História My Sweet Sin - Chapter VII

Estava na cozinha apoiada no balcão pensando em algo para fazer de almoço. Marta sempre tira uma folga aos Domingos, então sempre temos que nos virar nesse dia. Mordi os lábios e abri o armário vendo alguns ingredientes.

– Hm... talvez... uma lasanha? – perguntei para mim mesma olhando o macarrão e o molho de tomate.

Dei de ombros e comecei a pegar tudo o que precisava. Fiz um coque podrinho e comecei a preparar o macarrão.

                            [...]

– Hmm... o cheiro está maravilhoso. Lasanha? – Justin apareceu do nada me dando um leve susto. Sorri sem graça assentindo e o mesmo beijou minha bochecha.

– Poderia ao menos colocar a mesa?

– Sim, senhora. – Bateu continência me causando risos

Como ele agia naturalmente depois daquilo?

Ignorei meus pensamentos e fui ver se já estava tudo pronto. Desliguei o forno, coloquei uma luva para poder pegar a travessa quente e a tirei dali, colocando no balcão ao lado. Justin voltou e me ajudou a levar algumas coisas para a sala de jantar. O almoço foi tranquilo com tio Justin fazendo perguntas aleatórias.

– E aí, já decidiu qual será o tema da festa de aniversário? – Bebericou seu refrigerante me olhando.

– Ainda não – Assentiu. – Mas pretendo já decidir sobre isso essa semana ainda.

– Tudo bem então. – Suspirei. – Vamos, eu te ajudo com a louça.

– É claro que vai ajudar Além de fazer a comida, queria que eu la esse tudo sozinha? – Nos levantamos e começamos a tirar a mesa. Ele parou e olhou pra mim com a sobrancelha arqueada.

– Você anda muito abusada, sabia?

– Abuso seria se fizesse isso tudo sozinha!

– Vou te mostrar o que é abuso... – disse com a voz carregada de malícia. Olhei para ele que sorria de lado e engoli a seco levando a louça para a pia da cozinha. Ouvi seus passos logo atrás de mim.

– Você lava e eu seco. – Bufou.

Sorri vitoriosa e esperei que ele começasse a lavar.

                            [...]

– Amiga? Mell e eu estamos chegando. – Atendi assim que li "Capeta" brilhando na tela de meu celular.

– E quem deixou?

– Nós. – disse óbvia. – Desce logo. – Desligou e olhei para a tela do celular.

Que abuso.

Desci as escadas e assim que abri a porta, as duas já foram adentrando.

– Educação mandou lembranças. – Riram e acompanhei as mesmas.

Subimos para o meu quarto e me joguei na cama, Mell ao meu lado e Caah do outro, mas preferiu ficar sentada. Apoiei minha cabeça em seu colo e Mell em minha barriga.

– Preguiçosas.

– Somos. – Mell e eu falamos em uníssono e rimos em seguida.

– Seu aniversário é daqui a dois meses, Mandy. Irá fazer alguma festa? – perguntou Mell.

– Sim! Tio Justin deixou. – Sorri abertamente e vibramos.

– Já tem algum tema?

– Ainda não... – Bufei.

– Relaxa, iremos pensar em algo. – disse Caah enquanto mexia em seu celular.

– Lembrando que é apenas 16 anos, não pode ser nada muito exagerado.

– Ahh, meus quinze anos. Caramba, foi a melhor e pior festa de aniversário da minha vida.

– Foi maravilhosa! Lembra que peguei o David? – disse Caah e rimos de sua cara safada.

– Só o David? E o Phelipe? Harry, Travor...

– Shh, não precisa dizer a lista toda! – Gargalhamos.

– Piranha. E eu fiquei só com o Patrick e o Logan. – Caah e eu nos entreolhamos e gargalhamos alto.

– Tá querendo mentir pra nós duas, Mell? Não se faça de santa! – falei ainda rindo.

