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História Na Sua Estante - Chuva


Escrita por: vggukys

Notas do Autor


(*˙︶˙*)☆*°(ಥ﹏ಥ)(*^ω^*) capítulo fofo!
Boa leitura, perdoem qualquer erro.

Capítulo 3 - Chuva


Fanfic / Fanfiction Na Sua Estante - Chuva

[ ... ]


     Estávamos na sala de aula, os alunos estavam em silêncio enquanto nossa professora de japonês lia um poema, eu tentava prestar atenção, mas minha cabeça estava em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa. A aula parecia não acabar mais, e aquilo estava me deixando angustiada, eu queria ir embora, queria entrar naquele ônibus e vê-lo novamente.


[ ... ]
    
    Começou a chover, isso era um bom sinal. Todos os alunos iriam embora no ônibus, eu estava na porta do colégio aguardando, vi Kai, Uruha, Ruki e Aoi saindo de dentro do colégio juntos, mas Reita não estava com eles, que estranho. O ônibus chegou no mesmo instante e os alunos correram rapidamente tentando não se molharem na chuva. Os meninos correram entrando no ônibus e eu fiquei alí paralisada, eu devia entrar no ônibus... Mas ele ainda não estava lá, eu não queria ir sem ele. Será que seria estranho se eu entrasse no colégio para avisá-lo? Isso poderia ser uma boa desculpa pra falar com ele. Mas ele pensaria que sou idiota. O ônibus estava ligado esperando o resto dos alunos entrar... Droga, eu devia correr para alcança-lo, mas não conseguia. Depois de alguns minutos o motorista deu partida e saiu. Ótimo, perdi o ônibus com essa chuva forte por causa de um garoto que mal sabe da minha existência. Aos poucos não restava mais ninguém ali naquele colégio, os outros ônibus também estavam saindo, e eu fiquei alí na porta parada, observando a chuva, os pingos grossos que caiam naquela manhã, e um frio muito intenso, seguido de ventos que batiam contra meu rosto febril. Mas naquele momento eu não tinha outra opção à não ser esperar a chuva passar. Me assentei nas escadinhas da entrada, e me encolhi ali segurando meus cadernos.


    - Perdeu o ônibus também? – Ouvi uma voz grave falando de forma divertida atrás de mim. Minha garganta se apertou no mesmo instante. Com dificuldades olhei para trás e vi ele, meu coração começou a palpitar, ele estava parado do meu lado, em pé, usando uma regata preta, sua pele estava arrepiada devido ao vento frio. Sim, perdi o ônibus por causa dele, mas eu não iria responder isso nunca.


     - Sim... Que azar... N-não é mesmo? – Respondi nervosa olhando pra ele. Ele ficou em silêncio observando a chuva como se buscasse alguma alternativa pra sair dalí.


     - Pelo menos você não teve que ficar fazendo recuperação de álgebra como eu faço todos os dias... – Ele falou rindo. Ele parecia não se chatear com nada, e era aquilo que me fazia admirá-lo tanto. Fiquei em silencio, apenas sorri para ele, quando de repente ele se abaixou se assentando do meu lado nos degraus. Eu fiquei congelada, por que toda fez que ele se aproxima de mim eu fico assim? É algo que não consigo explicar. Mas pra ele, aquilo não tinha nada de mais. Comecei a mexer em meu cabelo, eu estava nervosa, e tremia, mas não só de frio.


     - É... Parece que vamos ter que esperar a chuva passar pra gente ir embora. Que tédio. – Ele falou sorrindo de lado e apoiou os cotovelos em sua perna.


     - M-minha mãe... Ela vai ficar preocupada c-comigo. – Respondi tentando parecer normal, mas como sempre gaguejei.


     - A minha mãe só sabe encher meu saco... – Ele respondeu bufando. Eu sorri.


     - Por quê? – Perguntei curiosa. Senti que pela primeira vez estávamos tendo uma conversa normal.


     - Eu fiquei de recuperação por faltar as aulas... E ela diz que é por causa da banda... E ela tem razão. – Ele riu. Eu amava quando ele sorria.


     - Ela só quer o melhor pra você. – Respondi sem gaguejar, amém!


     - Qual é seu nome?... Tenho a impressão que te conheço. – Ele perguntou em seguida me olhando nos olhos, desviei o olhar ficando em jeito, olhei pros meus pés.


     - Me chamo Amaya... Uma vez... Você me acertou com uma bola, quando estávamos no corredor... E já sentou do meu lado no ônibus duas vezes. E... Você sempre está junto com Kouyou, Ruki, Aoi e Kai. – Respondi sem jeito, e olhei pra ele. Ele arqueou uma sobrancelha, é eu falei demais, parecia que eu espionava ele.


     - Ah... Eu... Não me lembrava disso, desculpa pela bolada. – Ele riu divertido.


    - Você já desculpou no dia que me jogou a bola em mim. – Respondi rindo. Ele parecia confuso.


