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História My Wolf - À flor da pele


Escrita por: Gaby_Pibby

Notas do Autor


Cês acharam mesmo que eu não ia postar capítulo novo? E ainda de madrugada?

Meninaaaa tive um bloqueio criativo de fude no finalzinho do capítulo, mas minha amiga me deu uma força.

Bom, é isso, espero que gostem.

Capítulo 5 - À flor da pele


Fanfic / Fanfiction My Wolf - À flor da pele

Era possível ouvir uma caminhonete parando a uma pequena distância da floreta. Um homem desceu caminhando com calma até a orla, ajeitando suas mãos sobre suas bagagens, já era noite, como aquelas que a Lua iluminava o caminho, logo, um raio recaiu sobre uma silhueta feminina em uma árvore não muito longe.

- Trinta minutos, Jiraiya, não há relógios com você? Nem mesmo o do celular? – a mulher perguntou, desencostando-se da árvore com um ar zombeteiro. Chutando levemente um saco ao seu lado.

- Eu também senti sua falta depois de três meses Tsunade! – Jiraya sorriu vazio para a mulher, suspirando sutilmente pelo nariz. – Olha, eu não queria dizer nada, mas eu consigo ver suas rugas daqui amor, têm que usar alguns cosméticos. – Jiraya zombou de Tsunade, quase rindo quando viu uma pequena veia salto em sua testa.

- Inacreditável. – Tsunade revirou os olhos, suspirando levemente, como se perguntasse para alguma divindade se isso era mesmo viável. Logo um sorriso malicioso tomou seus lábios – Mas, já que estamos no assunto, como têm andando com as pílulas azuis? – o sorriso aumentou um pouco mais vendo a cara de desespero do grisalho. – Sim amor, eu sei. E a menos que queria que seja espalhado, sugiro que comece a andar. E cale a boca!

Jiraiya teve a decência de seguir a loira, não sem antes engolir seu orgulho pela garganta. O mundo não poderia saber que Jiraya usava pílulas azuis, quer dizer… não que ele use! Jamais!

- Visitou as meninas? – Jiraya olhou-o de soslaio.

- Não, ainda não. – Tsunade suspirou. – Você… certo. – a pergunta morreu após o grisalho balançar a cabeça. – Recebi uma mensagem de Shizune, ela disse que encontrou um esconderijo no Canadá para as meninas. Ela já deve estar lá.

- Canadá? – a palavra dançou sobre os lábios de Jiraiya, fazendo-o arquear uma sobrancelha cinzenta – Achei que não fosse voltar lá, com toda aquela história… - ele empurrou levemente o ombro de Tsunade. Sabia que ela odiava aquele lugar depois do vexame em que ela participou.

- Nem fale mais uma palavra sobre isso! – Tsunade rugiu, apressando o passo. – É um esconderijo, eu e Shizune vamos verificar o local, e se tudo estiver certo iremos para lá. 

Jiraiya suspirou desviando de uma raíz.

- Tenho certeza que deve ser seguro o suficiente. Sakura não está pronta. – ele olhou para Tsunade, alcançando-a, ele teria tocado em seu ombro se pudesse.

Tsunade reivindicou o direito ao silêncio entre os dois. Fazendo continuar sua caminhada sendo mais rápida, fazendo o grisalho estranhar que nunca chegava ao chalé, ele já deveria estar ali.

Ele notou como a folhagem da área começou a ser bagunçada, quebrada em alguns pontos e revirada em outros. Deveria ter sido assim? Ele olhou para Tsunade, vendo o modo como seus ombros tencionaram como quem espera um ataque a qualquer momento.

- O chalé não deveria ser perto? – Jiraiya comentou estreitando seus olhos.

- Sim. – Tsunade murmurou levemente, observando o que parecia muito ser uma pegada, o coração falhando uma batida. Ela notou o silêncio da floresta pela primeira, gesticulando para Jiraya, que fechou um olho procurando qualquer vestígio de um pássaro ou um grilo.

Nada.

Ambos notaram algumas plantas mortas a sua frente, em direção ao chalé, ele ficou tentando a quebrar a ilusão que quem quer que seja, tenha posto. Ele ouviu Tsunade praguejar enquanto abaixava sua bagagem lentamente no chão, Jiraiya pôs um passo atrás.

Se o silêncio na floresta estava excruciante, o silêncio dos dois estava pior, tão torturante quanto, eles andaram calmamente, evitando qualquer barulho que pudessem produzir, vendo o chalé. Ambos, instintivamente cobriram as costas um do outro, preparando-se para o ataque, ou sua defesa. Eles viram como as luzes do chalé estavam apagadas, as árvores mortas ao seu redor, fazendo Tsunade largar a cobertura e correr, Jiraiya a impediu rapidamente, fazendo-a voltar a caminhar.

As garras de Jiraya começaram a crescer, Tsunade conjurou um feitiço em sua mão, assumindo um brilho esverdeado. Ambos pararam a frente do chalé, Jiraya tentava ouvir algo, qualquer coisa, mas nada. Tsunade esperava a permissão do lobo para entrar. Após o mesmo fazer sinal de confirmação, ela socou a porta, vendo desapaixonadamente os destroços se espalhando.

A loira olhou para Jiraya, que balançou a cabeça, vendo como estava escuro, anormalmente escuro, ou o fraco contorno dos móveis revirados aqui e ali, ela prendeu a respiração.

- Sakura? – veio fraco, como se faltasse força para falar, se mexer até. – SAKURA?! HINATA? SHIZUNE! – Tsunade gritou, entrando em pânico, quase avançando no chalé, sentindo a mão de Jiraya segurando-a, ficando em sua frente protetoramente. Logo o grisalho cheirou o ar, tentando capturar um aroma, o que quer que seja.

