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História Na Hora Do Pesadelo - Decifrando Os Sonhos... Ou Não


Escrita por: Rose-chi

Notas do Autor


Sim! Logo dois, pra compensar a semana passada, que não teve.

Capítulo 10 - Decifrando Os Sonhos... Ou Não


Chegando na ala de psiquiatria do hospital, Zoey e seu pai jogaram conversa fora enquanto esperaram sua vez com o médico, e isso aliviara a tensão da menina. Depois de ao menos vinte minutos, ela foi chamada. O pai sussurrou um "boa sorte" antes dela fechar a porta, entrando na sala do doutor Michael.

— Bem, olá. — Disse o médico, pacientemente e com um simpático sorriso no rosto. Infelizmente, a menina na sua frente estava tão nervosa que sequer largou a maçaneta da porta que acabou de fechar. — Não seja tímida, venha, sente-se. — A passos lentos e curtos, ela foi, sentando-se numa cadeira de couro de frente para o homem. Atrás dele, tinha uma mulher, que parecia ser uma assistente. Esta tinha uma prancheta numa das mãos, e uma caneta na outra. — Pelo que ouvimos de você, parece que está com hipnofobia... Então, conte-nos tudo. Desde o início do seu... Trauma. — A voz grave e um tanto rouca do homem na sua frente, a desconfortava. Mesmo assim, ela respirou fundo e o respondeu:

— Bem, por onde começo? Meu nome é Zoey Carter Gramnin, e desde que mataram minha mãe na minha frente, e eu passei a morar com meu pai, coisas estranhas estão acontecendo. Sabe o quão horrível foi ver a minha mãe ser torturada daquele jeito? — Ela falou desesperada, enquanto sua voz ficava mais inaudível, e as lágrimas começavam a correr. — E... Eu... Eu só tinha 6 anos! Eu vi uma cena muito... Perturbadora! E daria tudo para não ter visto! — O coração da garota batia mais rápido que o normal. E suas mãos estavam trêmulas. A assistente olhou brevemente para ela, penalizada, e depois escreveu rapidamente na prancheta.

— Senhorita Gramnin... — O senhor tocou na sua mão, tentando acalmá-la, e antes que pudesse falar mais alguma coisa, a menina o interrompeu.

— Mas... Isso não foi... Nem de longe, a pior coisa que aconteceu: Seis anos depois encontrei algo que, não só mudou, como acabou com minha vida. E desde então, eu sonho com a morte das pessoas! Entende por que estou aqui?! Eu uso, involuntariamente, meus sonhos para matar pessoas que não conheço! — Ela levantou da cadeira, e gritou, batendo as mãos na mesa, assustando tanto a assistente, como o médico. Que devolveu a exaltação da menina, falando com a mesma intensidade e o mesmo tom que ela estava usando.

— Senhorita! Peço que se acalme! Ou mandarei prendê-la imediatamente!

A garota respirou, ofegante, diversas vezes, antes de falar, ainda sem muito fôlego.

— Não vai adiantar. Mesmo que me prenda, o problema são os meus sonhos... Não eu. Acredite, sou a mais inocente nessa história.

O médico e a assistente se entreolharam, antes dele dizer para a menina ficar na sala de espera. E foi o que ela fez, voltando para o pai.

— E então? Alguma coisa?

A menina balançou a cabeça para os lados, dizendo que não, e foi beber um copo d'água. Os dois esperaram mais dez minutos, até o psiquiatra chamar Elijah para sua sala. Entrando lá, viu a assistente escrevendo algo sobre a prancheta, e o doutor sentou na sua cadeira, e indicou para que o pai de Zoey fizesse o mesmo com a cadeira à frente dele.

— Bom, senhor Gramnin. Acredito que sua filha sofra de esquizofrenia.

— O quê? Não. Eu acho que...

— Escute, ela está traumatizada com a morte da mãe, pode ser que esteja criando um mundo onde se "comunique" com ela. E é bem comum alguém com um trauma tão pesado como o dela tenha isso. Mas é melhor que ela controle as fantasias do mundo imaginário, antes que interfira com a realidade. Ela está num estado mediano dessa doença.

— E quanto aos sonhos "convenientes" que a Zoey tem? Se é que ela comentou com o senhor.

— Sim, comentou. Mas podem ser pesadelos causados pelo trauma da mãe...

— Ela começou a ter esses sonhos de morte há cinco dias. — Elijah falou num tom mais grave e sério, querendo convencer o médico que não era uma doença comum. Entretanto ele continuou firme no seu argumento:

— Alguém, por acaso mencionou, falou, ou mostrou algo que pertencesse a mãe dela?

Elijah, nesse momento, abaixou a cabeça, e lembrou que Joane entregou o diário de Callie a Zoey. Mas não pôde simplesmente culpar a empregada, soube que ela não queria fazer por más intenções, e também, ninguém suspeitou do perigo que estavam correndo.

— Bom...

— Ela pôde ter lembrado da mãe a partir daí, senhor Gramnin. Além dela precisar do apoio da família, também vai precisar disto. — Ele estalou os dedos, e a assistente o entregou um papel, com vários dados da Zoey, e embaixo, uma receita de um antipsicótico*. O médico ainda assinou e carimbou no fim da folha, antes de entregar a Elijah. — Compre esse remédio. Vai ser útil para sua filha. E volte aqui em seis meses, sim?

— Está bem, doutor. Obrigado. — Elijah suspirou de cansaço, depois de sair da sala e se encontrar com sua filha, conversando com o recepcionista, com quem parece ter simpatizado, já que ambos foram vistos rindo de alguma piada. O pai sorriu ao ver essa cena, quase rindo junto, apesar de não entender por quê. — Vamos, Zoey.

Elijah apenas gesticulou chamando a filha, que se despediu do recepcionista, seguindo o pai até o carro.

— Então, pai. O que ele disse? — Zoey falou esperançosa para que ele tivesse falado algo para curar o problema. O pai, então, mostrou o papel que o médico lhe deu antes. — Nossa. Agora entendi a expressão "letra de médico". Espera, o quê? Esquizofrênica?!

— Você não acha que vou seguir as ordens dele, acha? Cuidaremos disso quando chegarmos em casa. — Ele pegou o papel das mãos de Zoey, e colocou no porta luvas, e só depois ligou o carro, saindo do hospital.

Eles percorreram o caminho conversando. Zoey, em certo momento, até falara do seu sonho, abrindo rumo a uma conversa mais séria até que chegaram em casa. Quando entraram, ela estava completamente vazia.

— Joane?

— Acho que ela foi comprar alguma coisa para o almoço, Zoey. Porque não vai assistir um pouco de televisão enquanto espera?

— Nem pensar! — Zoey protestou. — Televisão é a última coisa que eu quero ver. Vou para o meu quarto.

— Está bem, então. Qualquer coisa, eu te chamo.


Notas Finais


* Os antipsicóticos se caracterizam por sua ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. Por isso, além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são utilizados como anestésicos e em outros distúrbios psíquicos.


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