Novamente estava avaliando sua aparência no espelho no espelho, apreensiva. Estava bom o bastante? Espera! Por que estaria se importante com isso? Não havia nada demais nisso.... Ou havia? A mulher de olhos puxados deu um longo e pesaroso suspiro, não devia estar se importando, mas estava, revirou os olhos e olhou para sua aparência no espelho
Estava trajando um vestido que ia até acima de seus joelhos de cor verde, um salto de plataforma, que inclusive era bege e branco, brincos brancos, um colar com uma pedra verde, que ele lhe dera e uma bolsa, onde colocou o que poderia ser necessário, embora nunca precisasse, era melhor remediar.
Estava bom, ate demais na sua opinião, mas gostava assim. Saiu andando controladamente, para não sair correndo e assim que estava chegando na porta, uma empregada da casa foi até a mesma.
- Onde a Senhora vai? - Perguntou a empregada - Esta muito linda, senhora - Elogiou-a, e embora houvesse um sorriso em seus lábios, havia um certo brilho em seu olhar, como se quisesse insinuar algo... Mas, de um modo indireto
- Eu... Bem... - O que falaria? Mesmo sem saber o que fazer, ajeitou sua postura, mandou falso olhar superior para a empregada e respirou fundo - Eu vou fazer compras, isso tem algo a ver com você, Dona Mylliana? - A empregada se encolheu e seu coração se contorceu, não gostava disso, mas precisava faze-la parar.
- Não, Senhorita Heidemann... Sinto muito, pela meu intrometimento - E abaixou a cabeça, como estivesse arrependida, o que obviamente não era verdade, mas precisava "reconhecer" seu lugar.
- Ótimo - A mulher manteve seu olhar superior e saiu andando.
Assim que saiu do território da casa e já estava na rua, soltou sua respiração e seu corpo relaxou... Por que mentiu? Não havia por que mentir, não tinha nada demais, mas, o que pensariam dela? Era errado aquilo, mesmo que não houvesse nada demais? Talvez...
Andando por pelo menos dez minutos, chegou a praça e começara a procura-lo, divagando o olhar pelas pessoas ali presentes, o encontrou, trajava: Uma calça jeans, sapatos escuros, uma blusa cinca de manga curta, um casaco verde e um cachecol fino e azulado e seus cabelos curtos, presos em um rabo de cavalo desleixado e isso o deixava muito atraente, não que ele não fosse, muito pelo contrario.
Andou ate ele calmamente, com o coração acelerado, e as pernas bambas, se sentia uma adolescente com o seu primeiro amor... E talvez realmente fosse.
- Boa tarde, James - Pronunciou, chamando-o a atenção, viu seus ombros se levantarem numa espécie de choque, ele estava bem distraído.
- Oh, você chegou, Nayumi - O loiro lhe ofereceu um sorriso e gentil e quando estava se abaixando para lhe dar um beijo da bochecha, surtou internamente.
- E-eu so-sou casada! - Lhe disse rapidamente, enquanto seu corpo endurecia, mas tinha que admitir que queria muito ser beijo. Ah, e como queria... Porém, seus pensamentos foram interrompidos, pela risada baixa do loiro.
- E ainda, sim, você veio, não? - Havia um sorriso sugestivo em sua face e a mesma corou, aquela expressão a fazia esquecer até mesmo do pecado que estava cometendo.
- B-bem, mas por que você me chamou? - Indagou enquanto desviava seu olhar do maior que parecia querer devora-la e tinha que admitir que isso a deixava "animada".
- Nada importante, apenas queria passar um tempo com você - Seu coração disparará, e sua boca secou, odiava momentos assim, pois nunca conseguia responder a altura - Vamos lá - O loiro pegou a sua mão e saiu andando entre as pessoas que se localizava naquela praça. E a mesma nem teve tempo de protestar.
Depois de um tempo andando, James parou em frente a uma loja de doces, mais especificamente sua loja favorita, a famosa "My Candy Love". Uma expressão alegre como a de uma criança tomou conta de sua face, ele realmente adorava doces, não? Entrou sem pestanejar, enquanto puxava Nayumi consigo.
- Oh, Senhor Ashmith, que bom vê-lo novamente - Cumprimentou alegremente o balconista, com um sorriso sincero em seu rosto.
- Olá, Oliver, é bom vê-lo também - Respondeu o loiro ao moreno, enquanto fitava os doces da vitrine, como se fitasse ouro.
- E quem seria esta bela dama? - Perguntou animadamente enquanto fitava a japonesa com interesse.
- A-ah... Eu sou Nayumi Toriyama, é um prazer conhece-lo - Apresentou-se timidamente ao balconista gentil.
