fazer silêncio, escutar música clássica. E o seu?


— Até que hoje foi interessante. Tive que desenhar um cachorro em uma xícara de café.


— É mesmo? Sabe fazer isso? –Assenti com a cabeça. -E por que comigo você só escreve meu nome no prato? –Perguntou fingindo indignação, fazendo-me sorrir.


— Você gosta de cachorros?


— Não. –Fiz uma expressão confusa, que o fez rir. –Gosto de gatos.


— Ah, então vou fazer um gato na sua xícara de café. –KiHyun ameaçou um sorriso, mas pareceu se lembrar de algo importante, que o fez interromper o ato.


— Falando nisso, hoje não quero bolo de laranja. Quero um red velvet com recheio de chantilly.–O modo como ele disse pareceu tão animado que me deixou surpreso.


— Que mudança radical.


— É que hoje me lembrei que já faz tempo que não como isso.

  
— Tudo bem, já volto. –Me levantei para preparar o pedido e só então percebi que toda ansiedade, náuseas e nervoso tinham sumido. Tudo parou quando comecei a conversar com KiHyun. Curioso, muito curioso.

 

Me assustei com JooHeon enquanto preparava o café, me perguntando se eu estava melhor.


— Ta devendo? –Brincou ao ver minha reação.


— Você me assustou, eu estava pensando. Enfim, estou melhor. Eu disse que não era nada. –Terminei o desenho do gato.


— Isso é para ele? –Disse sorrindo de canto. –Das duas, uma: Ou você está muito ansioso para comprar seu gato ou você está apaixonado pelo garoto. –Juro que demorei a responder, pois a segunda opção me fez ficar receoso.


— Ele que pediu algo na xícara quando eu disse que sabia fazer.


— Então você está realmente ansioso pelo gato. –JooHeon repousou sua mão em meu ombro, como se estivesse com pena de mim por ter ficado louco.

 

 

 

Voltei até a cozinha para terminar o bolo e levei até a mesa onde KiHyun estava.


— Olha só, é mesmo um talento. –Disse assim que viu o desenho em sua bebida. –Uma pena ter que estraga-lo.


— Obrigado. A propósito, vou comparar um!


— Um gato? Mesmo?


— Sim. Assim que sair daqui hoje, vou em casa pegar o dinheiro e ir ao pet shop aqui perto para resolver isso.


— Que legal. –Sorriu fraco. –Sempre quis um gato, mas nunca me deixaram ter, porque minha irmã odeia gatos. Se bem que... –Parou para pensar, como se tivesse tido uma grande ideia. –Minha irmã se mudou. Obrigado por me lembrar disso, ChangKyun. –Seu sorriso dessa vez foi imensamente feliz e contagiante, como se finalmente pudesse realizar um sono. Enquanto o observava, me veio um pensamento que pensei em descartar, mas algo em mim me fez externa-lo.


— Se você quiser ir comigo... –Iniciei o convite, mas lembrei de sua faculdade. –Ah, você estuda.


— Eu vou. – Fui interrompido de concluir o raciocínio, me surpreendido com sua resposta. –Não queria mesmo ir para a faculdade. –Deu de ombros, tomando um gole de seu café e retornando a xícara para o pires. –Mas também preciso passar em casa primeiro.


— Tudo bem, a gente se encontra em frente ao pet shop, umas oito horas, pode ser?


— Sim, por mim tudo bem.

 

 

 

Continuamos conversando até que ele terminasse de comer e fosse embora. Eu estava me sentindo muito feliz de poder comprar meu gato na companhia de alguém, principalmente a dele. Estava tão feliz que queria ir embora o mais rápido possível, apenas para pensar que a hora de revê-lo estava mais próxima, e minha inquietação era visível.

 

Ficamos mais alguns minutos arrumando a loja e limpando o local, como sempre fazemos ao fim de todo expediente. Quando terminamos, BaekHyun se aproximou de mim, junto com JooHeon e MinHyuk, todos com sorrisos travessos no rosto. Coisa boa não podia ser.


— Vocês perceberam como ChangKyun teve uma repentina melhora depois que o cliente favorito dele chegou? –MinHyuk comentou com os rapazes, falando em um tom que fosse audível para mim.


— Pois é, eu reparei. Uma hora ele estava todo pra baixo e com náuseas e agora ele está todo animado. -JooHeon continuou, revelando aos outros que eu estava passando mal mais cedo.