Tsunade suspirou se houvesse alguém lá dentro ele teria ouvido algo, nem que fosse um mísero ruído.

Ela produziu algumas esferas minúsculas, mas poderosas de fogo, vendo como o local parecia mais iluminado, podendo distinguir alguns móveis a sua frente, logo, perceberam uma mão embaixo de uma estante de livros caída. Tsunade fora cautelosamente até lá, puxando a mão, logo vendo que estava presa, Jiraya se pôs a mover a estante, retirando os livros que caíam da mesma. A mão pertencia a Shizune, que cobria um corpo com o seu.

- Shizune. – Tsunade quase se desesperou, pegando o corpo da morena e retirando-o de lá, pondo em uma posição reta, vendo todos os machucados e sangramentos. Ela suspirou, pondo o ouvido perto do rosto de Shizune, verificando como ela respirava leve com fraqueza. – Ela está muito ferida e inconsciente. Vou levá-la para o quarto e ver o que posso fazer. – a loira suspirou pegando cuidadosamente o corpo de Shizune, uma vez que ainda não sabia das extensões dos ferimentos. Logo vendo o corpo secundário com a adaga de Shizune em cima do coração, uma gosma verde ainda escorrendo, que também estava presente no corpo de Shizune.

– Descubra quem ele é, e depois vá atrás das garotas.

- Não vai precisar. – Jiraya lamentou se aproximando do corpo morto, levantando a manga do casaco, revelando um desenho de cobra incrustado no que deveria ser a pele.

– É um renegado! – ele tornou a falar, olhando para Tsunade com pesar – Um dos capangas pessoais de Orochimaru.

Havia dois tipos de renegados, os que se alimentavam de sangue, e os que matavam por prazer, e todos os dois tipos faziam parte do exército pessoal de Orochimaru.

Geralmente todos os renegados que se desvinculavam de suas espécies viravam seres loucos por sangue, fazendo-o seu alimento constante. Os que conseguiam ficar sãos com a falta do sangue eram os principais renegados de Orochimaru, o que ele escolhia para trabalhos selecionados.

Tsunade sentiu seu mundo caindo. Ela não conseguia entender como Orochimaru soube da garota. Uma vez que desde o nascimento dela eles nunca pararam em um único lugar para que nunca soubessem da existência dela, então… como Orochimaru, de todas as pessoas conseguiu encontrá-la? Descobri-la?

Cada vez mais perguntas, e as respostas nunca viam. 

- E-eu… não pode ser! – ela deveria ter esquecido como era respirar, sua visão ficou escura por breves momentos. Ela sentia que estava apertando Shizune. – Eu… nós fizemos o possível para que ela nunca fosse descoberta. Ou não tão cedo assim! Droga! El-

- Calma! – Jiraiya esbravejou contra Tsunade. Ele suspirou passando as mãos pelos cabelos albinos, pegando Shizune com cuidado, a transferindo para seus braços. – Eles nunca descobriram a existência dela, isso pode ter sido um acaso Tsu. Vamos verificar tudo, e reunir o que sabemos. Se for mesmo verdade… - o grisalho hesitou mordendo o lábio com mais força do que queria. – então, nós vamos descobrir o que fazer.

- Como…? Como! Você está tão calmo! Você não percebe que ele- aquela cobra pode estar com ela e Hinata?! – Tsunade quase gritou, olhando-o furiosa, se não fosse por Shizune nos braços e peito do homem, ela o teria socado agora. – É minha culpa. Eu deveria tê-la entregado ao mestre quando nasceu. Eu-eu destruí a única chance do mundo sobrenatural.

- Tsunade… - Jiraiya ficou sem ação por alguns momentos. – Chega. CHEGA! – ela se assustou. – Você não está sozinha! Agora, aconteceu algo aqui, que ainda não sabemos como ou por que, mas Shizune está ruim, até mesmo pior do que sabemos. Temos que ajudá-la primeiro.

- Eu sei! – A mulher choramingou repirando fundo. – Mas, as garotas podem estar por aí, feridas, ou mortas! – ela mordeu o lábio – E… e se tiverem outros como ele? Atrás delas? – Jiraiya não precisou ver para saber que ela estava falando dos outros capangas de Orochimaru.

- Pare de se martirizar! – ele sorriu caminhando para a entrada do chalé, ali não era mais seguro para que possam cuidar de Shizune. – Nós três cuidamos daquelas garotas por todos esses anos, elas dão conta de um cara maior que esse! – ele encostou-se ao batente da porta, tomando cuidado com a cabeça de Shizune, olhou por cima do ombro, encontrando o olhar da loira – Eu acredito nas nossas meninas. A única coisa que temos que nos preocupar é com Orochimaru, ele não deve saber sobre Sakura!– ele sorriu vazio. –A preocupação acentua as rugas, querida.

Tsunade suspirou pela milésima vez naquela noite.

Jiraiya era assim. O mundo podia estar desabando, em fogo ou água, mas ele sempre procura ver o lado bom das coisas. E ela sentia um pouco de inveja disso, mas sabia melhor: ele estava mais preocupado do que ela.

A mulher abraçou os braços, ela estava fraquejando, e odiava esse sentimento, de impotência, ela não gostava de não ter as respostas. Ela estava rezando para que quem estivesse ali em cima, esteja protegendo suas meninas, para que elas estejam bem, ela repetiu o mantra que de Jiraiya estava certo, e suas garotas eram espertas. Iriam procurar um jeito de acha-los.

