História Na mesma moeda - Volta o cão arrependido...

Se arrependimento matasse, acreditem, meus amigos, eu estaria a sete palmos do chão.

Maldito dia que eu, Oh Sehun, decido ir até a casa do meu, agora, ex noivo. Maldito seja Kim Minseok pra me deixar duro às 07:00h da manhã.

Maldito seja!

Pelo menos eu consegui sair de lá a tempo de fazer alguma besteira... Não posso ir trabalhar assim, essa ereção está acabando comigo e eu com certeza vou fazer alguma merda no trabalho. Meu pai já não anda muito contente pelo meu desempenho ruim esses dias (meus preciosos domingos que o digam). Imagine se eu ficar desconcentrado... E com aquelas imagens perturbadoras de Minseok de quatro no chão, eu não poderia ficar mais desconcentrado.

“Droga, Sehun! O que está havendo com você? “

Eram os pensamentos que povoavam o meu cérebro enquanto eu dirigia de volta pra casa, com os olhos na pista e a cabeça nas nuvens...

Eu realmente não entendo o que está acontecendo comigo. Por que fiquei tão desnorteado por vê-lo daquele jeito? Tão... Tão sexy, tão bonito, tão apaixonante. Ah, droga... A única coisa em que conseguia pensar a todo momento era o quanto eu precisava beija-lo, ou apenas...toca-lo. Naquele momento, um simples toque naquele corpo me deixaria satisfeito.

Não conseguia, por mais que tentasse, esquecer aquelas imagens, até mesmo se eu batesse com a cabeça repetidamente na parede, acho que não adiantaria. O que eu precisava agora era ficar sozinho, tomar uma boa dose de whisky puro e tentar pôr meus pensamentos em ordem. E por último, mas não menos importante, bater uma bela punheta.  Talvez dormir um pouco também ajudasse, eu estava mesmo precisando descansar, pois fazia dias que eu não conseguia ter uma noite inteira de sono. Tanto o trabalho quanto o Baekhyun me privavam disso.

Baekhyun…Meu doce e perverso amante.

Não me arrependia de ter me envolvido com ele, admito. Baekhyun é intenso, apaixonante, belo e exótico.  Gostava do que tínhamos - fazíamos - juntos. Baekhyun era uma mistura de ambição com determinação, eu o admirava muito antes de tudo. Tínhamos muitas coisas em comum. Eramos perfeitos um pro outro, o Minseok era a pedra no meu sapato... Tinha que acabar logo, ou ele se magoaria mais. Agradeço por ele ter nos visto antes que eu o contasse, me poupou de um grande desgaste, porém...

Vê-lo chorando naquela noite da descoberta partiu meu coração. Contudo, o que eu podia fazer? Correr atrás dele e deixar Baekhyun desconfiado?

Não...

Chanyeol já havia me ajudado o suficiente, eu não podia botar tudo a perder. Tinha que acabar logo com isso, assim como prometi a ele. E deixar Minseok ir, foi a melhor forma de faze-lo...

Mas apesar disso, eu ainda via meu futuro com Minseok. Passei dias me perguntando se havia feito a coisa certa e tentando me convencer de que meus sentimentos por Baekhyun eram reais, e que sim, eu havia feito a coisa certa. Mas como eu disse, ainda via um futuro com Minseok...Ele não era em nada parecido comigo ou com Baekhyun, mas era isso que eu mais gostava nele. Sua bravura, teimosia e doçura sem fim. Seu carinho e gentileza extrema com tudo. Seu sorriso infantil, seus olhinhos felinos, seu corpo atraente…

Aish... precisava urgentemente de uma dose bem, mas bem forte.

…

Chego ao meu apartamento o mais depressa possível. Estava ansiando ficar sozinho e poder pôr a minha cabeça em ordem. Assim que abro a porta da cobertura que eu havia comprado num dos pontos mais luxuosos de Seul, passo pelo lobby e vou diretamente até o pequeno bar adjacente à ampla sala de estar. Abro a garrafa da bebida mais forte que encontro, derramando o líquido dentro de um copo de cristal. Bebo tudo num só gole, sentindo a garganta e todo o caminho seguinte pegar fogo.