– Olha só... queimando meu filme. Que absurdo! Não vem não, Mandy, que eu meto a mão na sua cara. Tu também não é santa não!

– Fato. – Assentiu Caah.

– Mas que calúnia! – Me levantei na cama e peguei um de meus travesseiros e bati nas duas.

– Ah, é assim então? – Mell pegou um travesseiro com um sorriso travesso nos lábios e o atirou em mim me fazendo cair deitada na cama As duas riram e eu as acompanhei.

– Guerra de travesseiroo! – Caah gritou e começamos a bater com os travesseiros umas nas outras enquanto gargalhava-mos.

                            [...]

Mordi um pedaço do sanduíche que havia feito a alguns minutos atrás e me sentei ao lado das meninas que conversavam sobre o tema da minha festa de aniversário.

– Então, Mandy, a gente tava falando aqui e... – Caah parou assim que olhou pra mim, Mell rapidamente virou o rosto para me olhar.

– O que foi? – Franzi o senho olhando em volta de mim.

– Não acredito que você não fez um pra gente. – disse Mell fingindo magoa igual a amiga.

– Pra quem já chega na casa dos outros sem avisar...

– A gente avisou sim! – Caah insistiu.

– Avisaram quando já estavam no portão. – Revirei os olhos e dei mais uma mordida.

– Foda-se. Avisamos. – Mell se alterou.

– Ah, calem a boca e vão fazer os seus.

Mell deu de língua e se levantou junto a Caah, descemos para a cozinha.

– Oh, oi meninas. – Tio Justin as cumprimentou e vi que as mesmas o olhavam de cima a baixo, o mesmo usava apenas uma bermuda fina, chinelos e havia um óculos de sol, camiseta e chaves em suas mãos.

– E aí, tio Justin? – Mell fez um sinal com a mão e Caah fez o mesmo, tio Justin sorriu abertamente. Puta que pariu.

– Oi princesa. – Beijou minha testa. Senti minhas bochechas corarem.

O quê? Queriam que eu ficasse normal depois dele me tocar lá?

– Mandy, eu vou na casa do Ryan tá bom?

– Ok. – Assenti.

– Não demoro. Se comportem. – Nos encarou sério e depois sorriu.

– Tá bom Justin. – Olhou para mim e sorriu de lado, logo saindo depois.

Seguimos para a cozinha novamente.

– Porra, Mandy, que tio! – Mell se abanou.

– Se fosse meu tio, já teria dado pra ele a muito tempo. Não aguentaria esse Deus grego desfilando pela casa sem camisa. Nossa! Sobe até um calor... – Caah também começou a se abanar.

– Vocês não prestam. – Revirei os olhos rindo delas. – Mas voltando o foco para a minha festa. O que iriam me dizer?

– Ah, claro! – Caah disse enquanto fazia seu sanduíche – Estávamos pensando em fazer estilo cassino sabe? – Imaginei como seria e fiz uma careta.

– Algo menor, por favor.

– Piscina?

– Não tão simples.

– Neon? – Sugeriu Mell.

– Foi dos meus 15, Mell.

– Ah, sonsa. – Bateu em sua cabeça.

– Paris?

– Menos...

– Porra, Amanda! Facilita, né? Baile e máscaras? – Olhei para ela.

– Interessante...

– Calma, calma! Já sei. Seu aniversário é final de Outubro, certo?

– Sim.

– Que tal uma festa com o tema do Halloween? – Olhou para nós entusiasmada.

– Isso! Daí pode tornar uma festa a fantasia!

– Boa! – falei já gostando da ideia.

– Ótimo. Já escolhemos o tema, agora quem vamos convidar? – perguntou Mell.

– Bora começar a fazer a lista. – Me levantei comendo o último pedaço de sanduíche e tomando um gole de suco de limão.

                            [...]

– É... até que deu bastante. – disse Caah olhando as folhas preenchidas.

