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História Namjin: 'Complete' - Jin: I promiss


Escrita por: thebaddestpark

Notas do Autor


Guess whos back back again

Capítulo 40 - Jin: I promiss


Fanfic / Fanfiction Namjin: 'Complete' - Jin: I promiss

O celular tremeu de novo, pela quarta vez naquele dia. Estava chovendo demasiado para sairmos e eu sentia dores no meu corpo pelas noites de amor consecutivas, por isso Namjoon e eu estávamos deitados no sofá, acomodados nos braços um do outro por baixo dos cobertores quentes. Estava sentindo uma ansiedade terrível no meu peito e a vibração do meu celular na mesa de vidro só piorava.

Quando tinha saído do duche de manhã fora o despertar daquela sensação que me assustava, com a primeira mensagem e tentar esconder aquele ataque de Namjoon estava difícil.

-É o Jimin mandando mensagem? - Namjoon perguntou meio que desinteressado olhando para o televisor que passava um filme de ação.

-Deve... Deve ser.

-Você está bem? - virou o rosto para mim e eu acenei sem olhar para cima - Mesmo?

-Sinto um pouco de mau humor pelas dores. Desculpa.

-Desculpa eu. Não queria machucar você.

-Esqueça isso. - Respirei fundo e o aparelho tremeu de novo e eu enterrei o rosto no peito dele querendo desaparecer.

Ele riu fraco e passou a mão pelo meu cabelo:

-Talvez seja melhor ver o que ele quer.

Se ele soubesse quem me estava tentando contatar não dizia aquilo. Eu acenei e peguei no aparelho dirigindo me para a cozinha. Bebi um copo de água para me acalmar o que não resultou, e depois desbloqueei a tela.

Cholyeon 11:11: Oi

Cholyeon 12:48: já se passou algum tempo desde a última vez que estivemos juntos, só queria saber se está tudo bem consigo. Gostava de ver você e senti que devia dizer

Cholyeon 16:02: Ainda é cedo para tentar falar consigo? Eu penso em você todos os dias então desculpe mas parece que se passou uma eternidade desde que estivemos juntos

Cholyeon 16:04: O que eu posso dizer para você voltar a se encontrar comigo?

Nada, desapareça da minha vida.

Tentei respirar e escrever algo, mas não conseguia perceber se era melhor elaborar uma resposta ou simplesmente ignorar. Ele nunca desistiu antes por mais que eu ignorasse, como é que eu o apagava da minha vida?

Você 16:07: Cho, eu estou com outra pessoa, desista de mim

Estava bem explícito o que eu desejava.

Cholyeon 16:08: Eu amo você, não me pode pedir isso, por favor deixa eu explicar tudo o que eu sinto por você! Não se vai arrepender, eu prometo! Eu nunca mais vou magoar você, vou cuidar de si dessa vez

Você 16:08: eu não posso falar agora

-Jin?

Não. Escondi o rosto atrás do celular culpado.

-S-Sim?

-O... O YoonGi mandou mensagem dizendo que ele está com o Jimin. Jin, o que foi? Você parece que viu um fantasma. - Tocou nos meus braços para me puxar para o peito dele em consolo - O que foi?

-...Você vai ficar bravo...

-...Eu não vou ficar bravo, o que é?

Eu olhei para ele com os lábios tremendo.

-Vai sim, nós ainda ontem estávamos brigando... Você tinha razão...

-Todo o mundo briga, nós não somos diferentes. O importante é saber ouvir. Por favor, diga o que se passa.

O celular vibrou de novo e eu surtei jogando o aparelho no chão da cozinha virando costas a namjoon para me apoiar na bancada. Namjoon ficou minimamente assustado com aquilo e eu não o culpava.

Eu era fraco, era um inútil, era instável, a mãe dele tinha razão, eu não servia para aquele garoto.

Namjoon apanhou o aparelho do chão que tinha tido uma aterragem mais suave pela carpete. Era uma contagem decrescente até que ele surtando também e desatasse aos berros comigo falando que ia bater nele e que se ia meter em tretas por minha causa, coisa que eu não queria.

-"Não posso falar agora"? Estava planeando falar com ele quando eu não estivesse por perto?

-Por favor não faça numa cena de ciúmes agora. - Olhei para ele de rastos e quase que pude ver o coração dele quebrar quando viu que eu estava chorando - Porquê que ele não me deixa em paz? Porquê que eu me sinto tão sufocado? - Solucei e Namjoon despiu a jaqueta dele cobrindo os meus ombros  antes de me abraçar forte.

