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História Namjin: 'Complete' - Namjoon: Don't break my heart


Escrita por: thebaddestpark

Capítulo 21 - Namjoon: Don't break my heart


Fanfic / Fanfiction Namjin: 'Complete' - Namjoon: Don't break my heart

 -...É tão estranho, sabe? - Naomi bufou ao meu lado enquanto passava as páginas da revista em cima do balcão.

 -Completamente. - Concordei entediado com o rosto apoiado à mão.

 -Você nem me está ouvindo. - Empurrou-me.

 -Eu nunca oiço você.

 -Que homem ouve? - Suspirou cansada e eu ri.

 -Você só se mete com os caras errados o que quer que aconteça?

 -Bem, não é como se fosse uma escolha! - Retorquiu - Não é como se os homens andassem com cartazes dizendo "Bom para namorar", "Garoto idiota que só quer transar", "Irresponsável", "Garoto exemplar". Se o mundo você assim, as coisas seriam mais claras.

 -Você é demasiado exigente. - Comentei antes de ouvir um grito que capturou a atenção de ambos.

 Um ónibus travou de emergência fazendo um som irritante com os pneus.

 -O que aconteceu? - Ela esticou se e eu sai de trás do balcão.

 -Vou ver! - Sai pela porta fora.

 Haviam duas mulheres à frente do ónibus a tocarem num garoto deitado no chão. Eu olhei para de trás delas e vi um garoto com o rosto que eu já tinha visto antes. Ele olhou-me em choque e fugiu pelo beco do outro lado da rua.

 -Aquele era o...? Como ele se chama...? Porque é que ele está correndo? Está com medo de mim? - Ri para mim mesmo.

 -Alguém chame uma ambulância! - Uma das mulheres gritou em pânico.

 -Eu não o vi, ele apenas apareceu! - O Motorista já tinha saído do veículo e tentava se explicar.

 Eu olhei de novo para o garoto no chão e comecei a formar uma imagem na minha mente:

 -Jin...? - Corri pela rua - Jin? - Empurrei uma das mulheres e confirmei-o - Jin?! - Ajoelhei-me e toquei no rosto dele - Jin, acorda! Jin! Por favor, Jin, acorda! 

 Ele tinha o nariz a escorrer sangue.

 -Você conhece esse moço?

 -Vocês já chamaram ajuda? - Olhei para eles.

 -A minha irmã está ligando, tenha calma...!

 -Calma?! Jin... - Virei o rosto de novo para ele - Seokjin, por favor... - Notei que tinha as mãos com sangue dele e procurei a ferida na sua cabeça - Não... Por favor, acorda...

 Não podia estar acontecendo... Aquilo não podia estar acontecendo. Aquele não podia ser Seokjin. Não podia. Eu rejeitava essa ideia.

 -Namjoon? - Naomi colocou a mão no meu ombro.

 -Naomi, traga-me as minhas coisas eu tenho de ir para o hospital.

 -Oh... Está bem... - Ela voltou para a loja assustada.

 Porquê que ele estava ali? Porque é que ele tinha se colocado na estrada assim? Não era coisa que ele fizesse. Talvez no passado, antes de eu o conhecer ele poderia tentar uma coisa dessas, mas agora não. Ele não faria isso. Ele não podia fazer isso.

 Eu repetia isso para mim mesmo como um homem louco.

 Quando a ambulância chegou o médico deixou-me acompanhar ele até ao Hospital. A viagem foi demasiado assustadora. Vê-lo assim a dormir não era tão calmante quanto parecia.

 Nada fazia sentido e estava tudo acontecendo demasiado depressa. Quando dei por mim o Jin estava tendo espasmos e eu estava cobrindo o rosto com as mãos para não ver ele morrer. Não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia, não podia.

 Encolhi o corpo com as mãos escondendo o rosto que já tinha lágrimas escorrendo pela pele. Aquilo não poderia estar acontecendo. Eu estava assustado. Não, assustado era uma palavra fraca. Eu estava apavorado.

 Não quebre o meu coração... Por favor.

 

 A sala de espera poderia ser quieta, mas não deixava de ser menos assustadora que as urgências. Todo o mundo tinha um olhar irrequieto, à espera de más notícias de um familiar, um amado. 

