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História Namorado de Mentirinha - Duas mentiras incomodam muito mais


Escrita por: seonata

Capítulo 2 - Duas mentiras incomodam muito mais


[01:03, 14/11/2019] Byun Baekhyun: Vai para o inferno.

 

[01:04, 14/11/2019] Park Chanyeol: De onde você acha que eu vim?

•••

– ‘Ta ligado que isso é estranho, né? – Kris falou enquanto caminhava em direção da casa do namorado do amigo. – Não estranho, tipo, caralho, Park Chanyeol é gay, mas um estranho tipo, caralho, Park Chanyeol está namorando.

– Você é ‘tá muito pilhado com isso, Kris. – Chanyeol falou em um tom de tédio. – Nem é nada tão nossa, e cara, eu sempre disse, amor não é só entre um homem e uma mulher, então deixa disso, ‘tá bom?

Ouviu o outro suspirar, estavam há mais de uma hora naquela de que o Park era pegador demais para namorar, Yifan não era aquele tipo que engolia a história de primeira, apenas ficava juntando informações para pôr fim dar seu veredito final. E bom, o melhor amigo sabia disso, tendo que admitir que até estava com um certo medo do outro descobrir sobre o plano do Byun, querendo ou não, aquilo era sem pé e nem cabeça, ele mesmo não cairia, quem dirá a pessoa ao seu lado.

Contudo, ficar discutindo com o Wu não levaria em nada, além do mais, aquilo poderia ocasionar ainda mais dúvidas na cabeça do chinês, e isso era a última coisa que o moreno queria naquele momento. Sinceramente, o que o outro queria nada mais era do que uns beijinhos, veja, ele estava sem beijar há quase três dias, era quase um novo recorde próprio, não sendo aquilo o pior, sem ficar com ninguém, você precisa manter a imagem de namorado fiel e apaixonado, parece que até ouvia a voz do namorado em sua mente.

– Aliás, como o Baek não sabia que éramos melhores amigos? – Chanyeol congelou. – Eu não tinha muito contato com ele, mas já você, ele me mostrou sua foto como se eu não te conhecesse.

Merda. Merda. Merda. Mil vezes merda.

Por que ninguém havia pensado nisso? É claro que o plano havia falhas, e agora, o que faria? Estava entrando em desespero, sentia-se suar frio, mesmo que ser descoberto naquele embolado de mentiras não fosse tão ruim, no entanto ele não era o único fazendo parte da trama, não podia apenas jogar tudo para o ar, dando adeus ao dinheiro e um olá a surra que Baekhyun lhe daria, porque possivelmente apanharia do outro.

Quase deu graças aos céus ao avistar o namorado baixinho no portão de sua casa, correu a plenos pulmões em direção ao namorado. Saudade? Nem pensar, precisa sussurrar algo em seu ouvido sem que Yifan notasse seu nervosismo. É claro que Baekhyun estranhou o contato repentino, não costumava abraçar nem sua mãe, quem dirá quase um completo desconhecido para si. Contudo, tinha que admitir a si mesmo, o perfume de Chanyeol era envolvente, não daquele tipo, deus, fiquei apaixonado, mas entendem do que estou falando, pessoas cheirosas tem passe livre para qualquer coisa nessa vida, e o Byun sabia disso.

– Estamos ferrados. – Apertou ainda mais o braço, o nervoso e o medo tomando conta de si. – Yifan está cheio de perguntas que eu não sei responder.

Escutaram um pigarrear ao lado, soltasse quase imediatamente do abraço quentinho, tudo bem, o menor não diria que estava sentindo falta do calorzinho que emanava do namorado, porém é aquela coisa, né, abraços bons hoje em dia são raros, então não se importaria de ficar o resto do dia ali, abraçadinho, mesmo que fosse com Park Chanyeol, seu namorado de mentira. Mas veja, o outro tinha muitas qualidades, mesmo que os defeitos as camuflassem, Baekhyun só não havia as descoberto ainda.

– Isso tudo é saudade? Ou gostam de esfregar na minha cara o relacionamento feliz de vocês? – Yifan falou, parecendo se esquecer da pergunta que havia feito há pouco. – Podem deixar para se amar depois, bem longe de mim, é claro.

