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História Mysterious magic - Descubrimento


Escrita por: _naynay_21

Notas do Autor


Fiz com muito amor e carinho. Espero que gostem. Bjss e boa leitura.

Capítulo 1 - Descubrimento


Fanfic / Fanfiction Mysterious magic - Descubrimento

Eu morria lentamente. O sangue escorrendo pela ferida feita no meu peito com uma adaga. Havia vozes, diziam que era perigoso mas poderia me salvar. O que era perigoso? Tentava falar mas a voz não saia. Então, dor explodiu em meu braço esquerdo e a deliciosa sensação de flutuar para longe foi-se embora. E um rosto familiar apareceu, com uma palavra saindo dos seus lábios: prepare-se. Despenquei na escuridão, um grito cortando minha garganta e...

   Me sentei subitamente na cama. Apesar do frio do outono, suava e minhas mãos tremiam. Olhei o relógio no criado mudo ao lado da cama e suspirei. 6:30, hora de se arrumar para a escola, pensei. Me lembrei do sonho e olhei para o meu braço esquerdo, mas o único que vi foi uma marca vermelha. Devo ter me apertado de noite, falei comigo mesma e deixei de lado.

   Peguei a blusa da escola e a passei pelos meus membros cor café com leite, estranhamente a blusa que antes ficava grande cabia perfeitamente agora. Ignorei o fato e peguei uma calça jeans mas esta também ficava menor. Franzi a testa sem entender. Talvez cresci. Peguei uma legie quentinha por dentro e a vesti. Parei em frente ao espelho e fiquei observando a menina no reflexo. Tinha cabelo castanho escuro e era completamente cacheado. Seu rosto era redondo mas bonito, com dois olhos escuros e uma boca bonita. Peguei os meus óculos na escrivaninha e quando os botei percebi que já não precisava deles, mas os botei na mochila por se os precisasse. Me olhei no espelho uma última vez antes de sair e vi a mesma menina comum e igual as outras de 16 anos. Eu era normal, até hoje.

   Me sentia estranhamente diferente. Talvez fossem os óculos, tentei me convencer. Mas não era só isso. Meu corpo todo doía, me sentia flexível, ágil e minha cabeça doía. A sensação de que meu sonho tinha algo a ver com tudo isto não ia embora, mas era impossível. Peguei o meu abrigo preto e depois de vesti-lo olhei o relógio de pulso. O ônibus saia 7:00 e já eram 6:55. Sai correndo ao ponto de ônibus justo quando estava parando o veículo e eu subia ao meu refúgio preferido. Por que refúgio? Bem, eu gostava de sentar na janela e pensar em coisas boas. Às vezes eu lia, ou escutava música. Mas hoje eu só pensava. Olhava distraidamente pela janela, vendo o mundo passar ao meu redor. Me sentia capaz de tudo, mesmo que o dinheiro faltasse. Eu tinha uma bolsa de estudos em uma escola para riquinhos e as garotas era chatas e mimadas...

“Por que ela está me encarando?” a voz de uma das meninas mimadas se escutou clara e forte, me tirando do devaneio. Notei que a encarava enquanto pensava. Olhei ao redor para ver se alguém mais havia escutado, mas ninguém parecia ter notado. “Que menina mais estranha...” ela continuou os chingamentos, mas ninguém parecia ouvir sequer tudo. Me levantei e fui até ela, que mexia nas unhas com ignorância e indiferença.

- Oi – ela não me olhou nem me respondeu. – hum, eu queria saber se você tinha falado alguma coisa pra mim.

Após receber um olhar que dizia: você é maluca? Voltei ao meu lugar me convencendo de que havia imaginado. Mas, ao perguntar à garota uma pontada de medo e descrença tinham brilhado em seu olhar. Minha cabeça latejou mais intensamente e tudo parecia borrado.

 

- Você tem certeza que está bem? – perguntou Mace pela decima quinta vez. Mace era meu melhor amigo, ele tinha um topetinho torto no cabelo castanho meio-claro, olhos grandes castanhos (muito grandes mesmo) acompanhados por cílios extremamente grandes, que nas pontas era loiros, com duas sobrancelhas grossas, mas bonitas. Seu rosto era circular e ele usava aparelho preto como a roupa que sempre vestia. Sua pele era cor Nescau (com algumas poucas espinhas no nariz) e ele era meia cabeça mais alto que eu. Eu gostava do jeito meio nerd, meio descolado, de como ele se preocupava quando eu estava mal, como ele compreendia, escutava, me fazia rir e amava as mesma coisas que eu. Mas o problema era que eu gostava até demais.

