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História Namjin: 'Complete' - Jin: Did love gave you faith


Escrita por: thebaddestpark

Capítulo 34 - Jin: Did love gave you faith


Fanfic / Fanfiction Namjin: 'Complete' - Jin: Did love gave you faith

-...É uma viagem longa, durma um pouco. - Observei Namjoon esfregando os olhos enquanto ligava a minha câmara fotográfica.

-...Você não vai dormir também?

A voz dele estava rouca do sono. Pobrezinho, tinha acordado cedo para nós apanharmos o trem para Busan.

-Não, eu quero fotografar o caminho. - Apontei a lente para a janela capturando a paisagem exterior.

Ele murmurou qualquer coisa cobrindo a cabeça com o capuz da sua jaqueta antes de se deitar no banco à minha frente.

O trem não estava vazio mas por sorte também não tinha muita gente e os passageiros estavam todos muito quietos. Alguns dormindo, outros lendo ou vendo o filme que passava nos pequenos ecrãs do corredor.

Eu me diverti tirando fotos por onde passávamos e observando Namjoon descansando. Senti me tentado em fotografar Namjoon dormindo com a polaroid mas tinha poucos cartuchos.

No entanto, parei por um momento apreciando o seu rosto adormecido. Eu estava com sono mas ao mesmo tempo, poderia ficar olhando para ele durante o resto da viagem. Talvez eu não me importasse de observar ele durante mais tempo que isso. E eu poderia ter aquela visão capturada para sempre. Por isso abri a minha bolsa, tirei a fotografia antes que ele acordasse e guardei ambos os objetos.

Quando chegámos a Busan apanhámos o ónibus para a área onde a cabana da minha família era. Deixámos as malas lá e com esforço fomos a um mercado para comprar comida para os dias em que estaríamos lá. Tendo em conta que Namjoon não tinha esquecido a história dos bilhetes do trem ele contribuiu para as compras e pagou o nosso almoço num restaurante.

-... O que foi? - Sorri sem saber o que ia na mente dele tendo em conta que ele olhava para mim com intensidade.

-Você está feliz.

Eu sorri e abanei a cabeça baixando o rosto, com as mãos nos bolsos.

-É bom. - Comentou.

Namjoon passou os dedos pelos meus cabelos para os desviar dos meus olhos, mas não me beijou como era quase hábito. Ele não me beijou o dia todo de verdade. E isso não me incomodava.

Havia coisas mais importante acontecendo, como o entusiasmo que eu estava sentido de estarmos juntos sem limites. Podíamos conversar o dia inteiro e foi o que fizemos enquanto passeávamos pelas ruas de Busan. Falámos como velhos amigos apenas partilhando histórias de infância e rindo confortavelmente dos absurdos que saíam das nossas bocas.

Foi um dia cansativo mas absolutamente relaxante e o melhor de tudo é que não teria de terminar quando nos separássemos para chegar a casa. Não teríamos de nos despedir, pela primeira vez. Isso era algo verdadeiramente de valor.

O jantar passou rápido enquanto, de novo, partilhávamos pensamentos e histórias. Tudo era motivo para conversas intermináveis e profundas, até comida. Não poderia me lembrar de tudo o que Namjoon me dizia mas precisamente antes de atender a ligação de sua mãe ele estava falando do conforto que encontrava quando se sentia pior num dia qualquer e no final do dia podia se sentar à mesa com o irmão e a mãe.

"Há aquele aroma caseiro que faz com que tudo pareça bem nem que seja por um único momento." Continuou e depois o celular tocou. Depois de Namjoon conversar um pouco com a sua mãe e até mesmo com o seu irmão, eu sugeri irmos passear à praia e ele concordou.

Sentia sempre falta do aroma do mar e da areia quando estava em casa. Era algo que me preenchia por dentro. Busan era sempre sinónimo de bem estar para mim.

Namjoon e eu descemos à praia, andámos lado a lado e ele contou a história que o seu irmão lhe tinha contado sobre o primeiro dia sem ele.

-...Estou sendo chato falando do Kihyun? - Perguntou ajeitando o capuz na sua cabeça.