-Você está longe, você está comigo e ele não pode fazer nada contra isso. Você precisa contar essas coisas, Seokjin. Estou aqui para  te ajudar. Se lembra o que eu te disse no inicio? Nós não começámos a sair por eu ser algo negativo na sua vida, eu não quero brigar com você, muito menos por causa dele. Confia em mim?

Namjoon teve o tronco apertado por mim e beijou a minha testa com suavidade antes de me deixar.

-Está na hora de terminar isso, duma vez por todas. - Olhou para a tela do meu celular e ao afastar o corpo de mim eu agarrei em seu pulso.

-Nam? - Olhei para ele confuso com lágrimas nos olhos agarrando o pulso dele sem força, com ambas as mãos.

 -Confia em mim?

 -...O que você vai fazer?

 -Vou ligar para ele e deixar claro que você não quer nada com ele.

 Eu cruzei os braços sem saber o que fazer.

 -Confia em mim? - Perguntou de novo e eu abanei a cabeça.

 -...Não é como se vocês pudessem se agredir por ligação. Eu apenas não queria arrastar você para isso...

 -Eu faço parte disso desde a noite em que te conheço.

 Eu acenei e ele mexeu no meu celular antes de encostar o aparelho ao ouvido. Eu vesti a jaqueta dele e cruzei os braços de novo.

 -...Não. - Declarou e eu percebi que Cholyeon tinha atendido - É o namorado dele. Sim. Sim. - Repetiu e eu vi que ele não estava satisfeito - Deixa ele em paz. Ele não quer nada consigo.

 "Seu filho da puta, manipulador!" Ouvi a voz de Cholyeon e quis tirar o celular da mão de Namjoon mas ele não deixou. Ele não precisava de ouvir aquilo. "Você realmente acha, de homem para homem, que esse negócio de você ter feito ele terminar comigo para ficar com você justo?! Acha que eu vou desistir dele tão facilmente?"

 -Eu entendo que não seja fácil, mas você tem de parar. Você não faz bem para ele e eu não vou deixar você chegar perto dele, nunca mais.

 "...Onde ele está?"

 -Não interessa. Se você voltar a tentar falar com ele, eu vou ser obrigado a agir.

 "Vai fazer o quê? Me bater? Quero ver você tentar"

-Bater? Você fez o meu namorado quase morrer. Você agrediu o Jin mais que uma vez. Se você tentar sequer chegar perto dele de novo... - Namjoon desviou os cabelos da minha testa - a polícia que trate do resto. Não se aproxime de Seokjin. Nem tente falar com ele. - Ordenou antes de desligar a chamada.

 Eu abracei Namjoon sem tirar os olhos do rosto dele. Namjoon selou a minha testa múltiplas vezes e eu senti um alívio lentamente possuir o meu peito. O meu coração estava a mil.

 -...O que faria eu sem você? - Perguntei fraco.

 -...Bebé. - Chamou - Não volte a evitar contar essas coisas. Ninguém vai fazer mal a você. - Penteou os meus cabelos.

O meu celular tremeu na sua mão e eu olhei assustado para Namjoon.

-É a sua mãe. - Ele me entregou o aparelho e eu atendi.

Falei com ela durante um bocado e ela notou que eu estava agitado. Perguntou se estava tudo bem entre mim e Namjoon e eu perguntei a mim mesmo se estava.

Eu pedi a Namjoon para sairmos ainda que estivesse chovendo imenso. Ele não ficou muito feliz porque tinha medo que pegássemos um resfriado, mas eu convenci ele. Queria mostrar um lugar não muito longe da nossa casa para onde eu brincava  em criança.

Havia um banco debaixo duma árvore grande onde nos sentámos e dava para ver o monte e as árvores e a cidade. Estava um final de dia tão escuro que chegava a ser triste. Quando o barulho da trovoada começou ficámos atentos aos relâmpagos e trovões que se sentiam longe de nós. Era quase um show para nós que tínhamos a vista do topo do monte.

Deitei a cabeça do ombro de Namjoon e ele deitou a cabeça na minha antes de entrelaçar os nossos dedos frios.

-...Está tudo bem? - Ele perguntou e eu sorri fraco com o rosto pousado no seu ombro molhado da chuva.

