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História Na estação do acaso, eu encontrei o meu bem. - Eu nunca...


Escrita por: Laurafckzn

Notas do Autor


oi. ^^

Capítulo 14 - Eu nunca...


Luíza POV.

Acordei com o som nada prazeroso do meu despertador, recordando-me que havia de ir à escola. Eu havia uma motivação linda, da pele morena reluzente, de sorriso de dentes brancos e perfeitamente alinhados, de cabelos castanhos ondulados e de nome: Lara.

A noite de ontem foi maravilhosa, eu acho que nunca havia dormido um sono tão gostoso quanto o daquela madrugada. Ontem eu dormi confortável, as palavras de Lara rondavam a minha mente, eu me sentia aconchegada naquelas pronúncias deliciosas de se ouvir.

“Sinto como se você estivesse despindo vossa alma, você de verdade”

“Você é linda, por dentro e por fora.”

Levantei-me na minha rotina matinal: banho; vestir a roupa; café da manhã; escovar os dentes; caminhada até a escola. Já fazia isso tudo no automático, sem falar uma palavra sequer. Mas hoje foi diferente, havia um sorriso estampado em minha boca e na minha mente as palavras de Lara se repetiam. Droga, eu estou apaixonada.

Sentei em minha cadeira de sempre e pus-me a observar o outro lado da classe, onde o clã conversava animadamente, na verdade, Kevin parecia um pouco brava com Lara. Até que o mesmo me notou em minha cadeira e me chamou.

- LUÍZA, VEM CÁ! Eu não aguento mais essa nega me contradizendo, venha, vá! - Kevin gritou, e eu fui, rindo.

Estava rindo porque o sotaque baiano soa engraçado, principalmente esse “venha, vá”. Afinal, é para eu ir lá ou voltar? “Venha cá, volte lá”. É engraçado, tá.

- Me invocaram, a que devo tamanha honra? - Perguntei, aproximando-me de todos ali.

- Lara tá enchendo o meu saco, leva ela daqui! - Emanuel disse.

- O que que cê fez, morena? - Perguntei e puxei Lara pela cintura, pude jurar que ela estremeceu ao meu toque.

- Hum, morena, é? - Heloisa pergunto, mordendo a caneta.

- Cala a boca, helô. - Lara falou, rindo e se aconchegando em meus braços.

- Morena é bonitinho. - Kevin disse, rindo também. - Mas é sério, leva sua morena daqui.

 

- O que ela fez? - Perguntei sem entendendo o porquê de estarem expulsando a minha morena desse jeito.

- Ela é muito chata, cara. Fica falando de livro nerd o tempo todo, pelo amor de Deus. Ela e o Emanuel, pelo amor de Deus, tem quem aguente não, oxe! - Kevin parecia indignado.

- Devo levar o Emanuel também? - Perguntei.

- NÃO! - Heloisa se pronunciou e todos a olharam, todo mundo surpreso por tal resposta rápida. - Digo, não é necessário. Já já o professor vai entrar na sala e cessar todo esse papo… nerd. - Ela se justificou.

- Ah, okay. - Dei de ombros, deixando pra lá aquele surto repentino. - Vamos, morena? - Chamei Lara.

- Vamos, vou sentar contigo. - E então ela pegou sua mochila e veio comigo até onde eu sempre sento.

Sentei em minha cadeira no canto e ela sentou ao meu lado, o professor Charles, de história, entrou na classe e todos os murmurinhos foram cessados. Assistimos um horário de história e dois de matemática, após isso, intervalo. Durante o intervalo, nos juntamos todos e falamos coisas banais. Após o intervalo, houve mais duas aulas, uma de inglês e outra de biologia. E então, fim das aulas.

Hoje eu observei que é bem mais divertida e rápida a minha manhã quando Lara está sentada ao meu lado, a presença dela me deixa anestesiada, eu gosto muito de estar com ela. Nossas conversas triviais entre uma atividade e outra ajuda a distrair e tirar todo aquele peso escolar das nossas costas, vir à escola é divertido quando se tem uma Lara ao lado.

Estávamos todos na porta da escola.

- Queria ir à praia… - Lara falou com voz dengosa para todos ouvirem, mas ela estava abraçada a mim.

- Quando você não quer? - Perguntei.

- É verdade, eu sempre quero. - Sorriu sapeca. - Eu queria um banhozinho de mar, vamos, vamos.

- Não, Lara. - Kevin a reprimiu, fazendo ela emitir um som meio triste. Apertei ela em meus braços, triste por ela estar triste. Vê se pode? Eu tô muito trouxa.