-Não, não! Tem a sua graça.

-Porquê?

-Você não costuma ser tão voluntariamente atencioso.

-Até parece. - Empurrou me sem grande força fazendo me rir - Eu sou sempre um cara sensível e atencioso para você. Quando eu sou mais agressivo consigo a culpa é sua.

-Minha? A culpa é minha? Desculpe existir! - Anunciei irónico e ele continuou sério.

-Ah sim, é bom que peça desculpa por existir assim.

-"Assim"?

-Assim... Perfeito. - Olhou para mim com o pescoço esticado fazendo me sentir pequeno e atento - Como se Deus te tivesse desenhado.

-Pensei que você não acreditasse em Deus. - Olhei-o desconfiado.

-E não acredito. O que só me faz mais bravo e confuso quando penso ou olho para si.

-...Sou assim tão irresistível? Não entendo. - Admiti talvez mais seco do que queria.

-...Você já pensou em como nós somos feitos?

-Feitos?! Você está falando de...?

-Os genes dos nossos pais. Os humanos são criados como puzzles se pensarmos. É uma mistura dos nossos pais.

-...Sim?

-E, a sua mãe é uma mulher linda, no entanto você não é apenas como um puzzle. O seu rosto literalmente não tem falhas e isso destrói o meu intelecto. Como alguém consegue ser tão bonito? Não devia ser possível.

-Incomoda você eu ter nascido assim?

-Sim! Porque eu fico perguntando... Porquê que você está comigo quando você é alguém tão precioso? Como é que eu não preciso de estar lutando sempre por você? Como? Como é que você está na minha vida? Eu sinto que não fiz nada da vida para merecer alguém como você.

-Bom. Eu também tenho uma personalidade. Mas fico tão feliz por você me achar fora do comum! - Continuei irónico.

-Seokjin. - Parou de andar.

-Você está sendo um idiota. - Parei e olhei para ele - Então um cara bonito se interessa por você e então?! Você questiona o Universo e Deus e tudo mais por isso? Você já pensou que talvez você seja alguém interessante e... Único, e que também faz os outros confusos? E do que você está falando?! O amor deu fé a você por acaso?

Ele sorriu verdadeiramente e manteve a distância dele.

-Obviamente que não. Os seres humanos não são nada comparando com o Universo infinito em que vivemos. Não é lógico que um ser superior exista e que... As pessoas não possam viver como querem porque esse ser decide que se tem de viver segundo as regras Dele e... É óbvio que a vida termina e não existe nada mais. A nossa existência é insignificante! - Falou sorrindo como se aquilo lhe desse contentamento - Tudo é insignificante! Você próprio me disse isso no dia em que nos conhecemos!- Aproximou se - É tudo vazio porque a vida é um vazio!

-...No entanto, você como outro idiota qualquer, fica iludido com um rosto bonito?! Você se lembra de eu te ter dito que a vida é vazia mas não se lembra do quão horrível eu era?

-Não. No entanto... - Colocou as mãos segurando o meu rosto com delicadeza - Você quase que... - Interrompeu o seu pensamento fixando o olhar nos meus olhos - No entanto, você faz me feliz. E isso preenche um vazio. E não é por você ser o garoto mais bonito que eu já vi na porra da minha vida. É por você ser a pessoa mais especial que eu já conheci! É por tudo o que eu te vi passar e por tudo o que você me fez conhecer. Você sabe que a minha atração por si é muito mais que esses olhos bonitos, ou esses lábios perfeitinhos. O que me atraiu em você... O seu egoísmo terrível. Havia qualquer coisa naquele cara idiota que pensava ser um mestre das mentiras, reprimido e cheio de negatividade que eu achei atraente. Atrevo a dizer que não haveria muita gente que gostaria de estar com aquele cara e eu não me sinto superior por isso. O que eu quero dizer é que eu te achei lindo como qualquer pessoa com visão; Continuo achando e sim, é confuso. No entanto... O que você me faz sentir é mais complexo do que a sua beleza. Você é um ser de outro mundo sim.

Baixei o olhar e senti me machucado.