-Não sei. - Confessei - Você resolveu tudo e está aqui no entanto eu tenho um sentimento dentro de mim que parece não me deixar ser feliz. Sinto que sou insuficiente, sabe?

-Você não é nada disso.

-Você está demasiado cego por amor para admitir. - Comentei - Eu é que devia estar cuidando de você.

Namjoon levantou a cabeça com um sorriso nos lábios.

-Nossa, a minha mãe realmente soube manipular você?

Eu poderia perguntar como ele sabia que eu tinha a cabeça feita pela mãe dele mas apostava que aquela mulher não tivesse problema nenhum em expor o quanto eu não era a pessoa indicada para Namjoon. Eu respeitava isso.

-Você não é meu pai, Seokjin. Eu não estou consigo para ser tratado como uma criança. Já tenho esse tratamento em casa.

-Eu não trato você como uma criança. Apenas não quero... Você se sente inseguro às vezes, como qualquer pessoa. Eu quero que isso seja uma prioridade minha. Quero cuidar de você em vez de ficar preso aos meus problemas.

-Mas, Jin. - Suspirou - Eu sei pouco sobre namorar. Mas eu sei que não é assim que funciona. É suposto nos ajudarmos um ao outro. Não é só uma pessoa na relação que tem problemas.

Eu suspirei e Namjoon segurou ambas as minhas mãos.

-Pare de me ver como uma responsabilidade.

-Eu não vejo você como uma responsabilidade. Para além do mais, que hipocrisia, Namjoon. Você faz o mesmo.

-Só fiz isso quando você estava recuperando do acidente.

Olhei para ele duvidando e ele selou os meus lábios.

-Esse parece um lugar daqueles para fazer promessas. - Mudou de assunto.

-Mmh... - olhei em volta - Nunca gostei muito de promessas.

-Eu não confio em quem faz promessas. Mas não deixo de sentir esperança por quem as faz.

-Porque não confia? - Olhei para ele e Namjoon baixou o olhar para as nossas mãos.

-O meu pai sempre prometeu voltar para casa.

Selei o rosto dele e acariciei as mãos dele tentando consolar ele. Dessa vez foi Namjoon que encostou a cabeça no meu ombro.

-...Quem faz promessas é muito otimista e confiante. Eu invejo isso. Não consigo fazer promessas sem pensar nos obstáculos.

-Então se eu pedisse para você me fazer uma promessa, você não faria?

-Por si eu eu tenho o otimismo de conseguir fazer tudo. - Olhei para ele.

Namjoon fechou a boca e ficámos sobre a tensão da trovoada.

-Prometa... Que a partir de agora você vai sempre pensar em si e se amar.

Eu sorri. É claro que Namjoon não faria com que eu prometesse algo sobre nós. Promessas de amor eram cruéis e quase impossíveis porque tanta coisa poderia acontecer. Ele queria uma promessa a sério.

-Eu prometo. - Olhei nos seus olhos antes de receber um beijo afetuoso e molhado - Também devia ter direito a uma promessa.

-...tudo bem.

Eu sorri sacana.

-Prometa que vai dar uma oportunidade aos gatos.

-Aos gatos?! Que gatos?

-A gatos. - dei de ombros - Eu sei que você prefere cães, mas dê uma oportunidade aos gatos. - Fiz ele rir.

-Porquê? - Riu que nem uma criança.

-Porque te estou pedindo. Promete?

-Aish... Eu realmente não gosto de gatos.

-Mas eu vou ter um. E você precisa ser simpático para ele.

Ele suspirou tentando não rir da minha justificação.

-Tá, eu prometo que vou dar uma oportunidade a esse gato.

-Obrigado. - Sorri com conforto antes de ser assustado por um relâmpago.

-Talvez devêssemos ir para casa.

-Já?

-Seokjin, você está gelado. Eu não quero que fiquemos doentes.

-Quando chegarmos tomamos um duche quente.

-Mas...

-Se ficarmos mais um pouco eu tomo duche consigo.

-...Se você põe assim as coisas...

Eu ri observei o céu escuro e nublado um pouco mais.

-...É sempre o mesmo. - Namjoon sorriu de olhos fechados abanando a cabeça.

-...O que é sempre o mesmo?

-Nós. - Suspirou e eu não respondi. Simplesmente porque nem sabia do que ele estava falando - Porque porra tem de ser tudo tão intenso entre nós?

-Isso me lembra algo que eu estava pensando antes...

-Partilhe.