- Seria ela sua namorada, James? - Perguntou com um sorriso sacana em sua face e voltou a fita-la enquanto estreitava levemente os olhos - Mas, sabe... Tenho a impressão de te-la visto antes, em algum outro lugar... - Levou a mão ao pensativo. Teria visto ela em algum, outro lugar? Era difícil, pois não é comum você ver asiáticos naquele país.
- Tenho certeza que deve estar confundindo com alguma outra pessoa - Respondeu o maior acanhado, querendo contornar a situação - Mas, deixando isso de lado. Já decidiu o que vai querer, Nayumi? - Ah... O jeito como pronunciava seu nome era um graça... Porém, não era o momento apropriado para se deleitar com esta maravilhosa voz.
- Bem... Ainda não - Respondeu fitando a vitrine que estava cheia de suculentas e saborosas opções a sua disposição, era sua primeira vez naquela loja, com certeza gostaria de provar alguns docinhos.
- Oliver, gostaria de três donuts recheados com cobertura de chocolate, um bolo de morango, alguns tubinhos ácidos e uma torta de limão - A menor estava impressionada, ele realmente gostava de doces e isso o deixava fofo.
- Er... Eu quero uma torta de maracujá e... Só, eu acho, nunca estive aqui não sei o que escolher direito - Pronunciou tímida, realmente era uma mulher indecisa.
- Linda, Senhorita, recomendo os folhados de chocolate, oh, hoje está no capricho! - Levou a ponta dos dedos perto da boca e a estalou enquanto abria a mão, um gesto para enfatizar a gostosura do doce. Por que, não?
- Claro, então vai ser um pedaço da torta de maracujá e o folhado de chocolate - Respondeu sorrindo.
Estavam calmamente comendo seus doces, enquanto admiravam a beleza do parque, a folhagem das árvores adquiriam uma cor alaranja, um dos sinais de que o outono estava chegando, sem contar o vento gélido que algumas vezes acariciava seu cabelo, fechou os olhos para apreciar melhor o momento, e sentiu algo gelado em sua bochecha, mas não era a brisa e sim... Dedos, os mesmo acariciavam gentilmente seu rosto, por mais que fossem poucas as vezes que sentia aquele toque, sabia exatamente que era os dedos gélidos e gentis de James.
- No que está pensando? - Indagou o loiro, havia uma expressão preocupada em sua face - Você... Você não está com os pensamentos nele, está? - A tristeza em sua voz era quase tangível e isso estilhaçava seu frágil coração, não gostava de ouvi-lo falar daquela maneira, era quase uma morte para si.
- Não! Não... Estou, eu apenas estou aproveitando o momento - Respondeu sincera ao loiro, e as linhas de preocupação do rosto dele desapareceram, como se nunca estivesse lá a alguns segundos naquela face.
- Tome - Pegou uma garfada de sua torta e levou próximo aos lábios da mulher que estava estática ou melhor dizendo, tímida.
- N-na-não, não precisa! - Suas bochechas arderam, ah! Que vergonha!
- Se não comer logo, vai cair do garfo, sem contar que meu braço esta começando a doer - Pronunciou, tentando persuadi-la a comer, o que deu certo, mesmo tímida abocanhou o pedaço da torta de limão.
- Hum... Realmente os doces de lá, são divinos - Comentou enquanto saboreava o gosto da torta que espalhava em sua boca.
- Sim, esse é um dos motivos de ser minha loja favorita - Um sorriso nostálgico se espalhava pela seus lábios, como se estivesse lembrando-se se uma memória delicada e muito querida.
- "Um dos motivos"? - Questionou Nayumi - Tem quantos motivos, exatamente? - Perguntou curiosa, obviamente ele queria manter certo mistério para deixar a mulher curiosa.
- Qual é o primeiro, então? - Qualquer dia desses sua curiosidade iria mata-la.
- Você - Respondeu curto e direito, enquanto a mulher arregalou os olhos sem entender e James deu uma risada baixa e gostosa de se ouvir - Você não se lembra, não é? - Era pergunta retórica, mas ainda sim Nayumi balançou sua cabeça para os lados, lhe respondendo - Creio que foi sua primeira vez aqui, você estava perdida, e passou por aquela loja, foi onde conversamos pela primeira vez também, bem, obviamente você não se lembra - Agora era um sorriso melancólico estava em sua face.
- Ah, eu lembro! - Disse animada - Lembro como se fosse ontem - E deu uma risada - Mas, é verdade que não reparei na loja, o que é uma pena! De qualquer forma, sinto muito por isso
- Eu entendo, Pulcherrimam omnium - Novamente seu sorriso gentil, estava em sua face, seu olhar foi em direção ao relógio em seu pulso que estava coberto pela manga - Oh, sinto muito, mas eu preciso ir - Anunciou de levantando abruptamente
- O quê? Mas, já? - Sua tristeza é mais que audível, não queria se separar dele, sem contar que queria perguntar a ele o que significava a tal palavra, mas talvez não fosse o momento apropriado
- Bem, eu tenho que ver algumas coisas, você pode vir comigo, mas não poderei lhe dar muita atenção
- Tudo bem! - Decidiu-se rapidamente - Não me importo.