— Mas eu posso explicar isso tudo! –BaekHyun começou a falar e eu percebi que o assunto ia ficar sério. –Mais cedo, ChangKyun me perguntou uma coisa estranha e logo em seguida me revelou que nunca se apaixonou e não sabe como é estar apaixonado. Para a sorte dele, eu sei e posso dizer que os sintomas que ele vem apresentando indicam um quadro de paixonite aguda. –Os três apenas me observaram, esperando uma resposta minha. Olhei para eles com cara de tédio e sorri debochado. –Não adianta fazer essa cara de quem comeu bosta, porque já sabemos de tudo.


— Vocês estão viajando. –Respondi fazendo sinal de negativo com a cabeça. –Acham mesmo que eu me apaixonaria por um cliente?


— Um cliente que vem aqui todo dia e adora ficar conversando com você? Sim. –MinHyuk deduziu. –Eu me apaixonei por um colega de trabalho.


— Olha, não me interessa o que vocês estão pensando. Eu sei é que preciso ir embora. –Me despedi de todos e os deixei com aquela expressão boba para lá.

 

 

 

Peguei meu caminho até em casa enquanto pensava sobre o que os meninos haviam falado. “Não...” disse a mim mesmo várias vezes até chegar ao meu quarto e me jogar na cama, respirando fundo. Tomei um banho a fim de relaxar do dia um tanto confuso que tive. Estava tão ansioso para comprar meu animal de estimação e ver KiHyun fora de um ambiente de trabalho, que em cinco minutos eu já estava pronto. Fui até o local onde guardo minhas economias, para ver quanto eu tinha guardado e notifiquei ter apenas 500 reais, tendo que ir pedir dinheiro a minha mãe. Cheguei a seu quarto e a encontrei lendo um livro.


—Mãe, você pode me dar dinheiro? –Sim, bem direito.


—Cadê o seu dinheiro? –Me respondeu ríspida, enfatizando a palavra “seu”.


—Não sei se vai dar para o que eu quero comprar.


—Mais um daqueles jogos, ChangKyun? –Suspirou enquanto deixava o livro de lado. Me deitei em sua cama, fazendo aquela cara de sofrido que faz qualquer mãe se derreter. Claro, quando você tem cinco anos. –Se for pra isso, pode esquecendo.


—E se não for, você me dá? –Não seria tão, fácil. Quando a "senhora minha mãe” olha por cima dos óculos, eu já sei que a resposta não é boa. –Eu quero comprar um gato.


—Um gato? –A cara de nojo que ela fez me deixou triste. Não esperava que ela achasse gatos nojentos. –Gatos fazem sujeira, fedem e essas coisas.


—O meu não vai fazer isso. Pelo amor de Deus, eu consigo cuidar de um gato! –Voltou a olhar para seu livro, provavelmente pensando sobre o assunto.


—Pede ao seu pai. –E começou o incrível jogo dos pais onde um empurra a responsabilidade da decisão para o outro. Sorte a minha saber exatamente como pedir. Desci as escadas, em direção à sala de estar, onde meu pai se encontrava assistindo televisão.


—Oi. –Parei em frente à tela, pois sei bem como funciona para conseguir a atenção de um homem que está assistindo algo na TV, o fazendo quase me implorar para que saísse da frente. Um ótimo momento para pedir qualquer coisa. –Minha mãe disse pra você me dar duzentos reais.


—Ta bem, eu dou. Pega na minha carteira lá no quarto. –Como eu imaginava.

 

 

 

Assim que juntei meu dinheiro com o que meu pai me deu, saí de casa e peguei novamente o caminho até a cidade, chegando em frente ao local marcado com KiHyun alguns minutos antes do horário e o mesmo ainda não estava ali. Me virei para a vitrine, observando alguns acessórios de gatos e cachorros, como coleiras, brinquedos e tudo o mais. Aquilo era engraçado para mim pois, como nunca tive um animal de estimação, representava uma nova experiência. Logo ao lado de alguns acessórios, estava a placa que dizia: “compra e adoção de animais no fim da loja”.


— Melhor entramos, não? –A voz de KiHyun deveria ter me assustado, mas ao contrário, fiquei muito feliz de escuta-la repentinamente. O cumprimentei e entramos juntos, seguindo até o fim da grande loja. –Você já sabe a raça que quer?


— Pensei em um Siamês. E você? –Conversávamos enquanto olhávamos os cachorros, pequenos e grandes que estavam à venda também.


— Acho que gosto dos Persa. –Se aproximou de um filhote de Poodle que estava latindo para ele. Assim que fez, o pequeno cachorrinho deitou e deu uma cambalhota como se pedisse para ser levado, fazendo KiHyun arquear uma sobrancelha.