     - Eu me desculpei? – Ele perguntou confuso. É, eu era realmente invisível pra ele, passava despercebida facilmente, mas não culpo ele.


     - Sim... – afirmei balançando a cabeça. Ficamos em silêncio. Comecei a roer minhas unhas como um ato impulsivo, era incontrolável. Olhava pra ele, e ele olhava pra frente observando a chuva. Ele era tão simpático comigo, eu devia puxar assunto também, fazer ele saber que eu existia. E da próxima vez, não passar despercebida por ele. Reuni minhas forças tentando falar alguma coisa.


     - Seu nome é Akira, não é? – Perguntei corada. Ele me olhou no mesmo instante.


     - Agora é Reita. – Ele falou firme, e sorriu. Eu me derretia ali, e ele nem tava percebendo.


     - Você... Toca baixo na banda, não é mesmo? – Perguntei em seguida.


     - Sim... Como sabe? – Ele me olhou sorrindo confuso.


     - Seus dedos... Eles tem calos, como de alguém que treina muito instrumentos com cordas. – Disse à ele, no mesmo instante ele olhou em suas mãos e riu.



     - Você é boa. – Ele parecia impressionado em como eu sabia muitas coisas sobre ele, mas aquilo parecia estranho, não queria que ele pensasse que eu era algum tipo de psicopata que o observava constantemente.


     - Ei, você curte Rock? – Ele perguntou empolgado.


     - Sim, eu amo o Luna Sea. – Respondi sorrindo.


     - É sério? Essa é a minha banda preferida! Me inspiro muito neles. – Ele respondeu empolgado. Aquilo nem parecia real, tínhamos algo em comum.


     - Falando nisso, a minha banda vai tocar vai tocar nesse final de semana num baile aqui da cidade, você podia ir sabe, pra conhecer nossas músicas. – Ele falou sorrindo. Aquilo era um convite? Eu queria soltar um grito naquele momento, mas me contive. Sei que ele só estava tentando promover a banda, mas aquilo me deixou feliz, eu devia estar com o maior sorriso bobo na cara.


     - Claro... Claro... Eu vou sim... – Respondi em seguida. Eu não era de sair pra nada, mas não tinha como eu recusar um convite desses vindo dele. Meu comecei a sentir meu rosto se esquentar, bela hora pra ficar vermelha igual uma retardada e estragar tudo.


     - Legal, Amaya, espero ver você lá. – Ele falou todo meigo, solteira um suspiro baixo, aquilo era um sonho? Ou estava mesmo acontecendo? Ele estava falando comigo mesmo? Alguém me belisca!


    - Eu... Acho... Que eu... É... Eu vou sim, com certeza. – Eu tremia, e ele me olhou desconfiado.


     - Ah não ser que seu namorado não permita. – Ele falou num tom brincalhão. Eu ri sem jeito.


     - Na-namorado? Não, não. Eu não tenho. – Ri totalmente constrangida. Eu não sei nem o que é ganhar um beijo, quanto mais ter um namorado. Ele riu em seguida.


     - Então, melhor ainda. – Ele sorriu de lado. Minha mente ficou em transe. Como assim “melhor ainda?” o que ele quis dizer com aquilo? Eu juro que vou acabar desmaiando aqui à qualquer momento.


     - Por quê... “Melhor ainda?” – Não pude deixar de questionar, se não eu não conseguiria nem dormir a noite pensando nisso.


     - É que, é horrível você não poder sair, fazer o que gosta por causa de uma pessoa no seu pé sabe. É por isso que eu não namoro, ninguém merece alguém mandando na sua vida, e eu sou livre, minha única companhia é meu Baixo. – Ele respondeu um tanto sério. Alguém me enterra depois dessa? Subiu uma vontade imensa de chorar naquele momento, sabia que era bom demais pra ser verdade. Mas pra quê eu ainda continuava me iludindo? Tava na cara que eu nunca iria conseguir nada com ele.


     - Eu entendo você... Você... Tem razão. – Minha voz saiu apertada.


     - Você parece ser uma garota legal Amaya. – Ele falou me olhando e sorriu. Ele era bem comunicativo, e sincero, apesar de tudo que acabou de me falar, eu não deixava de admirar, ele era verdadeiro.


     - Obrigado... – Respondi com um sorriso bobo.


     - Então, faça como eu, não deixe ninguém te prender, viva pra música. – Ele sorriu, e em seguida piscou pra mim. Sorri colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, aos poucos eu estava me sentindo mais a vontade em falar com ele.


     Ficamos em silêncio, ele se levantou ficando parado do meu lado, ele parecia esperar a chuva passar. Estava entediado. Olhava pra ele enquanto ele não percebia. Como eu podia não me apaixonar por ele? A cada dia ficava mais impossível. Ele parecia tão feliz com a minha carta, não entendi porque ele falou isso de ser livre. Talvez ele tenha medo... Não sei.


     - Acho que eu vou embora. – Ele falou olhando pro céu, ainda chovia muito.