Reviraram os olhos quase em sincronia, logo Chanyeol notando alguém lhe encarar do outro lado da rua, será alguém que havia dado um fora? Ou alguém que havia ficado durante uma de suas bebedeiras? Não que ele fosse pé de cana, puff, longe disso, apenas nunca se sabe.

Viu o outro alguém atravessar a rua sem nem ao menos parar de lhe olhar, claro, se aquele menino fosse atropelado, com certeza a culpa não seria do Park, contudo, quem se importava? Estava com medo do que vinha a seguir, estava até preparado para os gritos e xingamentos.

– Oi, Baekkie. – O moreno recém-chegado saudou, abraçando o menor em seguida, como se aquilo fosse algo normal entre os dois. – Está tudo bem?

Baekkie? Mas que droga de apelido é esse?

– Nini, por que não me contou que já tinha chegado? – Baekhyun ainda mantinha o abraço, bem na frente de Chanyeol, aquilo era o cúmulo.

– É, por que não contou, Nini? – Yifan falou de repente, atraindo a atenção dos três. – O que foi? Se seu namorado vê outro homem te abraçando e não faz nada, eu faço, ele ainda é o meu melhor amigo.

Aquilo havia surpreendido todos ali, porque primeiro, Baekhyun não queria contar que estava namorado ao seu velho amigo daquela maneira, segundo, aquela fala tinha que ser de Chanyeol, mesmo que o outro estivesse ocupado demais no mundo da lua, terceiro, ah, bem, ninguém estava entendo muito bem o que estava acontecendo ali, poxa, eles só tinham marcado de ir a sorveteria, e pronto, entretanto, as coisas sempre saiam dos trilhos e acabavam assim. É claro que o segundo mais alto havia se chateado com a frase do amigo, não pela parte do homem abraçando e blábláblá, mas sim pelo ainda, era algo como se disse que a amizade dos dois estava por um fio, sendo que ele não podia fazer nada para reconfortar o chinês, contar-lhe a verdade estava fora de questão naquele momento.

– Kris, você ‘tá bem cara? – Usou uma voz calma quando viu o outro lhe encarar estranho.

– O quê? Obvio que sim! Só ‘tô defendendo sua honra, já que você mesmo não faz isso, amigos fazem esse tipo de coisa. – De novo aquilo, aquela voz magoada, mesmo que em seu rosto ostentasse um sorriso enorme. – E aí, Nini, quer ir na sorveteria com a gente? Pelo menos assim não vou ficar tão de vela.

– Vela? – Jongin ainda não entendia muita coisa. – Baekkie, pode me explicar?

Um suspiro.

– Nini, esse é o Yifan, um amigo do colégio. – Aprontou para o chinês alto. – E esse é o Chanyeol, meu namorado.

 

Tensão.

Essa seria uma palavra que descreveria muito bem a situação atual.

Já sentados na mesa, Chanyeol e Baekhyun de um lado, Jongin e Yifan do outro, enquanto uma aura escura preenchia o local. Não estou falando do Park e do Kim em uma guerra de território, e sem o casal em uma discussão sem fim sobre o sabor da coca favorito dos dois, um preferia coca cola de cereja e outro de baunilha, e assim havia começado a guerra.

– Você é um idiota, Chanyeol, como alguém consegue tomar aquele negócio doce? – Elevou um pouco a voz. – É ridículo a forma que você defende isso, baunilha apena no bolo e fim de papo.

– Caralho. – Se encolheu ao ver o olhar pesado de Baekhyun sobre si, uma das regras pré-definidas no dia anterior era o uso de palavrão desnecessários. – Desculpe. Mas ainda sim, Baekhyun, cereja é um péssimo sabor.

E a guerra continuou, era algo tão simples, apenas cada um comprava uma latinha para si e fim de papo, entretanto, preferiam brigar por uma banalidade como aquela.

– Eu juro que não sabia que eles eram assim. – Yifan falou ao encarar a cena. – To aponto de ir embora.