Ele me amava. E eu suponha que também o amava. Fazia sentido para mim. Porém nunca o diríamos tão simplesmente. O acordo tinha sido demonstrar amor de verdade em vez de dizermos que nos amávamos, por isso aqueles diálogos eram necessários para esclarecer certas coisas entre nós.

Mesmo pensar naquilo, amor, doía por mais que fosse lógico. Eu sentia que era demasiado rápido e havia um alivio por eu não ter de dizer aquelas palavras alto. Eu apenas tinha de demonstrar os meus sentimentos, e talvez, por mais difícil que isso fosse, era uma excelente alternativa a ter de dizer aquelas palavrinhas. "Eu amo você" que responsabilidade terrível.

Namjoon beijou a minha testa e segurámos a mão um do outro caminhando pela praia sobre a noite.

-...Porquê que você não acredita em Deus? - Perguntei sem olhar para ele.

-Você acredita?

-Peço desculpa se desaponta você, mas embora a vida seja vazia... Não faz grande sentido a Humanidade existir do jeito que existe sem algo para além de estrelas e galáxias.

-Então e tudo mais? As regras e...

-Não seja ignorante. - Pedi - Você sabe bem do que eu estou falando não me tente me enganar. - Vi ele sorrir sacana - Eu não estou falando de religião e dos seus valores. Estou falando da existência. Você vai mesmo me dizer que o mundo apareceu por causa do big bang?

-Qual é o mal? Faz mais sentido do que alguém estalar os dedos e isso acontecer. - Esticou os braços para exemplificar o espaço.

-...Sério? Então de onde vieram as partículas? O que havia antes disso? Quando é que tudo começou se não havia nada antes?

-Talvez ainda não tenha começado sequer. Quem somos nós os dois para questionar a existência do mundo e do Universo?

-Nem parece você a falar. "Quem sou eu para questionar o Universo"? Sou... um humano. E como humano sou curioso.

-Ser curioso nem sempre nos leva às respostas certas. Ou a respostas sequer. Só nos leva a mais perguntas. E talvez seja por isso que eu prefira a ciência. Porque se você pensar, a ciência não abre portas. Apenas as fecha.

-...- Olhei para ele sério parando de andar - Namjoon, do que nós estávamos falando antes?

-Hum... - Olhou para cima - Bem... Eu acho que... Oh... Eu não me lembro. - Fez nos sorrir um para o outro - ...Isso é ridículo. Como é que nós acabamos sempre falando de algo tão profundo?!

-Não faço ideia. Mas é uma grande metáfora para o Universo. - Sorri olhando para o seu peito.

-Como assim? - Olhou para mim.

-É que... Nós não sabemos do que estávamos falando antes. Acho que o Universo também não deve querer saber como estava antes. Quer dizer, quem sabe...? - Olhei para ele que selou os nossos lábios.

Eu não consegui beijá-lo porque tinha vontade de rir.

-Desculpa... - Afastei me dele tendo a cintura abraçada por ele - Estou sendo demasiado inteletual? Desculpe, eu esqueço sempre da ligação sexual ao seu cérebro.

-Não se preocupe, eu desculpo você por me fazer sofrer.

-Eu te faço sofrer?

-Um pouquinho. - Fez me sorrir e abraçá-lo.

Quando ele colocou os braços à volta da minha cintura eu coloquei o pé entre os pés dele e fiz uma rasteira empurrando Namjoon para trás fazendo ele cair na areia puxando me para cair em cima dele.

-Para quê que foi isso? - Olhou para mim rindo confuso.

-É apenas mais um pouco de sofrimento. - Passei as mãos pelos ombros dele vendo um sorriso mais verdadeiro nascer nos lábios dele quando o empurrei para trás e ele se deitou na areia sendo beijado por mim.

A língua dele contornou a minha e eu senti que ele estava relaxado no entanto ele me beijava com intensidade como se já fosse um hobby; Ele já estava habituado a mim, aos beijos, às carícias, à nossa relação e isso era uma vitória.

