História Mystic World - The Deal

NOTAS INICIAIS

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Mystical Place

1756

Castelo dos Jauregui’s

Lauren Jauregui P.O.V

   Você já se sentiu como se precisasse urgentemente fazer algo? Como se você dependesse disso? Algo que a angustia seja tão grande, que não faz você nem pensar direito? Pois bem, eu me sentia daquela maneira agora. Como se eu dependesse ver ela, ouvir sua voz novamente, sentir aquele cheiro de framboesa... Aquele cheiro, nossa! Eu tinha mesmo que ir vê-la, mas era arriscado demais. Não só para mim, mas para ela. E se ela não quisesse me ver? E se ela não tem os seus pensamentos ocupados em mim do mesmo jeito que os meus estão ocupados nela? Meu Deus! Vou enlouquecer!

   Por que eu estou assim sendo que não a conheço nem a um dia? Não sei, mas realmente preciso reencontra-la. A voz em minha cabeça grita por vê-la, eu quero gritar, quero vê-la. Quero gritar quando vê-la. Isso é normal? Se sentir tão nervosa e fissurada em uma pessoa?

   Meus olhos não desviam daquele maldito castelo, que inclusive é mais um motivo para lembrar-me dela. Céus!

   O cheiro do café puro invadia meu quarto, virei-me para trás vendo Joseph — meu mordomo — entrar com uma bandeja com torradas, café preto; açúcar em cubos; panquecas e é claro, uma pequena garrafa branca que possuía uma rosa vermelho vinho dentro dela. Clichê eu sei, mas quando se trate de meus pais, toco clichê é pouco.

— Acordaste mais cedo hoje menina Lauren? — perguntou-me sorrindo enquanto colocava a bandeja em cima de meu criado-mudo, logo depois assumindo sua pose formal.

— Sim, como o senhor está? — perguntei sorridente ao velhinho de cabelos quase grisalhos a minha frente.

— Bem menina Lauren. Bom eu reverenciaria continuar a conversa, mas a princesa sabe que tenho afazeres — já disse que Joseph é muito formal? Bem, ele é.

— Claro Joseph, pode se retirar — disse amigavelmente o assistindo fazer aquela reverencia para mim — o que era desnecessário.

   Sentei-me na beirada da cama apreciando meu café da manhã, o vapor do liquido preto saia e batia em meu rosto. O cheiro das panquecas e torradas estavam excelentes, foram feitas pela melhor cozinheira que conheço: Dona Betty, ela sempre está a fazer essas coisas, ela me disse que cozinhar não é apenas um hobbie e sim uma paixão. Também me disse que adoraria conhecer mais das culturas culinárias, viajar para alguns lugares para aprender gastronomia.

   Peguei o pequeno quadrado de farinha e fermento torrado e mordi, nunca colocava nada na torrada pois gostava do sabor do pão. Levei o café até meus lábios e suguei o liquido quente e amargo, droga! Havia me esquecido de colocar os cubos de açúcar. Se alguém visse a careta que fiz ao beber o liquido amargo com certeza teria rido da minha cara. Coloquei dois cubinhos de açúcar dentro de meu café, misturando em seguida com uma colher de prata.

— Agora sim! — disse a mim mesma ao provar novamente o café, — que dessa vez estava perfeito.

   Terminei rapidamente o resto dos alimentos que me foram oferecidos e desci para o saguão. Minha mente ainda rodava em uma só pessoa: Camila. Cabelos perfeitamente lisos e ondulados, boca rosada e lábios carnudos, nariz pequeno e empinado. Olhos castanhos escuros com certos tons de clareza. Era pedir demais para quer vê-la mais uma vez? Com certeza os deuses capricham em fazê-la. Ela me lembra muito uma deusa da mitologia grega, Afrodite. Deusa da beleza, do encanto; do sexo; da ternura; etc. Procurei por meu pai, porém não o encontrava de maneira alguma.

— Mãe a senhora está aí? — falei ao entrar na cozinha, logo percebi um faladeiro sem término. Uma... discussão eu acho.

— Mike você não vai ir lá, não insista mais! — disse minha mãe enaltecendo seu tom de voz.

— Clara, eu preciso ir. Isso tem que acabar de vez, é só um acordo.

— Você sabe o que os acordos significam para eles, nada.

— Amor, eu sei perfeitamente disto. Mas enquanto eu puder oferecer os diversos tratos que rodarem em minha cabeça, os diversos tratos que eu estou disposto a oferecer. Eu oferecerei. Isso que fazemos, isso não é por nós... É pela paz. — esclareceu meu pai.

— Eu sei, mas eu tenho medo querido. Medo do que eles possam causa-lo algum dano.

— Isso não irá acontecer, Clara. Lhe prometo — disse meu pai abraçando minha mãe.

— O que está acontecendo? — perguntei ao me aproximar deles.

— Seu pai quer ir até os portões da divisa, que tentar fechar um acordo entre nós e os Cabello’s. Não acho que ir lá fechar um novo acordo os fará aceitar.

