1. Spirit Fanfics >
  2. Na Sua Estante >
  3. A carta

História Na Sua Estante - A carta


Escrita por: vggukys

Notas do Autor


Bem, continuando ♡(*^o^*) Boa leitura.

Capítulo 2 - A carta


     Eu escrevi a carta, eu não sei bem que isso pode ser chamado de carta, tá mais pra um bilhete enorme. Mas que seja. Eu coloquei todos os meus pensamentos, todos os meus sentimentos naquela folha de papel. Eu ainda nem à tinha entregue e já estava com o coração à mil.


     Guardei a folha dentro do envelope improvisado que eu mesma fiz, e coloquei dentro da minha mochila. Agora era só aguardar a segunda-feira chegar pra colocar no armário do Reita, em seguida eu vou observar suas reações, será que o humor dele vai mudar depois de lê-la? Não faço a mínima ideia. Ainda tem chances dele nem ler, mas prefiro não pensar nessa hipótese cruel.


    
[ 2 dias depois... ]



     Eu cheguei cedo no colégio, mais cedo do que de costume. Os corredores estavam vazios, esse final de semana foi tenso, passei a maior parte do tempo ansiosa sobre esse grande dia. Eu não contei à minha mãe sobre a carta que havia escrito, fiquei com um pouco de receio dela não aprovar essa ideia, por mais que eu estivesse decidida à entregá-la. A cada passo que eu dava pelo corredor e ia me aproximando do armário de Reita, meu coração saltava do peito, e minhas mãos tremiam. Eu retirei a carta da mochila dando uma ultima olhada rápida para trás para verificar se não havia ninguém alí. E estava como um deserto aquele corredor. “ok... Você consegue”, falei comigo mesma e coloquei a carta pelas fendas do armário, eram estreitas mas cabiam a espessura da carta sem amassa-la. Assim que a carta caiu pro lado de dentro, eu corri. Não sabia o porquê mas corri como uma retardada como se aquilo fosse uma bomba prestes à explodir. Ri de mim mesma assim que cheguei à uma distância consideravelmente longe do armário do Reita.


     [ ... ]



     Passaram-se alguns minutos e logo eu pude ouvir o zum zum zum adentrando o colégio, eram os alunos chegando, eu estava nervos na expectativa. A primeira coisa que todo mundo fazia normalmente era abrir seus armários para pegarem algum material antes de ira pra sala. Foi correndo até meu armário ficando alí estrategicamente para ver se Reita iria abrir o dele. Simulei estar procurando alguma coisa no meu armário enquanto observava ele chegar de longe junto com alguns amigos, eram os caras da banda. A cada dia que passava eles estavam mais diferentes e ousados no visual, mas aquilo realmente chamava minha atenção de uma maneira positiva. Muitos olhavam pra eles com caras feias, mas eles não pareciam se importar, eles gostavam de chamar atenção, coisa que me deixava apavorada. É isso que me atrai em Akira, ele é tudo que eu não sou, é o que me completa.

     Ele estava se aproximando de seu armário, parecia que a carta o chamava. Eu podia ouvir tudo que ele conversava com Kouyou e os outros meninos, eu estava roendo minha unha de ansiedade. Ouvi quando ele destrancou o armário e nunca fiquei tão agoniada na minha vida, eu tentava disfarçar mas estava com o rosto febril, e provavelmente eu devia estar vermelha como um tomate. Eu olhei por cima dos ombros e vi ele conversando com os garotos enquanto retirava um livro de dentro de seu armário. Nesse exato momento a minha carta caiu no chão, Akira não notou, meus olhos estavam quase saltando da cara. A carta nos pés de Kouyou. Ele abaixou-se a pegou. Não era pra isso ter acontecido, não era o que queria, Reita deveria ler a carta sozinho, mas agora já era. Eu estava na expectativa.


     - O que é isso que caiu do seu armário? – Uruha/Kouyou falou segurando o envelope em suas mãos. Reita olhou pra ele franzino o cenho.


     - Isso caiu do meu armário? – Ele pegou a carta das mãos de Uruha para verificar, aquilo me deu uma enorme aliviada.