- Tudo bem! – ela olhou determinada para o grisalho se afastando gradualmente do chalé, para que ela pudesse alcançá-lo com poucos passos rápidos. Logo, estava ao seu lado. – Mudança de planos: leve-a para longe daqui, ela não pode ficar sem atenção por muito tempo. E eu vou procurar algo que seja útil, e depois queimar esse lugar. – o homen balançou a cabeça, começou a andar para fora do chalé, deixando Tsunade para trás.

Tsunade voltou rapidamente para o chalé, vendo o corpo do homem que Shizune matou, se aproximando observando tudo o que podia, fazendo anotações mentais.

Era deplorável. Deplorável o que acontecia com um sobrenatural depois de negar a própria espécie, a pele assumia uma palidez como uma folha de papel, e, às vezes descascava. Os dentes apodreciam, ou caíam, o sangue virara um verde musgo, e os olhos num tom claro de violeta. Eles não podiam mais andar entre os humanos, ou não deveriam, mas Orochimaru fabricou uma poção para que possa.

Ela revirou os bolsos em procura a alguma identificação, e é claro que não usaria. Levantando a camiseta ela encontrou barbatanas nas laterais do corpo.

- Um tritão? Sério? Shizune apanhou para um Tritão?! – ela deu um sorriso irônico levantando-se e dando uma última olhada pelo lugar, pondo-se a andar para o lado de fora, deixando suas esferas de fogo para trás, perto demais de panos e madeira.

Logo a uma distância considerável, ela estendeu a mão esquerda, fechada para logo abrir, liberando um pequeno impulso, as esferas respondendo e explodindo, levando tudo. Tsunade ficou olhando para as chamas e as cinzas do que já queimara subirem ao céu, e tomou o rumo de olhar para a Lua.

- Tomara que estejam bem. – ela se virou andando em direção a Shizune, que deveria estar dentro da camionete com Jiraiya.

***

- Certo, o plano vai ser assim… - Naruto se remexeu animado demais enquanto os outros prestavam atenção. Estavam a tempo demais na mesa bolando alguma coisa desde que a garota de cabelos rosas havia chega – Ino vai cair na frente dela e o Sasuke entra como um doce cavalheiro e a ajuda. Aí a garota vai ficar encantada e se joga em cima dele na hora. Pronto! Quem precisa de cupido quando tem Narutinho aqui como concelheiro amoroso? To certo! – Neji e Ino olhavam para ele céticos, já Kiba concordava freneticamente com o plano, Shikamaru ainda dormia, e Sasuke…

Bem, ele fica vendo a garota de cabelos rosas fazendo dobraduras com o guardanapo, e bebendo um suco alaranjado. Como se até suas respirações fossem graciosas demais.

- Você está louco?! Nunca que uma garota iria fazer isso! – Ino reclamou, controlando seu tom de voz. – Vamos fazer assim: eu vou lá fora e faço uma flor crescer no estacionamento, daí o Sasuke vai e entrega a flor pra ela. E eles começam uma conversa. – Ino sorriu – Assim vai funcionar, muito melhor que o seu plano!

- que?!– Naruto reclamou com Ino, inacreditado.

- Acho que vai ser estranho Sasuke chegar do nada com flores para uma garota que nem conhece. – Shikamaru bocejou olhando para os amigos.

- Você não estava dormindo? – Ino olhou para ele franzindo o cenho, vendo como o Nara voltava a descansar a cabeça nos braços. – Se acha estranho, dê uma ideia então. E você também Sasuke, uma vez que ela foi escolhida como sua marcada. – a loira olhou para o outro, notando como ele estava apenas observando a garota, sem notar o que eles estavam falando.

- Será que ela pinta o cabelo por quê gosta da cor? – Sasuke descansou o queixo sobre as mãos observando cuidadosa como a garota colocava uma mexa do cabelo atrás da orelha, vendo um piercing na helix. Estava tão concentrado que ingnorou a voz de Naruto o chamando de "boiola."

- Por que você… - Neji hesitou quando todos os olhares se viraram para ele, até mesmo Shikamaru. – Por que você não conversa com ela? Parece ser uma pessoa tranquila. – ele se remexeu desconfortável, tocando uma mexa do cabelo que escapava do coque.

Eles viram como Sasuke parecia pensar sobre, sobre como seria fácil simplesmente chegar ali, o difícil seria iniciar e manter uma conversa com ela. Ele parecia decidido, enquanto virava o corpo, como se fosse sair da cadeira. Ele queria saber ao menos o nome dela, já que poderia ir embora e nunca mais vê-la, o que com certeza ele não iria deixar.

Eles deram espaço, para o Uchiha que se colocou de pé para sair da mesa.

- Meu caro amigo, com cabelo de bunda de pato. – Naruto começou, segurando o braço do mesmo, bloqueando seu camimho. – Eu vou lhe oferecer uma coisa de vital importância em um relacionamento. – eles olharam para o loiro com curiosidade, até que o mesmo estendeu uma mão para o Uchiha, relevando um pequeno pacote prateado.  – Use com sabedoria. – ele parecia muito confiante. Eles engasgaram com o ar, alguns sibilaram.

- Um preservativo? Você por acaso é idiota? – Ino chiou quase acertando o outro loiro, preferindo acertar a testa. – Sasuke nunc...- a palavra morreu quando ela viu o moreno pegar o pacote rapidamente o colocando no bolso. Soltando o braço da mão do amigo.