Namjoon colocou os braços à volta da minha cintura me beijando como se eu fosse dele, tocando nas minhas coxas com conforto. Eu separei os nossos lábios e olhei para ele pousando as minha mãos na barriga dele.

-...Kim Seokjin. - Chamou e eu sorri - Tenha cuidado com as suas ações.

-Porquê?

Ele mordeu a língua e fez menção de me beijar no entanto puxou as minhas coxas para ele antes de mordeu o meu pescoço com alguma agressividade.

-...Namjoon...? - Sorri um pouco envergonhado por aquilo.

Era de noite, a praia estava deserta e não luz ali, no entanto eu tinha algum receio.

-...Você não pode ter achado que me ia deitar assim e que eu não ia atacar você.

-Eu não fiz nada. - Olhei para Namjoon inocente e ele abanou a cabeça com a língua entre os dentes.

-Se finge de puro mas eu sei... - Deslizou as mãos nas minhas pernas obrigando me a me encolher.

-Sabe o quê?

Deixei me ser beijado por ele de novo. Era tão bom, era tão emocionante. Abracei os ombros dele e desejei que ele subisse as mãos e me tocasse como ele quisesse mas depois mordi os lábios e levantei-me do colo dele.

 -Onde vamos?

 -Para casa para você sofrer em paz. - Justifiquei e ele riu.

 Quando chegámos à cabana, Namjoon riu fraco por a minha preocupação ser trancar a porta e fechar as cortinas da sala.

 -...Me agradeça quando os barulhos estranhos lá fora começarem.

 -Você tem certeza que é só por isso que você tem receio de acontecer algo?

 -É só um medo infantil... Quer dizer, algo aconteceu há uns anos atrás mas não foi nessa área. Foi mais para norte.

 -O que aconteceu? - Cruzou os braços olhando para mim.

 -Umas garotas desapareceram. Dantes havia um homem que a polícia desconfiava as ter raptado mas ele morreu pelo que a minha avó disse. Nunca conseguiram provas de nada.

 -E... Não continuaram à procura?

 -Tentaram mas era uma caça às bruxas. Nem todo o mundo pensou que elas tinham desaparecido, os colegas acharam que elas fugiram de casa e foi horrível porque mandaram cartas aos pais das garotas como se fossem elas. Basicamente difamando elas. Na altura foi um grande drama, chegou a dar nas notícias. - Tirei a jaqueta.

 -Passou me ao lado, então.

 -Só passa desgraça na televisão, não se surpreenda tanto.

 -De qualquer forma, não se preocupe. Eu te protejo. - Estendeu as mãos e eu aceitei-as encostando-me ao seu corpo.

 -Não me diga. - Sorri pela idiotice dele.

 -Digo sim. Ninguém vai chegar perto de você.

 -Incluindo você?

 -Não seja ridículo, eu vou estar colado a você a noite inteira.

 -É com essa confiança que vai acabar dormindo no sofá. - Toquei no peito dele antes de me dirigir ao quarto.

 -Seokjin, não seja assim! Está indo onde?

 -Para a cama, está dando o meu drama favorito. - Entrei no quarto e tirei as calças antes de me deitar na cama e ligar o televisor.

 Namjoon entrou no quarto e se deitou junto a mim com a cabeça deitada no meu ombro.

 -...O que está fazendo? Seu lugar é no sofá. - Questionei com humor.

 -Não seja ridículo.

 -Namjoon... - Chamei mais sério.

 -Ssh.

 -Você acabou de...? - Olhei para ele insultado - Criança, quem você pensa que é? Você não me manda calar assim!

 Namjoon levantou o tronco para olhar para mim antes de puxar me pela cintura fazendo me deitar o tronco um pouco assustado, e quando tentei me sentar Namjoon colou os nossos lábios.

 -...Prefere que eu cale você assim?

 Mmh. Eu queria bater nele. De verdade. Que desrespeito à minha pessoa era aquilo?!

 -...Preferia que você se mantivesse no seu lugar e... - Não deixou que eu acabasse a frase sem rir.

 -Tudo bem, Seokjin. Você quer fazer as coisas assim, então é como fazemos...

 -Namjoon, estou te avisando. - Apontei o dedo.

