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História Na Sombra da Cerejeira - Loucura


Escrita por: Shinoda_Yuuka

Notas do Autor


Boa (re)leitura!

Capítulo 2 - Loucura


Fanfic / Fanfiction Na Sombra da Cerejeira - Loucura

O dia seguinte amanheceu bonito demais para Abarai Renji. O sol não estava muito aparente, muito pelo contrário; o céu estava branco por conta das nuvens que o cobriam por completo. O ruivo suspirou, constatando o quão cedo havia acordado. Deveria estar no escritório em duas horas, mas Renji se sentia ansioso demais para ficar dormindo. O ruivo abriu a porta de sua casa, sentindo o vento gelado balançar seus cabelos soltos e seu quimono branco, lhe dando uma sensação de paz e felicidade. Sorriu, pensando no tempo que passaria ao lado de seu capitão durante aquele dia. 

Nunca havia acordado de tão bom humor antes!

As lembranças do dia anterior estavam vivas em sua mente, os sorrisos discretos de seu capitão e as conversas descontraídas se repetiam constantemente em sua cabeça, fazendo com que o jovem shinigami sentisse um incomum calor nas maçãs do rosto. Sorriu feito idiota, decidindo ir tomar café logo para se arrumar para ir trabalhar. Vestiu o shihakusho e prendeu os cabelos vermelhos no topo da cabeça como de costume, prendendo a faixa branca na cabeça logo em seguida. Pegou Zabimaru e saiu porta aforaindo ansiosamente em direção ao escritório do sexto esquadrão. 

Renji sentia o sol radiante bater em seu rosto enquanto caminhava. Viu as ruas do esquadrão, sendo a primeira vez em que as via tão vazias. Nunca havia saído de casa naquele horário antes; geralmente saía em cima da hora, chegando atrasado no trabalho e levando um sermão ensaiado de seu superior. Ah, mas naquela manhã seria diferente! Chegaria antes de Byakuya, adiantaria o serviço acumulado e, caso continuasse com sorte, poderiam sair mais cedo para o treinamento de kidou que combinaram no dia anterior. Sorriu involuntariamente, chegando ao seu destino sem mesmo perceber.

Empurrou a porta grande de madeira devagar, tirando o sorriso do rosto imediatamente ao ver uma imagem tão conhecida por si: os cabelos negros enfeitados pelos kenseikan, o cachecol esverdeado adornando o pescoço e o haori de capitão impecável preso ao corpo, as mãos cobertas pelas luvas tekko tão características moviam com rapidez, preenchendo os relatórios como sempre. 

— Kuchiki Taichou! — Renji exclamou surpreso, arregalando os olhos e apontando para o homem sentado em sua cadeira. Realmente não esperava encontrá-lo ali naquele horário. 

— Bom dia, Renji — disse o moreno, levantando o olhar surpreso pela presença do outro ali naquele momento. — Chegou cedo hoje. 

O tenente observou Byakuya trabalhar, imaginando se ele chegava tão cedo no escritório todos os dias. Devolveu o cumprimento, dirigindo-se imediatamente até sua mesa. Estava receoso se deveria iniciar alguma conversa aleatória com aquele homem novamente, afinal ele parecia tão concentrado no que fazia... Parecia o Byakuya de sempre, cumprindo suas obrigações como de costume, vez ou outra bebericando o chá posto em sua mesa. Os olhos de cor tão bela estavam fixos nos diversos papéis em sua frente, as sobrancelhas franzidas montando o semblante sério de todos os dias. Renji suspirou, parando de olhar tão fixamente para aquele homem. Seu coração já começava a acelerar, o que não aprovava. Não era certo aquele tipo de sentimento, ainda mais por quem ele era direcionado. 

 

As horas passavam devagar. Renji estava aborrecido, preguiçoso demais para alguém que acordou cedo com uma incomum disposição para trabalhar. Sua disposição havia sido sugada pelas quinhentas folhas de papel que deveria preencher sobre missões que foram cumpridas por outras pessoas. Suspirou pesadamente, deitando a cabeça sobre a folha em branco e direcionando seu olhar à figura imponente sentada na cadeira verde. Aquela cena tão comum de seu superior trabalhando não lhe agradava mais, e sabia perfeitamente o motivo disso. Conhecia-se bem o suficiente para saber que estava decepcionado. Esperava encontrar o “Byakuya de ontem”, aquele que conversou consigo de forma amigável e informal. O mesmo homem que deixou o clima mais confortável e alimentou a esperança de se tornar alguém próximo dele. Alguém importante para ele...

Renji bufou mais uma vez, olhando agora para a janela atrás do capitão. O sol estava alto, já devia ser quase meio-dia. Que tédio! Queria ter um copo de café ali agora para se distrair, ou para quem sabe ter disposição para acabar com aquela papelada logo. Endireitou-se em sua própria cadeira, olhando com desprezo a pilha de papéis postos em sua frente, focando tanto em amaldiçoá-los em sua cabeça a ponto de se distrair e não notar que uma voz tão conhecida o chamava.