     - Mas... Você vai se molhar. – Respondi olhando confusa.


     - Tudo bem, eu não posso me atrasar, tenho ensaio hoje, você não vem? – Ele me olhou sorrindo. Arregalei os olhos.


     - Co-como assim? Sair na chuva... Agora? – Perguntei confusa, sabia que ele era meio fora da casinha.


     - Se você for esperar essa chuva passar, vai ficar aí o dia todo! – Ele riu e em seguida estendeu a mão pra mim. Engoli seco e segurei na mão dele me levantando, chegar de ser medrosa! Ele me olhou sem dizer nada, segurou forte minha mão e em seguida corremos atravessando a chuva, aquela nem parecia eu. Eu nunca me senti tão feliz e tão nervosa ao mesmo tempo, parecíamos duas crianças bobas. Assim que chegamos do outro lado da rua, ficamos em baixo de uma arvore grande, estávamos molhados, a faixa que ele usava no rosto era branca, e dava pra ver perfeitamente o formado de seu nariz. Meu cabelo estava ensopado, e eu tremia de frio. Mas nada poderia descrever aquela sensação que eu tinha naquele momento, estava com ele, nunca me imaginei assim com ele algum dia.


     - Seu cabelo tá horrível! Não vai ficar brava? – Ele riu passando a mão no meu cabelo molhado.


     - Eu não ligo pra isso... Além do mais, eu sou japonesa. Isso significa que meu cabelo é bom. – Cruzei os braços o encarando, rimos juntos.


      - Boa resposta! Agora vamos, mas dessa vez não vamos parar ok? – Ele segurou na minha mão novamente e meu coração pulou, começamos à correr mais rápido pela calçada debaixo daquela chuva, eu não sabia como minhas pernas se mantinham em pé, se não fosse ele segurando minha mão, eu não conseguiria. Eu estava tão feliz, eu não conseguia explicar aquela adrenalina.


     Pisamos em várias poças de água, estávamos molhados por aquela água fria, mas meu corpo estava quente por dentro, eu segurava forte em sua mão. Corremos sem parar por alguns minutos, até finalmente chegarmos próximos ao meu bairro, e a chuva começou a ficar fina, eu estava ofegante, diminuímos a velocidade e começamos à anda calmamente no meio da rua, estava vazia, ele ainda segurava minha mão, mas depois à soltou.


     - Eu moro bem aqui. – Falei apontando pra uma coisa próxima alí.


     - Sua mãe vai ficar brava? – Ele parou de andar e encarou rindo.


     - Bem, acho que... Um pouquinho. – Falei sem jeito.


     - Espero que não leve bronca. – Ele sorriu. – Eu vou indo então, tenho que ir pra casa do Aoi, nos vemos amanhã na escola, Amaya. – Ele falou meu nome, finalmente eu era alguém que ele conhecia, eu estava dando pulinhos de alegria por dentro.


     - Tá bem... Até amanha... – Respondi ainda não sabia se aquilo era um sonho. – Obrigado por vir comigo até aqui.


     - Eu me diverti. – Ele sorriu e em seguida me cumprimentou com uma espécie de “soco” com as mãos, como ele fazia com Kouyou. Eu não sabia como reagir, apenas sorri.


     - Eu também... – Respondi quase sussurrando, e ele saiu correndo em seguida, fiquei alí parada o olhando até perdê-lo de vista. Quando vi que ele estava longe voltei a caminhar pela calçada e não segurei, cobri meu rosto com as mãos e chorei, as lagrimas desciam se misturando com os pingos de chuva que estavam no meu rosto, eu estava extasiada, emocionada era a palavra certa, eram lagrimas de alegria, não só por ele estar comigo, mas eu estava feliz comigo mesma por ter perdido um pouco meus medos, eu consegui falar, eu corri na chuva... Eu estava me libertando aos poucos, graças à ele... Meu anjo, se soubesse o quando te amo...


[ ... ]


     Assim que cheguei em casa, minha mãe estava na sala vendo televisão, ela virou pra mim ouvindo o barulho da porta se abrir.


     - Amaya, eu estava preocupada com você, o que houve? Porque tá molhada? – Ela me olhava com um misto de raiva e preocupação.


     - Mãe... Eu... – Eu não queria mentir, mas eu estava tão feliz naquele momento. – Perdi o ônibus, e vim... Correndo. – Contei a verdade, só não disse com quem. Ela me encarou cruzando os braços e ficou em silencio. Aquilo me deixou tensa.


     - Aff... Anda, vai tomar um banho quente, vou preparar um lamem pra você. – Ela se levantou indo até a cozinha. Uffa... Corri subindo as escadas indo até o banheiro. Meu dia não podia ter sido melhor, mesmo que eu pegue um resfriado, ainda assim, valeu a pena.


[ ... ]


Notas Finais


Por hoje é só! O que vocês acharam? (*^ω^*)(^_-) é muito importante pra mim saber!! ~ansiosa~ bjoss


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