1. Spirit Fanfics >
  2. Na Saúde e na Doença >
  3. Capítulo Único

História Na Saúde e na Doença - Capítulo Único


Escrita por: Miichele

Notas do Autor


Espero que gostem! <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


O sol ainda estava nascendo quando praticamente tudo já estava pronto!

Ele não se arrependia por não ter dormido na noite passada - aliás, Ja’far já estava acostumado a isso. Ele costumava passar dias sem dormir, dedicado ao seu tão amado trabalho. A única coisa que incomodava era aquela tosse pesada realmente estava o deixando cansado. Mas aquilo não importava.

Afinal, era um dia especial que ele estava planejando há semanas. Sin estava completando 30 anos e refletindo sobre como ele sempre queria fazer os aniversários dos outros algo especial, Ja’far pensou que seu rei merecia ter uma sua própria festa.

E o alvo depositou todos os seus esforços a preparando! Bom vinho e boa comida, seu amado povo, música…

Logo Sin estaria acordando e o conselheiro havia lhe dito que sua agenda estava completamente lotada naquele dia. Certamente Sinbad estaria deprimindo achando que não haveria tempo de comemorar seu aniversário. “Vai ser uma surpresa incrível…” Ja’far pensou consigo mesmo esboçando um sorriso. Ele estava tão ansioso, afinal, era a primeira vez que ele planejava uma festa.

Ele se sentia aliviado vendo os últimos detalhes da decoração sendo colocados no teto, porém subitamente o mundo ao seu redor girou. Quase tombando de joelhos, sua cintura foi segurada com firmeza por um braço forte.

— Oe, Ja’far-san?

Ja’far piscou. Quem estava ali?

Quando o foco voltou, ele pôde ver Masrur lhe encarando com uma expressão preocupada.

— Ma-Masrur?

O pálido homem se reergueu, ainda sendo apoiado pelo fanalis.

— Obrigado. Eu não sei o que aconteceu comigo. - ele tentou sorrir.

— Seu rosto está vermelho. - Masrur mencionou.

— M-meu rosto? - Ja’far tocou suas próprias bochechas e as sentiu quente.

— Você está se sentindo bem? - apreensivo, Masrur perguntou, tocando o ombro do mais baixo. - Você parece fraco, Ja’far-san.

Não. Ele não estava nada bem e ele sabia disso. Na verdade, Ja’far sentia sua garganta queimar, assim como todo o seu corpo. Merda, ele estava ficando doente mesmo. Mas ele podia dar um jeito nisso, descansando apropriadamente, depois do aniversário de Sin. Afinal, a festa de aniversário de seu rei devia ser perfeita e era sua máxima prioridade.

— N-Não se preocupe. - ele fingiu um sorriso. - Eu estou bem, Masrur. Eu só fiquei um pouco tonto.

— Tudo pronto, Ja’far-san! - uma mulher sorridente se aproximou.

— Ótimo! - Ja’far estava muito feliz. - Eu voltarei com o Sin. Não se esqueçam de ficar em silêncio enquanto não chegarmos. - ele os lembrou com um dedo cruzado sobre seus lábios.

Mas assim que ele se virou, a porta do salão se abriu. Seus olhos cresceram quando viu Sinbad bem ali. O rei parecia confuso vendo tantas flores e a linda decoração que ele podia, facilmente, associar com aquele que planejara tudo.

— O q…

— FELIZ ANIVERSÁRIO, REI SINBAD! - todos exclamaram, interrompendo sua majestade.

Um grande sorriso cruzou os lábios de Sin. Ele realmente não esperava algo assim.

Logo Ja’far se aproximou e se curvou, sua cabeça doeu bastante.

Ele a levantou para dar a seu rei um grande sorriso. Manchas pretas lentamente tomavam sua visão enquanto ele tentava se manter calmo e respirar compassadamente.

— Feliz aniversário, Sin! Eu espero que você goste da sua festa surp…

Os olhos dourados se arregalaram quando Sinbad viu Ja’far subitamente perder a consciência. Ele se apressou para agarrar o corpo enfraquecido, evitando que seu conselheiro fosse ao chão. Todos estavam em choque. Ja’far estava bem há minutos atrás.