- Obrigado dobe. - Sasuke murmurou, bebendo de sua cerveja em um gole e saindo da mesa, decididamente indo para a garota de cabelos rosas ainda fazendo dobraduras nos guardanapos.

Naruto sorriu largo em vitoria, os outros entravam em um desespero silencioso.

-Isso vai ser um desastre.– Shikamaru murmurou, observando a cena cuidadosamente.

- Ele é um Uchiha acima de tudo. Parece um imã para mulheres, minha prima que o diga. – Naruto murmurou tomando um gole da cerveja meio quente. – Mesmo que diga a coisa mais machista e sexista do mundo, ela vai com ele não importando o que ele diga.

- Bem… - Kiba começou, - Vamos ver o show. – eles observaram de soslaio vendo o Uchiha indo para a garota.

Sasuke, por fora estava calmo e confiante, por dentro estava em desespero completo. Ele não sabia o que exatamente dizer para ela. Apenas sabia que não queria usar a lábia com ela, como fazia com tantas outras. Ele viu Ayame chegando perto do balcão.

- Mais uma cerveja, por favor. – ele viu a morena entrar dentro da cozinha. Ele sabia que não tinha muito tempo para falar, logo pensando em tudo o que podia abordar, como o cabelo rosa dela, mas poderia ser grosseiro. Ele suspirou sentindo o aroma, observando levemente o origami de Tsuru que ela fazia.

– Um Tsuru, - ele murmurou – ficou muito bom. – Sasuke chegou à conclusão de que queria morrer.

Naruto sorriu do outro lado do estabelecimento, cutucando o gargalo da cerveja, antes de esconder o sorriso.

- Passo um, feito! – Naruto murmurou, engolindo o álcool.

A garota terminou seu suco, e o segundo Tsuru.

- Muito obrigada. – ela sorriu, sem olhar para o moreno. Sasuke só consrguia pensar em uma coisa.

PUTA QUE PARIUU!! Podia ser só um "obrigado", mas ainda veio com o "muito." E Deus, que voz era aquela? Ele simplesmente queria gritar e ouvir o seu nome sendo dito por aqueles lábios atraentes. 

De certa forma, aquilo lhe incentivou a continuar o assunto.

- Conhece a lenda? – Sasuke se apoiou no balcão, como quem queria nada. Ela sorriu para ele, voltando sua atenção para o homem a sua frente. – A lenda japonesa diz que o Tsuru pode viver até mil anos, é considerado o companheiro dos eremitas, que se refugiavam nas montanhas para meditar. – Sasuke sabia que a lenda era verdadeira, lembrava-se de Fugaku contando historias de quando era do templo dos eremitas que passavam por lá.

A garota maneou a cabeça, erguendo as sobrancelhas rosadas. Seu olhar indo do Uchiha para o relógio atrás dele, logo voltando para o moreno, se fixando ali.

- Você é um historiador? – ela perguntou brincando distraidamente com o canudo do copo. Sasuke ficou confuso por alguns segundos, se Neji estava certo sobre o fato dela ser tranquila, ele descobriria agora.

Ele só sabia que queria conversar com ela para todo o sempre.

- Não, não. Eu só-

- Então quando eu quiser saber sobre alguma lenda oriental, eu pergunto para algum, o.k? – ela o cortou sorrindo e dando-lhe uma piscadela. Sasuke pensava em como tinha levado um fora, e dela ainda por cima.

Naruto cuspiu um pouco da sua bebida enquanto tampava a boca, Neji e Kiba suprimiram uma risada bebendo para disfarça, Shika murmurando um problemático e Ino colocava a mão em cima da de Naruto vendo o loiro ficar vermelho enquanto segurava a gargalhada.

- Ela deu um fora nele?– Neji esclareceu, abandonando a cerveja.- milagres existem.

Sasuke ficou olhando para a garota, ignorando quando Ayame pôs sua cereja em sua frente, ele sabia que Naruto, Shika, Kiba e Neji estavam escutando, e divulgando os eventos para Ino. Ele não precisava se virar para saber que Naruto estava suprimindo a risada bebendo – e se engasgando – com a cerveja.

- Sinto muito – Sasuke pensou no que diria a seguir, mas parou quando ela lhe deu um olhar vazio, voltando para um terceiro Tsuru.

“Tranquila minha bunda!” Sasuke praguejou mentalmante antes de sair, pegando a garrafa com talvez força demais, indo para os amigos. Ele até gostou da aparente antipatia dela, mas não iria forçar nada agora. Quem sabe num futuro próximo, o universo estava bondoso com ele até agora.

- Espere. – ela chamou, fazendo-se virar, suprimindo o sorriso menor. Naruto parou de rir ao fundo, e começou a observa desacreditado.

– Eu não estou em um dia bom. E você não é o primeiro que da em cima de mim. – o pedido de desculpas não foi dito, mas foi aceito.

- Tudo bem. – ele tentou não sorrir mais, mas falhou. – Eu não estava dando em cima de você. – ele mentiu, e se ela notou não comentou.

- Meu nome é Sakura… - ela murmurou se levantando, estendendo a mão para ele.

- Sasuke, Uchiha Sasuke. – ele aceitou, vendo como ela abandonara o casaco, mas mantendo os olhos no rosto e na gargantilha dela. Sem a olhar de cima a baixo. Ele sentiu um pequeno arrepio logo abaixo do polegar – Não querendo levar outra patada, mas nunca te vi por aqui. É nova na cidade, Sakura? – ele adorou o jeito em que o nome dela saiu por entre seus lábio ou até mais a risadinha que veio dela.