– Pra que trouxeram as mochilas? – perguntei assim que percebi as mesmas no canto da sala.

– Vamos dormir aqui. – disse Mell anotando algumas coisas em um caderno.

– Ah, vocês que descidem né? Só chegar e dormir. Nem sei porque ainda fico surpresa. Folgadas.

– Também te amamos. – Caah mandou um beijo para mim. Dei de língua.

– Tem mais alguma ideia para a decoração? – perguntou Mell.

– Acho que já está bom.

– Seu tio nem deve deixar entrar bebidas alcoólicas né?

– Ele me decapta só de me imaginar com um copo de álcool na mão. – Rimos fraco.

– Mas e as fantasias? – Dessa vez foi Caah.

– Temos bastante tempo ainda para isso. No momento precisamos achar um buffet e dj disponíveis para o dia e já encomendar os convites.

– Verdade. Mas acho que seu tio deveria ao menos dar uma olhada nos convidados, vai que ele quer chamar mais alguém.– disse Caah dando de ombros.

– Eu sei, ele verá isso amanhã.

– Por falar em amanhã... escola.

– Ah, cale a boca, Mell. – Caah tampou uma almofada nela.

Rimos e a porta foi aberta, olhamos para a mesma e por ela passava tio Justin tirando seus óculos. Ele realmente estava usando óculos escuros a essa hora?

– Ué, vocês irão dormir aqui? – perguntou deixando as chaves do carro em uma mesinha ao seu lado.

– Sim, elas simplesmente trouxeram as mochilas. – Tio Justin riu fraco.

– Tudo bem então. Vou subir e tomar um banho, daqui a pouco eu desço.

– Quer ajuda? – Mell disse baixo, porém acredito que ele ouviu. Ela arregalou os olhos quando percebeu que soltou sem querer. Prendi o riso que queria sair escandalosamente.

– Desculpe? – Franziu o senho. Pelo visto não devia ter ouvido direito.

– O quê? Nada! Eu... eu... apenas disse tudo bem. – Sorriu amarelo.

– Oh, sim. – Sorriu. – Eu vou pedir comida japonesa, vocês topam? – disse começando a subir as escadas.

– Por mim tudo bem. – digo ainda prendendo o riso.

– Por mim também. – Olhei para Caah e ela também prendia o riso.

– Certo, irei pedir então. – E sumiu de nosso campo de visão.

Caah e eu começamos a gargalhar alto e Mell nos olhava irritada.

– Não estou vendo graça.

– Eu não acredito que você disse aquilo, Mell. – disse Caah entre gargalhadas.

– Quer ajuda? – Imitei Mell que me olhou raivosa e gargalhamos ainda mais.

– Foi sem querer! Era só para ser em meus pensamentos. – Começou a rir também.

– Safada. – Tampei uma almofada nela.

– Tá, já chega. – Caah sessou os risos e respirou fundo tomando fôlego, fiz o mesmo. Nos entreolhamos e caímos na gargalhada de novo.

– Retardadas. – disse Mell rindo.

                             [...]

Quando paramos de rir, fomos para meu respectivo quarto tomar banho e vestir nossos pijamas. Mell foi primeiro, logo em seguida eu e por último Caah. Quando todas já estavam prontas, descemos para a sala e encontramos tio Justin no telefone, pelo o que ouvi, deveria estar fazendo os pedidos.

– Ok, obrigado. – disse desligando o telefone.

As meninas se jogaram em um sofá e tio Justin em outro.

– Ah, eu fico no chão né bonitos? – disse pegando os controles.

– Deixa de ser dramática.– Justin me puxou para o seu lado.

– Escolhe logo um filme. – Mell reclamou.

– Calma, sua vaca, acabei de sentar! – Ela revirou os olhos rindo e os outros a acompanharam.

– Hm... que tal... – Zapeava a procura de um bom filme de terror e avistei um que, particularmente, era meu favorito. – A Morte do Demônio?