 -Se lembra o que eu te disse na estação?

 "Me fudi. Me fudi na moral." Ele não ia ter piedade. Porém, como eu tinha dito antes, havia um Deus nessa terra e Ele tinha piedade na minha alma, por isso fez a minha mãe me ligar naquele preciso momento.

 Eu saltei da cama e apanhei o celular das minhas calças no chão, atendendo a ligação com entusiasmo:

 -Oi...! Mãe! - Olhei para Namjoon com um sorriso e ele abanou a cabeça mordendo os lábios.

 Sentei me junto à janela e aproveitei o pouco tempo que ela me ocupou. Quando desliguei a chamada Namjoon cruzou os braços olhando para mim.

 -Não tenha ideias, Namjoon. - Pousei o celular junto da cama.

 -Mmmh tudo bem, SeokJin. Se você não quer, tudo bem. Eu não obrigo você a nada.

 -Obrigado, Namjoon. - Agradeci como se estivesse brincando.

 -Se precisar de algo eu estarei no sofá. - Levantou se e saiu do quarto.

 -Boa noite. - Sorri me deitando na cama.

 Tinha se tornado um jogo e parecia tão divertido quanto odiável. Eu só queria ele, porra, mas aquele negócio de ele pensar que estava no controlo era ridículo. Não gostava disso. Só queria ele como em qualquer outra noite.

 Fiquei na minha cama quieto até o drama acabar e olhei para fora do quarto. Da cama dava para ver perfeitamente o que Namjoon estava vendo na televisão e o que ele estava fazendo. A sala não tinha luz, então perguntei me se ele tinha adormecido ainda que estivesse vendo um filme de terror. Eu decidi que estava na hora de tentar algo. 

 Espreguicei me e sai da cama deixando os lençóis puxados para baixo. O quarto tinha um espelho no armário ao qual eu me olhei durante um bocado pensando.

"Perfeito" ele me tinha chamado. Eu respirei fundo, de braços cruzados olhando para o meu rosto. Eu não acreditava naquilo e questionava se era o suficiente múltiplas vezes. Eu podia ter um rosto bonito mas e tudo o resto? Namjoon era demasiado complexo para mim.

Passei as mãos pelo rosto e olhei melhor para o meu corpo perguntando a mim mesmo se aconteceria algo naquela noite. Não aconteceria se eu ficasse ali por isso, caminhando lentamente fui até ao sofá:

 -Namjoon-ah - Vi o seu rosto entediado - vou buscar algo para comer, você quer alguma coisa?

 -...Poderia me trazer água, por favor?

 -Sim. Tem certeza que não quer comer nada? - Tentei me manter o mais sério possível.

 Ele olhou para baixo por um momento considerando a pergunta a sério.

 -Eu depois vejo, obrigado.

 Eu virei costas indo para a cozinha e enchi um copo de água pensando no que fazer de seguida... Talvez entornar a água em cima dele? Sim, isso faria ele tirar a roupa.

 "Nossa, que pervertido, Seokjin, quando é que você se tornou assim? Ah sim, desde que aquele garoto apareceu na sua vida." suspirei de cabeça baixa tentando me manter concentrado. Era um jogo. Ele queria me manipular e eu não queria me submeter. Simples. Um jogo simples.

 Pousei o copo de água ao pé de mim e tirei um prato para comer algo. Se fosse rejeitado ao menos teria comida para me preencher.

 Sem dar por isso Namjoon entrou na cozinha e encurralou me entre os braços dele e a bancada, fazendo me confuso por uns segundos. Ele pegou no copo e bebeu um pouco antes de o pousar.

 -Estava assim com tanta sede que não deu para esperar? - Perguntei distraído.

 -Não, nem por isso, apenas me lembrei de algo que queria comer. - Olhou me nos olhos.

 Como ele conseguia manter a postura quando ele literalmente tinha dito...?! Bem jogado, Namjoon. Bem jogado.

 Ele quis me beijar mas eu desviei o rosto.

 -Boa tentativa. - Empurrei ele.

 -Eu não te entendo. - Suspirou - Você me provoca mas depois...