- Só estou de passagem, não devo ficar mais que amanhã ou depois. – se dependesse de Sasuke, ele iria atrás dela até no inferno. – E você?

- Nascido e criado. – ele sorriu de lado, vendo como ela punha as mãos nos bolsos da calça.

- Pode… - ela hesitou – pode me ajudar com o mapa da cidade? Estou procurando alguns lugares e não acho. – ele sorriu para ela.

- Claro.

Ele não viu como os outros vibravam silenciosamente nos fundos, ou como eles faziam suas apostas, se ele iria levá-la para casa ou não.

***

Fazia muito tempo em que Sai e Karui haviam partido, Hinata apenas andava de um lado para o outro preocupada com Sakura que havia sumido desde manhã.

Eles tiveram que fugir as pressas na noite passada, por conta do capanga de Orochimaru, deixando Shizune para trás a pedido da mesma, eles apenas não sabiam para onde ir, até que lembraram de Sai, um amigo distante que seus tios não poderiam nem sonhar sobre entraram em contato com ele.

O plano era muito simples: entrar em contato com seus tios. Mas não estava dando certo, uma vez que eles nunca lhe disseram onde moravam, e ela nunca havia descoberto o por que. Ela chegou à cidade e tentou fazer uma conexão com Tsunade, mas ela não respondeu. E a cereja do bolo: Sakura sumiu!

Só esperava que ela estivesse bem e fora de perigo.

Ela olhou pela janela suspirando, estavam em Konoha, na floresta. Que deveria ter sido estéreo, mas havia muitas casas ali. Demorou até acharem um lugar afastado, para então Hinata lançar uma barreira com as coisas que Karui roubou para ela. Ela pensou no que deveriam fazer agora, sendo Tsunade quem deveria ter assumido o controle. Mas de uma coisa ela sabia, não podiam ficar em Konoha por muito mais tempo.

Foi tirada de seus pensamentos com o barulho de seu celular, logo vendo o nome de Sai no visor.

- Achou ela? – Hinata podia literalmente sentir as gotas de suor se formar em sua testa.

- Então querida, achar eu achei. Mas não o que você queria.

- Como assim?

- Melhor você sentar…

- Fale Sai! – Hinata estava quase em desespero.

- Hinata...- a moreno fez uma pausa tomando coragem para dar a notícia a amiga.- puseram fogo no chalé. – Hinata pode ouvir Sai suspirando do outro lado da linha – E encontramos um esqueleto carbonizado, junto com a adaga de Shizune. O cara deve ter fugido. -Hinata não assimilou mais o que Sai disse, ela se sentiu fraquejar, quase caindo.

Ela não se lembrava de nada de antes, antes de eles a encontrarem. Ela apenas sabia seu nome, idade e que era uma bruxa. Ela podia sentir o peso da perda daquela época. E nunca soube o porquê, e agora essa sensação voltou com força. Shizune estava morta.

E ainda faltava achar Sakura, e sair dali o mais rápido possível, encontrar Tsunade e Jiraya e fugir como sempre. Talvez ela encontre seus tios.

Ela ligou mais uma vez para Sakura, indo para a caixa postal.

- Quando eu te achar Sakura… - a ameaça pairou no ar, os olhos voltando-se para a Lua, tão brilhante, mas agora opaca. – O seu destino está mais próximo do que pensávamos.

***

- Aqui fica a floricultura Yamanaka – Sasuke apontou para o mapa vendo Sakura escrever o nome no mesmo lugar – E eu acho que concluímos.

- Obrigada. Agora eu não vou me perder. – ela dobrou o mapa colocando-o no bolso, um pequeno de sorriso em sua face. Sasuke havia adorado esse pequeno momento com a rosada, tirando o mal entendido de momentos antes.

- Você é de onde? – Sasuke perguntou casualmente bebendo da cerveja, vendo de soslaio como ela mordeu o lábio.

- De muitos lugares. – ela disse cuidadosamente – Mas eu nasci aqui. Minha família teve que se mudar pouco depois.- Sasuke abriu a boca para dizer algo, mas Ayame interrompeu.

- Senhorita, seu celular já está carregado. – Ayame o entregou, vendo como Sakura a agradeceu por isso. Ela observou os amigos que estava conversando no fundo, podendo ter desejado ou não poder ouvir, e depois para os dois a sua frente. – Vai querer o lámem e o anmitsu para viagem? – Sakura balançou a cabeça.

- Por que voltou? – Sasuke perguntou, sendo a única coisa capaz de formular. Ao ver a confusão no semblante de Sakura ele reformulou – Por que voltou para Konoha? – ela o encarou nos olhos, fazendo-o ver medo e preocupação, sendo mascarados por um sorriso falso.

- Não sei. Talvez ver um pouco das minhas origens? – ela perguntou para si mesma, logo olhando para um homem com seus quarenta ou cinquenta anos, com duas sacolas se aproximar.

- Aqui está seu pedido. – ele sorriu amigável para ela, entregando a nota com o valor, e um aceno para Sasuke, que jurou que ouviu a voz de Naruto falando algo sobre brigas. Ele pensou em se oferecer para levá-la, mas Sakura estava encarando o homem profundamente, e viu que o mesmo nem sequer piscava.– M-Mas, como é visitante deixarei por conta da casa.

- Obrigada Teuchi-san. – ela sorriu, fazendo Sasuke arquear a sobrancelha, como ela sabia o nome dele? Teuchi não usava o famigerado crachá de identificação, e ela apenas tinha conversado com Ayame. Ele estreitou os olhos e olhou para a garota de cabelos rosas que olhava seu celular.