— Renji! — Byakuya falou mais alto, finalmente tendo os olhos castanhos de encontro aos seus. Colocou a mão sobre a cabeça, suspirando. Por que ele estava tão distraído?

— Sim, Taichou! — respondeu o ruivo, assustando-se com o tom de voz usado pelo mais velho. Franziu as sobrancelhas, amaldiçoando-se em mente por não ter escutado o chamado na primeira vez. “Ele odeia repetir as coisas!”

— Pare o que está fazendo — disse firme ao ver o ruivo desesperado, voltando a escrever no relatório. Teve os olhos estreitos focados em si novamente assim que proferiu aquela frase, sentindo-se tonto por breves segundos. Adorava aqueles olhos. 

— Eu fiz algo errado? — perguntou o mais jovem, intrigado com o silêncio repentino do outro. 

— Não — Byakuya disse baixo, surpreendendo Renji ao começar a guardar suas coisas. — Peça ao terceiro oficial que entregue os relatórios preenchidos para o escritório do 1º esquadrão. Os que ainda não foram completados, você mesmo leve para a sede do 3º esquadrão. Eles já voltaram do mundo real, portanto o trabalho será dividido. 

— Sim! — exclamou o ruivo assim que ouviu a ordem. Ficou surpreso por seu capitão ter terminado todo o trabalho do dia tão rápido, porém resolveu ignorar. Fez o que foi mandado sem muito ânimo, quase bocejando no caminho. Onde diabos estava seu humor? Nunca pensou que poderia perdê-lo tão depressa.

Renji voltou para o escritório depois de um tempo, tendo a certeza de que o encontraria vazio, já que seu capitão estava guardando suas coisas quando saiu de lá. Contudo, para sua surpresa, o Kuchiki ainda estava ali, olhando para a Sereitei pela janela, distraído. A mesa dele estava limpa, e estranhamente a sua também. Pigarreou, fazendo o mais velho notar sua presença.

— Demorou — comentou Byakuya, girando o corpo para encarar o rapaz. A voz saiu fria por puro costume, as sobrancelhas franzidas e o olhar sério estavam ali sem intenção. 

— Desculpe, senhor. — O shinigami alto desviou o olhar, decepcionado. Sabia que não possuía esse direito, porém não conseguia evitar. Franziu as sobrancelhas tatuadas de leve, montando uma expressão suave de quem sente dor e tenta disfarçar. Andou devagar até a porta, decidindo ir embora para casa e pensar na vida no caminho. No entanto, parou de repente, sentindo o corpo todo tremer ao ouvir uma frase familiar:

— Aonde pensa que vai, Renji? 

A voz rouca o despertou. Renji olhou para frente, vendo Byakuya parado na porta, encarando-o. Não havia visto ele se aproximar. Analisou a pergunta, lembrando-se de ter a escutado no dia em que lutou contra seu capitão.

— Para casa — respondeu firme, vendo o outro suspirar e franzir mais as sobrancelhas. 

— Você está muito estranho hoje. — Byakuya limitou-se àquele comentário, afastando a vontade de fazer perguntas ou até mesmo rir da cara de desentendido do mais jovem. — Esqueceu-se que temos um árduo treinamento de kidou para realizar a partir de hoje? 

A memória veio de forma ligeira em sua mente, fazendo Renji se sentir um completo imbecil. Como se esqueceu daquilo que quase implorou para Byakuya ontem? Coçou a cabeça sem jeito, envergonhado, não ousando dizer mais nada em seguida. Observou o capitão virar e seguir seu caminho, dizendo um “vamos” baixinho. 

 

Os dois shinigami caminhavam lado a lado em silêncio. O silêncio constrangedor que se formava naquela caminhada incomum deixava Renji nervoso. Achou estranho que Byakuya andava no sentido oposto à área de treinamento do sexto esquadrão, mas não teve coragem de perguntar algo sobre; apenas seguiu seu superior, arregalando os olhos assim que avistou um portão que dava acesso à um jardim desnecessariamente enorme.

— Iremos treinar em minha casa. Espero que não se importe. — Byakuya olhou o ruivo, notando-o tenso. — Acompanhe-me.

Os dois seguiram para dentro da mansão, evitando a casa em si e seguindo caminho para um lugar aos fundos; as árvores adornavam o campo gramado de frente para um lago extenso, com uma ponte de madeira vermelha no centro dele. Renji ficou abismado com o que via, já que nunca esteve naquela área da mansão antes. O lugar era maior do que imaginava. 

A cara de espanto do ruivo causava graça em Byakuya, porém ele manteve a postura. Não podia cometer o mesmo erro novamente, demonstrando, mesmo que pouco, suas emoções para ele. O capitão aproveitou-se da paz que o atingia por estar em casa e caminhou até a pequena árvore de camélias vermelhas e floridas perto do lago, deixando Renji curioso. Retirou o cachecol, os kenseikan do cabelo e o haori do corpo, transformando-se quase em outra pessoa. Colocou os objetos com cuidado no pé da árvore e voltou-se para o ruivo, que estava atento a todas as suas ações. 

