História Nada é por acaso Cobrina - Conversa

Desde que voltei pra casa muitas coisas aconteceram, o Lobão e o Dr. Heideger foram presos, meu melhor amigo voltou pra cá junto com a família, dele a Bianca está bem melhor que antes,comigo e o meu pai super babão comigo e com meu irmão recém nascido. Tudo está ótimo, exceto pelas cenas de ciúmes que o Pê insiste em fazer sempre que me vê no QG ou quando vou à casa do Cobra, tem horas que me irrita ele viver grudado em mim, é uma insegurança sem fim.

Acho que depois de tudo que passei nos últimos tempos amadureci bastante, apesar de às vezes meter os pés pelas mãos, ainda mais com as loucuras que o Pê e a banda inventam. Na última tive que descer pelo poste de casa, me vestir que nem homem para poder ir com eles no show. Embora tenha esses momentos de loucura, comecei a ser mais firme com meu pai sobre as coisas que quero, ando mais paciente com a Bianca e até ajudar o Duca e a Nati ficar juntos eu fiz.

Mas de tudo que anda rolando o que mais gosto é poder treinar novamente com meu pai, preparando para que no próximo Warriors eu esteja pronta de verdade, pelo menos dessa vez o “mestre cruel” resolveu me dar uma chance e pediu ao Cobra para me treinar.

K – E aí molenga, vai ficar tirando onda agora? – Perguntei pro Cobra depois de ter derrubado ele.

Mas num golpe rápido ele me deu uma rasteira, passou por cima de mim travando meu quadril e segurando minhas mãos.

C – Quem é o molenga, hein pequena?– Ele ria enquanto eu tentava me soltar.–Você ainda tem muito o que aprender, deixar de ser marrenta e bora treinar.

G –Vocês dois deixem as brincadeiras de lado e vamos treinar! –Meu pai disse de forma séria.

Concluímos o treino, banhamos um cada vestiário e eu o acompanhei até o QG, enquanto o Pê terminava o ensaio com a banda.

K – Cobra você mudou bastante, dessa vez a Jade fez um bom trabalho. Você não sente falta dela? Não pensa em ir ficar com ela? - Ele abaixou a cabeça, ficou pensativo e depois me olhou respondendo.

C – Ka a Dama foi a melhor coisa na minha vida, ela me fez querer mudar, esteve comigo no momento mais difícil, mas ela também me ensinou que devo lutar pelo meu sonho, não posso abrir mão facilmente. Acho que sempre vou amar aquela mimada, porém escolhi seguir lutando por meu sonho.

- Afinal não foi só ela que esteve do meu lado marrenta você sabe que esteve comigo também acho que esqueço de sua teimosia mais nunca novinha-rimos juntos-

-Eu sei disso eu sempre estarei aqui do seu lao Cobra bem sabe disso . Mas você não pensa em dar uma nova chance pra vocês? Talvez ir treinar em Sampa?

C – Hoje você tá difícil hein Ka, querendo saber de mais né? – ele disse sorrindo de lado e bagunçando meu cabelo – Vou te responder. Já pensei Ka, mas depois de tudo que passou e esse tempo distante, percebi que sou grato por tudo que ela fez por mim, mas não sinto o suficiente pra largar tudo como seu pai fez. Mas....

Ele fez cara de menino mal e foi se aproximando de mim, que nem aquele dia quando ele quis me assustar dizia que estávamos sozinhos e nada mais o obrigava a ser bonzinho, sussurrou no meu ouvido “Talvez eu ainda continue sendo mal”. Aí ele se afastou e ficou olhando para o nada, abaixou a cabeça olhando para o chão e passou a mão na cabeça. Depois me olhou e disse:

C – Ou talvez ainda não encontrei alguém que me faça agir que nem seu pai, ele amou a ponto de abrir mão de um sonho, aliás descobrir um novo caminho para sonhar.

K – O amor dos meus pais foi algo muito especial, realmente nem eu sei se teria coragem de abrir mão de lutar pelo Pê, por mais que goste dele. Sei o que você tá dizendo.

Fiz uma pausa, me encostei na mesinha dos computadores e fiquei olhando para a pracinha através do vidro, respirei fundo.

K – É as pessoas mudam, nossos sentimentos mudam e a vida muda né Cobra?

C – O que houve pequena? Hoje você tá estranha.

K – Não sei Cobra. – eu realmente não sabia, mas pensando no que ele falou sobre a Jade e a história do meu pai comecei a pensar na minha própria história – Só tô pensando em todas as mudanças que rolaram e me coloquei no seu lugar, talvez fizesse a mesma escolha.–parei de olhar a pracinha e olhei para ele – O Pê já tá na praça, depois a gente se fala esta bem ate mais . Tchau!

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