Consigo enfim frear o ritmo dos meus pensamentos e relaxar um pouco. Me sirvo de uma segunda dose, pegando um balde de gelo no pequeno frigobar, e colocando dois cubos no copo. Tomo um gole e vou até o escritório que mantinha na cobertura, já que muitas vezes eu era obrigado a levar trabalho para casa. Minseok odiava quando eu fazia isso…

Não, não, não!

Penso num modo de despistar as cenas que, de novo, surgiam em minha cabeça, entrando no escritório e me sentando na cadeira de frente para a escrivaninha em que trabalhava noites adentro. Alguns papéis de cópias de relatórios ainda pousavam em pilhas sobre a superfície de vidro. Baekhyun que a escolheu, achava mais moderno. Minseok odiaria. Ele adora aqueles móveis antigos de madeira trabalhados à mão. Ele diz que a beleza das coisas eram os segredos nos detalhes, e que um pequeno tampo de vidro numa armação simples de plástico e ferro com algumas gavetas não poderia ser chamada de escrivaninha. E também diria que era muito frágil.

Ao pensar nisso, flashes de uma noite em que eu havia levado mais trabalho para casa me vieram à mente. Minseok havia ficado irritado e foi se deitar sem mim. Continuei no escritório, até que de madrugada ele veio ver se eu já havia terminado. Não vestia nada além de uma samba canção de seda azul, bem curta. Todo o seu corpo estava exposto, tirando a parte coberta pelo pequeno pedaço de tecido. Tentou me convencer a ir para cama da maneira que eu mais gostava, só que não consegui esperar até lá. Tivemos mais uma de nossas fodas loucas sobre a estrutura antiga de madeira, com detalhes e tracejados elegantes. Sinto falta daquela escrivaninha.

Nisso eu concordava com ele. Madeira era mais resistente.

— O que que há agora? Só por causa de uma ceninha daquelas, Sehun? — digo a mim mesmo, tentando me convencer a parar de pensar nele. —  Até parece que nunca viu aquelas pernas descobertas…ou usando sua camisa depois do sexo. O visto naquela posição diversas vezes… E… E o tocado tão... 

Aquilo não estava funcionando. Talvez um cochilo ajudasse enfim.

Tomo um último gole da bebida e deixo o copo sobre a escrivaninha do escritório. Vou andando pelo corredor que leva até a suíte principal, até que escuto um barulho vindo da mesma. Paro um segundo tentando assimilar o barulho com algo, torcendo para que fosse coisa da minha cabeça. Tudo o que eu não precisava era lidar com um assalto. Parecia o som de passos abafado pelo tapete.

 Continuo furtivamente até à porta do quarto e olho pela fresta. Quando vejo uma sombra passar pra lá e alguns segundos depois retornar o caminho. Repete o movimento e fala algo.

— Tem certeza que ele não foi para o escritório? — uma pausa e mais uma caminhada para lá. — Eu já disse, estou no apartamento dele e ele não estava quando cheguei e nem está agora. — volta e vai novamente.

Era Baekhyun.

Quase senti vontade de que fosse um assalto. Não estava preparado pra lidar com Baekhyun agora. Não depois do que aconteceu com Minseok. Queria apenas ficar um pouco sozinho… Dou um suspiro de rendição e abro a porta. Fico um pouco, talvez muito surpreso quando o vejo, pois a cor do seu cabelo estava diferente. Antes num tom ruivo, agora completamente loiro, quase platinado.

Espera...Essa cor de cabelo. Se não me falha a memória, é a mesma tinta que vi no cabelo do Minseok ontem. Na verdade, sabia que Minseok estava loiro desde o jantar beneficente, em uma tentativa falha de me explicar, mas não reparei direito, estava tão atordoado por meus pensamentos que tive que sair antes que tudo terminasse. Mas ontem, quando fui conversar com Hana, pude reparar em como seu cabelo estava diferente e incrivelmente lindo.