- Eu amo praia, mas olha pro céu. Vai vir chuva por aí. - Heloisa avisou e todos olhamos para o céu parcialmente nublado.

- Que tal um programa mais leve? Digo, todo mundo se reunir e sei lá, ver um filme e comer pipoca. É tão mais suave. - Emanuel propôs.

- Concordo com o Chico. - Kevin pronunciou. - E aí, bora?

- Por mim, qualquer lugar é lugar. - Heloisa falou.

- Eu queria mesmo era a praia, mas, tudo bem, a gente vê um filminho. - Lara falou. - Mas então, onde?

- Lá em casa, ora. - Dei de ombros. - Fico sozinha em casa o dia todo, a gente pode ir para lá.

- Certo, então, que horas?

- Eu só vou poder sair de casa após às duas e meia, tenho que vigiar a Clarinha até minha mãe chegar. Ela sempre chega duas e meia, duas e quarenta. - Kevin falou.

- Então, todos lá em casa às três horas, certo? - Perguntei, olhando em meu relógio e dando-me conta de que eram 11h40.

Todos confirmaram e entraram no carro do Kevin, eu fui andando para a minha casa ali perto, era contramão para o Kevin. Ele até tentou me persuadir para levar-me em casa, mas eu neguei, seria injusto. Enquanto caminhava para minha casa, dei-me conta de que não havia dado sequer um beijo em Lara durante toda a manhã, aquilo me frustrou. Eu sou muito bocó.

Cheguei em casa e tratei de logo arrumar a sala, ajeitando alguns travesseiros, coloquei o tapete felpudo – que mais parecia uma cama, de tão confortável – no chão, ao lado do sofá cinza que tinha um tamanho razoável, de forma em 90 graus. Subi as escadas e tomei banho, após o banho, vesti-me casualmente (short jeans, uma camisa preta larga e havaiana nos pés.)

 

;X;

Beirava às três e dez da tarde quando a campainha tocou, corri até a porta e antes de abri-la, tratei de olhar se o meu short não havia ficado encolhido. Ajeitei meu short jeans, a camisa que estava parcialmente amassada e abri a porta. Dando o meu mais genuíno sorriso ao ver os quatro seres mais legais que já habitaram a minha vida.

À frente, estava Heloisa, segurando duas caixas de budweiser. Ao seu lado, Kevin segurava um enorme pacote de Doritos. Mais atrás, Emanuel segurava outro enorme pacote, mas dessa vez, de Ruffles. E ao lado dele, Lara segurava duas caixas de bombons. Era, de fato, um clã bonito de se ver.

- Minha casa, vossa casa. - Sorri e dei espaço para que eles entrassem.

- Freezer!? - Heloisa perguntou, olhando ao redor.

- Na cozinha, acompanhe-me. - Pedi e ela me acompanhou até a cozinha. Abri o freezer. - Aqui, só por aí no freezer.

- Obrigada. - Sorriu gentilmente e começou a depositar as garrafas de budweiser no freezer.

Voltei a minha atenção para o balcão, onde as guloseimas nada saudáveis estavam. Emanuel e Lara estavam afastados, decidindo qual filme nós iríamos assistir. Kevin estava sentado, bufando para o celular.

- Problemas? - Perguntei, sentando-me perto dele.

- Eu sou muito dedo podre, Luíza. Você não tem noção, acho que não há mais espaço para chifres em minha cabeça. - Ele suspirou, parecia realmente chateado. Aquilo me doeu, ora, é meu amigo.

- Costuma namorar com os caras mais cachorros de todos? - Perguntei, ele riu.

- É… mais ou menos isso. Eram uns cachorros mesmo, todos eles. Namorei com 3 rapazes, levei 3 chifres. E depois ainda sou obrigado a aguentar esses encostos me enjoando no privado, olha isso. - Ele me amostrou seu celular, aberto em uma mensagem que dizia:

“Kev, é sério. Foi um erro, eu amo você, a gente costumava ser um casal tão feliz, você costumava ser a minha felicidade. Não deixe que um erro meu estrague tudo, confie em mim.”

- Vê se pode, Luíza? O cara pede que eu confie nele, mesmo depois de me trair. Eu não aguento não.

- Complicado isso, Kevin. Mas espera que do nada, quando você menos esperar… - Movi meu olhar para a Lara, que estava concentrada olhando os filmes. - A pessoa certa aparece.