- Se você quiser, posso te acompanhar até em casa. Está tarde, e não é bom andar sozinha nesse horário. – não era como se ele quisesse saber onde ela estava hospedada. Mas queria conversar mais com ela. Porém, foi tudo por água a baixo quando ela revirou os olhos.

- Desculpe, mas não vai dar. – ela vestiu sua capa vermelha, puxando o capuz sobre a cabeça, pegando as sacolas com a comida, ela iria sair quando seu braço foi segurado gentilmente por Sasuke.

- Me passa seu número? caso você precise de algo. – Sasuke perguntou, fazendo-a respirar fundo e ele percebeu que aquela era a personalidade dela, ele sabia que todos os sorrisos eram falsos. Então, o que estava acontecendo?

Sakura arqueou uma sobrancelha, se afastando do toque dele dando alguns passos pequenos para frente, ela o olhou, e depois se virou para a mesa ao fundo, onde os outros estavam conversando aparentemente animados, mas estavam escutando e registrando todos os seus passos.

Sasuke não podia entender, num momento ela estava sendo gentil e no próximo estava evitando contato com ele. Ele sabia que os outros estavam encarando mais abertamente agora, entendendo menos que ele. Sakura se aproximou dele.

- Peça desculpa a Ino por mim. – aquilo o deixou ainda mais confuso e um pouco surpreso.

- Você a conhece?

- É relativo. Ela é a garotinha da foto da floricultura. – Sakura deu um passo para trás, fazendo- o aumentar o tamanho dos olhos. Então era ela quem havia roubado a floricultura naquela manhã.

Ele olhou para a mesa do fundo, vendo Ino se levantar com raiva demais, fazendo os outros a segurarem, levantando-se também. Ele viu ela se soltando, principalmente de Kiba, e estava indo em direção deles, Sasuke se virou para Sakura, mas ela já não estava mais lá. Ele virou para a porta, para ver se podia alcançá-la, mas ela já estava indo para a orla da floresta.

Sasuke viu quando um vulto loiro pálido passou por ele. Ele sabia que não iria acabar bem, Ino era muito poderosa e Sakura era humana, ela não daria conta do recado. Ele sentiu que era sua obrigação defendê-la.

Ele saiu rapidamente da lanchonete, ouvindo Neji falar pra por na conta enquanto os outros o alcançavam rapidamente, ele foi para a floresta, vendo Ino ir pouco mais a frente.

- Neji, Kiba, Shika segurem Ino, eu e Naruto vamos atrás da Sakura. – eles fizeram um barulho concordando.

Eles adentraram para a floresta, tentando sentir o aroma das duas, logo encontrando um rastro pequeno.

Sasuke estava frenético, e já podia sentir seus ossos quebrando-se e realocando-se, a temperatura corporal aumentando e os pelos começarem a crescer aqui e ali, e quando notou ele não passava de um lobo grande demais, com a pelagem tão escura quanto podia. Os outros estavam como ele, porém eram do tamanho comum para um lobo.

Logo à frente, eles viram uma pequena clareira, onde Ino formava uma esfera azul para Sakura que estava a encarando seriamente. Os cinco lobos fizeram um circulo em volta das duas, impedindo escapatória.

- Ino, não se atreva a tocar nela! – Sasuke ordenou telepaticamente para a loira que cerrava os dentes.-se acalme.

- Me acalmar? – Ino esbravejou – Viu o que ela fez? Ela destruiu a loja! Meus pais batalharam a vida toda para construir aquele lugar! E se você acha que apenas por que ela é sua marcada que eu não vou fazer nada? Pense duas vezes! – a esfera aumentou de tamanho, escapando pelos dedos. Os lobos rosnaram se preparando para atacar, eles sabiam que Ino era poderosa, mas se era a marcada do alfa eles teriam que defendê-la. Ino falou novamente, dessa vez num sussurro – Ela destruiu a única lembrança que eu tenho do meu pai.

- Se você encostar nela, eu não respondo por mim. – o Uchiha rosnou a voz mais grave, fazendo a loira olhar para ele de soslaio, mas não impediu que ela atirasse a esfera para Sakura. Sasuke começou a se preparar para atacar e proteger a rosada, mas eles se surpreenderam quando a mesma tomou a esfera em suas mãos, fazendo-a inofensiva.

- iimpossível! – Ino ficou surpresa, vendo Sakura neutralizando a esfera pouco a pouco.

- Vocês acharam que eu fosse humana? – Sakura perguntou, fazendo-os olhar para cima, em uma árvore, ela estava sentada em um galho, o capuz encobrindo o rosto e a sacola pendurada pelos dedos. Observando eles.

Sasuke maneou o focinho para o lado, onde uma cópia de Sakura estava ainda segurando a esfera, ela diminuindo lentamente. Logo virando para cima e vendo outra Sakura lá, desleixadamente no galho.

- O que você é? – Neji perguntou cauteloso, ninguém conseguia bloquear os ataques de Ino, mas ela simplesmente tomou a esfera para si.

Outra Sakura apareceu pouco atrás da Naruto, que se virou para ela rosnando baixo, fazendo a cabeça ser abaixada, para proteger a garganta. Ele lambeu os dentes, como uma ameaça. Logo, mais duas apareceram atrás de Neji, Shika e Kiba, que espelharam o comportamento de Naruto.

- Clones. – Ino assumiu uma posição defensiva, fazendo duas chamas violetas em volta das mãos. – Apenas camaleões conseguem fazer esse tipo de cópia. Mas você não pode ser uma bruxa. – isso fez Sakura soltar uma risada, a verdadeira, que estava em cima da árvore.