-Há uns anos quando estudei literatura estudei o movimento romântico. E os romances desse movimento há séculos atrás eram exatamente assim. Intensos e... Dramáticos por tudo e por nada. Ouve um movimento criado por autores que queriam lutar contra o romântico usando o realismo. Mas agora... Eu sinto que o real e o romântico é o mesmo. - Respirei fundo pelo ar frio - Cada um é a personagem principal da sua vida então, acho que os nossos sentimentos podem parecer intensos mas é porque é a nossa vida. Ninguém mais sente o que nós sentimos. Eventualmente. - acrescentei.

-Sim, mas... Parece que eu tenho sempre algo para acrescentar. Todos os momentos parece que precisam de ser importantes consigo, parece que eu preciso de estar constantemente tornando cada momento único.

-...Você não gosta de rotinas. Por isso é que tem essa necessidade de tornar tudo único. Precisa de distinguir todos os capítulos da sua própria história.

-Desde quando você me conhece tão bem?

Eu dei de ombros. Nem eu percebia o quão bem nos conhecíamos.

 -Não sei mas... não estava sendo intenso. - Ri.

 -Mas eu estava pensando em te dizer...

 Eu olhei para ele pensando no que ele ia dizer e ele fechou a boca tímido.

 -Dizer o quê?

 -Tudo. - Falou antes do relâmpago iluminar os seus olhos.

 -Tudo? - Sorri.

 -...Acho que está na hora de irmos para casa. - Tentou evitar aquilo.

 -Não vou sem me dizer tudo o que quer dizer. - Sorri para ele que se levantou e puxou a minha mão para eu me levantar.

 Eu deixei me ser puxado por ele que abraçou o meu tronco e selou o meu pescoço.

 -Nam.

 -Eu pensei que você fosse apenas um caso de uma noite. - Começou - Aliás... Da primeira vez que vi você e vi que você estava beijando outro eu nem tinha sequer o pensamento de tentar algo. Você... Parecia bonito demais para querer algo comigo. - Fez me revirar os olhos - E... Ás vezes sinto que demonstro ser demasiado relaxado, quando na verdade estou sempre pensando se ajo corretamente consigo. Eu gosto tanto de si, Seokjin. E fico praguejando mentalmente porque, fodasse, eu sei que um dia vamos crescer e provavelmente acabar separados e nem teremos contato um com o outro; Eu consigo imaginar você casando com outro homem e... Eu fico triste porque gostava que ficássemos assim por muito tempo. Eu sempre tive sonhos de criança para o meu futuro e eu estou dando o meu melhor para arranjar um emprego bom mas nada me fez pensar realmente no meu futuro até você chegar.

 Eu apenas sorri e abanei a cabeça olhando para o seu rosto.

 -...Apenas porque estamos crescendo não quer dizer que nos temos de separar. - Abracei os ombros dele.

 Eu também tinha medo. Tinha medo que nos separássemos, quer dizer... Nós éramos tão jovens.

 -Então o quê? Vamos arranjar uma casa e ficar juntos?

 -Porque não? Eu sou uma pessoa bem organizada, você está vendo isso desde que chegámos aqui! Eu vou às compras, cozinho, mantenho as coisas arrumadas...! Você tem dúvidas que viver comigo é algo bom?! - Fiz ele rir envergonhado - E ainda tem o  bónus de eu não me importar de você ressonar e babar quando dorme.

 -...Eu não babo.

 -Baba sim! - Sorri da inocência dele - Mas eu entendo, você deve ter esperança...

 -Esperança?

 -...- Dei de ombros - Que o YoonGi termine com o Jimin. - Ele largou me e virou costas amuado fazendo de me rir - Nam! - Puxei o braço dele para o virar - Brincadeira! Olhe para mim. - Encostei o rosto ao peito dele com um sorriso - Eu adorava viver consigo. Mas é tão cedo para pensar nisso. Eu não gosto de assim, mas nós estamos juntos há tão pouco tempo. Não vale a pena pensar nisso, ainda não. - Passei a mão pelo rosto dele - Mas aprecio que você me tenha em mente quando pensa no seu futuro. É importante para mim. - Sorri e ele olhou baixo ficando vermelho - Mesmo que você não se veja ficando comigo.

-...Não é que eu não me veja consigo.

 -Você disse que me via com outra pessoa.