Quando que eu ia imaginar que ao visitar uma velha amiga o encontraria? Minseok não costumava sair sozinho, então fiquei bem surpreso e nervoso por vê-lo ali, tão bonito. Tentei disfarçar o máximo possível, me limitando apenas a explicar algumas coisas. Fiquei horas pensando em como ele deve ter se sentido mal pelo meu noivado inexistente com Baekhyun. De onde ele tirou isso? Meu coração se apertou só de imaginar um Minseok chorando por isso.  Me convenci a  ter pelo menos uma amizade com ele, pra não tirá-lo completamente da minha vida. Talvez esse sentimento que tenho carregado desde a separação seja saudade, afinal, estamos juntos há bastante tempo, tínhamos um nível alto de convivência. É completamente normal sentir saudade de uma pessoa que se convive, estava convencido disso. Até que o vi com aquele Kim desgraçado, deixando meus pensamentos uma confusão total. E o típico ciúmes me tomando... Minha vontade foi de puxá-lo e trazê-lo pra casa. Ah, como foi insuportável ver aquele idiota o tocando com tanta intimidade, estava juntando todo o meu autocontrole pra não esmurrar Jongdae.

E então, Minseok resolveu acabar com o pouco da minha sanidade, dançando daquele jeito tão provocante e me deixando completamente louco. Precisei sair de lá o mais rápido possível. Onde já se viu ficar tão alterado com um ex, e pior, quando se está namorando? Eu terminei tudo, eu o traí, eu não podia ter mais nenhum tipo de atração por Minseok. Mas não tinha como negar a mim mesmo, que enquanto dirigia de volta pra casa, a imagem de Minseok sorrindo enquanto dançava não saia da minha mente, me atormentando completamente.

Aqueles cabelos loiros balançando de acordo com seus movimentos...

Cabelos loiros...

''Por que Baekhyun estava com cabelos loiros ? '' lembro-me de pensar, já que passei dois minutos pensando em Minseok ao invés de focar no meu namorado. 

 Baekhyun dá um suspiro de alívio ao me ver e abre um grande sorriso numa forma quase retangular. Ele só podia estar querendo estragar a minha vida pintando o cabelo da mesma cor que o Minseok...

— Sehunnie!

Ele praticamente se joga sobre mim, me rodeando com seus braços. Retribuo o abraço no automático, e ele suspende a cabeça capturando meus lábios.

— Baek...— respondo tentando soar o mais natural possível e não demonstrar meu quase colapso por ainda ter uma ereção no meio das pernas. — O que você está fazendo aqui? — tento ao máximo não soar rude, pois Baekhyun é extremamente sensível.

— Eu estava preparando uma surpresa pra você...Mas poxa, Hunnie. Você estragou tudo. — Baekhyun falava de forma manhosa e sedutora.

— Surpresa? — questiono meio confuso, afinal de contas, não tinha nada ali.

— Sim, Hunnie. Surpresa... — Baekhyun sussurra em meu ouvido, me causando um arrepio involuntário.

Só me dou conta do que ele quis dizer quando desço o olhar pelo seu corpo, encontrando uma fantasia no mesmo.

Baekhyun se afasta brevemente, dando uma voltinha lenta para que eu pudesse analisá-lo melhor.

Sorrio sem perceber quando meus olhos param em sua bunda, coberta por uma saia social extremamente curta.  Um corpete azul marinho adornava seu tronco,  e uma faixa preta ligava a saia ao corpete, modelando sua perfeita cintura. Baekhyun usava também um óculos de armação quadrada e delicada, combinando perfeitamente com seu rosto harmonioso e os cabelos, agora, loiros.

— Então, gostou da sua nova secretária, senhor Oh? — Baekhyun pergunta enquanto me aproximo, um pouco atordoado.

Ah, Hyunnie...Tão travesso.

Baekhyun era extremamente sexy, tão atraente. Tinha um corpo magro e uma flexibilidade muito útil em determinados momentos, se é que me entendem. Não podia me satisfazer melhor... Mas parando pra pensar agora, Minseok tinha mais carne. Não era tão magro, tinha mais bochechas, tinha mais coxas...tinha mais bunda... E lá vamos nós de novo.

— Você quer me deixar louco, Baekhyun? —  afasto os pensamentos que envolvem o Kim, me aproximando do loiro à minha frente. Levo minha mão à sua coxa quase descoberta e dou um forte aperto.