 Eu estava parado. Fixando o chão tentava pensar sobre o porquê de Jin estava fazendo ali. Naquela rua em especial. Chequei o meu celular e confirmei que ele não me tinha mandado mensagem nenhuma. Duvidava que ele quisesse me fazer uma surpresa no trabalho, não fazia sentido. Ele não devia estar à minha procura... Mas então o que estava fazendo ali?

 E com o outro cara...? Sim, eles tinham de estar juntos. O Jin estava tentando atravessar a rua quando foi atropelado, por isso devia ter vindo daquele beco onde o outro estava. Eles estavam juntos?! Então porquê que ele tinha fugido com medo quando eu o vi?

 Será que...? Não. O Jin não estava vendo ele nas minhas costas era idiótico pensar nessa hipótese. E o outro também não teria medo de me confrontar se o Jin quisesse estar com ele - o que ele não quer. Essa hipótese seria riscada antes de ser escrita.

 Respirei fundo.

 O Jin não poderia tentar suicídio assim. Se ele quisesse desistir da vida ele não tentaria ser atropelado. E não seria ali. Porque é que ele escolheria logo a rua onde eu trabalho para se tentar matar? também não fazia sentido.

 Mas pensar que Jin não tinha visto o ónibus era absurdo. A não ser que ele estivesse correndo? Ou... Não tivesse sido um acidente? Ele poderia ter sido empurrado. Isso explicaria o porquê do cara ter fugido. Ele fora empurrado? "Se não posso ter você, mais ninguém pode ter", será que era uma cena desse tipo?

 Talvez tivesse criando demasiadas teorias. No final, eu só queria me distrair daquela inquietação e ansiedade pelas notícias. Eu nem sabia se queria notícias. Podia passar ali muito mais horas sem notícias. Ao menos não teria ninguém a confirmar o pior.

 

 -Ei... Desculpe. - Uma mulher aproximou-se de mim e tinha um rosto bonito, estranhamente familiar - Você foi quem trouxe o Seokjin?

 -Sim...

 -Você não se deve lembrar de mim, mas eu sou a mãe dele. - A voz dela estava trémula quando se sentou ao meu lado.

 Ela tinha os cabelos molhados e trazia uma casaco cumprido pingando pelo chão, nas mãos. Devia ter começado a chover.

 -Eu lembro.

 -O que... O que aconteceu com ele?

 -Eu não tenho a certeza, Dona Kim. Peço desculpa. Tive a sorte de o encontrar para saber. Ele foi atropelado na rua onde eu trabalho, não sei bem porquê.

 -Ah... Então ele estava consigo? Foi um acidente?

 -Não, ele não estava comigo. E nós não tínhamos combinado nada, eu não sei o que ele estava lá fazendo... Eu ouvi um grito e vim à rua ver o que se passava.

 Ela desviou o olhar e tentou procurar o que dizer.

 -Ob-Obrigada por ter trazido ele. Eu sei que vocês estão namorando e...

 -Ele disse isso? - Fiquei surpreendido.

 Ele tinha dito aos pais dele que nós namoramos? Era curioso como algo tão simples podia aquecer alguém.

 -Não. Na verdade ele negou. Mas eu sei que ele está gostando de você. E vocês saem juntos demasiadas vezes para eu fingir que não é importante. - Limpou a cara.

 Engoli a saliva seca que tinha na boca e senti os meus pulmões sem ar.

 -Eu também estou gostando dele. - Acenei a cabeça olhando para o chão - E eu sei que como mãe dele o amor não se compara... Mas o seu filho é muito especial.

 Ela abanou a cabeça e antes de começar a chorar um homem caminhou até nós e ela saltou do banco atirando-se aos braços dele. Era o padrasto dele.

 -Calma... Calma, amor. - Ele passou a mão pelos cabelos dela.

 -Eu amo-o tanto porquê que esse tipo de coisas acontecem com ele?

 -Jisu, as coisas vão se recompor... - Insistiu trémulo.

 Eu também não tinha a certeza sobre aquilo.