     - Será que é mais uma declaração da Diretoria sobre minhas notas? – Ele falou tão nervoso quanto eu.


     - Não tem remetente, abre pra gente ver. – Kouyou falou cruzando os braços, os outros garotos também pareciam curiosos.


     - Lê você Aoi, eu tô com medo! – Ele entregou meu envelope pro moreno que ria da cara dele. – Eu nunca recebo cartas, isso deve ser coisa ruim! – completou.


     - Tá bem, eu leio. – Aoi respondeu rindo. Os outros fizeram uma rodinha envolta de Aoi para poderem ver do que se tratava. Eu não esperava que Reita fosse ficar assim por causa de uma carta. Não sei mais qual reação dele esperar.


     - “Reita, estou escrevendo essa carta pois há muito tempo eu venho guardando um sentimento por você, pode parecer loucura, mas eu te amo.” – Aoi deu pausa na leitura e Reita arregalou os olhos.


     - A diretora tá apaixonada por você? – Kai falou surpreso e os outros começaram à rir.


     - Para de ser besta Kai, não tá vendo que isso é uma carta anônima?! Reita tem uma admiradora secreta. Hmmm quem diria. – Aoi falou rindo de um jeito safado. Eu estava quase infartando alí do meu armário.


    - Vocês tão zuando comigo? – Reita ò olhou desconfiado.


     - Olhe você mesmo? – Aoi lhe entregou a carta, Reita pegou a carta em suas mãos e começou a ler em silêncio, suas feições eram de total espanto, parecia que ele não acreditava no que estava lendo. Eu comecei a me sentir uma tola. Ele ficou alguns minutos lendo a carta e logo em seguida à guardou no bolso.


     - E aí Reita, vai tentar descobrir quem te mandou isso? – Kai perguntou sorrindo divertido. Mas Reita estava sério.


     - Ah... Deixa isso pra lá. – Ele falou não muito entusiasmado. Confesso que meu peito se partiu naquele momento... Mas tudo bem, eu precisava desabafar tudo o que sentia, e agora ele sabe. Talvez se eu tivesse escrito meu nome sua reação tivesse sido pior.


     - Não tá curioso pra saber quem te mandou essa carta? – Kouyou o olhou confuso.


     - Isso é alguém curtindo com a minha cara, tenho certeza. – Ele falou bufando. “NÃO”, gritei em pensamentos. Ele não podia pensar isso.


     - Reita tem razão, que menina em sã consciência enviaria uma carta de amor pro Reita? – Aoi falou dando gargalhadas.


     - Ah para de ser invejoso Aoi! – Kai falou em seguida. Não pude evitar de soltar uma risada baixa.


     - Meu querido eu tenho um fan clube aqui nesse colégio! – Ele falou num tom brincalhão.


     - Eu não sei não... Mas alguma coisa que me diz que tem realmente uma garota aqui nesse colégio que gosta de você Reita. – Kouyou falou sério. Acertou na mosca!


     - Seria a Mayumi? – Reita falou com um sorriso largo. “Mayumi... Era uma menina muito bonita, acho que a mais linda de todo o colégio, era obvio que Reita tanto quanto os outros meninos iriam gostar se ela desse mole.”...


     - Isso ninguém sabe né... Espera mais uns dias... Quem sabe você recebe mais cartas... – Aoi falou sorrindo de lado. – Mas algo me diz que quem te manda essas cartas é uma garota bem feia. – Aoi deu gargalhadas. Acho que ele tem razão, eu não chegava nem aos pés da Mayumi.


    Por fim, fechei meu armário silenciosamente e sai pelo corredor sem ser notada por eles. Eles continuaram alí, acho que esse assunto da carta não vai encerrar tão cedo. Pelo menos Reita à guardou, e não jogou fora. Isso significa que pelo menos ele gostou do que leu... Mas quem garante que ele vai gostar de saber quem é a autora da carta?. Por isso ele não vai descobrir nunca. Não vou contar à ele que sou eu. Não posso correr esse risco... Já doeu demais saber que ele esperava uma carta da Mayumi.