– Não estou supresso, conheço muito bem o Baekkie. – Suspirou, assim como o amigo fazia quando precisava realizar algo contragosto. – Ei, parem, Chanyeol, compre sua própria lata, e Baekkie, eu compro uma para você, apenas parem de brigar.

O que era aquele olhar de Yifan sobre si? Estava fazendo algo errado? O Park não entendi o que estava acontecendo, e parecia que nunca iria entender. Não perdeu a oportunidade de perguntar que diabos estava havendo quando viu os dois amigos se levantarem e irem em direção ao balcão para fazerem os pedidos, haviam desistido da sorveteria por conta do clima frio, então optaram por uma lanchonete bem convidativa no caminho para a escola dos mais velhos, mesmo que fosse final de semana e não houvesse aulas, era como se a construção chamasse por eles.

Mas não levem muito isso em conta, está tudo bem, é apenas uma escola, sim?

– Mas o que foi? – Perguntou ao ver os dois longe.

– Cara, quer perder seu namorado? – Chanyeol o encarou sem entender ainda. – Jongin trata o Baek melhor que você, é obvio que você vai ser trocado na primeira oportunidade.

O outro exclamou um, ah, pensando o quanto na cara estava dando, era obvio que não sentia ciúmes do Byun, mas não precisava demonstrar tanto assim. Esperou o outro voltar para a mesa, não demorando para circular seus ombros com um dos braços enquanto com o outro tentava abrir a latinha de coca.

– Que merda está fazendo? – Sussurrou o mais velho. – Tire esse braço de mim.

– Yifan está desconfiando que eu não sinto nada. – Falou no mesmo tom do outro, descobrindo o quanto o Byun era sensível a proximidade ao seu pescoço. – Relaxa, e finja que é um bom namorado e abra a latinha para mim, está difícil.

É claro que Baekhyun fez o que o namorado pediu, atraindo não apenas olhares de Yifan, como também do velho amigo. Sabia que poderia contar a verdade para Jongin, mas se sentia envergonhado ao mentir daquela forma, poxa, o mais novo mais do que ninguém sabia o quanto doía no Byun mentir, poderia acreditar que as coisas haviam saído do controle, com certeza acreditaria.

– Obrigado, Bae. – Chanyeol sorriu, tomando um gole de refrigerante, para assim deixar um selinho dos lábios do Byun. – Agora diga que esse não é o melhor sabor.

Baekhyun ficou estático, queria enterrar sua cabeça em um buraco e nunca mais tirar, também queria perguntar o que diabos aquele poste pensava que estava fazendo, contudo, algo falou em sua mente: Não pode brigar com ele, vocês são namorados, namorados se beijam o tempo todo.

– Ainda prefiro a de cereja. – Controlou a voz para não gaguejar. – Então não, esse não é o melhor sabor.

– Claro que não é o melhor, agora tem gosto de Chanyeol junto. – Yifan se meteu no meio. – Imagino o quanto ruim deve ser.

– Escuta aqui, Kris, meu beijo é muito bom, não é, Bae? – Sorriu sugestivo.

– Não tem como ele saber se é bom ou ruim. – Jongin se pronunciou, ainda encarando o café em sua mesa. – O Baekkie não ficou com muitas pessoas. – Fez uma pausa. – E não achei que namoraria uma pessoa que ficou com metade de Seul.

Yifan queria estragar todo aquele rostinho bonito do moreno, porém Chanyeol o olhou como se dissesse que estava tudo bem. Olha aqui, o Park aceitava muito bem seu passado de pegador, e não tinha vergonha nenhuma disso, as pessoas se amontoavam para ter um minuto de sua atenção, não seria um qualquer que faria se envergonhar.

– Pois é, alguém que ficou com metade de Seul. – Falou em descaso. – Posso ter ficado com metade até mesmo da Coreia Sul, e um quarto da Coreia do Norte também, porém admito o que sinto, sou corajoso o suficiente para falar. – Encarou o moreno em um meio sorriso, seu tom de voz havia mudado, a face brincalhona sumindo por completo. – Sou pegador sim, não nego, mas pelo menos não sou nenhum covarde, e se consegui o Baekhyun só para mim devo ter algo de muito bom a oferecer, não acha, Kim Jongin?