 -Eu não te provoco porque quero, você é que age assim. Não deveria ser uma competição, é óbvio o que ambos queremos.

 -Mas... Você fica me empurrando...!

 -Porque você age como um idiota mal amado. Não é preciso me manipular eu sei o que quero. Ao fazer esses joguinhos eu só vou resistir porque isso me irrita.

  Namjoon olhou e mudou de postura. Eu encostei me à bancada e senti me um pouco envergonhado enquanto Namjoon permaneceu calado.

 -...Desculpe, foi mal. Eu esqueço que você é um garoto sensível.

 -Nam... - Falei e ele abraçou a minha cintura beijando a minha testa - Não tem graça.

 -Não estou zoando. Você é sensível e eu esqueço disso. - Beijou o meu rosto antes de me beijar nos lábios com carinho por pouco tempo.

 Quando separámos os lábios eu senti o rosto corando ao sorrir por Namjoon não desistir de me beijar o rosto em pequenos selinhos sem largar a minha cintura.

 -Tá... Isso deixou você muito carinhoso de repente...

 -Vai reclamar com isso? - Olhou para mim sem saber o que fazer mais.

 -Não, tonto. - Sorri sem me controlar - Eu prefiro assim. - Recebi um selinho no nariz antes de Namjoon agarrar nas minhas coxas e me sentar na bancada para me beijar com conforto.

 Assim estava melhor. Era um clima mais livre, como se estivesse tudo ótimo. E estava, de algum jeito. Éramos apenas nós os dois e parecia que havia uma linha de tempo infinita até termos de voltar a casa. Era como no início, quando fugíamos à realidade nos braços e lábios um do outro. Era tão correto quanto outro momento qualquer com ele, talvez até mais correto que tudo o que tinha acontecido antes.

 Talvez fosse exagerado, mas eu senti me bem ali abraçado ao seu pescoço enquanto ele me beijava. Era tão natural, até parecia que o que estava prestes acontecendo era algo comum. Eu apenas senti o rumo das coisas mudar quando a língua de Namjoon se colou à minha pele brevemente antes de ele me fazer um chupão no pescoço.

 Os lábios dele no meu pescoço cortaram-me a respiração ironicamente. Segurei me aos seus ombros temendo pelo meu coração estar batendo mais depressa de repente quando Namjoon voltou a selar as nossas bocas. Se ele notasse provavelmente perguntaria se eu estava com dúvidas e eu realmente não queria isso. Eu estava completamente certo do que queria fazer, simplesmente estava com receio que ele não fosse gostar de algo que eu fizesse. Esse medo fazia com que eu tremesse à raiz do meu coração se isso fosse possível ou fizesse sentido. Eu não sabia bem o que fazia sentido naquele momento. 

Estava sendo um beijo diferente. Não era o mais dinâmico, nem o mais lento, era algo mais. Era quase que colorido...? Não sabia explicar, só experimentando poderia se perceber tal sensação. Era doce e agradável. Mais que isso, era terno, como se tudo o que ele sentisse por mim pudesse ser transmitido muito lentamente com aquele ato. Definitivamente que eu não iria esquecer aquele beijo quando pensasse naquela noite. Senti o rosto ficar quente, - Eu iria pensar naquela noite - e no momento em que desci as mãos pelo peito dele, Namjoon deslizou as mãos nas minhas costas inclinando o pescoço para a esquerda aprofundando o beijo.

 Quando puxei o pescoço para trás separando os nossos lábios abri os olhos para ver um Namjoon relaxado observando me em silêncio. Porque é que tudo aquilo me deixava tão estranhamente tímido?! Toda a coragem dos últimos meses ao lado dele desapareceram naquele único momento em que eu sabia que se tornaria realidade?! Era completamente absurdo, mas naquele caso amoroso, o que não era?

 Namjoon segurou a minha mão e eu desci da bancada com pausa puxando ele para o quarto de cabeça baixa. Parecia que tudo tinha ficado tão quieto naquele momento e senti me cansado ao chegar ao quarto.