 -Isso... São as minhas inseguranças. - Segurou a minha mão sem olhar no meu rosto - Os poucos dias em que estivemos aqui foram perfeitos. É óbvio que eu não me importaria de viver consigo. No entanto... Não sei, imagino você com alguém mais velho, mais maturo; Que dê apoio a você...

 As inseguranças dele incomodavam como cortes. Eu abracei a cintura dele e beijei os lábios dele múltiplas vezes devagar e levemente para aliviar o ambiente.

 -Eu consigo me imaginar consigo. - Encostei a cabeça ao ombro dele com um sorriso - Apenas nós os dois, num apartamento qualquer. Com um gatinho.

 Ele suspirou.

 -Está bem, um cachorro. - Suspirei e ele riu - Mas posso sempre viver sozinho.

 -...Você? Sozinho? Eu nunca vou deixar você sozinho. Não enquanto você me quiser.

 -Azar o seu, eu vou querer você ao meu lado durante muito tempo.

 Ele olhou para mim sério e depois sorriu.

 -...Promete, hyung?

 Ele quase nunca me chamava de hyung. Eu não me importava, preferia até.

 -Prometo. - Beijei o seu rosto antes de beijar o pescoço moreno dele e ele se encolheu sorrindo.

 Estava chovendo tanto que se falássemos teria de ser alto porque o som da chuva cobria toda a superfície. Ele queria me puxar para casa mas eu juntei os nossos lábios.

 Namjoon abriu os lábios deslizando a língua para dentro da minha boca suavemente. E puxei o pescoço para trás para olhar nos olhos dele mas Namjoon quis mais e insistiu em me beijar de boca aberta. 

 Com o vento, sentimos a chuva nos atingindo e molhando as nossas roupas ainda mais, mas estava tudo bem.

 Em casa despimos as jaquetas completamente encharcadas e as meias também. Quando tirei a camisa Namjoon abraçou as minhas costas beijando o meu pescoço com tanta ternura que senti o coração quente apenas por ele tocar.

 -Vamos tomar duche? - Perguntou ao meu ouvido e eu sorri.

 -...Tem noção que eu ainda estou dolorido, certo?

 Tomámos um duche juntos na mesma. Foi engraçado porque eu lavei o cabelo dele contra a sua vontade. Eu gostava muito de tocar no cabelo negro dele então não resisti àquele contato.

 -Eu deveria ter direito a algo. Odeio que me mexam no cabelo. - Falou sentado na banheira enquanto eu esfregava as mãos na cabeça dele de joelhos, atrás dele.

 -Mentiroso. Eu estou sempre mexendo no seu cabelo e você nunca reclama.

 -...Tá é mentira, mas é injusto.

 -Injusto porquê? Eu deixo você fazer muita coisa.

 -Como o quê?

 -Deixo você fazer chupões. Isso faz mal à pele, sabia?

 -Você também faz chupões, não conta.

 -Eu deixo... Você me tocar. À vontade.

 -Menos em público. Também deixo você me tocar à vontade.

 -Eu nunca toco em você.

 -Isso já é consigo, eu deixo. - Fez me revirar os olhos - Eu ainda fico com os braços dormente por você dormir em cima de mim.

 -...Está vendo? Era disso que eu estava falando, ainda agora estamos exprimentando namorar a sério e você já quer viver junto mas no fundo tem muito para se queixar.

 -Eu estou brincando. - Admitiu relaxado - Meio que até sabe bem ter alguém mexendo assim na minha cabeça. - Inclinou a cabeça preguiçoso.

 -...Criança. - Fiz ele rir satisfeito - O que você quer ter direito afinal?

 -...Apenas... Você.

-Hoje não pode ser.

 -Eu sei. Mas o que vamos fazer?

 -Tenho a certeza que arranjamos outra coisa para fazer.

 

 E arranjámos. Decidimos que beber seria a nossa diversão para aquela noite. Para variar, as coisas não poderiam ficar intensas se estivéssemos embriagados, certo?

 -...Não.

 -"Não"? - Eu repeti sorrindo com os braços à volta dele.

 -Não.

 -Porquê?

 -Porque não, como assim? - Riu abraçando a minha cintura - Você tem de ter uma razão para tudo?

 -Você é igual!

 -Sim, mas...!

 -Mas nada, você é igual, ou pior! - Ri roçando os nossos narizes antes de o beijar.

 -Talvez seja por isso que nos damos tão bem. Nem sempre são os opostos que se atraem.

 -Filosófico como sempre. - Penteei a franja dele para trás e ele beijou os meus lábios descendo as mãos.