— Você nunca mais vai olhar pra aquela secretária sem graça depois disso, não é? — Baekhyun mordeu o lóbulo da minha orelha, me arrepiando por inteiro. — Eu sou muito melhor que ela, não é, Sehunnie? — ele brincava com meu pescoço, dando pequenos chupões, enquanto eu apertava a sua cintura por instinto. — Você só vai olhar pra mim, não é?

Baekhyun sussurrava tão sensualmente que não me controlei em beijá-lo com fervor, já entrelaçando suas pernas na minha cintura. O imprensei na parede mais próxima, praticamente me fundindo a ele, enquanto nos beijávamos e Baekhyun tentava tirar minha gravata precariamente, pois eu simulava uma penetração que o impedia de fazer qualquer outra coisa além de arfar contra minha boca.

— Hunnie, você já está duro ? Nós não fizemos nada ainda. — Baekhyun tinha um sorriso deveras malicioso quando nos separamos.

Carreguei-o no colo, ignorando sua fala, ocupado demais em chupar seu pescoço. Caminhei até a cama com ele no colo, enquanto tentava não fode-lo em pé mesmo, tamanha minha excitação. Acabei por jogá-lo na cama com certa violência, mas Baekhyun não pareceu se incomodar, apenas mordeu o lábio inferior e me deu um olhar significativo.

Quando dei por mim, Hyunnie já se encontrava de quatro em minha frente, rebolando os quadris e fazendo minha ereção crescer mais ainda.

Caramba, aquela fantasia era fodidamente sexy. Dava pra ver aquelas pernas maravilhosas, prontas para serem marcadas. Destacava aquela bunda dos deuses, por ser extremamente curta e combinava perfeitamente com o tom de pele extremamente branco que possuía. Ah, e aqueles olhinhos felinos por debaixo daquele óculos, que me encaravam com desejo, deixando tudo mais excitante. Aqueles lábios tão bonitos e macios, praticamente me chamando para colar minha boca ali.

— Hunnie...— aquela voz tão melodiosa e sexy soando em meus ouvidos.

Ah, Minseok...Você me deixa maluco.

— Hunnie! Vem... vai ficar aí me olhando o dia todo?  — escuto-o dizer de forma manhosa, me fazendo ficar ainda mais duro.

Eu o queria tanto...

Andei meio cambaleante em direção à cama, tirando minhas calças no trajeto e afrouxando minha gravata.

— Está demorando demais, Hunnie. — Minseok disse de forma dengosa.— Estou ficando sem paciência.

Ele estava me deixando louco e eu ainda nem havia o tocado da forma que queria.

Já no pé da cama, retiro a única peça de roupa que me restava, e fico completamente nu em sua frente. Seus olhos miram meu membro, já teso, de forma desejosa, como um leão olhando para um bife suculento. Eu pouco me importava, pois o estava olhando da mesma forma. Minseok era tão atraente… Difícil de olha-lo de maneira diferente.

— Vem, boss… — dizia de forma impaciente e sedutora.— Seu baby não aguenta esperar mais.

Não espero nem mais um segundo. O puxo para mim, até que ele esteja de pé. Seguro firme em sua cintura e o ouço arfar quando capturo sua boca com a minha. Uma explosão de prazer me toma ao sentir seu sabor tão doce. Um pouco diferente do que costumava ser… Parecia um pouco fora de contexto, mas eu apenas continuei. Passava minhas mãos por todo seu corpo, tocando em todos os pontos, enquanto ele gemia em cada um.

Não queria me demorar mais, ou então gozaria apenas com seu beijo. Então o virei de forma meio bruta e o fiz se curvar sobre a cama, fazendo seu lindo traseiro, ainda meio coberto pela mini saia executiva, se expor para mim.

— Porra...— acabo por xingar, quando vejo que ele usava uma calcinha, também de cor azul, extremamente fina e pequena, me dando livre acesso à fenda entre suas bandas.

Afasto mais a saia, a levantando até sua cintura, e puxo o fio dental pra baixo, o deixando no meio de suas coxas. Esfrego meu pau na sua entrada, espalhando meu pré-gozo na área, para ficar mais fácil de deslizar. Ele geme manhoso com o contato, e rebola sua bunda, fazendo com que a esbarre na minha virilha.