O moreno se levantou em um segundo, deixando a lanchonete por fim. O que havia sido aquilo? Yifan, muito menos Baekhyun conseguiam dizer. Estavam antônimos, é claro que o chinês sabia do poder do amigo, porém para o Byun aquilo tudo era muito novo, não tinha palavras para dizer o quanto aquilo o assustará.

– Como sabia? Diga, ele não falou o nome completo dele. – Baekhyun falou por fim, esquecendo-se até mesmo de seu plano. – Como sabia?

– Conheço Jongin de outras primaveras, eu apenas não me lembrava ao certo se era ele. – Respondeu despreocupado. – Acho que foi em uma festa na casa da Taeyeon ou coisa assim, lembra Kris? Aquela que eu fiquei tão bêbedo que fui parar na praia?

– Sinceramente? Não lembro nem o que eu comi ontem.

– Enfim, há coisas que a gente não esquece, mesmo que faça bêbedo. – Apertou Baekhyun em seus braços. – Jongin é uma dessas coisas.

•••

– Já disse que não precisava me levar até em casa. – Baekhyun repetia pela terceira vez. – Yifan já foi embora, pode ir.

– Escuta baixinho, não ‘tô com pressa de chegar em casa. – Sorriu ao avistar a casa do mais velho. – Pois bem, está entregue.

Revirou os olhos, Chanyeol era como uma caixinha de surpresas, as vezes até poderia o igualar a caixa de pandora.

– Já ouviu falar na caixa de Pandora? – A pergunta saiu tão rápida que mal teve tempo de segurar. – Diga, a lenda sabe?

– Acho que não. – Deu de ombros.

– É um objeto da mitologia grega, tirada do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A "caixa" era na verdade um jarro dado a Pandora, que continha todos os males do mundo. – Contou, nem sabendo o porquê ao certo. – Pandora abre o Jarro, deixando escapar todos os males do mundo, menos a "esperança". A esperança pode ser vista como um mal da humanidade, pois traz uma ideia superficial acerca do futuro. Zeus sabia que Pandora abriria o jarro, e deixou apenas para castigar o mundo pelo fogo que foi roubado por Prometeu, e dado ao mundo contra a sua vontade.

– Ok, mas o que isso tem a ver com tudo?

– Sabe, as vezes consigo te comparar com a caixa de Pandora. – Sorriu. – Você pode deixar para fora todos os males do mundo, mas ainda te resta esperança, porque querendo ou não, você ajudou um desconhecido, mesmo que em troca de dinheiro.

O Park ficou um tempo pensando sobre aquilo, é claro que as histórias do Byun não tinham nem pé, e muito menos cabeça, contudo, aquela em particular lhe chamava a atenção. Seria mesmo uma caixinha de Pandora, ou estava ficando tão louco quando o baixinho a sua frente?

Iria responder o namorado, porém uma cena lhe chamou a atenção, podia ele ser a pessoa mais azarada do mundo? Por que tudo tinha que cair em si? Em tantos anos, ficando com tantas pessoas, por que logo ela? Não pensou duas vezes, se ela estava feliz, podia mostrar que também estava, não é? Era aquela história, aquele jogo era para dois. Antes mesmo do menor perguntar o do porquê da cara de tacho do outro foi puxado para mais perto, e quando eu digo perto, é muito perto mesmo.

– Apenas siga o roteiro, sim?

Em questão de segundos os lábios estavam colados, não era como o selar na lanchonete, aquele beijo tinha língua. Baekhyun estava apavorado, havia beijado o total de uma pessoa a vida toda, e agora, um talvez completo desconhecido tinha a língua dentro da sua boca. Tentou se soltar o máximo que pode, contudo, depois de alguns segundos, já com os braços cansados, deixou se levar pela caricia, rumando as mãos lentamente a cabeleira clara do mais alto.

Por conta da rua silenciosa, dava para ouvir os estalinhos do beijo, não era um beijo muito bom, pois aquela era a primeira vez em anos para o mais baixo, mas ainda era alguma coisa. Era uma mistura de baunilha e cereja, um encaixe perfeito, e pela primeira vez em anos, o Byun podia admitir que baunilha era até que um sabor bom para a coca, pois fazia contraste com o sabor aguçado que ainda em sua boca, era doce, era bom, mesmo que houvesse um gostinho diferente ali, algo como um toque próprio, um toque de Park Chanyeol.