Fiquei ainda mais ansioso quando vi a minha mãe entrando no corredor. Como eu poderia me ter esquecido desse pormenor?

-Namjoon, o que você está fazendo aqui? - Ela chegou perto de mim assustado - Você está magoado? Aconteceu algo?

-Não se preocupe omma, estou bem. Um amigo meu foi atropelado.

-Kim SeokJin? - Ela perguntou e a mãe dele ficou à espera - Você é mãe? - Ela acenou - Ele está dormindo. Os médicos conseguiram socorrer o seu filho a tempo. O coração dele está fraco mas estável. O médico gostaria de falar consigo por causa das lesões e do estado do SeokJin, pode me seguir?

 -Sim, claro. - A mãe dele andou depressa seguindo o caminho que a minha mãe mostrou. 

- Fica aqui, eu já volto. - Viu me acenar.

 Ele estava vivo. Ele não estava acordado mas o coração dele estava batendo. Ele estava respirando. Ele estava vivo. Eu revia a imagem dele tremendo, deitado, com o rosto pálido e sangrento.

 A minha mãe chegou pouco depois e sentou se cansada ao meu lado.

-Chega se ao fim do dia e eu já não tenho paciência para as pessoas, sabe?

-Está na hora de ir para casa, não está? - Murmurei como se não importasse.

-Está. - Esfregou as mãos na cara antes de se levantar sendo seguida por mim - O garoto é o seu namorado? - Olhou para mim que fechei o casaco nervoso.

-Não namoramos. - Falei quase engasgando-me.

-Você tinha razão. - Ignorou me  puxando o meu casaco para o ajeitar como se eu fosse uma criança - É bem bonito.

 -Ele vai ficar bem?

 Ela deu de ombros:

 -Não sei. É difícil dizer. Mas não parece ser grave. Já vi muito pior acontecer não se preocupe tanto. Vai ver que daqui a uns dias já pode voltar a ficar com ele.

 -Omma...

 -Não é preciso chorar.

 -Eu não... - Tentei antes de suspirar.

 Nem tentei negar que tinha estado a chorar. Para quê? A minha mãe me conhecia e não é como se fosse algo vergonhoso. Ela passou a mão pela minha cara antes de segurar o meu pulso para me puxar.

 Fomos para casa. Eu arrastava-me, basicamente. Estava cansado, sem energia e motivação. 

 

 À noite o YoonGi chamou me para sair mas óbvio que eu não quis ir. Nem o considerei como opção. Tentei brincar com o Kihyun mas estava distraído. 

 -Caramba... - Olhei para as mãos.

 Ainda tinha sangue seco nas pontas dos dedos e nas unhas. Fui ao banheiro lavar as mãos e decidi que estava na hora de acabar o dia.

 Pena que eu não conseguira adormecer logo. Não me sentia assim há tanto tempo. Tão confuso e ansioso. Tão apático. P que era suposto eu fazer? Eu nem sabia o que tinha acontecido. Por um momento queria recuar no tempo. Para uma noite qualquer em que estivesse passeando nas ruas frias da cidade, com a companhia de Seokjin. Gostava de o ter ao meu lado por um bocadinho. Um bocadinho suficiente para voltar à calma normal que fazia parte de mim porém estava ausente naquele dia.

 Desejava um pouco mais. Desejava que ele estivesse nos meus braços, rindo, exatamente como eu me tinha apaixonado por ele. Queria lhe contar coisas; Como eu me sentia.

 "Você não tem noção do quão assustado me deixou" Imaginei o sorriso sacana a crescer nos lábios bonitos dele. 

 E ele, ele responderia algo sarcástico do género "Aish... Meu pobre Namjoon" como se não se importasse ou como se não fosse preocupante, embora eu soubesse que ele se importava comigo.

  "Assustei você muito, não é verdade? Não foi minha intenção." E ele se inclinaria sobre mim para me beijar com aquele ar de quem me manipulava, ainda que ambos sabíamos que mal os nossos lábios se tocassem ele não poderia brincar mais com os seus sentimentos.

 Porra, eu queria aquilo. Ouvir a voz dele de novo e ter a certeza que ele acabaria por acordar.



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