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História Namjin: 'Complete' - Jin: Dont tell me that you love me


Escrita por: thebaddestpark

Capítulo 23 - Jin: Dont tell me that you love me


 Talvez eu nunca tivesse olhado verdadeiramente para os olhos das pessoas. Podia dizer que era de propósito, eu tinha medo desse contato. Podia olhar nos olhos mas era por um momento curto e não demasiado íntimo. Por um lado eu tinha medo que as pessoas vissem as minhas mentiras pelo meu olhar, por outro... Eu não conseguia confrontar as pessoas tão simplesmente com o olhar.

 Parece ridículo, mas era como eu me sentia. No entanto quando abri os olhos e deparei aqueles olhos grandes escuros e cortados que eu já conhecia com empatia eu não me senti com medo. Senti me em casa, para ser honesto. Demasiado em casa. Não foram precisos muitos segundos para eu entender que ainda estava sonhando.

 Andava às voltas entre sonhos e cenários sempre sobre a ilusão que estava acordado. Era um labirinto complexo do qual eu estava perdendo a esperança sobre realmente haver uma saída. Se era assim que a morte era eu sentia que não estava em paz. Eu estava inquieto e exausto.

 Encontrei várias vezes Namjoon pelos caminhos turvos dentro da minha cabeça e como em todas essas vezes, Namjoon me abraçou me deixando descansar um momento nos seus braços. Estranhamente eu estava deitado dessa vez.

 -...Você está me machucando... - Admiti sendo ligeiramente sufocado por o corpo dele.

 Ele murmurou algo inaudível e quando me largou passou os lábios pela minha testa.

 -Eu começo a pensar que estou mesmo entre o inferno e o paraíso. - Libertei um sorriso vendo ele confuso - Eu tenho corrido tanto e fico cansado mas quando perco a esperança você aparece para me animar. - Toquei no nariz dele com a ponta do indicador - Para onde você vai?

 Ele fez uma careta e depois acariciou o meu rosto:

 -Oh Jin... - Suspirou com os olhos brilhando e um sorriso nervoso.

 -O quê? - Pisquei os olhos.

 Ele fechou a boca e os olhos agarrando na minha mão esquerda encostando-a ao seu rosto. Notei que tinha um tubo colado às costas da mão e isso levou-me a olhar com atenção à minha volta. O quarto estava escuro... Espera, de quem é que era aquele quarto?

 -Onde... Onde estamos, Namjoon? - Tentei me sentar mas senti uma dor no tronco que me deixou sem ar por uns segundos.

 -Ei, esteja quieto. - Apertou a minha mão empurrando-me para trás - Estamos no hospital, tonto, onde queria que estivéssemos?

 -...No hospital...? Eu estou vivo...?

 -É claro que está. - Abraçou me encostando o rosto ao meu pescoço - É claro que está... - Repetiu - Você não me ia deixar, pois não?

 Eu sorri e abracei ele de volta.

 -É claro que não, você duvidou? - Sorri para ele quando Namjoon se afastou um pouco.

 -Nem por um segundo. - Acariciou o meu rosto antes de selar os nossos lábios num pequeno toque que me emocionou um pouco.

 Namjoon olhou me nos olhos e eu não tive coragem de continuar com aquele contato, baixando o rosto.

 -A minha mãe? - Encostei a testa ao seu ombro enquanto ele dava carinho no meu pescoço.

 -Está trabalhando.

 -Você não devia estar trabalhando também? - A minha voz saía baixa.

 -Hora de almoço. - Fez me olhar para ele.

 -Há quanto tempo estou aqui?

 -Três dias. Dormiu muito, hein?

 Eu sorri mas era estranho. Havia alguma tensão ali. Bem... O que se podia dizer?

 -Você não faltou ao trabalho para estar aqui, pois não?

 -Apenas... - Abanou a cabeça negativamente - Ontem. De manhã. Eu não queria deixar você sozinho.

 Eu engoli a saliva que tinha na boca e olhei para baixo segurando a mão dele.

 Honestamente eu estava confuso. Estava tonto e não sabia o que fazer. Deveria perguntar ou falar qualquer coisa mas não conseguia. Ainda estava com algum medo que tudo aquilo fosse mais um sonho esquisito. Eu estava mesmo vivo? Estava ali? Com ele?

 -O que se passa? - Perguntei sem muito entusiasmo

 -É que... Os últimos dias foram uma montanha russa e... - Abanou o rosto olhando para baixo - Hum... - A voz dele tremeu - Eu pensei em milhões de negócios e agora que você está acordado e que eu tenho a certeza que você está vivo, tipo realmente vivo, eu... E-Eu... 