— Parece que ele gostou de você. –Comentei ao observar a cena.


— Eu quase fiquei comovido. –Olhou uma última vez para o filhote e passou ao meu lado em direção aos gatos, que ao contrário dos cachorros, estavam deitados dormindo ou apenas brincando uns com os outros. Tão frio que eu pude sentir a dor da rejeição pelo cachorro. O acompanhando, pude ver alguns filhotes de siamês, enquanto KiHyun olhava os filhotes de Persa e de Scottish Fold. –Estou em dúvida. O Persa é peludo e grande, mas o Scottish é muito fofo com essas orelhas curtas. –Repentinamente ele se virou para um local onde havia vários gatos de cores diferentes, com a placa “adoção”. Lá dentro, um filhote com o rosto de cores diferentes o chamou a atenção. Metade do rosto do gato era preto, e a outra metade amarela. A divisão das cores era tão perfeita, que parecia ter sido pintada por alguém. –Já escolhi.


— Esse de duas cores? –Assentiu com a cabeça, olhando para o animal com muita admiração. –Ele é bem diferente.


— Não tem problema em ser diferente. –Sorriu para o pequeno filhote que se destacava de todos os outros. –Às vezes, as pessoas acabam nos excluindo apenas por sermos diferentes e isso dói um pouco. Esse filhote pode ser adotado por alguma outra pessoa que goste dele, mas não vou correr o risco de fazê-lo ver todos os outros serem levados e ele ficando para trás. –As palavras de KiHyun pareciam ter sido mais sobre ele do que sobre o gato, me deixando com uma interrogação maior ainda sobre si. –E você, já se decidiu?


— Ah... Já. Vou levar um desses mesmo. –Apontei para os pequenos filhotes siameses. Olhei em volta e vi uma menina com a camisa indicando que trabalhava no estabelecimento, a chamando para pegar nossos filhotes. Escolhi uma fêmea, enquanto que o de KiHyun era um macho. Precisamos de um meio para transporta-los, que compramos junto com alguns acessórios, como potinhos para alimentação e caixinha de areia. Quando finalmente estávamos com tudo acertado, pegamos nossas coisas e saímos da loja. Eu estava realmente muito feliz em ter comprado um animalzinho, mas KiHyun parecia muito mais.


— ChangKyun, obrigado por me convidar para vir aqui com você. Foi muito bom para mim. –Disse, enquanto olhava dentro de sua transportadora de animais. –Já sabe que nome vai dar a ela?


— Não. Me sugere algum?


— O que acha de Maat? –Respondeu, depois de olhar bem para minha gatinha e pensar um pouco.


— É legal. Da onde tirou isso?


— É o nome de uma deusa egípcia. Eles gostavam bastante de gatos, têm até duas deusas com cabeça de felino, mas os nomes são complicados. –Fiquei impressionado com a capacidade dele de se lembrar de algo assim. –O meu vai ser Aquiles. –Olhou novamente para seu gatinho, sorrindo. –Bem, já vou indo. Até amanhã, ChangKyun. –Acenou para mim, sendo respondido com o mesmo ato.

 

 

 

Cheguei em casa com todas aquelas bolsas, assustando meu pai que ainda estava deitado na sala. Fui diretamente para o quarto, colocando a transportadora com Maat dentro em cima da cama, enquanto arrumava sua caixinha de areia e os potes de alimentação. Depois de arrumar tudo, a tirei de dentro da caixa e me deitei ao seu lado.


—Vou cuidar de você como se fosse minha filha. –A puxei para perto de mim, fazendo carinho em sua cabeça até seus pequenos olhinhos começarem a se fechar. Pensei um pouco sobre meu dia, sorrindo bobo ao lembrar de tudo que havia acontecido e dos momentos engraçados, e logo o sono começou a tomar conta de mim. –Boa noite, Maat. Até amanhã.


Notas Finais


Uma coisa que eu preciso dizer é:

Quase chorei REAL escrevendo aquela parte onde o KiHyun fala sobre o gatinho quimera ver todos os outros gatinhos serem levados e ele ficar pra tás... gente... Vocês não sabem como eu fico comovida de ver um gatinho abandonado, ou um gatinho ser esquecido por ser "feio"... Nossa. Juro... Me doeu! HSAUHSUA É que eu sou trouxa por gatinhos, desculpa.



Quero agradecer a Deisinha pela sinopse e a Iza por betar o capítulo para mim <3

ENFIM, espero que tenham gostado e até o próximo! <33

Beijos da Maru <33


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