Lara estava tão linda concentrada com os filmes em mão. Ela tinha um colar amarelo em seu pescoço, que dava um lindo contraste em seu pescoço moreno. O cabelo amarrado em um coque um tanto quanto desajeitado, a blusa vermelha e preta, deduzi ser do Vitória, seu time de futebol. Usava um short jeans curto, droga, era bastante curto. Tá, nem tanto, mas já o suficiente para me tirar a sanidade. Tinha um relógio em seu pulso, e no dedo médio um anel de coco. Não preciso nem dizer mais nada, eu estou caída por essa baiana. Caidinha, caidinha por ela.

- Fecha a boca e limpa a baba, credo. - Kevin brincou, retirando-me das minhas divagações. - Você tá apaixonada, Luíza. Que bonitinho.

- Ah, Kevin, eu tô, viu? - Voltei a olhá-lo. - É que parece tão certo, eu me sinto tão bem quando estou com ela, nem tenho explicações. E o beijo? Cara, o beijo é o melhor de todos, tem o encaixe perfeito. O perfume dela me leva as alturas, conversar com ela é a minha coisa favorita do mundo todo. Ela tá colorindo o meu mundo.

Colorindo o meu mundinho preto e branco, pensei.

- Já esteve apaixonada antes?

- Sim, estive… Não teve um final muito bom, sabe? Eu achei que era o fim do mundo para mim quando tudo acabou. Pensava que, em hipótese alguma, deixaria me levar em outra paixão e quebrar a cara novamente. Mas é inevitável, eu estou apaixonada por Lara Beatriz.

- Eu desejo toda a sorte do mundo para vocês duas, formam um belo casal, meu favorito, eu diria. - Ele sorriu. - E, aliás, Lara se sente da mesma forma. Todo o seu sentimento, pode ter certeza, é recíproco na mesma intensidade. Vocês se completam.

Aquilo era como música francesa para os meus ouvidos, como a melodia mais leve e bonita do Chopin, como o Axl Rose cantando Sweet Child O’ Mine à capela. Saber que o amor é devolvido da mesma forma intensa que se é dado, é a melhor coisa do mundo.

- It é melhor, deixa de ser teimosa, Lara! - Emanuel falava.

- Eu quero The breakfest club, droga! - Lara se pronunciou.

- A gente já assistiu Clube dos cinco, garota! - Emanuel rosnou.

- Só nós dois, Kevin, Heloisa e Luíza não. Vai, Chico, vamos ver clube dos cinco sim!

- Não vamos ver nenhum dos dois, credo. Ambos os filmes são de antes dos anos 2000, certo? - Heloisa perguntou e os dois assentiram. - Porra! Quer me foder, me beija, caralho! - Ela revirou os olhos. - Quero algo atual, não do tempo do meu avô. Põe um filme dessa década ainda, cacete.

O tom de voz da Heloisa me fez gargalhar alto, Kevin gargalhou muito também. Lara e Emanuel encolheram os ombros após o sermão ganhado por Heloisa e procuraram um filme atual, por fim, acabamos assistindo Guardiões da Galáxia 2.

O filme era ótimo, nos rendeu boas risadas e momentos de apreensão. Bebemos as cervejas e comemos as besteiras, foi imensuravelmente agradável. Filme terminado, ainda havia algumas cervejas e um outro enorme saco de salgadinhos. Sentamos todos no tapete, com exceção de Heloisa.

- Verdade ou desafio? - Heloisa propôs.

- Eu sempre me dou mal no verdade ou desafio, cara. Vamos eu nunca, é mais divertido. - Emanuel disso.

- Concordo com o Chico, bem melhor. - Kevin falou, Lara e eu apenas demos de ombro. - Porém eu gosto com bebida.

- Amanhã a gente tem aula. - Lara adverteu. - E você está dirigindo, não seja imprudente.

- Dane-se, Lara. Amanhã vamos à escola de um jeito ou de outro e sobre ser imprudente, não vai nos acontecer nada. Vamos beber!

- Eu não vou voltar no teu carro, deixo bem claro. - Lara avisou.

Eu levantei e fui pegar uma garrafa de Vodca Slova que estava na metade. Peguei alguns copinhos propriamente para shots de cachaça e voltei à sala, sentando novamente no tapete.

- Certo, eu começo. - Emanuel pôs a mão no queixo e pensou, pensou, pensou… - Huh, já sei, eu nunca levei chifre.

- Ei! - Kevin relutou. - Não vale, porra!

- Claro que vale, bebe, Kevinho. - Emanuel riu.