[ ... ]



     A aula tinha acabado, eu estava indo pegar o ônibus como de costume, entrei normalmente mostrando ao motorista meu passe livre de estudante e passei pela catraca. Assim que olhei no fundo do ônibus, lá estava ele. Meu coração acelerou e a maldita sensação de borboletas no estomago tomou conta de mim. Ele estava sozinho por incrível que pareça, nenhum de seus amigos da banda estava alí... O que será que ouve? Como quase todos os assentos estavam lotados, eu reuni todas as minhas forças e num ato súbito e único de coragem me assentei ao lado dele. Ele parecia entretido olhando pela janela, como eu da última vez. Eu não arriscaria puxar assunto, ainda não cheguei à esse nível. Olhei disfarçadamente pra ele enquanto ele estava distraído. Era tão lindo, seus olhos, sua boca, seu cabelo, e seu perfume, eu podia sentir de perto o aroma dele.


    Me encolhi no banco um pouco nervosa, e o ônibus começou à se movimentar. Estávamos em silêncio, quase ninguém conversava no ônibus também. Quando em um momento ele colocou a mão no bolso retirando a carta que eu havia escrito. Meu corpo inteiro gelou, e minha respiração falhava, ele começou a ler a carta em pensamento e um sorriso bobo surgiu em seus lábios... Uma expressão totalmente diferente da que vi no corredor mais cedo. Aquilo fez meu corpo mudar a temperatura do frio, para o quente. Ele parecia estar bobo com o que lia, era como se ele estivesse feliz com aquela simples carta. Talvez ele estivesse de admitir isso na frente dos amigos dele. E eu estava alí, do seu lado, vendo todas essas reações concretas de perto... Ah, meu anjo... Ele nunca iria imaginar que era eu, a garota invisível sentada do seu lado que havia escrito aquilo. Eu tentava não olhar para ele, mas toda vez que olhava de relance ele estava lendo a carta. Em seguida ele aproximou o papel perto de seu nariz coberto pela carta e aspirou o cheiro dela. Naquele momento fiquei nervosa, se ele sentisse meu cheiro alí perto dele e com isso interligasse as pistas e descobrisse? Mas aquilo não era muito provável, muitas garotas poderiam ter o mesmo perfume que eu.


     Depois de alguns minutos ele guardou a carta em seu bolso, e deitou a cabeça na poltrona do ônibus, fechou os olhos como se quisesse tirar um cochilo. Eu sorri. Ele era apaixonante. Me relaxei mais na poltrona não tão tensa quanto antes, tirar aquela peso da minha consciência de que ele tinha odiado a carta foi um alívio, como um peso tirado das minha costas. Não demorou muito e Reita estava adormecido na poltrona do ônibus, estava quase chegando no ponto onde eu descia, eu olhava pra ele aproveitando aquela visão antes de ter que sair dalí.

     Ele deixou o braço dormente cair sobre meu colo e aquilo me fez corar. Eu reuni todas as minhas forças e segurei em seu braço tirando-o do meu colo antes que ele acordasse, mas assim que segurei o braço ele, ele abriu os olhinhos sonolentos e olhou bem na minha cara um pouco confuso por eu estar segurando em seu braço, eu rapidamente o soltei.


     - Han... Eu... Eu escorei em você? – Ele perguntou bocejando em seguida.


     - Mais ou menos. – Respondi baixo.


    - Ah, perdão... É que... Dia puxado na escola, tô de recuperação ficando até tarde no colégio... – Ele falou puxando assunto normalmente comigo. Achei aquilo meigo, porque ele praticamente não “me conhecia”.


     - Ah... E-eu entendo. – Respondi nervosa, eu olhei pra baixo evitando olhar nos olhos dele.


     - Bem... Tchau. – Falei com leve sorriso me levantando rapidamente do banco, o ônibus havia parado naquele instante.


    - Tchau... – Ele respondeu de forma simples e sorriu educadamente.


     Eu ganhei meu dia! Conversei com ele, mesmo que não fora grande coisa, e ele gostou da minha carta! Eu não sei qual será o próximo passo à dar, mas isso me deixou mais motivada à não desistir do Reita, por mais impossível que isso pareça.




 


Notas Finais


Perdão por qualquer erro! (*^^)v


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...