– Do que você está rindo aberração?-

Eles nunca haviam sentido um único indicio de magia nela, mas ela conseguiu tomar o ataque de Ino, o que a fez ser tratada como uma bruxa, agora clones era praticamente impossível, já que eles não têm nenhuma linhagem mágica.

- Eu posso ser várias coisas, mas aberração é um pouco demais, não? – Sakura maneou a mão em volta deles, como se mostrasse que eles eram tão aberrações quanto ela. Ela pulou da árvore, abandonando sua sacola lá, ela caiu silenciosamente e pôs-se a caminhar até Ino. – Yamanaka Ino! - isso fez a loira não conseguir se mover mais.- Eu peço desculpas mais uma vez pela loja, mas foi necessário. Você não é a única que perdeu algo ou alguém importante, e eu só quero evitar que isso torne a acontecer. – a garota de cabelos rosas encarava a outra, que podia sentir nada além de medo.

Um rosnado muito alto de Naruto chamou a atenção dos outros, ele recurou um pouco, em vista que parecia que um dos clones de Sakura chegava mais perto dele. Apenas esperando a permissão de Sasuke para avançar no clone.

- O que você é? – Sasuke reforçou a pergunta de Neji, a voz mais profunda e retumbante, com o rosnado mal suprimido.

Sakura o encarou e fez uma demonstração de dentes, que dificilmente poderia ser chamado de sorriso. Ele teria achado fofo ela se esforçar por isso, excerto o fato de que poderia tê-los matado ali mesmo, enquanto os clones se aproximavam mais dos outros, que rosnavam mais alto, se juntando a Ino e a Sakura original.

- Sasuke,- ela abandonou o honorifico que havia usado quando ainda conversavam na lanchonete. – Neji, Shikamaru, Kiba e Naruto. – ela se demorou um pouco no último, andando em volta deles, os clones os obrigando a recuar. Só precisavam da maldita permissão! Ela parou, encarando o lobo de olhos azuis e pelagem dourado escura, fazendo-o virar para a original, parando de rosnar, sentando forçadamente, ela ergueu o focinho do mesmo. – Engraçado, o seu nome não é estanho.

- Como você sabe quem eu sou para início de conversa? – Naruto perguntou guardando um rosnado, ele podia estar visivelmente relaxado, mas não havia se esquecido do clone as suas costas, que avançou um pouco mais.

- Fácil, - um sorriso cruel – Sasuke me mostrou tudo de vocês, bom, quase, algumas coisas na verdade.

- Eu nunca disse algo deles!

- Tem razão. Eu entrei na sua mente, foi tão fácil! Tirei algumas informações da alcateia e espero que você não se importe. – ela sorriu, ainda segurando o focinho de Naruto para cima, o clone chegando cada vez mais perto dele e dos outros. Mas Naruto ou estava ignorando, ou não estava ciente do clone de Sakura tão perto de seu rabo.

Kiba rosnou alto e profundo, fazendo com que Naruto recobrasse a consciência de onde estava se afastando de Sakura e tropeçando com o clone, ele rosnou, arqueando o corpo e os pelos. Kiba estava cansado dessa palestra, com Ino inda imóvel e Sasuke fazendo nada. Se a permissão para atacar não chegasse, ele o faria, e seria punido com felicidade.

- Bom, eu gostei muito de conversar com vocês, - seu olhar demorou-se sobre Sasuke, Naruto e Ino – Mas eu temo que precise partir. – ela sorriu de verdade agora, ela tocou no ombro de Ino. – Apenas espere uns doze minutos que conseguirá se mover novamente. – os clones ficaram em ativa enquanto os lobos recuavam um pouco mais, Sakura foi até a árvore, fazendo a sacola flutuar até si – Elas não vão machucar-lhes se me deixarem sair.

- E quem disse que você pode ir? – Sasuke perguntou raivoso, com raiva do universo. Os deuses gostavam de brincar com ele pelo visto.

- Entendo. – ela olhou para baixo, e um sorriso tímido e fofo tomou suas feições. – Vocês terão que saber qual de mim é a verdadeira. – o sorriso aumentou quando uma luz antinatural tomou conta da clareira, fazendo-os fechar os olhos, e quando sumiu, ela e os clones se foram.

- Porra! – Sasuke xingou, farejando o ar, mas haviam cinco do mesmo aroma espalhados por ai. – Tomem uma trilha e vamos. Ino quando puder se mover, tente rastreá-la com magia.- Eles correram, abandonando Ino, cada um tomando uma trilha, mas a floresta estava ficando cada vez mais impregnada com o aroma de Sakura, confundindo os lobos. Sasuke estava ficando confuso e com ainda mais raiva. Era tão difícil ter um final pacífico? Com ela indo com eles?

O lobo negro diminuiu a velocidade até que parou de correr, fechando os olhos e aproximando o focinho do chão, tentando captar o aroma original, ignorando os falsos. Até que um aroma forte atingiu seu focinho, abrindo os olhos ele revelou o Sharingan, se colocando a correr a toda velocidade.

Aquela noite estava entrando para o primeiro lugar da mais conturbada que já teve. A sua marcada não era humana e nada comparado ao que ele conhecia, e ele conhecia muitas espécies, o que o fazia ficar preocupado. Se o templo descobrisse sobre ela, ou esses poderes incomuns. Eles iriam intervir, e Sasuke não iria medir esforços para protegê-la, mesmo que fosse sacrificar sua alcateia. No entanto, eles seguiriam, era a marcada do alpha de quem estavam falando.