   Mesmo que eu sentisse que minha cabeça ia explodir e que dentro de mim tudo estava queimando, assenti. Botei os óculos de novo e melhorou um pouco, nessa hora o sinal para o recrio bateu e eu sai correndo para um lugar mais tranquilo para ver se a dor passava.

- Alis? – escutei alguém atrás de mim me chamar. Alguém não, Katris, minha melhor amiga. Me virei e vi que Mace também estava lá. Quando a vi senti uma pontada de ciúmes. Ela era alta, tinha cabelo castanho escuro e liso e macio. Estava sempre linda, de maquiagem perfeita. Conseguia tudo o que queria. – Você está bem?

   Tudo ao redor girou e do nada, lagrimas queimaram atrás dos meus olhos e cai de joelhos no chão. Algo dentro de mim pareceu explodir e uma lagrima preta caiu pelo meu rosto.

- Alis? Responde. Por favor. – Mace. Um ódio inconsequente cresceu em mim, mas não parecia eu. A raiva era superficial e eu não conseguia me controlar. Levantei os olhos e os olhei por cima dos óculos. Não conseguia controlar meus movimentos, parecia prisioneira no meu próprio corpo. Do nada, eu parecia ver tudo de longe. Eu via Mace e Katris recuando lentamente com olhares de pânico, medo e preocupação. Me vi levantando devagar enquanto meus olhos ficavam pretos com pupilas roxas.

- Que foi, miga? Está com medo? – vi um sorriso cruel e frio se formar nos lábios da outra eu, ela fechou as mãos em punhos. Quando as abriu em vez de unhas tinha garras e caninos cresceram em sua boca. Eu sentia dor nas gengivas, mas ao levar a mão a boca não senti nada anormal. Uma luz opaca começou a irradiar da Alisson malvada e suas roupas oscilavam entre um vestido preto de gala e suas (minhas) roupas.

- Alisson Darnight, pare agora. – Katris deu um passo à frente e empinou a cabeça para frente deixando sua postura reta. Eu sabia que ela estava encenando uma coragem que não tinha e... Espera, eu NÃO estava duvidando da minha melhor amiga. Não, era ELA, a Alisson malvada. Esta garota estranha simplesmente jogou a cabeça para trás e gargalhou friamente.

- Perdeu a voz, meu lindo Mace Jonathan? Vai deixar a destemida Katris Eveton te proteger? – um divertimento e deboche cruel saia da sua boca. Ela continuou avançando. Minha amiga continuou parada, negando a passagem. A Alisson malvada levantou a mão cheia de garras e a mexeu como se espantasse uma mosca; nesse instante Katris se elevou no ar e foi lançada por algo invisível para o lado. Ela gritou e gritou mas não se mexeu. Um grito foi interrompido e o pânico no meu peito cresceu mais ainda, olhei para a silhueta no chão e com um alivio no peito vi que ela se mexia. Enquanto isso a bruxa do outro lado olhou para Mace com desprezo e levantou a mão como se oferecesse alguma coisa ao céu. Os pés de Mace saíram do chão e ele começou a fazer sons de engasgo. Ele arranhava a sua garganta tentando tirar algo que não tinha, seus olhos já grandes, se arregalaram de medo e pânico. O sorriso dela se alargou mais ainda e ela fechou a mão mais um pouco e eu sabia que o aperto na garganta de Mace intensificaram-se. Outra gargalhada cruel cortou o ar.

- Alisson... Por favor. – falou ele engasgando. – N-não... Alis! 

  Eu não podia deixar isso continuar, meu coração doía só de ver aquela cena. Sentia as forças dela (minhas) acabando e de algum jeito sabia que se eu desmaiasse com ela comandando meu corpo, quando acordasse ela continuaria atormentando todo mundo. E eu não podia deixar ela estrangular Mace. Nossas forças iam acabar se eu lutasse contra ela pelo controle do corpo. Corri até lá e fiquei frente a frente com ela. Seu olhar mudou, ela sabia que tinha algo errado. Fechei os olhos e me concentrei em mexer a mão. Senti a tensão no membro dela(minha) passar e Mace respirar pesadamente. O mundo girou e vi tudo do meu próprio corpo. Mace caiu no chão e Katris voltou a gritar. Sangue escorreu do meu nariz.