Chanyeol lhe soltou deixando vários selinhos em seus lábios avermelhados, agora muito mais convidativos aos olhos do maior. Mesmo levemente zonzo pelo recente beijo, Baekhyun ficou o rosto ao ouvir o barulho de seu portão sendo aberto, Baekbeom e Yoona saindo dali.

– O que está fazendo, Baekhyun? – O irmão mais velho não tinha uma cara muito boa. – Já está anoitecendo, não é hora de estar na rua.

– Você está saindo agora por que então? – Sorriu, mesmo que suas bochechas estivessem quentes. – Já está indo, Yoona? Achei que ia tomar chocolate quente comigo.

Demorou um pouco, mas percebeu que as coisas ali não estavam muito boas, Baekbeom não encarava si, mas sim alguém que estava ao seu lado, Yoona tinha os olhos baixos, como se algo lhe incomodasse. Ela tinha visto o beijo? Seu irmão tinha visto o beijo? Era muita coisa para uma pessoa só, estava ainda mais zonzo, sentia que podia cair morto naquele instante.

– Desculpa, Baek, vou ter que ir embora mais cedo hoje. – A menina sorriu. – Amanhã eu volto, sim? Então podemos tomar quanto chocolate quente você quiser.

– E Baekhyun, vá para dentro. – Baekbeom falou assim que a namorada terminou sua doce fala. – Agora.

– Mas e-

– Agora, Baekhyun. – Levantou a voz, puxando o menor para perto de si. – Não ouse tocar nele novamente, Park, ou você é um homem morto.

– Tarde demais. – O mais alto sorriu. – Eu volto amanhã, Bae. – Jogou um beijo para o menor. – E até amanhã, cunhadinho.

Yoona segurou o namorado quanto o mesmo ameaçou ir para cima de Chanyeol, não queria que as coisas se repetissem. Esperou o outro virar a esquina para largar o mais velho, o mesmo tinha os punhos cerrados, enquanto encarava o irmão com uma certa impaciência. Alguém estava ferrado ali, e eu não disse que era o Baekhyun.

– Explica porque esse merda falou aquilo. – Rosnou. – E me diga que eu não preciso partir a cara dele em duas.

Poderia contar a verdade ao irmão? Claro que poderia, não é mesmo? Na verdade, vemos aqui que ele poderia contar a verdade a qualquer um nessa tramoia, ele apenas não queria.

– Eu e ele. – Pausa. – Estamos meio que namorado.

– Meio que namorado? – Disse entredentes vendo o outro assentir. – Eu não acredito nisso, puta que pariu, eu vou quebrar aquele filho da puta.

– O que? Por que? – Baekhyun arregalou os olhos. – Chanyeol não te fez nada.

– Escuta, maninho, sabe quando você olha para alguém e pensa, essa pessoa é a própria caçamba de lixo, pois bem, essa pessoa é o Park. – Tentou não descontar a raiva que sentia no irmão. – Apenas fique longe dele, está me ouvindo? E outra, fique longe daquele amigo dele também, se o Park é uma caçamba, Kris é o próprio lixeiro.

•••

[19:56, 15/11/2019] Byun Baekhyun: Por que meu irmão te odeia?

 

[21:43, 15/11/2019] Park Chanyeol: Não sei, e não quero saber.

 

[21:54, 15/11/2019] Byun Baekhyun: Sabe sim e vai me contar.

 

[00:32, 16/11/2019] Park Chanyeol: Escuta aqui, Baekhyun, eu estou sendo pago para fingir ser seu namorado, não resolver suas tretas com seu irmão.

[00:32, 16/11/2019] Park Chanyeol: Se ele não gosta de mim, paciência, boatos que jesus também era odiado.

[00:33, 16/11/2019] Park Chanyeol: Então um conselho, se não quiser que eu falei para deus e o mundo sobre sua mentira.