– O quê? Não! Pelo amor, Mandy. – Caah se desesperou.

– Ah, fica quieta. Você nunca viu esse filme! – Todos nós rimos, menos Caah que revirou os olhos e deu de língua.

– Põe logo. – Justin reclamou querendo tomar o controle de mim.

– Saai! – Puxei o controle para mim – A comida vai demorar ainda.

– Então que tal você fazer aquele doce brasileiro? – disse Mell e vi Justin abrir um enorme sorriso.

– Por que eu?

– Porque é a única que sabe fazer? – disse óbvia. Olhei para a mesma séria e mandei o dedo do meio – Criançona.

– Isso é injusto. Deveriam aprender logo! – Levantei emburrada.

– Eu quero aprender! – Caah levantou.

– Ótimo. Você vai fazer então, vamos.

Seguimos até a cozinha e então reparei que todos estavam aqui.

– Olha, aqui não é programa culinário não.

– Cala a boca e manda ela fazer as coisas. – Justin disse entediado. Revirei os olhos.

– Caah, pega uma panela, uma lata de leite condensado, manteiga e achocolatado.

– Ok.

Ela saiu a procura de tudo o que eu havia pedido. Em poucos segundos tudo já estava no balcão e a panela no fogão.

– Só? – perguntou Mell com o senho franzido. Assenti com tédio.

– Certo, agora coloque duas colheres de manteiga na panela, ligue no fogo alto e deixe derreter um pouco. – Ela assentiu fazendo tudo com a maior calma e cuidado.

– E agora?

– Coloque quatro colheres de achocolatado e abaixe o fogo.

– Médio? – Se referiu ao fogo.

– Baixo. – Assentiu abaixando o fogo após colocar o achocolatado. – Agora ponha o leite condensado e misture sem parar até o cantinho da panela começar a borbulhar.

– Aí o que eu devo fazer quando começar a borbulhar?

– Desligue o fogo e continue mexendo. – disse simples.

– Só isso? – perguntou Justin.

– É.

– Achei que era algo dificílimo. – disse Mell.

– Pois é né.

– Ai meu Deus. Tá borbulhando. – disse Caah.

– Desliga ué. – falei e ela desligou sem parar de mexer.

– Vou pegar um prato. – disse Justin.

– Não esquece de...

– Untar. Eu sei. – Me cortou.

– Ao menos isso né. – Deu de língua enquanto untava o prato com manteiga e o correspondi com o mesmo ato.

– Ai parecem duas crianças. – disse Mell revirando os olhos.

Justin colocou o prato ao lado de Caah no balcão e a mesma despeijou o brigadeiro no mesmo. E que comece a batalha.

– Eu fico com a panela. – disse Mell.

– Nada disso, eu quem fiz! Tenho o direito de ficar com a panela!

– Sai fora!

– Eu fico com a panela. Se não fosse por mim vocês nem teriam comido brigadeiro. – falei convencida estendendo a mão para pegar a panela.

– Nem vem, Mandy, eu fico com a panela. – disse Caah.

– Não, eu vou ficar! – disse Mell.

E começamos uma discussão com quem deveria ficar com a panela, até que percebi que Caah e nem Mell estavam com a panela em mãos e tio Justin estava muito quieto.

– Epa, epa. Calma, meninas. Onde está Justin? – Ela pararam de falar e me olharam, olharam para a cozinha a procura de Justin e pausaram no balcão onde deveria estar a panela.

– Filho da mãe. – disse Mell e fomos até a sala, encontrando tio Justin sentadinho se lambuzando de brigadeiro enquanto assistia alguma luta.

Cocei a garganta na intenção de chamar sua atenção, mas nem deu ideia. Fiz mais alto e o mesmo nos encarou inocentemente com o canto da boca suja de brigadeiro.

– Vocês aceitam? – Estendeu a panela para nós. Ri de sua cara negando com a cabeça.

