Sou despertada com o delicioso cheiro de um possível café da manhã entrando pelas minhas narinas, me remexo um pouco debaixo das cobertas e sinto uma dor horrível por todo meu corpo, com um pouco de esforço me sento na cama e percebo que não estava no meu quarto.
— Como se sente ? — Desvio minha atenção do quarto desconhecido assim que escuto a voz de Ray.
— Estou com um pouco de dor, mas vou sobreviver. — Respondi sorrindo. — Ray ? — A mesma me encarou. — Onde estamos ?
— Depois daquela briga com Arya os cabeças de pano resolveram te trazer pra esse chalé nas montanhas, e eu, como uma boa amiga, me auto convidei e vim junto porque não confio em te deixar com esses bonecos. — Ray me entregou um prato com comida enquanto me explicava.— Foi complicado retirar o veneno do seu corpo, mas não sabia que você ia apagar desse jeito, você está dormindo faz dois dias e foi uma luta tirar o Leo daqui ...
— Que, o Leo ? Ele está bem ? E os meninos ? — Cortei Ray assim que me lembrei dos seis rapazes lutando contra as plantas de Arya.
— Você tá toda quebrada mas está preocupada com os bonecos ? — Ray falou com sarcasmo. — Eles não sofreram nenhum arranhão ...
Assim que escutei aquelas palavras soltei o ar que prendia em meus pulmões aliviada.
— E o Leo não saía do seu lado enquanto você dormia. — Ray comentou com um sorriso sugestivo nos lábios.
No mesmo instante me engasguei com a comida na minha boca e comecei a tossir desesperadamente, tal ato fez Ray soltar altas gargalhadas. A mesma me entregou uma caneca com um líquido quente para me ajudar a aliviar a tosse repentina.
— Que negócio é esse ? — Fiz uma careta assim que sinto o gosto amargo da bebida.
— Chá cicatrizante. — A mais velha respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Como você achou que seus machucados se curariam tão rápido ?
Fiquei bebericando aquele chá até Ray me obrigar a tomar o chá de uma vez, depois de mais alguns minutos a mesma sai do quarto carregando meu prato e caneca vazios.
***
Horas mais tarde, todos estávamos reunidos passeando pela floresta que cercava o chalé. Por causa dos meus machucados, os garotos insistiram em me levar num pequeno trenó de madeira para não me esforçar em andar pela grossa camada de neve fofa que cobria o chão da floresta.
Ficamos um bom tempo andando pelas redondezas apreciando a paisagem até decidirmos voltar para o chalé devido ao frio.
Quando começou a anoitecer, o chão da sala de estar do chalé foi coberto por edredons e travesseiros, apenas a luz do fogo que emanava da lareira e a luz da televisão iluminavam o cômodo.
— Cadê o Leo ? — Perguntei assim que notei a ausência do mais velho.
— Acho que ele tá no quarto dele. — Ken respondeu com a boca cheia de pipoca.
Saí do meio daquele mar de edredons e fui para o quarto de Leo, chegando lá, o lugar encontrava-se vazio e a porta de vidro que dava para a sacada estava aberta. Fui em direção a sacada e acabo por encontrar Leo sentado em uma das cadeiras da sacada olhando para as estrelas.
— O que faz aí, não quer ir assistir um filme ? — Dei um sorriso quando percebi que acabara de dar um susto no rapaz sentado.
O mais velho não respondeu nada, apenas me convidou para me sentar com um gesto com a mão. Me sentei na cadeira ao seu lado e olhei para o céu e fiquei observando aqueles inúmeros pontinhos brilhantes que piscavam acima de nós.
— Uau, que bonito ! — Comentei fascinada com aquelas luzes em meio a paisagem que nos encontrávamos.
Olhei de relance para Leo e notei que o mesmo me observava com um sorriso nos lábios, virei meu rosto para o mais velho e fiz uma careta sem entender o motivo do estar me encarando.
— O que foi, tô suja de chocolate quente ? — Perguntei passado minhas mãos na região próxima aos meu lábios.
Leo negou com a cabeça e foi se aproximando de mim até eu poder sentir sua respiração quente batendo contra meu rosto.
Aquele aproximação toda me deixou nervosa, resolvi olhar para o chão na tentativa de esconder minhas bochechas coradas, mas Leo me interrompeu segurando meu rosto delicadamente com suas mãos, fiquei encarando as orbes escuras de Leo enquanto o mesmo acariciava de leve minha bochecha.
Fechei meus olhos ao sentir o calor que saía das mãos de Leo em contato com a minha pele, em meio às sensações que estava experimentando pela primeira vez, sinto uma leve pressão contra meus lábios.
Começo a sentir as famosas borboletas no estômago quando finalmente percebo que estava sendo beijada por Leo, por ser a primeira vez que aquilo acontecia comigo, levo minhas mãos timidamente até a nuca do mais velho e me entrego a aquele beijo.
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