[00:34, 16/11/2019] Park Chanyeol: Não enche a porra do meu saco com o pau no cu que é o Baekbeom, e vê se me deixa, já fiz muito por você hoje, então faça um favor a todos, deixe de ser carente pelo menos hoje e vai ver se eu estou na esquina.

[00:34, 16/11/2019] Park Chanyeol: Até amanhã.

 

[00:35, 16/11/2019] Byun Baekhyun: Não ouse aparecer na minha frente, se Baekbeom não quebrar sua cara, eu mesmo quebro.

•••

Baekhyun passou o final de semana dormindo, não só pela canseira que estava sentindo por não ter só que faxinar sua cara, mas também as dos outros, mas também por não ter nada para fazer. Pela primeira vez em muito tempo, não sentia vontade de assistir qualquer série sobre petróleo ou coisa parecia, apenas queria dormir, e fim de papo, talvez estivesse ficando doente.

Quando a segunda feira chegou, queria gritar aos sete ventos que definitivamente não queria ir ao colégio, nada contra ao lugar, apenas não queria, oras. Saiu arrastado da cama, e assim chegou no local, não de pijama, teve uma troca de roupa no meio do caminho, não estava tão de mal com a vida assim, se bem que ir de pijama não era uma má coisa a se fazer.

Assistiu todas as aulas com os olhos pesando, mesmo dormindo o dia todo na noite anterior, ainda se sentia cansado, e sem vontade de copiar o que se passava no quadro, queria apenas sua cama e nada mais. Deu graças ao ouvir o sinal indicando que as aulas tinham acabado, mas não esperava ver Baekbeom em sua porta, ainda meio arrastado, andou até o irmão.

– A mãe disse para a gente ir embora juntos hoje. – Explicou sem o irmão perguntar, logo recebendo uma encarada nada convencida. – ‘Tá, soube que o Park ‘tá lá fora, e não vou deixar ele encostar em você, se é isso que ele ‘tá pensando em fazer, então ele tire o cavalinho da chuva.

Até poderia discutir, mas não tinha saco para aquilo, se Baekbeom queria o defender do Park, então que o fizesse, estava cansando demais para retrucar. Caminharam lado a lado até a saída do colégio, Baekhyun estava no primeiro e Baekbeom cursava o último ano, já Yoona não era daquela escola, estando no segundo.

Logo no portão podia ver Chanyeol e Yifan, os dois brincavam, e riam, logo colocando um fim no assunto quando os Byun chegaram. É claro que os dois iriam passar reto, Baekhyun tinha seus motivos para estar bravo com o Park, e se tinha uma coisa que o baixinho era, essa coisa era orgulhoso. Contudo, entretanto, toda via, sentiu seu braço ser puxado, e ir de encontro ao calorzinho que ele sabia de quem era, o perfume do namorado era inconfundível.

Assim como veio, logo foi embora, Baekhyun estava sendo puxado de volta, em uma espécie de cabo de guerra humano, Baekbeom de um lado, e o Park do outro. Poderia de novo discutir, brigar e dizer para os dois que ele não era nenhum boneco de pano, ou coisa do tipo, poderia também dizer para Chanyeol ir embora e que o irmão deixasse de ser tão protetor, pois aquilo não passava de uma mentira, então nem em um milhão de anos o outro lhe machucaria, mas não podia fazer nada disso, não, claro que não, não podia, mas sabem por que? Estava ocupado demais perdendo a consciência.

 

– A culpa é sua. – Foi a primeira coisa que o Byun ouviu antes de abrir os olhos. Era Baekbeom. – Se você parasse de puxar ele, isso não teria acontecido.

– Claro que a culpa não é minha. – Dessa vez era Chanyeol, eles ainda estavam naquilo? – Você ouviu a enfermeira, é porque ele não está se alimentando direito, você é irmão dele, deveria saber disso.

A cabeça do menor latejava e aquela falação estava deixando tudo ainda pior.

– Você nem deveria estar aqui para início de conversa.

– O que? – O Park parecia bravo. – Sou o namorado dele, tenho tanto direito quanto você.