                            [...]

Era a segunda vez que a campainha soava e eu corria para atender.

– An... boa noite, a barca que senhor Bieber pediu.

– Oh, sim, só um minuto. JUSTIN A COMIDA CHEGOU. – gritei e voltei a encarar o entregador que estava com os olhos esbugalhados. Sorri sem graça.

Justin apareceu atrás de mim e me deu o dinheiro, pegou a comida e entrou. Paguei o moço e agradeci, logo fechando a porta e correndo para a sala onde Justin colocava a barca na mesinha.

– Sua vadia, eu quero um pouco! – disse Mell gritando e correndo atrás de Caah que continha uma colher de brigadeiro em mãos.

– Mas o que... Carolinne! Era pra esperar. – falei.

– Não resisti. – Fez cara de piedade e Mell arrancou a colher de sua mão e a colocou na boca.

– Parecem dois animais. – Tio Justin riu de meu comentário.

– Tá legal, eu tô com fome e tô nem aí se vocês não comerem. Sobra mais. – Justin disse sentando em uma almofada lambendo os lábios e pegando seu hashi.

Corri para sentar ao seu lado e peguei meu hashi, logo as meninas se sentaram conosco e iniciei o filme.

                             [...]

Já havíamos acabado de comer e estávamos todos sentados no sofá com o prato de brigadeiro entre nós. Eu e as meninas gritamos ao ver o monstro se aproximando da garota, agarrei tio Justin e ouvir ele grunhir de dor.

– Desculpa, é que... – comecei ao ver que arranhei fortemente seu peitoral.

– Shh... – Me cortou. – Tudo bem.

Assenti e voltamos a prestar atenção no filme. Gritamos mais uma vez ao ver a moça arrancando sua mão e dessa vez escondi meu rosto em Justin. Ok, eu amo filmes de terror, mas não significa que eu não sinta medo!

– Tomaaa!! – Caah vibrou com a cena em que a moça enfiava uma motosserra pela boca no monstro e o partia no meio.

– Chupa seu filho da puta! – Mell também vibrou e eu não me contive em rir.

– Olha a boca. – disse Justin e Mell revirou os olhos.

– Ainda bem que aquele corno morreu, o de óculos. – disse Caah.

– Ahh, se ele não morresse, eu teria entrado no filme e o matava. – Justin e eu rimos das palavras de Mell.

– Seria injusto se não morresse, a culpa foi dele por ter lido aquela merda de livro. – falei e tio Justin me olhou feio. Ele não gostava quando falávamos palavrões.

– Pois é. – disse Caah.

– Certo, agora vamos dormir que já está tarde. – Justin se levantou desligando a TV.

– Ah não, Justin. – Fiz manhã e as meninas fizeram cara de cachorro sem dono.

– Andem, amanhã vocês tem aula e eu trabalho. – Me puxou pela mão, mas eu fazia corpo mole. – Ah, é assim? – Fechei meus olhos permanecendo ali e senti sendo levantada e ficando de cabeça pra baixo. Abri os olhos rapidamente e percebi que estava nos ombros de tio Justin.

– Ei! Mas que absurdo! Me solta agora. – Protestei e me sacudi tentando fazê-lo me soltar. – Justin!

– Vou ter que levantar as duas também? – Me ignorou e eu só vi as duas passando depressa. Justin riu pelo nariz e foi andando até as escadas, a essa altura as meninas já entravam no meu quarto.

– Já pode me soltar. – Me remexi e senti um tapa estalado em minha bunda. – Ai! Me solta, Justin!

– Não. – disse simples enquanto subia as escadas. Me remexi mais uma vez e o ouvi grunhir. – Não faça isso...

Me remexi mais uma vez por birra e ele me colocou no chão. Iria me virar pra ir ao meu quarto, porém fui impedida com Justin me prensando contra a parede. Arregalei os olhos assustada e olhei para os lados vendo se alguém iria nos ver assim.