— Sei que está acostumado a treinar bakudou. Rukia me disse que viu algum progresso em suas técnicas desse tipo. — O nobre começou seu discurso, tentando ignorar o olhar intenso que recebia do mais alto. — No entanto, eu acredito que o uso de hadou condiz mais com a sua forma de lutar. Por isso é o que eu irei ensiná-lo nos próximos dias.

— Tem certeza? — perguntou Renji, ficando desanimado. — Eu acho bakudou tão mais fácil…

— É bem fácil sim, porém não para pessoas impetuosas como você. — Byakuya sentenciou sem dó, vendo o rosto alheio se contorcer em desgosto. — Os bakudou possuem conjurações mais simples, porém a concentração e transformação de reiatsu é mais complicada. Hadou é mais adequado para você, sendo um shinigami tão ofensivo. 

Após isso, o Kuchiki passou a explicar as conjurações de diversos hadou, explicando as diferenças de poder e intensidade dos encantamentos entre os níveis, tentando ser o mais claro possível para que o tenente entendesse. Ele dizia tudo numa calma incrível, como se fosse um de seus professores da época da academia, deixando o ruivo mais que confuso. Tentou se concentrar apenas no que o mais velho dizia, focando em suas palavras para compreender sobre as variações de kidou. Mas aquilo era impossível! Estava distraído demais admirando aquele homem, que estava tão bonito com os cabelos totalmente soltos. 

— Por isso, começaremos pelo Byakurai — finalizou o capitão, caminhando para a margem do lago. Renji o seguiu, finalmente ouvindo algo do que ele disse.

Byakuya apontou um dedo em direção à outra margem do lago, conjurando a magia. As palavras ditas pela voz bela e imponente vieram junto ao estrondo de uma árvore caindo; como se um raio a houvesse derrubado. A pressão espiritual de Byakuya era esmagadora e ainda se fazia presente, deixando Renji completamente imóvel. Era difícil se manter firme diante de tal poder, mesmo depois de tê-lo presenciado tantas vezes. 

Após aquilo, o ruivo passou a prestar total atenção no que seu capitão dizia sobre o encantamento, ansioso para que reproduzi-lo em seguida. No entanto, Renji não conseguiu se concentrar e repetir a mágica em nenhuma de suas inúmeras tentativas. Abarai sempre foi péssimo em kidou, perdendo o controle de seus encantamentos, resultando geralmente em uma ridícula explosão. No entanto, Kuchiki Byakuya conseguia perceber a ligeira mudança nas atitudes de seu tenente. Diferente de tempos atrás, ele parecia ter mais força de vontade para aprender a conjurar o Byakurai, além de ter diminuído a quantidade de reiatsu aplicada ao kidou, evitando aquelas constantes explosões. 

— Você está diferente. — O capitão não pode evitar o comentário, que acabou sendo dito em tom de voz alto o suficiente para deixar o ruivo confuso. O rosto cansado e contorcido em dúvida do mais novo fez Byakuya suspirar irritado, pois teria que explicar àquele rapaz algo que ele não entendia sobre si próprio. De novo.

— O que quer dizer?

— O kidou não explode mais em suas mãos — continuou o Kuchiki, encarando o rapaz ruivo que ofegava. — Isso significa que você finalmente está ouvindo algo do que eu digo. O progresso está visível, porém ainda falta muito para que complete a magia. 

Surpreso e ligeiramente alegre com o comentário de seu superior, Renji sorriu de orelha a orelha, esquecendo seu cansaço apenas para se curvar e agradecê-lo devidamente. 

Byakuya estava atento a ele, tentando entender o motivo para aquele agradecimento tão formal. Imaginou que o ruivo poderia estar alegre por receber reconhecimento por seu esforço, porém aquele gesto também estava carregado de respeito e gratidão direcionados apenas para a sua pessoa. E Renji sequer imaginava o quanto isso agradava o capitão.

— Mas, Taichou, o senhor é realmente incrível — Abarai comentou de repente, com um tom de voz tão doce que fez com que o mais velho olhasse imediatamente para ele.

— E por… por que diz isso? — cometeu o erro de gaguejar ao perguntar, sentindo-se envergonhado tanto pelo seu deslize, quanto pelo que ouviu em seguida.

— É só a verdade. O senhor é intenso, consegue controlar seu poder perfeitamente e essas outras coisas complicadas sem nenhuma dificuldade, sabe. —  O tenente da sexta divisão coçava a nuca, demonstrando seu embaraço. 

Byakuya só conseguia pensar no quão adorável aquele shinigami agia naquele momento. O Kuchiki era um capitão reconhecido por toda a Soul Society, não só por sua patente alta, mas também por sua grande força, habilidades únicas e velocidade invejável. Era extremamente comum receber elogios vindos dos outros soldados e até de outros capitães, e nenhum deles foram completamente sinceros ou lhe fizeram realmente feliz. Nenhum, exceto aqueles saídos da boca de Abarai Renji. As frases desajeitadas e cheias de admiração eram suas favoritas.