– Se vocês dois não calarem a boca, eu juro que jogo os dois pela janela. – Abriu os olhos por fim, estava em um quarto claro, porém não branco, e uma máquina não parava de apitar ao seu lado, sabia que estava em um hospital, o cheiro denunciava. – O que aconteceu?

– O que aconteceu? – Baekbeom tomou a frente. – Você passou o dia todo ontem sem comer, apenas dormindo, eu tentei te chamar várias vezes para descer, mas você gritava que queria continuar dormindo, sua glicose baixou e você desmaiou porque ser irresponsável, é isso que aconteceu.

Olhou em volta, estava apenas Chanyeol e o irmão no quarto.

– Você contou?

– Não, trouxe você aqui, e caso fosse algo pior, aí eu ligaria. – Baekbeom tinha a voz levemente magoada. – Sabe que vai ter de falar, uma hora ou outra.

– Deixe as coisas como estão, eu resolvo. – Sua cabeça latejou, transformando seu rosto em uma careta. – ‘Tô com fome.

– Eu te levo para comer naquele lugar que gosta. – Baekbeom sorriu, não tinha nada contra o irmão, pelo contrário, o amava muito, apenas não aprovava o relacionamento que estava tendo. – Vou ir chamar o médico e perguntar se você pode ter alta, eu já volto.

Baekhyun assentiu e o outro se retirou.

– Ei, por que você não comeu? – Chanyeol se pronunciou por fim, sendo ignorado pelo outro. – Está me ignorando, Baekhyun? – Viu o outro se virar para o lado oposto ao seu na cama. – Poxa, não pode ignorar seu namorado.

– Vai para o inferno, Chanyeol.

Sorriu, não era uma ótima resposta, porém já era alguma coisa. Aproximou-se da cama, cutucando o ombro do outro sem parar, uma hora o mais baixo olharia para si, dito e feito. Apenas não contava com a proximidade, o rosto do Byun tão próximo do seu que em um movimento poderia capturar os lábios alheios para si, do mesmo modo que havia feito na frente da casa do outro.

As orbes escuras do mais baixo descerem, parando nos lábios cheinhos do namorado. Nunca haviam se beijado de verdade, com verdade quero dizer por vontade própria, sempre havia um motivo maior por trás do beijo, mesmo que apenas Chanyeol soubesse disso, ali estavam apenas eles e o som irritante da máquina que controlava as batidas do coração do Byun, mostrando que de uma hora para outro o paciente estava tendo uma arritmia cardíaca.

Um gesto, por parte do Park, devo dizer, e os lábios estavam colados de novo, dessa vez não havia desculpa, era o terceiro beijo como namorados, porém agora sim, o primeiro de verdade. Não havia pressa ali, era apenas um selinho sutil, mas logo a língua do maior estava presente, as coisas começaram a ficar divertidas, porém o braço apoiado na cama começará a doer, fazendo Chanyeol quase se deitar sobre o menino ainda na cama. A mão do maior adentrou a blusa do Byun quando as coisas se tornaram mais quentes, enquanto um arfar deixava os lábios ainda tomados do outro.

– Você tem três segundos para sair de cima dele. – Baekbeom abriu a porta. – 1...

Chanyeol sorriu, deixando um último selar nos lábios do namorado. Gostava de provocar, se beijar o Byun mais novo já era bom, imagina beija-lo sabendo que seu inimigo estava se remoendo por dentro, a coisa tomava um tamanho sem igual, um prazer que o outro nem podia explicar.

– 2...

Arrumou a blusa que havia levantado, para pôr fim se afastar. O sorriso sapeca nunca morrendo em seus lábios, queria escrever uma placa em neon com a frase: BYUN BAEKBEOM, EU BEIJO SEU IRMÃO, NÃO SÓ BEIJO, ROLA ATÉ MÃO BOBA, QUERIDO, O QUE VOCÊ VAI FAZER SOBRE ISSO? Mas não podia, claro que não podia.

– Eu ainda vou quebrar a sua cara. – O mais velho dos três falou. – E eu vou gostar muito disso.

