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História Nada será como antes - Bola fora


Escrita por: kindzu

Notas do Autor


Todas as personagens e acontecimentos relatados aqui não passam de mera imaginação. Em nenhum momento tenho a finalidade de ofender ou desrespeitar alguém. O meu intuito, como autora, é agradar e divertir os fãs dos atores com uma história claramente fictícia.

Capítulo 4 - Bola fora


Alexandre agradeceu a recepcionista e caminhou devagar até a mesa em que Giovanna se encontrava. Ela estava sozinha e ainda não tinha visto o ator, por isso, ele aproveitou a oportunidade para chegar de fininho. Aproximou-se por trás, olhou para a parte das costas que o vestido não cobria e, delicadamente, dirigiu suas mãos até o ombro da loira. Ao mesmo tempo, ele abaixou um pouco o tronco e cochichou no ouvido dela:

— Boa tarde, mocinha.

Assim que ela sentiu aquele toque e escutou aquela voz, sua pele se arrepiou e o corpo da atriz se virou para o moreno, que estava parado com um sorriso brincalhão no rosto.

— Nero! Quer me matar do coração? — ela falou enquanto se levantava da cadeira e escutava a gargalhada marcante do ator. — “Meu Deus, como é bom ver ele de novo.” — pensou.

— Me desculpe, não resisti quando te vi aqui sozinha. — abriu os braços e os rodeou em volta do corpo de Giovanna, envolvendo-a num abraço carinhoso. — Que saudade de você, minha querida.

— Saudade de você também, Nerinho! — ela disse de um jeito afetuoso, correspondendo ao abraço e dando um suspiro profundo enquanto inspirava o perfume dele. — Sei que nem faz taaanto tempo assim que não nos vemos, mas cê tava tão enrolado com seus trabalhos que mal conversamos. Seu sumido. Sério, eu tava sentindo muito a tua falta.

— Ah, que coisa mais fofinha essa minha amiga. — debochou.

— Sem graça. — ela saiu do abraço e deu um tapinha no peito dele, rindo. — Já não basta chegar atrasado e ainda por cima tem que tirar sarro da minha cara.

— Perdi o horário, ok? Me desculpe. Fiquei brincando com Noá e quando vi já eram quase 14h. Além do mais, o trânsito estava uma merda.

— Eu sei, também não fui pontual por causa desse caos nas ruas. Mas, olha, tô aqui plantada faz quase uma hora. Se passassem mais alguns minutos, eu ia começar a acreditar que tu e a Amora tinham me abandonado na rua da amargura.

— Falando na louca, ela não apareceu ainda? Achei que eu fosse chegar aqui já levando bronca da chefa.

— Amora nem deu as caras. Deve estar presa no trânsito também. — Giovanna falou um pouco animada demais, sem conseguir disfarçar que estava feliz por poder ficar alguns minutos a sós com Alexandre.

O moreno sentou-se na cadeira bem em frente à atriz e, quando o garçom veio próximo à mesa, ele pediu um chopp. Depois que o funcionário se retirou, Nero apoiou os braços na mesa, deu um sorriso de lado e ficou olhando para a loira, que estava graciosa. Sem desviar os olhos de Alexandre, a atriz falava como se o mundo ao seu redor não importasse mais. Parecia que só de encontrar ele, uma energia positiva e instigante tomava conta dela, e Giovanna amava isso.

Desde o primeiro momento que se encontraram, em 2012, no workshop de Salve Jorge, os dois se deram muito bem. Eles descobriram gostos muito parecidos, mas, de cara, notaram que suas respectivas personalidades eram totalmente diferentes. Giovanna era uma mulher rápida, de delicada sensibilidade, e com um jeito de menina sonhadora que se misturava às facetas sedutoras sutilmente expostas no olhar, na rouquidão da voz e no andar charmoso. Tinha uma alma livre e, embora escondesse muitos problemas, buscava ser alguém otimista e confiante. 

Já Alexandre era idealista, sincero, irônico e engajado nas causas políticas. Um homem um pouco tímido e intelectual que admirava todos os aspectos das artes visuais, da música, do teatro e da dança. Era um romântico pessimista com uma natureza meio selvagem, que quando olha nos seus olhos parece repetir a esfinge: decifra-me ou devoro-te.

Eles eram tão opostos e tão avessos um do outro, que mal notavam que era exatamente isso que tornava a relação deles incrível. Uma amizade que não lembrava em nada amigos idealizados. E, por isso mesmo, os deixava em pânico e êxtase. Uma relação que os perturbava, que gritava pelo conhecimento do outro, que não aceitava as regras que eles estipulavam. Tudo diferente do que um dia os atores supunham, e que dava tão certo apenas com um simples olhar, com uma risada espontânea.

— Menino, me conta como foi o show em São Paulo! Eu vi as fotos, vi as notícias... Fez o maior sucesso, né?

— Mais do que eu esperava. Foi bastante gente e a maioria da galera conhecia grande parte do meu repertório. O espaço também era bacana e deu até pra abrir uma área de autógrafos, fotos e tudo mais para os fãs.

— Suas fãs devem ter te agarrado, nem sei. — ela comentou brincando, mas sabia que Nero fazia sucesso entre as mulheres.

— Já fui mais assediado em outros shows. — riu. — Tinham mulheres da minha idade, claro, mas também foram muitas jovens, meninas de 16, 17 anos. Aquelas suas fãs.

— Minhas? Se fossem só minhas, não teriam pagado ingresso para um show teu, meu filho.

— Então como você me explica o fato de mais de uma dezena de meninas terem me perguntado sobre Giovanna Antonelli?