Nervoso e sem saber como agir, Kuchiki Byakuya coçou a garganta, ignorando toda aquela situação; já estava virando um hábito seu. Deu as costas ao ruivo, indo em direção ao pé da árvore de camélias, onde havia deixado seus pertences. Recolheu-os e voltou para a beira do lago, observando o tenente voltar para a posição de encantamento.

— Por hoje chega, Renji — pontuou firme.

— Mas, Taichou, eu acho que finalmente entendi como se faz...

— Não vou repetir. Está anoitecendo e você já está exausto. Vá para casa. Amanhã teremos o dia todo para treinar.

O ruivo suspirou, sendo incapaz de desobedecer àquela ordem. Recolheu sua espada, preparando-se para ir pra casa e pensando no quão incrível fora aquele fim de tarde. Havia conseguido aprender diversas coisas novas, além de ter descoberto que havia sim evoluído desde a última vez que treinou kidou com seu capitão. Mas, mais do que isso, conseguiu ver de perto o quão belo era Kuchiki Byakuya sem seus adereços frequentes. O coração bateu forte demais com aquele pensamento repentino e incontrolável. Estava ficando perigoso se aproximar tanto do outro homem, mas ao mesmo tempo, parecia ser o certo a se fazer.

— Taichou — Renji chamou atenção do mais velho, que já se preparava para entrar em sua mansão. — Muito obrigado por ter me recebido aqui e por ter gastado seu tempo livre comigo. Significa muito pra mim.

— Não precisa me agradecer. Se estou ajudando, é porque eu realmente acho que vale a pena. Você tem potencial, e é maravilhoso vê-lo se esforçando tanto e conseguindo progredir apenas com força de vontade. Saiba que isso é o que eu mais gosto em você, Renji. 

Byakuya sequer pensou que aquela frase pudesse desencadear algo tão inesperado. Havia dito aquilo com sinceridade, sem ao menos raciocinar direito. Estava até, de certa forma, envergonhado por ter insinuado que gostava de outras coisas em Renji além de sua determinação aguda. Porém, definitivamente, não esperava que aquele homem alto e de feições tão fortes pudesse dizer palavras tão bobas e adoráveis como aquelas:

— Acho que eu poderia morrer de tanta felicidade agora, senhor. — O ruivo abaixou a cabeça.

— Por que está dizendo isso?  — Byakuya conseguiu perguntar com a voz mais firme possível, encarando com afinco a face dele. Renji estava visivelmente envergonhado, mas também era fácil perceber o quão feliz ele estava. 

— Eu não sei explicar muito bem... Quer dizer, já é a segunda vez que o senhor me elogia pelo meu esforço. E, sinceramente, eu sempre sou pego de surpresa! Não estou acostumado a ser reconhecido dessa forma e, ainda mais, por aquele que eu mais admiro na vida... 

O coração do único nobre presente ali bateu rápido demais. Seu rosto ardia como nunca antes, suas mãos e suas pernas passaram a tremer de repente, como se estivesse diante de um inimigo centenas de vezes mais forte do que ele. Mas não, estava de frente a um mero tenente que havia dito algo tão vergonhoso, mas ao mesmo tempo tão verdadeiro. Era impressionante com ele conseguia despertar sensações que Byakuya jurou ter esquecido. Hisana estaria rindo se estivesse vendo sua situação.

— Vá para casa, Renji.  — disse baixo, tendo a certeza de que estava sendo encarado. — Até amanhã.

Quando já estava longe o suficiente do ruivo, Byakuya pode respirar aliviado. Sentiu o rosto arder mais uma vez e levou uma das mãos ao peito, sentindo a inquietação irritante em seu coração. Por mais que fosse bom sentir todas aquelas coisas novamente, sabia que não era certo. Precisava fazer algo quanto àquele sentimento, caso contrário, acabaria perdendo o controle! 

 

As semanas passavam depressa demais para o tenente do sexto esquadrão. Os treinos de kidou depois do expediente passaram a ser a melhor parte do seu dia. Ficava feliz por poder caminhar ao lado de seu capitão todos os dias até a mansão dos Kuchiki e, depois, passar horas e horas treinando aquelas magias tão difíceis. Renji estava um pouco frustrado por não ter conseguido conjurar nenhum hadou perfeitamente em nenhuma naquelas três semanas, mas não estava desmotivado. Afinal de contas, Byakuya insistia em dizer que o ruivo estava melhorando. Porém, aquele era o único tipo de conversa que teve com ele nos últimos dias.

Durante aquele período de trabalho e de treinamento, o tatuado teve o infortúnio de ter novamente ao seu lado o “Byakuya de sempre”. O homem continuava o frio e apático Capitão Kuchiki, aquele sem emoções e que conversava apenas o necessário. Àquela altura de sua vida, o jovem tenente deveria estar mais do que acostumado com a personalidade de seu superior. No entanto, era impossível ignorar as conversas informais e os sorrisos compartilhados antes.

