História Mystery - Capítulo Seis

Acordei com o sol batendo em meu rosto. Olhei em volta e não estava no meu quarto, que estranho. Olhei para o lado e vi Thomas dormindo feito um anjo, olhei de baixo das cobertas e eu estava só de lingerie e ele só de cueca.

Afundo a cabeça no travesseiro e fecho os olhos com força. Merda! Eu não podia ter transado com o Thomas. Com certeza ele colocou algo no meu chocolate, porque eu não me lembro de nada.

Me levantei sem me preocupar se ia acordar ele ou não e fui pegar minhas roupas para ir embora daquela casa.

- Esther? – Uma voz sonolenta invade meus ouvidos.

- O que é? – Pergunto seca, estava me sentindo uma vadia suja.

- O que você está fazendo? – Ele perguntou se levantando somente de cueca box e indo em direção ao banheiro.

- Pegando minhas coisas. – Eu disse vestindo meu jeans skinny.

- Mas por que? Achei que você fosse almoçar comigo.

- Não vou mais. – Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Eu estou muito brava com você.

- Só por que nós transamos? – Ele perguntou enquanto escovava os dentes.

- Não. Pelo simples fato de eu não ter lembrado de nada. – Disse cruzando os braços. – Isso foi praticamente um estupro!

- Não é o que parecia ontem. – Ele disse com um sorriso malicioso.

- Você é muito infantil. Tchau. – disse colocando minha mochila nas costas e me virando para ele. – Até segunda. – disse seca passando pela porta e indo embora.

Agora estou com fome, é domingo e é meio dia, onde eu posso comer? Enquanto tentava me lembrar de um lugar para comer vi um restaurante simples, que, surpreendentemente eu nunca havia visto antes.

Empurrei a grande porta de vidro e aquele sininho irritante soou, avisando a todos – vulgo o único atendente, uma adolescente cheia de espinhas, que estava atrás do balcão, com um uniforme brilhoso – que eu estava lá.  O lugar não era tão simples, tinha uma aparência retrô. Com sofás de couro vermelho e uma jukebox empoeirada no canto.

Me sentei na mesa mais afastada e a atendente cheia de espinhas que estava atrás do balcão veio me atender.

- O que deseja moça? – Ela disse mascando o chiclete como uma vaca. Tinha um sotaque forte do Texas.

- Eu quero um hambúrguer clássico com um suco de laranja – ela anotou meu pedido em um bloco de notas quadriculado e foi em direção ao balcão. Enquanto esperava meu prato chegar meu celular tocou, número restrito.

- Zayn. – disse o cumprimentando com um sorriso, embora sabendo que ele não veria.

- Mas como... – Ele resmungou confuso.

- O que você quer? – Perguntei saindo do tom de deboche e indo para o de tédio, brincando com o guardanapo.

- Então, você trabalha na minha gangue agora, certo?

- Acho que sim, depende você, você me contratou? – Disse soltando o guardanapo e fitando a rua por trás da janela. Tantas pessoas amontoadas nas ruas.

- Você ainda tem aquelas informações que disse no dia lá do bar?

- Sim, tenho. Por quê?

- Por que há seis dias que não tenho notícias da Selena, então estava pensando em fazer um ataque surpresa e você disse que sabe os esconderijos dele.... – Ele deixou a frase no ar, esperando uma resposta.

- Eu posso te ajudar, Zayn. Mas o que ganho em troca?

- O que quer, garota? – Ele parecia impaciente.

- Quero que não fale meu nome em momento algum para Harry ou outra pessoa que não seja o Liam. Entendeu?

- Tá, tá, eu nem sei seu nome mesmo. Vou na sua casa pegar as informações e depois vamos para a minha fazer uma reunião. Pode ser? Hoje, de preferência.

- Ok, pode ser. Passe na minha casa em uma hora. – Eu disse olhando no relógio e vendo a garçonete se aproximar com meu prato. Desligo antes de ele conseguir dizer qualquer coisa.

Dei uma enorme mordida no hambúrguer e tomei um pouco de suco.