Ou talvez se importasse, sim. Era como se não estivesse ali, e isso deixava a mesma com raiva, mesmo que não tivesse esse direito. Estavam em um quarto de um antigo orfanato católico da cidade, lugar onde James cresceu inclusive. O cômodo era extremamente simples e aconchegante, havia uma cama de solteiro, uma mesa de madeira com uma gaveta que estava coberta de papéis que o loiro estava analisando com ex-tre-ma atenção, havia também um fogão pequeno de quatro bocas.
Inflou suas bochechas, queria a atenção dele, queria o toque ele... Queria ele, com toda sua força, mas era errado. Um pecado, e não podia querer isso.
- Farei um pouco de chá para você, isso deve ser cansativo - Comentou, enquanto se levantava para começar a preparar, assim que colocou a água para fever, ficou lá em pé, pensando sobre coisas aleatórias.
Até que sente braços rodearam seu corpo pequeno, e seu corpo endurece, que inesperado! E talvez para piorar a situação, ou melhorar, o loiro da uma mordida em seu pescoço, e a menor solta um suspiro prazeroso. E acomodou seu queixo no ombro da japonesa.
- Você o ama? - Perguntou em um tom de voz quase inaudível.
- O-o que?! - Não estava acreditando no que ele perguntou a ela.
- Eu perguntei se você ama aquele homem, Nayumi? - Seu tom de voz foi mais alto, porém a seriedade permanecia, o que a fez estremecer.
- Eu... Bem, eu... - Como responderia? Ela tinha que fazer tudo de acordo com o plano. Então, por isso respirou fundo - Sim, eu o amo - Respondeu de olhos fechados. E os braços se soltaram de seu corpo, e virou-se para ele, agora que podia. Deparando com o olhar amargurado e totalmente e entristecido, não conseguia suportar ver aquele olhar e desviou, olhando para o chão.
- Sinto muito, eu almejava por algo que não posso ter... Você tem um lugar para voltar - Seu coração e alma estava sendo jogado em poço de escuridão, não suportava ver o homem que amava, sofrer, queria faze-lo sorrir, sempre! - Por favor, va embora - E James saiu andando em passos largos pela porta.
Passou-se uma hora e chá já estava frio, mas nada de James, não queria deixa-lo, seus pensamentos de tristeza e culpa foram totalmente interrompidos por uma porta sendo aberta e se deparou com o loiro a sua frente.
- James! Eu - Mal teve tempo de continuar sua frase, pois o loiro puxou seu braço e a prensou contra a parede
- O que você ainda esta fazendo aqui?! - Perguntou em tom exalando raiva, mas ainda era possível sentira tristeza por baixa das camadas vermelhas do excesso de raiva - Esta querendo me enlouquecer?! - Aproximou o corpo da maior, em uma tentativa necessitada de sentir o corpo dela.
- James, me deixe explicar - Sua voz foi calada por um beijo forte e rápido. E mesmo tendo dito tão pouco, era possível sentir sua voz embargada, juntamente com seus olhos cheios de lágrimas.
- Era pra você ter ido embora - Mordeu o pescoço - Não consigo me controlar quando você esta perto de mim - Em seguida fez uma trilha de beijos cálidos até o canto dos seus lábios, que pareciam lhe chamar. Não tardou nem minutos e Nayumi começou a derramar suas lágrimas.
- É errado? - Perguntou com a voz embargada, e soluçando histericamente, fazendo James parar para fita-la - É tão errado, eu estar casada com um homem e ainda sim, desejar e amar outro? - Sua voz soava confusão e desespero, aquilo estava-a matando!
- Isso é o que chamamos de adultério - E a beijou ferozmente, sendo correspondido a altura, enquanto a descolava da parede e os braços pequenos e frágeis da mulher rodeavam seu pescoço, em uma tentativa de contato e tentar aprofundar o beijo.
- Sim, mas... - Tentou sibilar algo quando seus lábios se desgrudaram do loiro, mas ele logo os conectou novamente, esperava a tanto tempo aquele momento.
- Agora não pense nada que não seja em mim - A pegou no colo e a jogou na cama - Isto pode ser um pecado, mas é o Meu Doce Pecado - E mais uma vez seus lábios se juntaram, tentando saciar o desejo a tanto tempo reprimido por eles. E James tinha razão, era errado, era um pecado, mas um doce pecado.
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