Renji não conseguia entender Byakuya, mesmo depois de ter tentado tanto. Quando finalmente parecia que havia conseguido se aproximar do mais velho, algo assim acontecia. Estava frustrado, não só por não conseguir o que queria, como também por ter se dado conta do motivo de estar tão obcecado com aquele assunto.

Estava apaixonado por Kuchiki Byakuya.

Não sabia quando e como aconteceu, mas negar isso era impossível diante de todas as situações passadas nos últimos tempos, desde quando voltaram da missão no mundo real. Não estava feliz com a descoberta, afinal ninguém em sã consciência se alegraria por estar morrendo de amores pelo homem mais inalcançável do mundo. Estava sem ideias inteligentes de como lidar com aquela situação, pois tudo o que havia pensado eram coisas impossíveis de se fazer. Não poderia ignorar seus sentimentos, ou fugir deles. Se afastar de Byakuya estava completamente fora de cogitação também. Estava, definitivamente, com problemas. 

 

Naquela tediosa quinta-feira, os responsáveis pela sexta divisão terminaram o seu trabalho mais tarde do que o normal. A maioria dos outros esquadrões já haviam voltado, e estavam cuidando dos próprios relatórios, isentando Byakuya e Renji do trabalho extra. No entanto, naquele dia específico, ambos os shinigami estavam trabalhando de forma mais lenta do que o habitual, cada um por sua razão. Enquanto o mais jovem estava apenas sem ânimo para escrever e até para pensar, o mais velho sentia uma terrível dor de cabeça.

Estava ficando cada vez mais difícil para Byakuya ter que suprimir suas emoções e continuar sendo aquele que sempre foi. Havia demonstrado seu outro lado para seu tenente diversas vezes e, com medo de que cometesse esse erro tão inadmissível novamente, o capitão resolveu deixar de lado todo o seu interesse e quaisquer outros sentimentos que nutria por seu subordinado. Contudo, o que ele pensou que seria extremamente fácil, se tornou um tormento difícil de aguentar. Nunca foi homem de suprimir seus sentimentos e emoções, afinal ele sequer os tinha. Mas aquele rapaz havia conseguido, dentre tantas pessoas, atormentar seus pensamentos e lhe fazer sentir coisas novas todos os dias. 

Aquilo não era nada mais do que uma dor de cabeça. Uma terrível dor de cabeça que remédio nenhum poderia curar.

Depois do expediente, os dois shinigami seguiram caminho para a mansão. Já estava anoitecendo, mas nenhum deles parecia ter se dado conta disso. O percurso foi longo e silencioso. Quando chegaram ao destino, o mais velho se adiantou e sentou-se no pé da árvore de camélias, observando seu tenente, que já se posicionava em frente ao lago. Ele recitava o encantamento perfeitamente, conseguia controlar sua pressão espiritual da forma correta, mas ainda assim ele não conseguia realizar o kidou“Idiota, você precisa relaxar!”, pensava Byakuya, encarando o semblante frustrado Renji. Suspirou, imaginando se deveria ir lá e dar mais alguma dica. Desistiu, no entanto, lembrando-se do quanto sua cabeça doía naquele momento. Aproximar-se do ruivo só iria piorar sua situação. 

— Droga! Por que eu nunca consigo? — praguejou o ruivo, franzindo as sobrancelhas tatuadas. Estava irritado, com calor e cheio de coisas na cabeça além daquele kidou complicado. Renji voltou a conjurar a magia, dessa vez perdendo o total controle do que estava fazendo. Estava irritado demais, rangendo os dentes com força desnecessária, xingando todos os palavrões que conhecia em sua cabeça. A noite já havia caído, mas mesmo assim o clima continuava quente. O ruivo enxugou o suor da testa com uma das mãos antes de voltar para a posição de encantamento, pronto para concentrar o máximo de reiatsu possível para finalmente completar o Byakurai. No entanto, antes que pudesse fazer isso, foi interrompido por uma voz rouca e autoritária:

— Abarai Renji! Desesperar-se não irá ajudar! Por acaso não se lembra do que eu ensinei? Esse kidou requer concentração, então se acalme! 

Boquiaberto com o tom de voz usado por seu superior, Renji sentiu-se um idiota por se deixar levar por suas emoções e quase arruinar todo o treinamento. Fechou os olhos e endireitou o corpo, respirando fundo e reunindo toda a calma perdida. Afrouxou o obi de seu shihakusho e retirou a parte superior do quimono, jogando-a de qualquer jeito sobre a grama. Esqueceu-se momentaneamente de seus problemas pessoais, do calor e da frustração de não conseguir fazer algo que seu capitão realizava sem nenhum esforço. Concentrou-se na imagem de Byakuya conjurando a magia e, enfim, abriu seus olhos. Visualizou do outro lado do lago algumas árvores e apontou dois dedos em direção a elas, reunindo a quantidade correta de reiatsu em sua mão direita, conjurando em seguida:

— Oh, dominador! A máscara de carne e sangue, todas as formas, bata suas asas! Aqueles que foram coroados com o nome "homem". A luz que parte ao meio sonhos e esperanças! Uma nova luz aparecerá e acabará perfurando as trevas! Hadou n°3: Byakurai! 