– Justin, me solta.

– Se você balançar essa bunda na minha cara mais uma vez, eu não respondo pelos meus atos. – disse entre dentes ignorando minha fala e olhando para minha boca.

Olhei para a sua e subi o olhar para os seus olhos. Minha respiração estava pesada, assim como a dele. Sorri maldosa e vi sua cara de confuso.

– Vai fazer o quê? – O olhei desafiadora e o empurrei levemente indo em direção ao meu quarto.

– Mandy, Mandy... se eu fosse você não brincava com fogo. Você pode se queimar. – Ignorei e entrei no meu quarto vendo as meninas conversando enquanto arrumavam onde iriam dormir.

Suspirei aliviada e me joguei na cama. Conversamos um pouco até resolvermos dormir. Me virei de bruços e fechei os olhos, pegando no sono um tempo depois.

                            [...]

– Acorda Caah! – Tampei meu travesseiro em sua cara e fui para meu closet.

Hoje a manhã estava fria. Vesti uma lingerie branca e comecei a procurar pelo o que vestir. Optei por uma calça jeans rasgadinha, camiseta fina branca e um casaco de crochet rosa bebê. Me vesti e calcei tênis brancos. Me olhei no espelho e sorri com o resultado. Coloquei um cordão de ouro, brincos e um anel.

Saí do closet e me sentei na penteadeira. Mell já estava vestida, usava um moletom bege, calça rasgadinha branca, um boné também bege e no momento calçava seus tênis brancos. Caah pelo visto ainda estava no banho, então tratei de terminar de me arrumar.

Fiz uma maquiagem simplesinha por ser manhã e eu estar indo para a escola apenas. Assim que terminei de passar o batom nude, comecei a pentear os cabelos e em seguida seca-los. Mell já se maquiava e Caah também, que trajava uma legging preta, blusa bege, uma timberland boots bege e um gorro branco. Exagerada.

Quando já estávamos todas prontas, pegamos nossas mochilas e descemos para a cozinha, encontrando tio Justin já sentado tomando seu café.

– Uau. Bom dia, meninas. – Ele disse bebericando seu café enquanto nos olhava sorrindo.

– Bom dia, tio. – disse beijando sua bochecha e me sentando ao lado.

– Bom dia. – disse Caah se sentando ao meu lado sorrindo.

– Nem tão bom, mas né...

– Mell com seu maravilhoso bom humor pela manhã. – falei colocando calda de chocolate e morangos em meus waffles, ela me mandou o dedo do meio e Justin riu negando com a cabeça.

                             [...]

Mell e eu estávamos indo nos encontrar com o pessoal atrás da escola, íamos matar aula. Peguei meu celular e entrei no nosso grupo do whats, avisando que já estávamos a caminho.

Quando chegamos lá, vimos Jack e Ari sentados em um banco e Matt e Shawn em pé de costas para nós. Jack e Ari nos viram e eu pedi para ficarem quietos, eles assentiram e eu fui correndo até Shawn, pulando em suas costas. Por sorte ele me segurou, se não iríamos cair no chão.

– Au! Quem é a gorda que tá em cima de mim?

– Não sou tão gorda! – Dei um tapa em seu ombro e o mesmo riu me ajeitando em suas costas.

– Caah já está vindo? – Mell perguntou.

– Sim, ela disse estar no banheiro. Noah já está atravessando o pátio principal. – disse Matt olhando eu seu celular.

– Beleza.

Abri minha mochila e peguei um chiclete, assim que abri a embalagem vi 5 pares de pernas em minha frente. Olhei para cima e vi todos sorrindo, revirei os olhos e dei um chiclete pra cada. Um tempo depois Noah chegou com Caah ao seu lado.

– E aí, gente? – disse Noah.

– Quem tá com chiclete? – Caah perguntou.

– Um amigo da minha sala me deu. – Dissemos em uníssono. Caah nos olhou desconfiada.