— Eu sei, querida. Mas temos que tentar — insistiu meu pai.

   Minha mãe se deu por vencida apesar de não concordar nem um pouco, pensei em ir com meu pai. Será que teria a chance de vê-la? Mas qual as possibilidades? Nenhuma, não sei nada sobre aquela garota.

— Posso ir junto? — perguntei sem pensar.

— O quê? Lauren, você está louca? Já não basta teu pai!

 — Por favor!

— Por que você quer ir? — perguntou-me meu pai.

— Bom, eu tenho que conhece-los. Um dia irei assumir o trono e essas coisas, sabe a que quero me referir — menti.

— Está bem, você virá comigo.

— Michael! — reprendeu minha mãe, as vezes o senso protetor dela é meio incomodador, porém fofo.

— Clara, você sabe que isso é importante para o crescimento e compreensão de Lauren. Eu acho isso muito bom da parte dela, querer aprender mais sobre os acordos e sobre os Cabello’s. Isso é extremamente bom, minha rainha.

   Ainda ficamos “discutindo” até minha mãe concordar sobre o fato de eu ir junto ao meu pai até a divisa. Eu sei que não tem possibilidade alguma de vê-la, mas por que não tentar?

Mystical Place

1756

Castelo dos Cabello’s

Camila Cabello P.O.V

   O dia estava lindo, céu azul e sol brilhando. Não estava tão quente, o vento corria por minha pele eriçando alguns pelos de meu braço, pus uma jaqueta e um vestido ambos da mesma cor: Preto. Meus cabelos soltos como cachoeiras em minhas costas, nesse dia eu acordei com um ótimo humor.

   Meu café da manhã foi rápido, pois estava muito feliz em voltar para casa. Não tive chance de ver melhor o reino por completo ontem, mas hoje com certeza eu olharia.

   Sobre os verdes que não saiam de minha cabeça de jeito nenhum, eu poderia jurar que estava ficando um pouco obcecada pela garota cujo nome era Lauren. Seu sorriso, seus cabelos e seus olhos lindo não me faziam para de pensar nela. Linda!

   Meu pai havia dito que antes de eu poder ir e vasculhar a aldeia, ele tinha uma reunião nos portões da divisa do reino, com os Jauregui’s. Obviamente que eu iria, vá que Lauren desse as caras por lá? Talvez, mas só talvez... Meu bom humor seja por causa da bela dama.

Mas só talvez...

   Não demorou para que Albert e meu pai chegassem para me buscar, a viagem do castelo de meu pai até os portões demorou longos vinte minutos, para mim foram longos. E longos mesmo! Minha calmaria não fazia mais parte de mim, ela foi engolida pelo nervosismo e ansiedade em ver aquela mulher. Preciso vê-la tenho que vê-la.

E chegamos... Chegamos... Céus nós chegamos!

   Esperei meu pai descer junto de Albert para logo em seguida eu poder descer, encarei o portão que estava aberto, com apenas Michael e pelo menos uns dez seguranças, credo! Pra que tanto segurança? Somos tão desconfiáveis assim?

   Minha esperança se esvaiu assim que não encontrei a morena dos olhos esmeraldas, até notar um movimento estranho atrás de Michael, era ela! Ela estava ali, Deus! Tenha piedade do meu ser, ela estava... Linda, com aquele vestido azul bebê junto a detalhes brancos de renda. Seus cabelos presos em um rabo-de-cavalo. Dei um sorriso em forma de cumprimento a linda morena em minha frente. Seus lábios tomaram um sorrisinho de canto para mim, nos olhávamos disfarçadamente para que ninguém percebesse. Aquele lugar estava tenso.

— Que surpresa agradável, Michael. A que lhe devo a honra? — disse meu pai em tom de puro cinismo e sarcasmo.

— Quero lhe propor um novo acordo — foi direto, lá vem bomba.

— Sabe do que penso a respeito de seus acordos... São inúteis aos meus olhos — disse pai com desdém.

— Sim, eu sei. Mas quero mostrar que devem confiar em nós, quero que me dê apenas uma oportunidade.

— E qual seria? — perguntou sério, aquela cara que ele fazia as vezes me dava medo.

— Bem, sua filha passou onze anos fora daqui e por isso perdeu muitos acontecimentos importantes, mas isso foi algo bom. Sua filha me parece ser alguém inteligente, sábia; pensativa; imaginativa e entre tantas outras belas coisas — o que eu tenho com isso? Isso não vai dar em boa coisa.

— E o que minha filha tem a ver com o acordo? — perguntou confuso e atento.

— Quero mostrar a ela que pode confiar em nós. A distância dela do reino a fara pensar melhor a respeito e então... — meu pai nem sequer o deixou terminar a frase e o interrompeu:

— Fale logo de uma vez Mike, que diabos quer com a minha filha? — exclamou meu pai já com o tom de voz mais alto e nervoso.

— Quero que ela vá morar um tempo em meu reino.

O quê?

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