Virou-se para o irmão, o mesmo tinha as bochechas coradas, não esperava que o outro lhe pegasse em uma situação como aquela. Veja, ele havia ficado com uma pessoa toda a vida, e, diga-se de passagem, Baekbeom aprovava muito o namoro dos dois, não sabia o porquê da implicância com o Park, ah, mas iria descobrir, claro que iria.

– Você já pode ir. – Anunciou. – Então vamos, vou te levar para comer.

Pena que Baekhyun tinha outros planos, veja, ele poderia ir lá e perguntar o que queria saber para o irmão, porém ele gostava do difícil, era obvio isso. Então, por ser um quase zero à esquerda, decidiu que seria hoje perderia a oportunidade de jantar com o irmão mais velho, que o outro lhe desculpasse, mas era por um motivo maior, bem maior.

Não levem para o segundo lado.

– Beom. – Chamou baixinho. – Eu queria conversar com o Chanyeol, posso ir com ele?

Um suspiro, talvez aquilo fosse de família. Que deus lhe desse paciência, pois o mais velho não aguentaria aquilo no seco, sério que Baekhyun que tinha se apaixonar pela caçamba de lixo de Seul? Não podia controlar o irmão, não podia lhe dizer que o namorado era o pior lixo humano possível, aquilo era o que Baekbeom acreditava e, infelizmente, seu maninho teria que descobrir aquilo por si só.

– Conversar apenas? – Encarou aquela criatura tão pálida, ah se soubesse que havia sido o Park a causar aquilo, quebraria a cara do outro em um piscar de olhos. – Tudo bem, quero você em casa até as nove, tudo bem, e qualquer coisa que ele fizer, pode me ligar.

O menor assentiu, chamando o irmão para um abraço, se tinha alguém que poderia contar, sem dúvidas era seu irmão mais velho. Mesmo que contragosto, o mais velho deixou os dois sozinhos, já indo para casa, aquilo não era algo que queria, mas veja, tinha um Baekhyun com uma voz fofa dizendo que estava tudo bem, e se seu garotinho dizia que estava tudo bem, ele acreditava.

– Onde estávamos? – Chanyeol se aproximou, sendo parado pelo outro. – O que foi?

– Você vai me contar por que o meu irmão te odeia, e eu não aceito um não como resposta. – Levantou-se da cama. – Ou me fala, ou eu descubro sozinho.

Sinceramente, Chanyeol não queria aquilo. Bem, ele nem queria que o baixinho soubesse de seu passado, mas veja, com tantos Byun no mundo, tantos Baekbeom, tinha que estar namorando o irmão do pior de todos. Tinha culpa no cartório? Claro que tinha, na verdade, se fossem indicar um culpado, com toda a certeza o Park seria um único acusado. Para a forca com ele, oras. Era aquele ditado: atirem nele. Contem-lhe a língua. Atirem nele, conte-lhe a língua e depois atirem na língua. Fora isso, ainda tinha um menino com cara de poucos amigos lhe encarando, veja, ele nunca foi muito fã de irritar pessoas, mas quem era? Pois bem, querendo ou não, o único que ele queria que ficasse irritado consigo lhe odiava, então seu trabalho estava feito, deu-se por vencido.

– Tudo bem, eu conto.

•••


Notas Finais


E AI? MANO EU TO ATRASADA APENAS UM DIA, NEM ACREDITO.

Oi, meu povo que come pão com ovo!

Era para eu voltar ontem, mas cara, o que foi aquela madrugada, eu achei fosse morrer e ainda perder um amigo, mandem forças para o João, ele tá precisando mais que eu agora. Estou bem, caso achem que aconteceu algo, apenas chorei muito, então não conseguia escrever nada, hoje, depois de saber que tudo estava bem, comecei a escrever, e olha que são funcking 5K de palavras.

E ai, alguém tem teoria do porque o Baekbeom odeia o Chanyeol? Alguém notou quem voltou a aparecer aqui? E ai, o primeiro beijo ChanBaek, qual foi o verdadeiro motivo? E quem foi a primeira pessoa que o Baek ficou? Tá muito na carakkkkkkkkkkkkkkk.

Enfim, espero que gostem do capitulo e me digam o que estão achando, até semana que vem, juro que vou revisar os dois primeiros até lá.

xoxo ~❤


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