 Namjoon sentou se na cama e eu devo ter bloqueado por alguns segundos até que ele me estendeu a mão que eu aceitei, fazendo Namjoon me puxar devagar, sem grande força, para nos deitarmos na cama lado a lado encarando o rosto um do outro.

 -...Você tinha razão. Está frio. - Suspirou.

 -...Eu te disse. - Reclamei baixo apenas para responder algo e ele baixou o olhar para não me pressionar.

 Eu entendi que ele estava esperando um sinal. Mais que um sinal, na verdade. Eu sabia que ele se devia se sentir frustrado com os puxões e empurrões, dos jogos e das provocações. Mas não ia ser assim; Não ia ser um jogo. Seria algo distinto, algo bonito, que mesmo que se nós terminássemos pudesse ser um momento em que olhássemos para trás e disséssemos "Sim, eu me lembro. Foi um bom momento" a nós mesmos. 

 Por isso quebrei as paredes de vidro que me prendiam psicologicamente, e, com a mão pousada no peito dele, sentindo o seu batimento rápido beijei Namjoon com os meus sentimentos, tentando responder ao que ele me tinha dado mais cedo.

 O beijo de Namjoon tinha sido vitalício, cheio de sentimento e agitado. Eu tinha sentido o que ele sentia. Então como seria o meu? Eu estava nervoso mas não era essa a imagem que queria projetar. Mais que nervosismo estava um desejo presente e eu não poderia admitir isso em voz alta, mas através de algo tão simples quanto um beijo eu poderia explicitar bem as minhas verdadeiras intenções.

Com calma inclinei me sobre o rosto dele, beijando Namjoon de maneira a que ele estivesse confortável, sem se esticar. Senti a mão esquerda dele na minha cintura e a direita sendo mais ousada abaixo das minhas costas. Era de agradecer ao deuses ter uma pessoa tão gratificante como Namjoon ao meu lado.

Após alguns movimentos mais abusados na boca um do outro, Namjoon desceu a mão para a minha perna e a puxou para o lado, fazendo o meu corpo ficar em cima dele.

Namjoon levantou o tronco e libertámos a boca um do outro cansados por breves segundos para olharmos um para outro. "Aquilo era pouco" demos a entender quando eu me lancei à boca dele sendo presenteado com os braços dele à minha volta me puxando para ele. Namjoon segurou o meu rosto beijando o mesmo sem pausas.

Eu levei as mãos à sua cintura e puxei a blusa preta dele para cima. Parecia bastante inocente para quem queria despir ele. Namjoon não pareceu muito feliz ao tirar a sua blusa mas eu gostei do que vi e empurrei o tronco dele para trás para beijar o corpo dele. A pele dele era suave e tinha um tom realmente satisfatório nível estético. Ele tinha uma barriga suave e mole e um peito incrivelmente sólido. Os braços dele eram a única parte visível do corpo dele que ele tinha mais musculada que eu. De súbito não dava para ser inocente.

Deslizei as mãos no seu peito com receio e vi Namjoon de olhos fechados aproveitando o meu carinho. Namjoon abriu os olhos quando os meus lábios tocaram no seu pescoço quente e ele passou a mão pelas minhas costas arrepiando me.

-SeokJin, não seja tão inocente porque eu não o consigo ser. - Pediu ao meu ouvido e eu senti de novo a respiração cortada.

 Inocente? INOCENTE?! EU estava sendo inocente?! Eu não me sentia inocente.

Tudo se tornou mais sério quando ele me deitou na cama e tirou a roupa dele. Não olhei, senti demasiado constrangimento mas Namjoon colocou se deitado entre as minhas pernas e puxou a minha camisa para cima lentamente, selando a minha barriga, tão carinhoso até deixar de ser e morder o meu pescoço machucando a minha pele com os seus dentes.

Agora tudo entre nós era a minha roupa interior e, nossa, quando Namjoon cortou essa barreira ao me despir eu senti mais liberdade que estava esperando daquele momento. Era quase bizarro como a nossa nudez parecia tão romântica naquele momento.
 


Notas Finais


não, não acabou aqui, simplesmente preferi que fosse o namjoon a narrar também,


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