– Sei... – Dei de ombros.

– Então... vamos? – disse Jack ajeitando sua mochila.

– Vamos. – falei e todos assentiram.

Shawn foi o primeiro a pular, logo em seguida Noah. Jack nos dava apoio e Mell ficava de olho se alguém vinha. Subi com a ajuda de Jack.

– Ai senhor, não me deixe cair, Jack.

– Calma, princesa. Você sabe que nunca faria isso.

– Igual da última vez né?

– Esquece isso. – disse rindo. Revirei os olhos e subi no muro.

Quando olhei para baixo, avistei Shawn de braços estendidos. Sorri nervosa e respirei fundo.

– Shawn, pelo amor hein.

– Anda logo, obesa. – Revirei os olhos e me preparei para pular. Um... dois... três! Fechei os olhos e pulei, sentindo braços me segurarem. Abri os olhos e vi Shawn sorrindo.

– Tô viva! – falei descendo de seu colo arrancando risos de todos ali.

                             [...]

Lambi meu sorvete de chocolate que se desfazia aos poucos. Eu havia tirado o casaco pelo calor que fazia àquela hora. Eram exatos 3:25 p.m.

– Vem Mandy, vou te ensinar a andar de skate – disse Shawn me levantando.

– Ah não. Quero tomar meu sorvete primeiro.

– Engole essa merda logo, já está no final. – Revirei os olhos e enfiei resto na boca. – Gulosa. – O olhei irritada e ele começou a rir.

– Ai minha cabeça. – falei com dificuldade pela boca estar cheia. Comecei a me abanar.

Bugante né? Normalmente abanamos por algo quente, não gelado. Vai entender.

– Congelou o cérebro, gorda? – Shawn perguntou rindo.

– Gorda é a sua língua, idiota. – Riu mais ainda.

– Vamos logo.

Me puxou para a pista. Olhei para o chão e vi o skate em minha frente.

– Que que eu faço?

– Sobe ué.

– Esse negócio vai andar... – Coloquei um pé.

– Você não é tão... – Tentei colocar o outro e acabei caindo de bunda. Ele começou a gargalhar alto e eu vi os outros também rirem.

– Não tem graça! – Me levantei limpando a bunda.

– Você é muito sonsa. Caralho. – Não parava de gargalhar. Grunhi de raiva e acertei-lhe um tapa no braço. – Ai! Doeu.

– Era pra doer mesmo! Palhaço. – Comecei a andar para o lugar onde eu estava.

– Não, volta aqui... vou te ajudar. É sério agora. – Me puxou pelo braço.

– Vou me sujar toda aqui!

– Eu não vou deixar você cair. – disse me olhando nos olhos. Franzi o senho pela cara de bocó que fazia.

– An... tá legal, ok né. Vamos lá.

Coloquei um pé no skate e Shawn segurou minha mão para subir com o outro pé.

– Isso, agora mantenha equilíbrio, vou te soltar devagar. – disse se afastando aos pouquinhos.

– Quê? Não! Não me solta Shawn! – Ele riu de meu desespero, o que me deixou puta.

– Relaxa, Mandy.

Respirei fundo e assenti deixando ele me soltar.

– Isso, agora desce com cuid.. – Me desequilibrei, porém Shawn me segurou. – Você é péssima hein.

– Sai fora. – Fechei a cara.

– Sobe de novo. Coloque o pé direito aqui e o esquerdo aqui, olha. – Ele subiu no skate e depois desceu.

– Parece tão fácil.

– E é.

– Sobe nessa merda logo, Mandy! – Mell gritou, de onde estava sentada com as meninas, me fazendo revirar os olhos.

– Ok... – Respirei fundo e fiz como ele havia dito. Balancei um pouco quando já estava em cima, mas não caí.

– Melhorou. – Sorriu sincero e eu sorri de volta, quase automaticamente.