Quando terminei de comer, me dirigi para o balcão, onde paguei pela comida e puxei a porta de vidro para sair. Fui para casa, eu tinha que arrumar aquela bagunça que estava minha sala, cheia de papéis e pastas jogadas por todo lado.

Guardei tudo em uma caixa e comecei a procurar a pasta sobre Harry. Não estava encontrando em lugar nenhum e acabei bagunçando a sala toda novamente. Quando finalmente achei, sorri satisfeita. “Delegacia de New York, tráfico de drogas à Harry Styles.”

Tive que digitar a localização e os endereços tudo de novo só que desta vez em uma folha em branco, amassei a folha e escrevi vários palavrões nas bordas para parecer que era antigo.

Assim que termino Zayn bate na porta, ele estava acompanhado de Liam e um outro rapaz, que logo se apresentou como Niall, e me cumprimentaram com um beijo no rosto. Zayn nem me cumprimentou.

- Cadê as informações, garota? – Ele disse me olhando, eu não sabia dizer se ele estava bravo ou com pressa...

- Aqui. – Disse lhe entregando a folha, logo depois ele me olhou com uma cara de deboche.

- O que é isso sua pirralha? – Ele disse meio bravo.

- Os endereços, os que eu tenho. – Disse me jogando no sofá, tentando esconder o nervosismo.

- Mas e todos esses desenhos e coisas aqui nos cantos, como posso saber se não são uma armadilha do Harry? – Ele disse vindo para mais perto de mim.

- Por que eu sei que não são. – Disse dando de ombros, agora já mais calma.

- E se tudo isso for uma armadilha do Harry? Como posso saber se você não é uma armadilha do Harry? – Ele disse sério. Meu coração estava tão disparado que eu pensei que Zayn podia ouví-lo.

Engulo em seco e desvio o olhar. Zayn não parou de me olhar nos olhos por um segundo.

- Olha garota é bom isso não ser uma armadilha, por que se for você vai ser a primeira a morrer. – Ele disse ficando mais sério e bravo –como se fosse possível–. Pegou o papel, virou as costas e foi em direção a porta.

- Venha, vamos fazer uma reunião na minha casa... Agora.

Peguei minha mochila e tranquei a porta assim que todos saíram e os segui até o elevador. Assim que descemos no térreo, George pareceu se assustar com a expressão no rosto de Zayn, então tentei tranquilizá-lo dando um sorriso gentil, que foi prontamente correspondido.

Entramos na garagem e a Lamborghini vermelha de Zayn me chamou bastante a atenção. Entrei no banco de trás com Niall onde tinha outro cara. Perguntei com o olhar para Niall quem era o cara, ele não disse nada.

A viagem não foi muito longa, e em minutos estávamos na frente de uma mansão. Descemos do carro e o cara ficou parado na frente do portão, ele devia ser o segurança pessoal de Zayn.

A casa era gigante, tinha uma sala enorme na entrada uma cozinha, um jardim gigantesco, uma escada que levava para os quartos, uma porta pequena no canto que levava para o “modesto” escritório, onde todos nós entramos. Ele se sentou atrás da mesa cheia de papéis e eu sentei na cadeira que tinha na frente da mesa.

Zayn começou a falar sobre a invasão no esconderijo principal da gangue de Harry, ficava depois dos bairros da periferia. Era um prédio abandonado. Eles eram sigilosos, então ninguém desconfiava, mas a polícia sim. E eu também.

Foi tudo combinado, eu seria a “isca”, mas ia dar tudo certo, iríamos na terça, pois era um dia pouco provável para Harry. Ele não estaria esperando por isso.

Acabou a reunião e Niall foi embora, Zayn subiu as escadas e Liam ia ficar mais um pouco. Eu estava sem carro, sem dinheiro, não sei como iria para casa ás nove da noite.

Zayn desceu as escadas só de calça jeans sem camisa e os cabelos molhados. Estava na sala conversando com Liam quando ele apareceu.

- Garota, preciso falar com você. – Ele disse seco.