- Eu não sei se fui traída, mas desconfio. Então vou beber essa porra também. - Heloisa falou.

- É, eu bebo também. - Falei e Lara arregalou os olhos para a minha fala, dei de ombros e bebi, sentindo a bebida rasgar a minha garganta. Heloisa e Kevin também.

- Certo… Bom, eu nunca beijei uma mulher. - Kevin falou.

- Ah, isso não vale! - Emanuel relutou.

- Cala a boca e bebe, Chico. - Kevin riu e Emanuel rosnou.

Eu bebi, Heloisa bebeu, Emanuel bebeu e Lara também.

- Eu nunca fiquei com alguém loiro. - Me pronunciei, já que era a minha vez. Todos resmungaram, todos beberam, menos eu.

Hum, então Lara já havia ficado com alguma loirinha por aí. Bom saber.

- Eu nunca fiquei bêbada. - Lara falou e deu de ombros. Todos beberam novamente, com exceção de Lara.

- Eita porra, já bebi três. Vou ficar bêbado. - Kevin se acusou.

- Eu bebi quatro, cacete. Para de resmungar. - Heloisa falou. - Minha vez… deixe-me ver, hum… eu nunca fiz sexo.

Todo mundo se entreolhou e apenas eu e Kevin bebemos.

- Virgens. - Kevin deu de ombros e eu ri. Sentia o olhar de Lara queimar em mim.

- Eu já bebi quatro, vou morrer. - Resmunguei, sentindo o gosto de álcool a cada palavra proferida da minha boca. - Vai, Emanuel, sua vez.

- Eu vou por a Lara para beber, já que ela só bebeu duas até agora. - Emanuel encarou Lara. - Eu nunca fiquei com alguém gaúcho.

- Isso é o que eu chamo de filha da putagem! - Lara resmungou e se serviu com uma dose de vodca, eu também me servi. - Ué, por que vai beber, Luíza?

- Ora, eu sou gaúcha, claro que já fiquei com gaúchos. - Dei de ombros e bebi, ela bebeu também. Porra, já bebi cinco. Vou ficar bêbada.

- Põe o Emanuel para beber, Kevin, me vingue. - Lara pediu, olhando para Kevin, já que era a vez dele.

- Hum, deixe-me ver… Eu nunca tive um gato.

- VACILO!!!! - Emanuel berrou, já se servindo com uma dose de vodca. Apenas ele e eu bebemos.

- Sempre preferi cachorros mesmo, diferente do Emanuel, que tem 4 gatos. Eu não tô zoando, ele tem 4 gatos. - Kevin disse.

- Eu nunca tirei nota baixa em geografia. - Falei e ri baixinho, sabendo que Lara iria beber.

Lara não foi a única, Emanuel, Kevin e Heloisa também beberam. Pelo visto, o clã é bastante ruim em geografia. Pela as minhas contas, Lara havia bebido quatro shots de vodca. Enquanto eu havia bebido cinco.

- Minha vez. Eu nunca fiquei com alguém ruivo. - Lara falou e apenas eu bebi, a vodca já descia de forma suave, não queimava como nas primeiras doses. Aliás, já se foram sete doses.

- Uma ruiva, huh? - Kevin perguntou balançando as sobrancelhas de um jeito engraçado.

- É, minha ex era ruiva. - Dei de ombros. - Vai, helô.

- Minha vez. - Heloisa falou. - Eu nunca fui a um show de algum cantor do exterior.

Eu, Kevin e Emanuel bebemos. Droga, já foram oito shots.

- Bebi cinco, vou parar por aqui. - Kevin falou. - Tô dirigindo, não quero ficar muito bêbado.

- Mas a brincadeira tá boa… - Falei, embolando. - Quero brincar mais.

- Nada de brincar mais, dona Luíza. - Lara me repreendeu.

- Mas eu quero. - Fiz um bico emburrado.

- Não, chega de bebida, você está bêbada. - Continuei com o meu bico. - Clã, vocês podem limpar essa bagunça? Eu vou por a Luíza para dormir.

- Eu não vou dormir. - Cruzei os braços.

O pessoal assentiu e começaram, todos, a arrumarem a nossa pequena bagunça. Eu fiquei de pé, pendendo para o lado, mas Lara me segurou pela cintura. Olhando diretamente em meus olhos.

- Consegue subir as escadas? - Perguntou-me.

Olhei para as escadas e minha visão turvou-se, logo, neguei com a cabeça. A embriaguez começava a dar sinais de vida em meu corpo, eu sentia como se fosse cair a qualquer momento, mas as mãos firmes de Lara me mantinha de pé.

