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História Mysterious magic - Tentando entender


Escrita por: _naynay_21

Notas do Autor


Desculpa por demorar tanto! Espero q gostem!

Capítulo 2 - Tentando entender


Fanfic / Fanfiction Mysterious magic - Tentando entender

  - Srta. Darnight, poderia me dizer... – falou a professora mais chata do mundo. Ela tinha uma voz esganiçada e os óculos caídos na ponta do nariz, o que me dava uma agonia enorme. Sempre vinha vestida com uma saia longa entre bege e cinza e uma camisa de gola alta branca com um casaco marrom. Parecia mais velha do que era.

  Sinceramente, eu tinha acordado com a intenção de me controlar. Mas até agora estava sendo muito difícil. As vozes vinham me incomodando desde que tinha acordado e os sonhos estranhos continuavam. Sem falar da constante sensação de que alguém me vigiava e a sombra de alguém fugindo do meu conhecimento. Sabia que tinha uma coisa errada, só não conseguia dizer o que.

- Alisson? – chamou de novo a professora. Senti algo borbulhante na boca do estomago e um pânico crescente. Ah, não..., pensei. Comecei a tremer e minhas mãos esquentaram. Então, percebi que não era eu que estava remendo, mas sim o resto do mundo. Escutei alguém atrás de mim responder alguma coisa à professora, me livrando da atenção e da pergunta. Mas o fogo dentro de mim não parava. Escutei uma menina em algum lugar do mundo se despedindo seu amor que viajava para longe. E um homem que a um minuto atrás se achava o máximo ser assaltado e não poder fazer nada. Senti sua impotência e sua dor quando o assaltante pegava suas coisas e o chutava. Tudo ouvia a mesmo tempo.

  Pulei da minha cadeira e sai porta afora correndo até o banheiro mais próximo. Esbarrei em alguém no meio do corredor e murmurei um pedido de desculpa sem notar a pontada de medo e reconhecimento instantâneo. Não era hora para aquilo, eu podia machucar alguém. Tinha que lidar com o autocontrole primeiro.

  Entrei no banheiro e tranquei a porta. Botei as minhas mãos na pia e as olhei de olhos arregalados. Elas brilhavam num tom vermelho assustador e pareciam prestes a explodir. Liguei a torneira e botei minhas mãos lá na esperança de que elas esfriassem com a agua. Nada aconteceu. Meu pânico cresceu mais e eu não podia controlar as milhões de vozes na minha cabeça. Tentei de tudo o que veio na minha cabeça, mas nada acontecia. Escutei uma batida na porta e meu coração acelerou com o que poderia vir. Imaginei os jornais falando da morte misteriosa de um aluno e só piorou o aperto em meu estomago.

   E então, no meio das vozes uma se destacou. Era doce e masculina. E era familiar. “Tranquila. Respire”. Era... era a voz do meu pai. “Alis, me escute.” E foi isso o que fiz. “Você tem que se concentrar. Imaginar que tudo para. Como uma torneira sendo fechada”. Engraçado que parecia... as palavras fugiram pela minha mente e fora substituídas por pensamentos alheios. Argh! Odiava isso. Queria que parasse.

   Respirei fundo várias vezes e visualizei uma torneira aberta com um fluido magico. Imaginei uma mão invisível fechando-a lentamente. E... funcionou. As vozes se dissiparam e foram sobrando cinco, três até que nada. Abri os olhos e olhei para as minhas mãos que pareciam normais. Soltei um grande e ruidoso suspiro de alivio justo quando ouvi um estrondo e a porta do banheiro se abriu. Levantei as mãos em autodefesa e me encolhi.

- Alisson! Que coisa! – Katris reclamou imóvel à porta. Abri os olhos e sorri sem graça. Balancei as mãos e ela se moveu novamente. – Não precisa fazer isso comigo. Não vou te atacar.

- Desculpa. Mas, você não vai adivinhar. Eu consegui controlar.... Isto. – apontei para mim. Pulei nela e a abracei forte enquanto ela me parabenizava. Me separei dela e a puxei pela mão. – Então, vamos para a aula?