— Ja’far! Oe! - Sin o segurou e levemente estapeou seu rosto, tentando reanimá-lo, mas parou quando sentiu a quentura de sua pele. - Deus! Você está ardendo em febre! - imediatamente ele se levantou com Ja’far em seus braços. - Eu quero um médico nos meus aposentos agora mesmo!

Parecia que Sinbad tinha se esquecido de tudo ao seu redor, incluindo a festa. Tudo o que ele conseguia pensar agora era no péssimo estado de Ja’far. Como algo assim havia acontecido? Ja’far quase nunca ficava doente. Talvez o problema fosse esse: Sin nunca se preocupava com relação à saúde de Ja’far porque ele sempre parecia tão bem.

Ainda a caminho de seus aposentos, Sin sentiu um aperto fraco em suas roupas. Olhando para baixo ele pôde ver os olhos de Ja’far ainda fechados, mas ele parecia ter voltado a si.

— S-Sin… - ele murmurou enquanto tossia. - Eu… Eu acabei… com… com tudo…

— Mas que droga você está falando, Ja’far? Fique calmo, eu vou buscar ajuda!

— Sua festa… Eu… eu queria… que você… ficasse… fe… feliz… Me des… desculpa...

Uma lágrima escapou pelo olho cerrado e deslizou pelo rosto cuja forte vermelhidão chegava a esconder as sardas. Sinbad chutou a porta de seu quarto para que chegasse rápido até a cama, onde ele depositou cuidadosamente o corpo de Ja’far.

— Oe, Ja’far! - ele chamou. - Ja’far!

Nenhuma resposta. Ele estava delirando, então?

Sinbad afagou os fios esbranquiçados enquanto que, com a outra mão, ele segurava a de Ja’far.

— Vossa majestade?

— P-por favor, entre! - ele presumiu ser um dos médicos da corte.

— Como está o Ja’far-san? - o jovem perguntou enquanto trazia uma bandeja com medicamentos, água e toalhas.

— Ele está com uma febre muito alta e desmaiou! - ele explicou, sentando-se à poltrona ao lado da cama, tentando não atrapalhar o trabalho do médico.

Sinbad não tirava seus olhos de Ja’far enquanto o rapaz o examinava. Ele parecia tão frágil. Seu coração doía apenas ao olhar para seu conselheiro tão fraco daquele jeito. Depois de um tempo, ele tomou coragem para perguntar.

— O que há de errado com ele? - o rei perguntou, cruzando seus dedos abaixo de seu queixo, os cotovelos apoiados em seus joelhos.

— Parece pneumonia. - ele respondeu.

— Pneumonia? - Sin ficou pálido.

— Esses sintomas… não parecem ter surgido há pouco tempo. Ele deve estar se sentindo mal há um tempo já, não?

— Eu… Eu não sei. Eu o vi tossir bastante ultimamente, mas ele parecia bem, mas… - Sinbad estalou a língua. - conhecendo Ja’far, certamente ele estaria escondendo o fato de estar doente… - suspirando, o rei encarou seu conselheiro. - Ele vai ficar bem?

— Sim, não se preocupe. Vamos cuidar dele, mas Ja’far-san precisa de muito repouso até que se recupere completamente. Seu desmaio provavelmente foi causado pela falta de descanso somada à febre alta.

— Essa é a parte mais difícil… - Sin cruzou seus braços. - mantê-lo em repouso e calmo.

Lentamente abrindo seus olhos, nem mesmo conseguindo focar ainda, ele se surpreendeu com tantas pessoas que o rodeavam. O que estava acontecendo? As esmeraldas cresceram e ele realmente se assustou quando encarou aquela mulher. Rurumu estava segurando um grande bolo em suas mãos. Ele não era mais incapaz de ler, então conseguiu ver o que estava escrito ali. “Feliz aniversário, Ja’far”.

Ao seu redor ele pôde ver Sinbad, Hinahoho, Mahaad, Vittel e outros membros da Companhia Comercial de Sindria cantando para ele.

Como ele pôde se esquecer? Naquele dia ele estava completando 11 anos. Mas em 10 anos de uma vida tão dura, ele nunca teve algo assim. Era como se fosse… um sonho.

