História Mystery - Capítulo OIto

Estávamos na frente do prédio com metralhadoras e eu com uma pistola.

- Zayn, mas o que exatamente eu vou fazer? – Disse antes de entrar.

- Você distrai os seguranças da entrada e diz se o caminho tá limpo e daí nós vamos. – ele disse como se tivesse falado isso mil vezes enquanto me empurra para a porta do prédio.

Empurrei a porta e percebi que estava aberta. Merda, é um armadilha! Mas eu tinha que seguir.

- Zayn, a entrada ‘ta limpa, não tem ninguém – disse pelo microfone.

- Tudo bem, não saia do lugar. Estamos indo.

Fiquei parada e escutei passos vindo na minha direção. Me escondi em uma coluna que tinha ali perto e avistei Zayn. Fiz um sinal rápido e levemente desesperado com a cabeça para ele se esconder.

Foi quando ouvi um tiro, e vi Liam caindo no chão e se arrastando para fora do prédio. Comecei a ouvir mais tiros e vi que Zayn estava atirando também. Tinha que sair dali, estava bem no meio de um tiroteio. Dei uma boa olhada a minha volta para ver para onde poderia fugir. Me virei e dei uma cambalhota, passando por baixo dos tiros e me encostando em uma parede ao lado onde poderia me proteger. Aproveitei e mirei no ombro de um dos dois caras que atiravam e acertei, o fazendo cair no chão.

Já atrás de um pequeno monte de caixas eu mirei no estômago do outro e pronto, os dois no chão, inclusive Zayn.

Ele estava desmaiado. O puxei pelas pernas para fora de lá, pois seu braço estava todo sujo de sangue, provavelmente teria levado um tiro.

Quando cheguei do lado de fora do prédio vi Niall colocando Liam dentro da van, pedi ajuda com Zayn e saímos de lá correndo rumo à casa de Zayn.

Quando chegamos, Liam foi recebido e estava sendo cuidado por uma senhora.

Vejo Niall descendo as escadas correndo, desesperado.

- Niall, o que aconteceu? – Disse segurando ele pelos braços.

- O Zayn, ele ‘tá delirando por causa da dor. E a Dona Lia já ‘tá cuidando do Liam.

- Eu posso ajudar – disse e ouvi um suspiro aliviado. – Eu fiz um curso de primeiros socorros, quando... Era menor.

- Ótimo, então venha, as coisas estão no quarto dele – ele disse me puxando escada acima e depois pelo enorme corredor.

Zayn estava com os olhos fechados e gritando. Cortei a sua camiseta para ver o ferimento no seu ombro esquerdo, estava muito perto do osso, tive que virar ele de costas para ver melhor o ferimento.

Com uma luva na mão tirei a bala de suas costas, ele deu um urro de dor. Niall o segurou, mas ele não deu sinais de que ia se acalmar.

Com agulha e linha dei os pontos e fiz um curativo bem reforçado, pois o machucado era bem grave.

Estava na sala conversando com a Dona Lia, a senhora que trabalhava para Zayn desde que seus pais morreram. Ela considerava Zayn como um filho e ele a considerava uma mãe, mas me disse que não se podia brincar com Zayn, pois ninguém consegue dizer o que ele é capaz de fazer.

Escuto Niall gritando do quarto e dou um pulo de susto.

- Calma Zayn, você não pode se mexer! – Niall gritava. Subi correndo as escadas e entrei no quarto de Zayn, onde Niall o segurava pelo tronco para impedir que ele se levantasse.

- Chegou a cadela – ele disse bufando socando Niall. – Como você pode deixar essa coisa encostar em mim?! – Disse furioso se referindo a mim.

- Ei, espera um pouco aí! Eu salvei seu lindo bracinho – disse já irritada.

- Ela poderia ter me matado seu estúpido – Zayn praticamente gritou e socou o rosto de Niall, que caiu com o nariz sangrando e logo foi para o banheiro se lavar.

- Zayn, você deveria agradecer de eu saber dar ponto, porque você levou um tiro na clavícula e poderia ter perdido o braço, então pare de fazer esse escândalo todo, por que você tem que repousar e tomar os remédios – disse já na porta, me virando para sair do quarto.

- Quero ver quem vai ficar aqui comigo, a Lia vai tirar duas semanas de folga e os caras tem umas cargas para receber – ele disse praticamente me obrigando a ficar para cuidar dele.

- E você espera que eu fique? – Disse cruzando os braços.

- É... Não tem ninguém melhor para cuidar de mim... – Ele disse fazendo biquinho e piscando os olhos.

- Tá legal, mas só vou fazer isso porque você precisa se recuperar e se ninguém cuidar de você, vai perder o braço – disse indo até ele e colocando a mão em sua testa, vendo se ele estava com febre.

- Que merda você ‘ta fazendo? – esse menino era bipolar só pode.

- Vendo se a criança está com febre, porque vou sair comprar seus remédios e pegar umas roupas para mim, já que vou ficar aqui por duas semanas – expliquei me afastando e saindo do quarto sem esperar uma resposta.

Desço as escadas, pego as chaves do meu carro e vou em direção à porta.

Eu iria passar em casa primeiro, precisava pegar tudo. Escova de dente, roupa, principalmente calça jeans, blusas e moletons, maquiagens, essas coisas. Roupas para trabalhar, para ficar em casa e peguei o cartão de memória da delegacia, para eu gravar o que ele falar.

Coloquei tudo em uma mochila, saí de casa e entrei no carro.  Tinha que passar na farmácia, mas antes parei no mercado para comprar um salgadinho e um refrigerante, estava com fome.

Na farmácia teria que comprar remédio para febre, analgésicos, gaze e anti-inflamatórios.

Fui comendo o salgadinho até a casa de Zayn. Chegando lá ele estava na cozinha falando com a Dona Lia.

- Zayn! – disse brava com as mãos na cintura.

- Que foi garota? – ele disse bufando.

- Eu disse que você teria que ficar em repouso completo.

- Eu vim assinar o comprovante de férias da Dona Lia – ele disse em tom autoritário.

- Tá, então vai logo para seu quarto. Você tem que tomar os remédios – disse vendo ele subir as escadas. Coloquei a sacola em cima do balcão da cozinha, junto com meu refrigerante e o salgadinho.

- A senhora já vai, Dona Lia? – Perguntei pegando um copo de água o colocando em cima do balcão. Colocando os três comprimidos que ele precisava tomar ao lado do copo e me virei para Dona Lia.

- Dona Lia, a senhora sabe onde tem pão ou algo assim? Por que ele precisa comer antes de tomar os comprimidos – disse abrindo a geladeira e pegando um pacote de bolachas. E ficando sem resposta.

- Onde tem uma bandeja, para levar as coisas? – e de novo sem resposta.

Depois de muito tempo em silêncio, quando eu estava subindo as escadas, escuto:

- Cuidado garota doce, não se pode brincar com Zayn. Tome cuidado, olhe bem onde você pisa – disse e foi embora.

Fiquei sem entender.