– E agora?

– Agora você vai andar. – Arregalei os olhos – Relaxa, eu vou te segurar.

Suspirei aliviada e assenti. Deixei o pé esquerdo pra fora e Shawn me deu as mãos.

– Empurra. Mas devagar! – Ri e fiz o que ele disse, começando a andar. – Isso, empurra mais uma vez.

                             [...]

Saí do box do banheiro enrola na toalha e fui até o closet. Me sequei e vesti uma lingerie laranja bem clarinha, uma blusa moletom e um short também moletom. Calcei minhas pantufas e fiz um rabo de cavalo em meus cabelos. Passei um perfume qualquer e me joguei na cama. Peguei meu celular e os fones, e zapeei-o a procura de uma música boa, coloquei os fones e comecei a cantarolar A Droga do Amor - Ari Acústico.

Fiz alguns tweets, postei algumas fotos no insta que havia tirado a alguns dias e tirei algumas no snap.

– Senhorita Mandy? – Bateram na porta.

– Sim? Entre. – Me sentei na cama e tirei os fones. Era Pietra, uma outra empregada nossa.

– Com licença, vim chamá-la para o jantar, senhorita.

– Obrigada Pietra. Já falei para me chamar de Mandy. – Sorri para ela e ela fez tipo uma reverência.

– Desculpe, senh... Mandy. – Concertou. Ri da mesma.

– Já irei descer. E pare de me tratar como se eu fosse da realeza. – Ela assentiu brevemente e saiu pedindo licença.

Suspirei e me levantei da cama desconectando os fones do celular. Coloquei-o no bolso do moletom e desci rumo a cozinha.

Uma vez na mesma, vi Justin sentando mexendo em seu tablet. Com certeza era algo sobre a empresa. Nem em casa ele deixa de trabalhar. Revirei os olhos e me sentei perto dele, subiu o olhar e sorriu para mim. Marta e Dolores, sua nova ajudante na cozinha, colocaram a comida em cima da mesa e senti meu estômago roncar ao ver salmão assado. Assim que colocaram a mesa, rapidamente coloquei meu prato e um copo de suco.

– Que isso. Parece que não come a meses. – Justin disse se assustando com minha pressa, ri.

– Só estou com fome. – Dei de ombros.

– Como foi a escola? – perguntou cortando seu salmão.

– An... normal. – Justin não pode nem sonhar que matei aula.

Conversávamos aleatoriamente durante o jantar até que me lembro da minha festa.

– Justin, eu e as meninas já olhamos algumas coisas sobre minha festa.

– Sério? Qual é o tema? – disse colocando uma garfada em sua boca.

– Halloween. – Dei e ombros.

– Vai ter que vestir a caráter? – perguntou com um sorrisinho.

– Sim. Espero que nenhuma vadia venha vestida de coelhinha da Playboy. – Revirei os olhos e Justin riu de meu comentário.

– Depois eu quero que dê uma olhada na lista de convidados. Se quiser colocar alguém... – Me fiz de desinteressada. O fato era que eu queria que ele chamasse o tio Ryan, tio Chris, Chaz e Fredo, eu os adorava.

– Tudo bem.

– Preciso que olhe um Dj e algum buffet que possa nos atender.

– Irei olhar isso ainda essa semana. – Assenti dando um gole no meu suco de laranja. – Onde está a lista?

– No meu quarto, depois eu te entrego.

– Tudo bem. Vai querer olhar os convites quando?

– Quando o senhor puder – Dei de ombros.

– Senhor? Ah, qual é... não sou tão velho assim. – falou franzindo o senho. Ri de sua cara.

                             [...]

Justin entregou a lista de convidados e como já imaginava, seus amigos estavam ali... e mais duas garotas. Dei de ombros e guardei na gaveta da escrivaninha. Me joguei na cama e senti meu corpo relaxar ao poucos, fechei os olhos e em poucos minutos adormeci.