A algumas centenas de metros a sua frente, uma silhueta avermelhada estava de costas para ele, logo a frente do rio cristal. Era um rio pequeno, comum aos olhos humanos, mas para os sobrenaturais era um lugar sagrado, por conta de suas propriedades mágicas.

Ele parou a poucos metros dela, ela parecia tão inofensiva e inocente, mas Sasuke sabia melhor, ele não poderia abaixar sua guarda, não com o que ela tinha feito momentos antes. Ele fez menção a dar um passo, mas foi interrompido pelo suspiro entediado da garota.

- Por tudo o que já passei, nunca imaginei que seria a marcada de um lobo. – ela soltou uma risada fraca. Fazendo Sasuke ficar surpreso pelo fato dela saber, mas agora ele queria saber o que ela era. – Nada contra, mas não gosto muito da sua espécie, não vai acontecer. – ela soltou o que deveria ter sido o enésimo suspiro retirando o capuz. – Me desculpe, mas estou me segurando desde que estrei na lanchonete.

Um vento forte passou por ele, fazendo o aroma dela ficar muito mais forte. Era bom, inebriante, mas sufocante e ele se viu querendo mais daquilo. Ele colocou suas presas para fora, deixando a saliva escorrer pelos caninos. Se ele fosse um drogado, ela seria a droga.

- Minha! – ele gritou parando atrás dela. Aquele aroma, aquele maldito aroma. Os seus sentidos não estavam falhando, ela era a mulher que ficaria ao seu lado, a amante que ficaria com ele, a marcada para sua vida. – Vire-se.

Lentamente ela se virou, fazendo seu coração bater mais rápido do que seria aceitável. Ele a queria com o sem os poderes estranhos. Ela encarou os tomoe do Sharingan e sentiu a cabeça caindo para o lado.

- Eu não pertenço a ninguém Uchiha. – ela disse, tão forte quando o vento que soprava, trazendo folhas consigo. Sasuke protegeu os olhos, mas logo pulou para onde ela estava, porém assim que pousou ao chão, as folhas e o vento pararam tão repentinamente quando começou, e Sakura não estava mais lá.

Ele respirou fundo voltando a sua forma humana, olhando para onde ela estava a poucos momentos atrás. De longe ele podia ouvir os outros correndo, e logo ele sentiu a presença deles, junto de uma Ino que podia se mover novamente.

- Sasuke? – Naruto chamou primeiro, cutucando o focinho no calcanhar dele, ele não sabia o que se passava pela cabeça do Uchiha, mas sabia que ele não teria uma boa noite agora. O rosto de Sasuke se virou para ele, sério, com os punhos cerrados. Kiba engoliu em seco olhando para a Yamanaka, que tinha um olhar tenso para Sasuke.

- Vá para a alcateia e comunique meu pai. – ele se virou e voltou à forma lupina. – Os outros virão comigo procurá-la! – Naruto balançou a cabeça, ele queria ficar, mas obedeceria não importando sua vontade. Os outros se viraram para Sasuke.

- Não há rastro mágico dela. – Ino disse, desviando o olhar. Era raro ela não encarar alguém.

- Amanhã Ino, no meu escritório! Vamos ter uma conversa.- o Uchiha a olhava com uma certa raiva. Sasuke se tranformou mais uma vez.- Shika a acompanhe até em casa. – o lobo disse, correndo logo em seguida e os outros também. Enquanto Ino olhava para o lobo de pelagem castanha.

- Eu não me arrependo. – ela olhou para Shikamaru, mesmo como um lobo, ela podia lê-lo, fazendo-o balançar a cabeça num reflexo humano demais.

- E eu digo que será nossa última noite de sossego.

***

Limpando as solas das botas no tapete da casa, Sakura se viu perdida num breu eterno e antinatural, ela apertou a sacola na mão com força e ficou alerta. Sabia que tinha demorado muito mais do que previra, mas precisava de informações antes de começar sua busca pela manhã. Mas até onde sabia, outro renegado poderia estar a sua busca.

Procurando cautelosamente pelo interruptor na parede, ela o ligou, mas logo se arrependeu quando um vaso veio voando em sua direção com tanta força que ela não pensou duas vezes em desviar, ouvindo o som da cerâmica quebrando.

E foi ali que ela soube que sua noite seria longa.

- Onde você estava? – a voz de Hinata estava baixa e perigosa, e teria muito mais efeito se ela não estivesse segurando outro vaso de cerâmica.– E melhor você sentar vadia, pois hoje você vai me ouvir! E eu acho bom que isso que você está segurando ser comida, para que você possa ter alguma chance de continuar viva. – ela ameaçou, fazendo Sakura soltar um suspiro que logo virou um sorriso travesso.

Ela sabia que estava em maus lençóis, mas sua noite foi divertida graças um lobo possessivo louco que com toda certeza estava atrás dela. E que com toda certeza iria proporcionar mais diversão para ela.

Mas primeiro, ela teria que dobrar a fera da sua amiga.


Continuaa....


Notas Finais


Iaiiii kerelhooo.

Sakura debochada vai ser meu tudo.
Próximo Capitulo vai vir quente.

Em fim, preciso de ajuda. Vcs conhecem alguém que faça capas para a fanfic? se for dawuelas com gif e tudo melhor ainda, eu não consigo acerta em nenhuma que eu faço. Deixem nos comentário se vcs conhecerem.

Me sigam e deixe seu comentário. (Muito blogueira ela.)

Há, inclusive, minha amiga começou uma fic de Naruto para quem gosta no estilo do anime. Vou deixar aqui em baixo.

https://www.spiritfanfiction.com/historia/problematico-19718243


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