— Hunnie…

Implora novamente antes de eu penetra-lo de vez. Sinto todo meu membro aquecido e apertado dentro dele,  e fico ainda mais excitado com seu longo gemido sôfrego e arfante. Saio dele lentamente, sentindo todo o caminho apertado, sentia meu pau pulsar de tanto prazer. Se eu não controlasse meu corpo e movimentos, iria gozar rápido demais.

Volto novamente, com toda força que o meu quadril me permite ir, vendo-o enterrar a cabeça em um travesseiro macio, provavelmente abafando sua demonstração de prazer. Começo a me movimentar quando sinto ele relaxar. Seus gemidos saem em sequência a cada estocada que dou, e seu corpo começa a se jogar para trás ao meu encontro, fazendo meu membro se enterrar profundamente dentro dele.

Caramba, eu estava me controlando pra não fazer um estrago.

— Hu-Hunni-eee… Ahhh...

— Você quer mais fundo, baby?

— Owwnn… Quero…!

Sinto o suor se formar em bicas no meu corpo, quando faço mais esforço para atender o seu pedido. O cheiro de sexo fica mais forte a cada segundo e a cada estocada. Me curvo sobre Minseok e seguro nos seus fios loiros tão sedosos. Até aquilo estava me deixando excitado.

Ouço-o gemer mais forte quando aumento o ritmo das minhas estocadas, batendo meu quadril em sua bunda macia. Seu pescoço estava vermelho e úmido também. Minseok era tão perfeito, até mesmo naquele estado. Sua respiração acelera até eu senti-lo estremecer quando goza nos lençóis. Aumento ainda mais minha velocidade, chegando cada vez mais perto, até que tudo escurece e  uma onda imensa de prazer me toma. Sinto o ar me escapar e o mundo inteiro girar muito rápido.

— Minseok... — digo o seu nome num rugido arfante, gemendo roucamente.

— Minseok? — me assusto ao vislumbrar Baekhyun abaixo de mim com uma expressão furiosa. Ele para por um momento, assustado. — Que porra é Minseok, Oh Sehun?!

Levanto atordoado da cama e Baekhyun se cobre rapidamente com o lençol, como se de repente, não quisesse que eu o visse descoberto. Admito que levei alguns segundos de pura confusão até entender que tudo não passou de uma ilusão... Ele não estava ali... Era Baekhyun o tempo inteiro, e quando me dou conta da gravidade da situação, aquelas palavrinhas simpáticas saem da minha boca de uma forma automática.

— Puta Merda...— solto baixo, enquanto Baekhyun começa a lacrimejar  e uma expressão chorosa tomava seu semblante. — Hyunnie... — me aproximo.

— Não! Não encosta em mim, Sehun, não encosta! — Baekhyun grita, a essa altura, algumas lágrimas enraivecidas escorriam por seu rosto. 

Ah, droga! Como eu poderia resolver essa situação? Eu estava mais do que ferrado.

— Baekhyun, me desculpa, amor...— tento me aproximar novamente da forma mais cuidadosa possível, como se eu estivesse tentando acalmar uma fera selvagem.

Por que essa cena me era familiar?

— Desculpa é o caralho, Sehun! Minseok...Minseok!? Que merda, Sehun! — Baekhyun apertava os lençóis com força, sua voz saindo extremamente magoada e chorosa.

Deveria escolher bem minhas palavras, o mínimo detalhe poderia destruir o meu relacionamento.

— Baek...— sento-me rapidamente na cama, aproveitando sua guarda baixa, enquanto fungava baixinho. — Deixa eu explicar...

— Então explica, Sehun, explica, porque eu realmente quero saber. — disse um pouco alto, mas sem gritar realmente, e quando levantou o rosto, estava mais vermelho que o recomendável.

— O que houve foi um tremendo mal entendido, eu apenas...— o quarto fica em silêncio por alguns segundos, enquanto tento pensar em algo que possa funcionar, mas nada parecia justificar o que eu tinha feito.