Os beijos tornaram-se intensos, coisa que eu não queria que acontecesse mas não fazia nada para o mudar. Namjoon segurou-me com mais força puxando o meu corpo para ele antes de me apalpar com algum cuidado. Parecia que estava mais a tocar para me mostrar carinho do que para ele próprio.

Eu sentia o rosto e as orelhas a ferver, imaginava que estava corado e tudo tornou-se pior quando ele separou os nossos lábios para fazer um chupão no meu pescoço. Senti uma timidez interna encostando as mãos ao peito dele, mordendo o lábio.

-...Nam, hoje eu não consigo. - Murmurei.

-Eu sei, não se preocupe. Eu não estou tentando nada.

-Você quer que eu continue no seu colo, mesmo assim?

-Só mais bocadinho, curto estar assim. - Abraçou a minha cintura e fez me olhar para ele antes de me beijar de boca aberta.

O sabor do álcool era comum na língua de ambos e por algum motivo fazia com que eu quisesse rir. Não sabia, porquê, estava alegre. Namjoon tocou nas minhas costas debaixo da minha blusa e beijou o meu pescoço.

De repente senti um arrepio e ele cobriu os nossos corpos com o cobertor que nós usávamos para nos taparmos enquanto víamos filmes. Eu apreciei aquele pequeno gesto e abracei os ombros dele. Namjoon enterrou o rosto no meu pescoço quente e ouviu-se a chuva e os trovões fora da nossa casa.

Quem era aquela pessoa? Quem era aquele garoto me segurando no colo dele fazendo com que eu me sentisse feliz sem dizer nada? Era só preciso sentir a sua respiração no meu pescoço e tudo parecia meigo.

Selei o pescoço, as bochechas, o queixo, a testa e o nariz dele múltiplas vezes, sentindo-me um idiota fazendo Namjoon sorrir.

-...Você está precisando dum corte de cabelo. - Penteou o meu cabelo, carinhoso.

-Eu sei. - Recebi um beijo na testa - Está horrível.

-Não está horrível, simplesmente não consigo ver os seus olhos de vez em quando.

-Isso é importante?

-Óbvio, eu gosto de olhar nos seus olhos.

-...Eu não me sinto confortável olhando nos olhos das pessoas.

-E nos meus? - Levantou o meu queixo com o indicador.

-Nos seus... Sim. - Minha voz quebrou e ele sorriu - Você não me assusta.

-Que bom que o seu namorado não assusta você. Você não está habituado, né?

-...Por favor não faça essas piadas. - Deitei a cabeça no seu peito com o corpo agora deitado em cima dele.

-Desculpa, Jin, foi estúpido.

Eu observei ele e selei os lábios dele.

-Tudo bem, docinho.

-Não podemos arranjar um apelido melhor?

-Vou pensar sobre isso. - Sorri - Mas não gosta porquê? Você é uma pessoa tão doce. - Deitei-me ao seu lado com a mão no seu pescoço.

 -Eu vou levar isso como um elogio.

 -Que bom. - Esfreguei os nossos narizes um no outro antes de Namjoon me beijar de novo por um bocado para voltar a colar os lábios no meu pescoço - Ei não me beije assim. - Pedi sem resistir em sorrir.

 -Porquê? Eu quero.

 -Mas as coisas não são como você quer. - Resmunguei penteando a sua franja.

 Ele tinha um olhar frio nos olhos que me incomodou.

 -O quê?

 -Antes de namorar com o Cholyeon, você não namorou com mais ninguém?

 -Não, porquê? - Estranhei aquilo.

 -...Só curiosidade.

 Eu olhei para ele desconfiado.

 -Você pode perguntar o que quiser, sabe disso, certo?

 -Não quero deixar você desconfortável.

 -Você não deixa. - Selei o nariz dele - O que é? Não sei se já percebeu, mas esse negócio de namorar não é o meu forte eu nunca quis namorar com o Cho em primeiro lugar. Mas ele era meio que um escudo para os outros garotos.

 -Escudo porquê? - Observou-me sério.

 -Quando os meus colegas descobriram que eu era gay tornou-se uma competição entre alguns garotos da minha escola. Os meus amigos não se interessaram, eu acho que eles ignoraram a situação, mas alguns garotos começaram a ser estranhos comigo. Mandavam mensagens, pediam-me para sair com eles, tentavam qualquer coisa e depois chegou o Cholyeon e a maioria deu uns passos para trás.