Sua voz saiu tão estrondosa quanto o barulho das árvores caindo do outro lado do lago. Renji havia conseguido finalmente realizar o encantamento com perfeição, sentindo-se mais do que satisfeito. Sorriu feito idiota, comemorando com gritos e saltos animados.

Depois de um longo tempo naquela comemoração um tanto exagerada, o ruivo direcionou seus olhos até a árvore de camélias, observando seu capitão. Byakuya o encarava firmemente, os olhos inexpressivos, a face impassível... Renji não conseguia imaginar o que se passava na cabeça de seu capitão, mas sabia que iria levar bronca por quase ter destruído tanto tempo de treinamento. Com isso em mente, andou devagar em direção ao velho Kuchiki, tratando de se curvar assim que ficou frente a frente com ele. Quando abriu a boca para pedir desculpas, a voz imponente e inconfundível do mais velho lhe surpreendeu:

— Você conseguiu. Eu estou orgulhoso de você, Renji. 

A frase fez o ruivo endireitar seu corpo e olhar surpreso para o rosto do outro, que depois de tantos dias, mostrou alguma expressão: os olhos cinza direcionavam um olhar suavizado e bonito, apesar das olheiras não muito profundas que o marcavam. Os lábios bem feitos e estranhamente ressecados estavam curvados e fechados, formando um sorriso leve e discreto; tinha certeza que o percebeu apenas por estar muito próximo a ele. Renji contemplou aquela imagem pelos poucos segundos que ela durou, sorrindo sem graça em seguida. 

— Não me agradeça — disse Byakuya, como se soubesse exatamente o que seu tenente estava pensando. — Estou cansado e você também deve estar. Vá para casa…

A voz do moreno estava fraca e o Abarai havia percebido isso. Observou o capitão se levantar com um pouco de dificuldade e lhe dar as costas em seguida, caminhando torto em direção ao interior de sua mansão. Aquilo era estranho, Byakuya agia como se estivesse grogue ou com dor; suas incomuns olheiras e a condição de seus lábios indicavam que algo estava errado. Ele devia estar se sentindo mal, e aquilo inquietava o coração do pobre tenente. Sem se importar com as consequências de seus atos, o ruivo apressou o passo e segurou o braço de seu superior, impedindo-o de andar.

— O que está fazendo? — perguntou Byakuya, sem se virar ou ao menos tentar se livrar do aperto. A mão quente do mais alto apertava sem força seu pulso, como se não quisesse machucar ou desrespeitar ainda mais o capitão.

— Me desculpe, Taichou, mas o senhor não parece bem. Aconteceu alguma coisa? 

A pergunta não surpreendeu o mais velho, porém a forma que foi dita lhe deixou atônito. Já fazia um tempo que vinha contendo o que sentia, pensando demais e agindo de menos, guardando muita coisa dentro de si. Aquele era o seu limite. A presença de Renji ali lhe atormentava, a proximidade, seu toque, sua voz, sua aparência tão bonita... Queria passar a vida encarando aquele corpo robusto e tatuado treinando como naquele dia, sem preocupações ou dúvidas. Desejava ter forças para negar o que sentia, ou então coragem para se confessar. Mas não era tão simples assim. Nada para Kuchiki Byakuya era simples. 

Sentiu mais uma fisgada de dor em sua cabeça, observando tudo à sua volta girar. Seus sentidos estavam confusos, o equilíbrio fora perdido e seu corpo tombou em direção ao chão. Antes que pudesse sentir a dor do impacto, seu corpo ficou mais leve. Forçou sua visão ao máximo, conseguindo captar apenas uma cabeleira vermelha. Sua audição, que parecia ser a única a funcionar perfeitamente, identificou a voz marcante do homem que o amparava em seus braços fortes, chamando por seu nome, cada vez mais distante. “Taichou!”, era o que ouvia. “Aguente firme!” 

— Me desculpe... — murmurou o capitão com dificuldade, sentindo-se satisfeito por ao menos ter se desculpado. Após isso, deixou o cansaço dominá-lo. Perdeu sua consciência, sabendo que estaria seguro ali naqueles braços.

 

Um cheiro agradável de erva-doce dominou o olfato de Byakuya assim que despertou. Abriu seus olhos vagarosamente, tentando reconhecer onde estava e o que havia acontecido antes de desmaiar. Seu corpo estava deitado em uma cama extremamente macia, a decoração sem vida do local e o retrato de Hisana ao seu lado lhe aliviaram; estava em seu quarto e, de alguma forma, estava se sentindo muito bem. 

— Taichou! Finalmente acordou! 