 

   Sinceramente, eu amava a sensação de ter o “controle” da situação. Bem, pelo momento. Depois daquele “surto de poder”, não aconteceu mais nada daquilo. Aula continuou chata, como sempre. E finalmente parecia um dia de aula normal. Só que, eu não podia me concentrar em nada. Havia só uma coisa em que conseguia pensar enquanto olhava pela janela. Por que ouvi a voz do meu pai? Não parecia qualquer coisa ou qualquer voz, parecia mais uma.... lembrança. Mas não podia ser possível. Meu pai tinha morrido quando eu tinha cinco anos. E eu nunca tive poderes assim.

   Katris e Mace tiveram a ideia de ficar de tarde para poder investigar e me ajudar. Eu não prestava atenção em nada, parecia um transe estranho que não me deixava em paz. E meus pensamentos sempre voltavam ao mesmo ponto: meu pai, meu falecido pai.

- Alisson. – chamou Mace balançando a mão à minha frente. – Você ouviu alguma coisa do que eu falei?

- Hã... desculpa, não. – as luzes pararam de piscar quando saí do transe. Ele me olhou fazendo uma pergunta silenciosa. – É que... meu pai... quando estava tentando me acalmar eu ouvi uma voz que me dava ordens. Ordens que me ajudaram a acabar com aquilo, mas a voz... a voz era do meu pai. E parecia uma lembrança não uma simples criação da minha imaginação fértil.

            Ao dize-lo em voz em voz alta parecia mais real. Mesmo que os outros me olhassem sem entender.

- Bem, se não era tua imaginação, definitivamente era uma lembrança do teu pai falando contigo sobre isso. – deduziu Katris.

- É, mas o problema é que meu pai morreu há anos. E vocês sabem disso. Ele não podia ter falado comigo sobre isso se eu não tinha os poderes até ontem. – me levantei e comecei a estralar os dedos (eu sempre fazia isso quando estava frustrada ou coisa do tipo). Mas então parei, com uma ideia louca na cabeça. – Ou...

- Você já tinha seus poderes. – completou Mace. – Na verdade, é bem provável. Já que isso não pode acontecer de uma hora pra outra sem motivo algum... – ele começou a falar mais pra si do que para nós e a andar de um lado ao outro. – Mas, se bem que você poderia ter feito algo ou ido a algum lugar. Ou pode ser hereditário, ou uma maldição. Você, nos últimos dias, tem ido a um lugar inusitado? Ou que normalmente você não vai?

            Pensei por uns minutos e neguei com a cabeça. Ele digitou algo no note dele e voltou a falar sem me olhar.

- Você teve sensações peculiares nestes últimos dias? Dores estremas, febre? Sonhos?

            Hesitei. O sonho. O sonho em que eu morria, e a voz. A dor voltou e soltei um gemido olhando para o meu braço e o meu peito. Sangue começou a sujar a minha blusa e arfei.

- Alis, o que foi? – escutei Katris, mas a voz dela parecia abafada; como se estivesse debaixo d’agua. – Alisson, por favor, fala com a gente.

            E então, de repente, tudo parou. As vozes estavam normais de novo e não havia mais a mancha de sangue em minha blusa.

- O sonho – falei me engasgando-, tive um sonho no dia em que tudo isto começou.

- Alisson, me escuta. Olha pra mim. – Mace se agachou e segurou meu corpo que tremia. Ele olhou nos meus olhos e ficou aí me encarando enquanto eu me acalmava. – Como era o sonho?

- Eu... – engoli em seco. – Eu morria. E escutava vozes. Elas diziam que era muito perigoso mas que poderia me salvar. Então, meu braço começou a doer e ouvi alguém dizendo para me preparar.

            Comecei a tremer de novo e Mace me abraçou. Meu coração se acelerou e desejei que o tempo parasse. E foi isso o que aconteceu. Os relógios pararam e, além de nós dois, tudo parou também. Mas, repentinamente, tudo continuou.

- Acharemos uma explicação. – Mace sussurrou. Algo estava diferente, percebi. Tentei ler seus pensamentos e algo me bloqueou; e foi quando eu vi por um segundo, um brilho estranho em seus olhos. Não era aquele brilho no olhar de sempre, era algo anormal. Algo magico. E eu ia descobrir o que significava. 



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