A única vez em que viu algo parecido, foi quando fora enviado pela Sham Lash para assassinar um homem, exatamente no dia do aniversário de seu filho. Por ter sido descoberto, Ja’far não teve escolha. Precisou assassinar cada membro daquela família. E antes de executar sua missão, quando olhou pela janela aqueles pais comemorando felizes o aniversário de sua criança, ele sentiu inveja. Ele nunca poderia ter algo assim… Ou ao menos era o que ele pensava. E agora ele estava tendo não só uma festa de aniversário, ele tinha mais do que isso. Ja’far estava tendo… uma família.

Subitamente toda a cantoria e celebração pararam quando notaram que Ja’far estava chorando. Rurumu imediatamente deixou o bolo com Hinahoho e se aproximou daquele que não conseguia parar de chorar.

— Ja’far… - ela secou uma das muitas lágrimas que desciam pelo rosto tão pálido. - Nos desculpe. Não gostou do que fizemos?

— N-não é… não é isso… - ele continuou soluçando.

— Nós fizemos tudo isso para deixá-lo feliz, Ja’far! - Sinbad abriu um largo sorriso.

— É por isso que estou chorando… Eu estou muito feliz! Eu… Eu nunca tive nada assim antes! Estou tão feliz que… dói!

Rurumu abraçou seu “pequeno filho” em seus braços e Ja’far pôde sentir aquele toque que ele tanto amava. Sentia-se tão protegido, tão amado…

Seus olhos se abriram lentamente. Tão escuro. Onde ele estava?

Ele sentiu uma mão quente segurar a sua.

— Ma-mamãe…? - ele murmurou.

— Shhh… Você deve descansar. Acalme-se...

Ouvindo aquela voz, ele voltou a si. Não era o toque de Rurumu, e sim dele…

— Sin? - ele piscou, reconhecendo seu rei pela fraca iluminação que os candelabros forneciam. - O que aconteceu?

— Não se lembra? - Sin tirou a seca toalha que estava sobre a testa de seu conselheiro e a afundou na bacia que estava sobre o criado-mudo. - Você desmaiou durante minha festa de aniversário. - Sin sorriu enquanto torcia aquela toalha antes de colocá-la novamente sobre a fronte de Ja’far.

— AH!

Ja’far se desesperou, mas seu rei o segurou firmemente à cama.

— Não ouse nem pensar em se levantar! - Sinbad advertiu.

— Já é noite! Não me diga que eu destrui tudo! Eu não posso acreditar!

— Shh, fique calmo! Você fez tudo maravilhoso! Eu comi muita comida boa aqui ao seu lado!

— Você desperdiçou todo o seu dia especial cuidando de mim, Sin? - a culpa estava devorando Ja’far.

— Não. - Sin foi direto. - Eu passei todo o meu dia especial com a pessoa que é especial para mim!

— S-Sin…

— Ja’far… - ele acariciou o rosto de seu conselheiro. - Você é aquele que está ao meu lado em tempos tão difíceis… Bons e maus momentos vão e vem. O que realmente importa é quem fica ao nosso lado durante eles!

— S-Sin… Eu… eu trabalhei tanto para te dar um dia especial… - Ja’far lamentou.

— Você faz todos os meus dias especiais, Ja’far, e eu sou muito grato por tudo o que você fez, mas… Eu vou te pedir um presente: fique bem e, por favor, não esconda nenhuma doença mais, ou eu vou ficar muito chateado.

— Me desculpe… Eu não queria preocupá-lo e… Eu pensei que era algo ínfimo… - ele estalou a língua. - Aliás, eu nem dei o seu presente!

— É, isso é verdade! Mas você pode me dar ele agora.

E segurando o queixo de seu conselheiro, Sinbad depositou um profundo beijo nos lábios de Ja’far. Eles eram um precioso presente que o destino havia presenteado a cada um. Em bons e maus momentos, eles sempre apoiariam um ao outro, sem se preocupar consigo mesmos, mas com quem amavam.


Notas Finais


Eu torturo o Ja'far até em oneshot, né? Bem, espero postar as dos dias anteriores em breve e espero que tenham gostado! Sugestões, críticas e elogios sempre são bem vindas! ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...