História My Sweet Dream - Serei seu guia por hoje

- O que você quer aqui, Mark? Veio me obrigar a falar meu nome igual ontem? - eu falava séria, a raiva e o desprezo eram sentidos em cada palavra que eu pronunciava.

- Eu vim aqui pedir desculpas, eu sei que fui babaca por ontem, mas acho que o seu amiguinho me castigou bastante, não acha? - falou ele apontando para os machucados visíveis em seu rosto.

- Não, acho não. Você merecia mais, se não consegue controlar teu pau enquanto bebe, então não beba. Se o meu "amiguinho" não tivesse aparecido no momento certo, hoje eu poderia estar chorando.

- Eu sei, eu sou um babaca. Por favor, me perdoe, eu não quero o seu desprezo ou ódio. Me perdoe, de verdade. - o arrependimento era quase palpável em suas palavras e atitudes perante a mim.

- Quem perdoa é Deus, eu so vou anotando as coisas erradas. Mas eu vou te desculpar, você parece arrependido, e acho que o arrependimento é o primeiro passo.

Ele me abraçou, creio que em forma de agradecimento pelas desculpas. Eu não correspondi o abraço, não me sentia a vontade para fazer isso, não ainda.

- Okay Mark, agora me solte, eu quero tomar um banho e ir comer. - falei me livrando do abraço do homem.

- Vamos fazer assim, toma banho, se arruma e daqui 30 minutos eu passo aqui para te buscar. As aulas começam amanha e eu tenho certeza que você não conhece toda a faculdade, serei seu guia por hoje, e aproveita que é apenas hoje que farei de graça, hein? Outra vez terei que cobrar, não disse o que. - ele falava rindo, e que belo sorriso ele tinha.

- Tudo bem. Mas vê se não atrasa, eu to com fome.

Ele acenou um "sim" com a cabeça e saiu de minha porta, apenas fechei a porta atras de mim e fui tomar banho, eu não poderia enrolar muito. Tomei um banho rápido, coloquei qualquer roupa e quando terminei de me arrumar ainda faltava 3 minutos para Tuan chegar.

- Momo, cheguei. - falou ele batendo na porta.

- Você está adiantado 3 minutos. - disse enquanto abria a porta.

- Isso é bom, não é? Assim você não vai morrer de fome. - disse ele me puxando pelo pulso e com a mão vaga, fechando a porta atrás de nós.

Enquanto ele me puxava percebi que ele era tão alto quanto os amigos de Park.

- Acho que eu sei andar sozinha, Tuan. - falei o encarando, ato que foi necessário que eu levantasse um pouco minha cabeça. É, ele era alto. Soltei meu pulso do enlace dele.

- Tudo bem, mas você vai ter que andar logo, quero aproveitar meu dia com você hoje, então não vamos perder tempo no refeitório.

Concordei com a cabeça e seguimos em silêncio.

Ao chegarmos no refeitório, este ainda se encontrava vazio. Ainda era cedo, 7 da manha de um domingo nublado que provavelmente choveria e não demoraria muito. Poderia estar em minha cama quentinha, dormindo. Saudades cama.

- Momo, acorda, ta dormindo em pé? - falou ele estralando os dedos na frente do meu rosto.

- Eu to acordada, só estava pensando no porque de eu estar acordada as 7 horas da manhã em um domingo. - ele riu do que eu falei.

- Olha, eu estou de ressaca, mas estou fingindo estar feliz apenas para não te assustar com o meu mal humor, então pare de falar que preferia estar dormindo, você magoa os meus sentimentos assim.

Eu ri, não foi preciso uma resposta, ele sabia que eu preferia estar dormindo do que estar com ele, e ele preferia estar dormindo do que estar comigo, bem recíproca nossa relação ate o presente momento.

Nós alimentamos e seguimos para que eu pudesse desbravar o campus da faculdade.

Nossa primeira parada foi na biblioteca, era enorme e tinha inúmeros livros que eu leria no meu curso, livros esses que eu ja li alguma vez na vida. Eu amo ler.

- Para de namorar os livros, Momo, você ate parece aquelas tia louca, que não pode ver livro que ja quer levar.

- Ei! Eu sou essas tia. Se você não gosta de ler não tenho culpa. - falei mostrando a lingua, ato que eu julguei ser infantil demais.

- Ai ai, onde que eu estava com a cabeça quando resolvi mostrar a faculdade pra essa tia louca? Aonde, Deus? - disse ele olhando pra cima como se falasse com uma divindade superior.

O puxei pela mão para que saissemos dalí, voltaria depois quando estivesse com mais tempo.

A próxima parada foi na região das salas, uma das aulas que eu teria seria numa daquelas salas. Salas imensas e limpas, era uma coisa linda de se apreciar. Mark revirou os olhos quando me viu analisando cada detalhe daquele lugar vago, que na maioria das vezes, não chama a atenção de ninguém.

Ele me puxou para um lugar, mas esse eu não vi o nome em qualquer placa sinalizadora.

- Para onde está me levando, Tuan? - falei preocupada.

- Promete que não vai falar para ninguém? - ele ainda me puxava

- Que? O que você está falando?

- Só me promete, caralho.

- Tá, eu prometo.

- Esse vai ser o "nosso" lugar. Considere isso como um pedido de desculpas concluído. Eu sei que eu fiz merda, mas você é muito mais do que legal, Hirai, e eu não quero que você não goste de mim ou tenha medo, eu sou uma boa pessoa, te juro. - chegavamos numa parte abandonada da Universidade, por mais que eu achasse difícil um lugar abandonado ser tão lindo, aquele era.

- Wow! - falei me soltando de Mark e deslumbrando o espaço a minha frente. - quem sabe disso?

- So eu, e agora, você também. Eu venho aqui quando estou com a cabeça cheia. Venha aqui quando precisar, ninguém vai te encomodar se estiver aqui.

Eu não o respondi. Queria dizer-lhe um obrigado, mas minha boca se encontrava em um formato perfeito de "O", jamais vislumbrei um local tão bonito quanto aquele.

Parecia ser um jardim, flores de diversas cores, e no meio, um banco de madeira que era coberto por uma árvore comumente encontrada no Japão, a Glicínia. Aquelas flores roxas da árvore caiam sobre o banco, fazendo uma cobertura especial.

- Obrigada, Mark, de verdade, muito obrigada. - o abracei

Mark não hesitou em me abraçar, ele so me soltou quando o soltei, ação essa que demorou alguns minutos.

Voltamos para o refeitório, já estava na hora do almoço, o local ainda não estava lotado como eu imaginei que estaria.

- No domingo a universidade fica vazia, mui... - Mark foi interrompido, ele acabará de levar um soco.