- Mace... – sussurrei com um sorriso doce no rosto e vi os cantos da minha visão escurecerem. Tive a ligeira sensação de que estava no chão.

- Alis! Alisson! - escutei eles gritando, e foi o último que eu ouvi antes de a escuridão me carregar para longe.

 

   Minhas pálpebras tremeram e se abriram lentamente. Uma tosse seca saiu da minha boca e percebi que dois rostos familiares e preocupados me olhavam de cima.

“Será que ela está bem?” falou a voz de Katris sem abrir a boca.

- como... – tentei falar com a voz rouca. – você falou algo?

   Tentei me levantar. Má ideia. Uma dor inundou a minha cabeça, fiquei tonta e gemi. Senti a mão de Mace em minhas costas me deitando de novo.

- cuidado. Deita de novo, melhor.

- ai. O que aconteceu? – eles me olharam incrédulos e se entreolharam engolindo em seco. – ai meu Deus. O QUE, exatamente, aconteceu?

- serio que você não lembra de nada? – Katris perguntou. – absolutamente nada?

    Neguei levemente com a cabeça com medo do que viria a seguir.

- bem, é uma historia longa... – e a julgar pelos próximos minutos ela estava certa. Katris contou alguma coisa sobre uma bruxa malvada se apoderando d meu corpo, com magia de verdade e coisas do tipo. Eu não estava prestando atenção... até ela falar de alguém machucado.

- espera, o que? – me levantei de uma só vez ignorando a dor. – vocês... eu... isso não pode ser real. Basicamente, você está falando que eu me transformei em uma mulher lobo com magia?

- aham – ela mexeu a cabeça freneticamente, afirmando.

    Virei a cabeça para Mace, que não tinha falado nada até agora. E havia uma pergunta clara em meu rosto: ‘serio?’ e, infelizmente, ele assentiu devagar. Andei nervosamente de um lado para outro negando com a cabeça e tentando lembrar de qualquer coisa que tinha acontecido.

- não, não pode ser verdade! –parei abruptamente quando notei marcas vermelhas no pescoço de Mace e sangue nas mãos e na roupa de Katris. Me agachei na frente dele e estiquei a mão até o seu machucado, ele fez uma careta de dor e se afastou do toque dela; não por medo, mas por dor. Quando puxei a mão de volta havia sangue nas pontas dos meus dedos. Não. Me lentei sentindo lagrimas queimando atrás dos meus olhos. Eu não tinha me tornado uma bruxa fria e cruel. Recuei para longe dos meus amigos. Eu não tinha machucado eles. Lutei contra as lagrimas o máximo que pude e fechei os punhos. Isso não estava acontecendo. “Ah, não. Alis...” escutei a voz de Mace e entendi que ele não falava isso e sim pensava. Não...

- para! – gritei para as vozes que começavam a preencher a minha cabeça, mas maus amigos não as escutavam e me olharam sem entender. – essas vozes na minha cabeça!

    Levei as minhas mãos à cabeça e me agachei. Milhões de vozes explodiram mais alto em minha mente. Conhecidas e desconhecidas. Cada uma dizendo uma coisa diferente e tudo ao mesmo tempo. Senti as minhas mãos queimando e soltei um grito ensurdecedor. As vozes cessaram e lentamente olhei ao redor, me levantando. Katris e Mace me olhavam incrédulos e não era por nada. Havia um círculo de um metro e meio ao meu redor de mato seco, queimado.

- agora você acredita? – Katris disse irônica.

- não, não posso ser.... isto. Não posso ter machucado vocês, – Meus amigos se olharam e vieram me abraçar, mas eu recuei. – Não. Eu posso machucar vocês.

- Alis, nós vamos te ajudar a controlar isto. Você não vai conseguir sozinha. Vai precisar de nós. – Mace segurou minhas mãos e tudo pareceu mais calmo e meu coração pulou.

   Assenti com a cabeça e abracei eles. Voltamos para a sala e o meu receio foi em vão. O apoio que meus amigos me deram tinha me ajudado e eu não ia deixar de tentar cuidar deles. Pena que eu não sabia nem da metade do que viria pela frente.



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