 -A maioria?

 -Havia um garoto que não desistiu. Hum... Era daqueles idiotas arrogantes e bonitos que pensa que pode ter tudo o que quiser sem esforço.

 -E o Cholyeon fez alguma coisa?

 -Ah eles brigaram mas por outras razões. Eles nunca se deram bem.

 -Aish... - Suspirou - Tantos garotos atrás de si e você acaba comigo.

 -É. - Sorri - E não podia acabar de forma melhor. - Abracei o tronco dele - Aqueles garotos eram tão idiotas, Namjoon, você não sabe o quão feliz eu fico por te ter. - Beijei o pescoço dele.

 -Eles eram assim tão maus?

 -Eles não eram você. E alguém como você era o que eu precisava. - Admiti - Mas não se pode esperar muito de adolescentes com hormônios loucos.

 -...Tenho más notícias para si então.

 -Não seja assim. - Sorri querendo rir - Eu sei que você é mais novo mas eu acredito que você tenha mais controlo de si mesmo. Eles só queriam alguém que os deixasse fazer tudo. E, surpresa surpresa, eu não tinha paciência para esse tipo de garotos.

 -Tem agora.

 -Você não é nada assim. - Acariciei o seu rosto - E eu não deixo você fazer tudo. Eu apenas confio em você. - Senti as mãos dele nos meus glúteos e sorri - Eu deixo você fazer isso, você não o faria se eu não deixasse.

 -É claro que não, nunca vou passar dos limites. - Enterrou o rosto no meu pescoço para me beijar.

 -Isso eu não deixo você fazer. - Encolhi o pescoço.

 -Deixa sim, vá lá.

 -Não... - Olhei nos olhos dele e ele respondeu com um beijo.

 -Porquê? Eu sei que você gosta.

 -Ai sabe? - Perguntei irónico.

 -Você geme quando eu o faço. - Tocou no meu nariz com a ponta do indicador.

 -...Podemos ir para a cama? Sinto que você precisa de dormir.

 -Essas desculpas.

 

_

 

 O ressonar do Namjoon e a chuva lá fora preenchiam a minha cabeça até que o tremor do celular ao meu lado voltara assustando-me.

 Não. Por favor não. Eu não iria ligar, não iria ficar nervoso. Ia dormir e ignorar.

 Tentei mas não consegui.

 02:49 Cholyeon: É tarde, então desculpe mas eu preciso te dizer isso.

Eu te amo. De verdade. Você é tudo o que eu conheço, você não sai da minha cabeça nunca! Eu tenho saudades de tudo, Kim Seokjin. Era mesmo uma mentira? Eu não consigo acreditar. Quando eu te abraçava e te chamava de meu, você sorria e me beijava isso era uma mentira? É suposto eu acreditar nisso mesmo?

 Por favor me explique porque é que diz que ama aquele garoto. Ele não é bom o suficiente para si, vê se à distância. É óbvio que ele é um cara arrogante e sujo, por favor pense no melhor para si. Você não sabe o que me custa saber que ele está com você e que você está deixando isso acontecer.

 Jin, por favor diga a verdade, você e eu fomos apenas uma mentira? Eu não consigo acreditar que você tenha sido egoísta assim, você não é má pessoa. Você é a melhor pessoa que eu alguma vez tive o gosto de conhecer. Quanto mais escrevo mais percebo o quanto te amo e fico de coração quebrado.

 Responda, você nunca me amou?

 

 Bloqueei a tela e pousei o celular escondendo o rosto debaixo dos lençóis. Não, nunca o tinha amado, eu era tudo aquilo que ele odiava e ele não conseguia ver isso.

 Namjoon virou o corpo para o meu lado e colocou o braço direito sobre a minha cintura, roçando o seu nariz no meu pescoço. O que seria de mim sem ele? Foda-se eu estava dependente dele, não estava?

 Segurei a mão dele acariciando-a e arrependi-me quando ouvi ele murmurar rouco do sono.

 -...Jin?

 -Sim?

 Ele apertou o meu corpo depois de nos puxar os cobertores para nos cobrir.

 -Está frio, porquê que me estava deixando dormindo tão longe? - Resmungou tentando dormir de novo com o rosto colado ao meu pescoço.

 -Desculpe, tinha medo de acordar você.

 Namjoon entrelaçou as nossas mãos e não demorou até ouvir o ressonar suave dele de novo. 



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