A voz agradável de Abarai Renji dominou sua audição, fazendo com que finalmente endireitasse o corpo e se sentasse na cama. Olhou em direção à porta de seu quarto, conseguindo ver o tenente ruivo segurando uma bandeja com uma xícara bonita e fumegante. O rosto daquele shinigami estava radiante por alguma razão, e mesmo querendo com todas as suas forças reprimir aquele sentimento, precisava admitir o quanto aquele sorriso lhe fazia bem.

— Por que não foi para casa? — perguntou o capitão, depois de ter se lembrado da situação lamentável que passou há pouco. 

— Rukia me pediu para ficar ao seu lado até que acordasse, já que ela não pode ficar aqui. — disse o Abarai, ajoelhando-se próximo a cama do mais velho. Entregou a ele a xícara de chá que havia preparado, mantendo o contato visual. — Eu pretendia fazer isso mesmo se ela não pedisse, então não a culpe. 

— E onde ela está? — perguntou o nobre após tomar um gole do chá, evitando a última coisa que Renji havia dito. Não estava preparado para ouvir aquilo.

— Ela partiu em missão com o décimo terceiro esquadrão. Parece que irão patrulhar o Rukongai durante a semana. 

— Entendi. 

Kuchiki Byakuya bebericava o chá em lentidão exagerada, evitando ao máximo olhar nos olhos de seu tenente. Estava em uma situação complicada, seu coração batia rápido demais por alguma razão que desconhecia. “Não”, pensou. “Eu sei muito bem o porquê disso.” 

— Renji — chamou seu tenente, receoso sobre o que deveria dizer. — Eu...

— Me desculpe, Kuchiki Taichou. — O ruivo interrompeu o mais velho, chamando a atenção do mesmo. — Eu deveria ter percebido antes que o senhor não estava se sentindo bem. Se eu soubesse, nunca teria vindo até aqui aborrecê-lo com os meus caprichos.

Byakuya observava Renji, atento aos seus movimentos e palavras. As mãos enormes estavam apoiadas em seus próprios joelhos, tremendo. Os castanhos e estreitos olhos encaravam agora um ponto daquele quarto, claramente evitando o olhar frio de Byakuya. As palavras ditas anteriormente vieram carregadas de um sentimento de culpa e arrependimento que foram facilmente captados pelo lado observador e inteligente do capitão. Àquela altura do campeonato, ele não se surpreendia quando Renji dizia aqueles absurdos, sempre se culpando e demonstrando o lado fraco e inseguro de sua personalidade. No entanto, sabia que acima de tudo, o ruivo estava preocupado com seu bem-estar e por isso se sentia daquela maneira. Porque ele se importava consigo, e nada no mundo deixava o nobre líder dos Kuchiki mais feliz.

Byakuya sorriu sem que seu tenente percebesse. Não considerava mais necessário esconder seus sentimentos diante daquela figura maravilhosa ajoelhada em sua frente. Acreditava que era um tremendo desrespeito não retribuir o carinho e zelo que já estava cansado de receber daquele homem. Era finalmente hora de agir. 

— Eu sei que estou incomodando ficando aqui, mas precisava compensá-lo de alguma forma, já que o senhor está sempre sendo tão bom pra mim...

Abarai Renji perdeu a fala diante da ação seguinte de Kuchiki Byakuya; As mãos do nobre estavam no rosto do tatuado, acariciando-o com carinho. Surpreso com aquilo, o mais novo voltou finalmente a encarar a face alheia, encontrando ali bochechas levemente rosadas e um olhar fixo em si.

— Tacihou...

— Fique calado.

Agora, os braços de Byakuya envolveram o corpo mais alto, trazendo-o de encontro ao seu. O abraço seguiu desajeitado, Renji estava parcialmente deitado sobre o capitão, seus braços tremiam, não ousando retribuir o aperto e o carinho que recebia. A mão direita do nobre brincava com os cabelos da nuca, enquanto a esquerda acariciava de forma acanhada as costas largas.

O que está acontecendo?”, pensou o ruivo, sentindo arrepios por todo o seu corpo. O abraço foi ficando mais apertado e o tenente se sentiu na obrigação de fazer algo a respeito; relutou um pouco antes de tomar coragem para levantar seus braços e rodear o corpo do mais velho, se aconchegando melhor ali. Não fazia ideia do que estava se passando na cabeça de Byakuya, mas desejava que fosse o mesmo pensamento que rondava sua própria: “Isso é tão bom que poderia durar para sempre.”

Abarai Renji era um homem extremamente impulsivo e Byakuya havia se esquecido disso. Não havia utilidade alguma em lembrar-se de tal fato naquele momento, mas era inevitável pensar nisso ao ver e sentir o corpo mais alto que o seu se engatinhando e se aproximando cada vez mais. Podia sentir a ponta do nariz dele roçar em seu pescoço, causando um arrepio longo e gostoso naquela região. Os olhos cinza permaneciam bem abertos, ansiando ver os próximos movimentos de seu tão querido tenente. Os braços tatuados soltaram o corpo de seu superior, mas não para se afastar; Renji ousou beijar levemente a pele branca do pescoço do nobre, ao passo que tocava o maxilar perfeito dele com a mão direita. Sabia que estava se arriscando demais, mas também sabia que o Kuchiki não toleraria tal ousadia, a menos que estivesse gostando. Aquele pensamento era como um incentivo para continuar o que estava fazendo.

