História N y l a - I miss u

Olhando a pista cheia de carros através da janela do ônibus, começo ouvir a musica com teu nome, na viajem de volta pra casa, começo a devanear sobre você. Penso em como eu amava seu sorriso, seu modo de falar, sua cara emburrada quando não lhe era feito algo que pedia, do seu rosto corado quando eu te beijava em público.  

O quanto eu te amava a ainda amo. 

Incrível como apenas uma música pode me fazer lembrar de seus detalhes, me faz lembrar o quanto eu te amava, e ainda amo. Amar você sempre me trouxe sorrisos distraídos e conforto antes de dormir. E tem sido assim até hoje, mesmo depois do fim. 

Ainda não entendo o motivo de você ter ido, ter me deixado desse modo, eu era tão apaixonada por você, eu dava tanto de mim para que você tivesse todo o meu amor. Eu era tão caída por você, que seria uma mentira dizer que não sou mais uma eterna apaixonada por você.  

Afinal, por que se foi e me deixou só com o nosso amor? Ele é tudo que me restou depois de sua ida, e é tudo que tenho até hoje. 

Enquanto a música rola eu começo a pensar mais em você, a cada verso dela me vem mais e mais imagens de você, a essa altura a temperatura desse ônibus está tão excedida, ou talvez seja apenas eu. 

Meus pensamentos começam a ficar descontrolados, e a imagem dos teus lábios, da cor deles começam a aparecer com força, os lábios que tanto provei, senti e não cansaria de sentir o gosto, o teu gosto, único e apenas você é capaz de produzir. 

Da tua silhueta bem desenhada, sua cintura bem feita, os seios redondos, bunda perfeita, coxas fartas. Perfeita ao meu ver. 

Imagens invadem sem permissão, e com a mente suja que tenho complica tudo mais pra mim. 

A imagem dos teus olhos, que são a coisa mais sexy que já observei, domina minha mente, me faz lembrar de quando estavam banhados em luxúria e prazer, que mesmo luxuriosos daquele modo, conseguia me passar seus sentimentos, esses mesmos que me davam coragem e me faziam retribuir na mesma medida, talvez mais, já que eu sempre dei tudo de mim, você aparentava o mesmo, mas agora eu não tenho certeza. 

Comecei a suar dentro do ônibus 

Estava quase tremendo de ansiedade, e uma vontade enorme de poder toca-la, mas não podendo já que é inalcançável. 

Sem nenhuma brecha, sem controle, apenas o desejo de te ter novamente, esse desejo toma conta de mim, a cada momento, a cada segundo, eu sinto ele me preenchendo mais, quando começo é difícil parar. 

Completamente ofegante, sem ligar pros passageiros olhando estranho. 

A parada em que devo descer  é a próxima, minha casa nem é tão longe 

Desço do transporte tentando respirar normalmente, e tentando entender que loucura é essa de almejar tanto uma pessoa que uma mera lembrança do sorriso ladino dela fora capaz de acender-me, assim, em um local publico 

A cada passo , cada mínima pegada, sinto-me alerta, e um aperto estranho no peito, começando a lembrar que sou imunda por imaginá-la assim, despida em frente de mim, como uma obra de arte que em exposição é intocável, estando ali, apenas para ser apreciada 

Já dentro de casa, mochila jogada no canto do quarto, jogo-me no colchão, e como se ativasse em mim botão do luxúria, permito-me te imaginar por completo, sendo minha, sendo tocada, sendo amada como sempre costumei te amar, te tocar e te saborear  

Mesmo sabendo que nunca me pertenceria novamente, me deixei levar pela fantasia, aproveitando que naquela hora não havia ninguém em casa, comecei a me despir, e dessa vez te via deitada ao meu lado, totalmente nua, apenas me observando, e tua presença era praticamente palpável, eu podia sentir de tal forma que teu cheiro estava no ar, e isso apenas me serviu como um empurrão para continuar com as lembranças e sensações  

E estendendo a mão quis tocar teu rosto, quis tomar teus lábios, quis lhe tocar como sempre fazia, e te dar prazer do jeito que gostava. Esses pensamentos só estavam piorando minha situação. 

Imaginei tu ali e me toquei, como se fossem tuas mãos na minha pele, como se teu corpo estivesse sobre  o meu,  como sempre fazíamos quando nos amávamos nesse mesmo quarto, em nossas noites de amor, quando nós nos permitíamos banhar no prazer em que compartilhávamos, quando nós fazíamos tudo a noite toda. 

Era tudo tão único, tão envolvente, tão nosso. Eu podia ouvir seu corpo me chamando. 

E me dei prazer, mentiria se dissesse que era a primeira vez que fazia isso desde sua ida, e iria ser uma mentira das feias. Mas nenhuma das outras vezes chegou perto da intensidade e desejo de agora, tudo misturado com a saudade, o tesão e a necessidade de você. 

Querendo que tu que estivesse o fazendo, me olhando, me beijando, me fazendo sentir como se fosse a única em que você era capaz de amar. 

Ardendo, tremendo, esperando, e atingindo o meu limite de prazer apenas pensando em ti e em seus toques. 

E quando tudo terminou, eu chorei como criança. Uma criança solitária e abandonada, carente de amor, e abracei aos lençóis que ainda continham o seu cheiro, para que pudesse lembrar mais uma vez que de você não estava mais ali. 

Porque nada era real, apenas a inundação das minhas vontades e sentimentos, mas a maior vontade, que seria a de ti, nunca seria saciada, porque tu não esta aqui, até por que agora, eu estou em New York e você em L. A.