— Apenas gemeu o nome de um dos seus ''velhos amigos '' enquanto a gente transava, que fofo. — Baekhyun bradou cheio de sarcasmo. — Você nem se quer tem uma desculpa coerente, Sehun, é melhor eu ir embora... — disse já se levantando.

— Não! Espera, Baek, fica...— tento o alcançar enquanto ele anda pelo quarto à procura de algo, com o traseiro completamente exposto...— Vocês têm bundas parecidas!

Baekhyun se vira pra mim, com um olhar incrédulo, como se pudesse me degolar apenas com isso.

— O que disse?

— Bom...Hum...Você e o Minseok tem bundas parecidas, por isso eu me lembrei dele e...

Que merda eu estava fazendo...?

— É sério isso, Sehun ? — Baekhyun se aproximou perigosamente. — Então quer dizer que você já viu a bunda dele? Então quer dizer que transaram?!

— Baek, amor… — não adiantaria mais negar. Eu teria que pelo menos convence-lo de que não tinha mais nada com Minseok. — Amor, escuta. — ele continua em silêncio esperando minha explicação. — Eu e o Minseok, não temos mais nada a ver um com o outro. O que aconteceu entre nós foi algo… Não foi…

— Eu já deveria saber! — me corta, com os olhos vermelhos de raiva. — Eu já deveria saber que aquelezinho lá não era boa coisa. A forma como ele olhou pra você quando passou por nós no restaurante. Tentando lhe seduzir com o olhar e rebolando aquela bunda mais que o necessário, você acha que eu não percebi?!

Não consigo pensar em nada... Não conseguia nem convencer mim mesmo que o Minseok era algo insignificante pra mim. Porque ele não era… Mas sei que o correto seria dizer qualquer coisa para tranquilizar o Baekhyun, ou então ele iria embora.

— Amor, foi coisa do momento, não faz diferença gemer o seu nome ou o de outra pessoa, o importante é que...— digo num ato de desespero, tentando inventar qualquer coisa que me safasse dessa, quando sinto...

Um estalo.

Sinto minha cara arder, e os gritos raivosos do Baekhyun enchem meus ouvidos. Qual é, por que insistem em estapear a minha cara? Isso já está começando a incomodar.

— Seu insensível, monstro! Eu..Eu não mereço, não mereço ser rebaixado desse jeito, eu nunca fui tão humilhado...— Baekhyun já chorava forte, me deixando desesperado. — Eu não mereço...não... de novo não. — sussurrou a última parte de modo atordoado, como se dissesse pra si mesmo, me deixando um pouco confuso. Precisei estar muito perto pra ouvi-lo.

Droga, era tudo minha culpa.

Baekhyun me dá as costas e volta a procurar algo. Parece o encontrar ao lado da mesinha de cabeceira, então puxa uma sacola com roupas, que eu presumo serem as roupas que usava antes de vir pra cá. Ele caminha em direção à porta, enquanto veste o moletom, e tenta, com dificuldade, tirar a saia apertada. Só me dou conta de que estava indo embora, quando o escuto descer as escadas que dão à porta da frente.

— Baekhyun, espera! — corro até à porta do quarto, aos berros. — Baek...Eu te amo!

Então ele para nas escadas, se virando para mim e me fazendo ter esperanças. Que logo depois são apagadas quando ele joga a fantasia de secretária na minha cara.

— Vai à merda, Sehun...— então se vira novamente e segue seu caminho. Não sou capaz de ir atrás dele...

Volto para o quarto, me sentado sobre a cama desforrada, e um suspiro de cansaço me escapa. O dia não havia chegado nem na metade e eu já estava farto dele. Eu não devia nem ter levantado da cama...

Deito de costas e olho para o teto, pensando na merda que fiz, e pensando também na causa de toda aquela comoção.

— Você  tirou meu melhor amigo...— penso alto, me lembrando de todos os insultos e juras de morte que levei de Jongin desde aquele dia... — Você tirou minha sanidade...— continuo a falar sozinho, pensando em todas as noites mal dormidas pensando nele. — E agora...você quer tirar o meu namorado... E tudo isso é minha culpa. 

É como eu disse, meus amigos: se arrependimento matasse, eu nem se quer estaria aqui...

" Aish, Minseok...você só me causa problemas. "