 Eu coloquei o dedo indicador nos lábios dele antes de puxar ele sem força para ele se encostar a mim. Namjoon encostou a cabeça junto do meu peito e eu coloquei os braços à volta dele para o consolar. Nunca o tinha visto chorar e provavelmente não o veria assim de novo por muito tempo.

 -...Lamento, mas eu esqueci tudo o que queria dizer. Tive medo de não poder dizer te tudo e agora tudo se evaporou.

 -Não se preocupe com isso, Namjoon.

 -Mas... - Levantou o rosto e limpou as lágrimas.

 -Não se preocupe, está tudo bem. - Passei a mão pelos seus cabelos negros - Nós estamos bem. Certo?

 Ele suspirou e eu fiquei assustado.

 -Acho que nunca tinha percebido o quanto gostava de você. - Ele falou tão baixo e mesmo assim aquela frase deixara-me tonto de um jeito anestesiante - De verdade. Eu tinha noção que eu nunca me tinha sentido assim por ninguém mas isso é muito mais intenso que eu tinha pensado. E assustou me ainda que... eu percebi que embora nunca tenha tido tanto receio de fazer merda, não dá para voltar atrás.

 -Você quer voltar atrás? - Perguntei hesitante.

 -Não. E tenho de ser honesto consigo. Quando eu percebi que você estava deprimido eu me quis afastar da situação mas nem ai eu consegui. Eu sei que isso deve magoar você, mas é a verdade. Eu sinto que romantizei o seu problema e me assustei quando vi o que se passava consigo. E eu quero pedir desculpa por isso, eu não o devia ter feito. Fui idiota. Seokjin, eu quero estar consigo e se isso inclui os seus problemas eu quero ajudar você.

 Eu não tive uma reação muito dinâmica. Para ser completamente honesto, eu nem fazia ideia de 90% do que ele estava falando.

 -Você... Não vai dizer que me ama pois não? - Olhei para ele confuso.

 -Você quer que eu diga? - Sorriu como se estivesse brincando.

 -Isso seria quebrar as regras. - Corei fazendo ele rir por um momento.

 -Olha... Você é importante, é o que eu estou tentando dizer. Você é a primeira pessoa pela qual eu me apaixonei de verdade. E eu sinto que nós ainda vamos ter muita história.

 -Eu também. - Concordei - Na verdade, eu só não morri porque achei que fosse um pouquinho mau quebrar o coração de um garoto tão gostoso quanto você. - Falei com um tom sério falso que o fez rir envergonhado.

 Queria mudar de assunto e brincar. Aquilo estava demasiado sério e tenso.

 -Foi a única razão?

 -...Não, não foi a única. Mas óbvio que foi a principal. - Vi ele sorri relaxado - Eu... - Passei a língua pelo lábio inferior - Estou feliz por você estar aqui.

 «Eu estou feliz por você estar aqui»?! Que coisa infantil.

 Eu realmente senti que beijar ele era a única saída possível, mas não o queria fazer.

 -Eu fico feliz por estar aqui para si. Mas eu realmente tenho de ir trabalhar. - Levantou-se - Odeio deixar você aqui sozinho. Devo avisar os seus pais que você acordou, não?

 -Eu peço aos médicos, não se preocupe com isso.

 -Como queira. - Concordou antes de se inclinar para juntar os nossos lábios em lentos beijos.

 Pelo tempo que vagueei pela minha própria mente esqueci aquela sensação maravilhosa quando os lábios dele sugavam o meu lábio inferior.

 -...Mais um. - Pedi com os olhos semi abertos.

 -Se eu começar, eu não paro. - Falou com a mão no meu rosto.

 -O que faz você pensar que eu quero que pare? - Olhei nos seus olhos, por fim com alguma confiança.

 -Essa é uma conversa interessante, que eu vou ter ainda mais interesse em explorar, noutro dia.

 -Mmh, sei.

 -Você pensa que eu deixaria uma oportunidade escapar?

 Eu sorri e observei ele partir. Voltei a deitar me e analisei o quarto. Tinha mesmo o aroma de hospital e de limpo. Havia uma dor constante no meu tronco e nas minhas pernas. Sim, eu estava vivo, e devo dizer que era uma felicidade interna. Um alivio, na verdade.

 Eu sentia-me eufórico, confuso, cansado e tantas mais emoções que não conseguia pensar direito. Mas eu teria tempo para pensar, porque afinal, eu estava vivo.


Notas Finais


E vocês? Estão vivas?


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