— Não! Sério que falaram de mim? Perguntaram o quê? Que amorinhos. — a loira disse de um jeito fofo e Alexandre não conseguiu segurar a risada.

— Ah, você sabe, o mesmo de sempre. Se nós dois iríamos fazer um projeto, se não iríamos desperdiçar nossa química. Além disso, me deram um monte de presentes com coisas sobre nós. Acredita que até cartas, com dicas de projetos para a gente, eu recebi?

— Acredito. — ela bebeu um gole da cerveja e depois emendou. — Tadinhas das bichinhas, mal sabiam que a gente já tinha muita coisa planejada naquela época.

— E agora que sabem, só falam disso. Dez a cada dez mensagens que eu recebo no Twitter, no Instagram e no Facebook envolvem você.

— Que mentira. Pensa que eu não sei que seu filho faz o maior sucesso nas redes sociais? — ela falou se lembrando das inúmeras fotos que ator postava do menino e do quanto ele era paparicado na internet. A atriz não curtia nem comentava as postagens de Alexandre, para não causar alvoroço nos fãs clubes, mas sempre que possível, ela olhava o perfil dele.

— Bem, isso eu não posso negar. O piá tá cada dia mais bonito. — ele falou com um olhar de pai coruja. — A cara do meu pai, olha só. — pegou o celular do bolso, colocou uma foto do menino e entregou o aparelho para Giovanna, que sorriu.

— Nero, que bebê mais lindo. E como cresceu! — ela disse de uma maneira carinhosa. — Tem mais foto?

— Sim, é só passar.

A loira foi passando as fotos, que eram muitas, e elogiou a criança. Disse que tinha os olhos e os cabelos do pai de Nero, mas que a boca era igualzinha a dele. Era possível compará-los facilmente, já que em várias das imagens os dois se encontravam juntos. Giovanna estava achando uma graça o amor que ele tinha pelo filho. Mas quando chegou numa foto de Noá com Alexandre e a mãe, ela teve receio de acabar vendo coisas demais e entregou o celular de volta para o ator.

— E então... tá tudo certo com a família? — a atriz disse tentando disfarçar o embaraço.

— Na medida do possível, né? Noá já vai fazer 8 meses e na minha cabeça foi ontem que peguei ele no colo pela primeira vez. O tempo tá voando e eu trabalho tanto, que às vezes sinto que não acompanhei direito todos os momentos dele.

— Sei como é. Passei isso com o Pi e com as meninas, mas depois de um tempo consegui administrar as coisas e percebi que dei o meu melhor para estar sempre presente. — ela falou e Alexandre sorriu com a maturidade que a loira tinha para ser uma mãe tão admirável.

— E seus filhos? Estão bem?

— Agora com a volta às aulas estão querendo arrancar os cabelos, mas, de certa forma, estão todos muito saudáveis. — riu.

— No fim das férias é assim mesmo. Depois que reencontram os amigos, a rotina se torna normal de novo.

— Ainda bem, né Nero? Tá certo que sinto saudade das crianças, mas não sei como ia me dedicar por inteiro à nossa peça se elas não desgrudassem de mim.

— Você se dedicou tanto a esse projeto. — ele falou de um jeito sincero, segurou as mãos de Giovanna, que estavam em cima da mesa, e aproveitou para falar o que estava sentindo. — Eu não tenho palavras pra descrever o quanto sou grato por todo o seu empenho, talento e parceria. Se não fosse por você, nada disso estaria acontecendo.

— Que isso, Nero... — ela ficou corada com o elogio repentino. — Tu deu o seu melhor também, se esforçou, me ajudou. Sem você, eu não teria continuado.

— Sinto muito por não ter feito as coisas no jeitinho que combinamos lá atrás. — ele disse de uma forma arrependida e continuou o pedido de desculpas. — Eu achei que teria tempo de participar de tudo, mas me enganei. Entrei em gravação de filme, em show... e você até negar o papel de protagonista negou. Qual o nome da novela mesmo? Sol Nascente?

— É sim. — ela se esforçou para soar indiferente, mas, por dentro, estava louca para mudar logo de assunto.

— Leonardo está dirigindo, não é? Estréia quando?

— Dia 29. — “Por que Nero está me perguntando isso?” — ela pensou, já que o ator nunca tocava no nome do marido da loira. Giovanna ia abrir a boca para falar de Suzana Pires e tirar o nome de Leonardo da conversa, mas a pergunta que veio em seguida foi mais rápida.

— E.. ficou tudo bem depois que você recusou o papel?

Alexandre estava tão acostumado a conversar sobre qualquer assunto com Giovanna que percebeu tarde demais o fora que tinha dado. O ator sabia que a loira tinha desistido da novela das 18h pela peça — ou talvez, por ele — e imaginou que ela e o marido tivessem entrado em uma pequena discussão devido a isso. Mas, na cabeça do moreno, os dois já tinham se acertado há muito tempo e estava tudo bem de novo, por isso, ele fez aquelas perguntas. Falou meio da boca pra fora, afinal, não fazia ideia de que a novela tinha gerado um problema gigante na vida da atriz. Mas, por causa de Sol Nascente, o casamento dela estava virando um inferno.

Assim que terminou de falar, ele notou que as mãos da loira, que eram seguradas pelas dele, tornaram-se tensas. Giovanna desviou o olhar e ficou nervosa, pensando desesperadamente numa resposta que disfarçasse aquele momento de inquietação. Sabia que ele se referia à Leonardo. — “O que eu falo agora? Claro, ficou tudo ótimo com meu marido. Aquele fofo, lembra? Só que agora não está tão fofo. Ele está um lixo. Está louco. Um saco. Uma merda. Minha vida está... devastada” — era a única coisa que se passava na cabeça dela.



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