Renji afastou sua face do pescoço de Byakuya e passou a encará-lo. Estava envergonhado demais naquele momento, mas ainda assim estava determinado. Os olhos castanhos estavam firmes, brilhosos, praticamente implorando para continuar. O Kuchiki observava aquele olhar, não tendo coragem de se desviar dele, mesmo que seu rosto queimasse de vergonha. As testas se colaram, os olhos ainda fixos uns nos outros. As palavras ficaram entaladas na garganta, todavia, elas não eram necessárias. 

Foi ele, o mais impulsivo dos dois, quem resolveu agir. Renji acariciou mais um pouco a face do moreno antes de levar seus lábios até os alheios, iniciando um beijo inocente e leve. E ele, o mais velho e mais sensato dos dois, não perdeu seu tempo pensando em coisas como compostura, bom senso e etiqueta; Segurou os dois lados do rosto do ruivo e puxou-o para si, deitando-se na cama novamente e trazendo o tatuado consigo. Fechou os olhos e tratou de aprofundar o beijo, agindo com a impulsividade característica do outro rapaz; passou a ponta da língua nos lábios grossos de Renji, mostrando que queria mais do que apenas um selar. 

O beijo seguiu calmo, lento, demorado. Os shinigami estavam envergonhados, e era notório isso devido às faces extremamente vermelhas. No entanto, beijavam-se como se não fosse a primeira vez. Os corpos colados e quentes se abraçavam de forma natural. Os sentimentos e vontades que vinham sendo reprimidos por um longo tempo estavam finalmente sendo realizados, e ambos os homens ali concordavam que era inútil continuar escondendo o que sentiam de verdade.

Renji abriu os olhos em meio ao beijo profundo apenas para deleitar-se com a face belíssima do outro homem. Cessou o beijo para poder ver melhor aquele rosto que considerava ser perfeito; as bochechas estavam adoravelmente vermelhas, as sobrancelhas franzidas e a boca entreaberta, buscando o ar que lhe faltava. Nunca, em sua longa vida, imaginou que teria a oportunidade de ver aquela imagem. Desejou no fundo de seu coração que aquilo não fosse um sonho.

Depois de um tempo contemplando aquela imagem, Renji se levantou da cama, deixando o capitão confuso. De costas para o velho Kuchiki, ele disse:

— Vou deixar o senhor descansar.

— Tudo bem… — respondeu Byakuya depois de um tempo observando as costas do ruivo. — Mas saiba que eu queria continuar aproveitando a sua presença.

Abarai respirou fundo. Conhecia a si próprio melhor do que ninguém, e com toda certeza agiria por impulso caso passasse mais alguns minutos mais ali, ao lado de Byakuya. Respirou fundo mais uma vez e pensou em se despedir, mas foi surpreendido pela voz imponente, que soou perto demais:

— Eu espero que o beijo não tenha afastado você.

“Resista, Abarai!”, pensava o ruivo, engolindo seco. Virou o corpo e se deparou com Byakuya de pé, oencarando, esperando uma resposta. Queria prosseguir, jogá-lo de volta naquela cama e realizar suas fantasias mais profundas, mas não podia. Ainda não era hora.

— Na verdade, só me fez querer continuar ao seu lado. — Renji se aproximou do mais velho, abraçando-o. — Não se preocupe, eu realmente estou indo para que o senhor descanse. Mas eu posso voltar amanhã, se quiser…

Byakuya sorriu, não acreditando que aquele momento estava acontecendo. Se soubesse que ter Renji daquela forma o deixaria tão feliz, teria se entregado aos próprios sentimentos mais cedo. Afastou o abraço e beijou Renji mais uma vez, pensando se um dia se cansaria de seus lábios. Aproveitou o carinho pelo tempo que ele durou, sentindo-se quente mesmo quando o outro se afastou.

— Até amanhã — disse Renji com um sorriso assim que o beijo terminou. Andou em direção à porta do quarto ainda sorrindo, parando apenas dizer uma última coisa que havia esquecido. — Eu te amo, Kuchiki Taichou

A frase foi atingindo o corpo do nobre aos poucos, fazendo-o se sentir tonto. Havia ouvido certo? Não esperava receber uma declaração daquela tão de repente. Seu coração bateu tão rápido que até achou que iria morrer ali. E mesmo que seu orgulho e sanidade lhe dissessem para ignorar aquela frase e parar com aquela loucura, Byakuya não conseguiria. Ah, sim, loucura! Aquela era a palavra mais adequada para definir toda aquela situação. Observou o tenente ir embora do quarto, sentindo como se parte de si houvesse partido com ele.

— E eu estou completamente louco por você, Renji!


Notas Finais


Até o próximo capítulo!

Outras RenBya: https://www.spiritfanfiction.com/listas/renbya-da-nat-7811190


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