- Vem, vamos tentar, eu estarei atrás de ti. - A voz branda de Lara anunciava, então começamos a nos mover, indo em direção a escada. - Não é difícil, certo? Um pé, depois o outro. Um degrau, depois o outro.

Assenti freneticamente e comecei a subir as escadas com a ajuda de Lara, não demorou muito e estávamos adentrando o meu quarto. Sentei na cama e encarei Lara, que estava de pé, me encarando, seu rosto parecia irritado.

- Eu falei pra não beber, aí você vai e bebe. - Rosnou. - Eu estou decepcionada contigo. Não era pra ter bebido tanto, droga. Olha o seu estado agora, como vais para escola amanhã?

Aquele tom de voz irritadiço estava me enviando cargas negativas, eu comecei a me sentir desapontada comigo mesma, quando dei por mim, já estava chorando.

- Não, não, meu bem! - Lara se aproximou de mim e sentou ao meu lado. - Não chore, Luíza…

Isso pode soar insano, mas eu me sentia muito mal com tudo aquilo. Droga, eu realmente não deveria ter bebido. Lara secou as minhas lágrimas e me encarou.

- Vou te dar banho, vamos.

- M-me dar banho? - Engasguei. - N-não.

- Vou dar sim, deixe de besteira.

- Eu consigo ir só. - Falei embolado graças a embriaguez, e então fiquei de pé.

- Certo, cuidado com o chão molhado. Eu vou pegar uma roupa para você. - Assenti e fui até o banheiro.

Fechei a porta e me despi com certa dificuldade, encarando-me pelo espelho do banheiro, percebendo que estava corada graças a bebida e a vergonha que senti com a ideia de Lara me dar banho. Vê se pode.

Tomei banho, tentando manter o máximo cuidado e não cair por chão. Após o banho, já me sentia um pouco mais em mim, porém a embriaguez ainda estava ali. Escovei os dentes também.

- Morena… - Chamei, abrindo a porta.

- Oi, Luíza. - Ela falou ríspida, parecia realmente brava.

- A roupa… - Pedi, minha voz arrastada.

- Tome. - Me entregou as vestimentas.

Era uma calça moletom e uma camisa velha, meu traje para ir dormir como sempre. Ela havia me dado, também, uma calcinha short, o que me fez corar com a ideia de ela mexendo em minha gaveta de calcinhas. Droga. Terminei de me vestir e fui para o quarto, Lara estava sentada na cama, olhando nada em específico, a parede. Sentei ao seu lado.

- Dá beijinho. - Pedi.

- Eu estou brava. Deite e vá dormir. - Mandou.

- Eu não vou dormir até que você me beije. - Falei embolado, de fato eu não estava totalmente bem. - Por favor, você não me beijou o dia todo.

- Você não anda merecendo. Vamos, deite logo. - Mandou novamente e eu cruzei os braços, fazendo um bico emburrado. - Droga, Luíza! Dorme, por favor.

- Não! Dá beijo! - Pedi de novo.

- Eu não vou te beijar, eu tô brava! Vai dormir. - Levantou da cama e exasperou, eu não me abati, continuei com o meu bico do tamanho do mundo e os braços cruzados.

- Eu não vou dormir, sequer me beijaste hoje. Please…

- Ai caralho! - Resmungou e se inclinou, dando-me um selinho demorado. - Dorme, Luíza, por favor.

- Quero outro. - Pedi e quando ela se inclinou para me beijar novamente, a puxei e deitei ela sobre meu corpo. - Quero um beijo de verdade.

- Não. - Exasperou, quase cedendo.

- Vem cá, vem. - Coloquei uma das minhas mãos em sua nuca e suguei seus lábios, beijando-lhe fervorosamente. O gosto da vodca ainda estava em sua língua, o que fazia do beijo o melhor de todos. - Boa noite, Lara. - Sorri.

- Boa noite, sua safada! - Resmungou, levantando.

- Por você. - Lancei-lhe uma piscadela.

Meu subconsciente só está me mandando falar e fazer essas coisas impulsivas apenas por que eu não estou sã, caso contrário, ele nem tentaria. Eu jamais faria isso se não estivesse bêbada.

- Dorme, Gaúcha… Nos vemos. - Foi a última coisa que ouvi aquele dia.

Caí no sono, sonhando com uma morena e com bastante vodka. Tem combinação melhor para um sono bom?


Notas Finais


Eu ri muito escrevendo isso, help!
Até o próximo :)


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