1. Spirit Fanfics >
  2. Nana, who are you? >
  3. II Temporada - Twenty five

História Nana, who are you? - II Temporada - Twenty five


Escrita por: cristiannadm

Capítulo 79 - II Temporada - Twenty five


Quando acordei, Katerina já não estava na cama. Espreguicei-me e levantei-me. As suas roupas continuavam ali e peguei nelas, deixaria na lavandaria. Katerina estava sentada no sofá da sala a encarar o nada. 

 

 

- Bom dia. - disse chamando a sua atenção.

- Bom dia. - respondeu baixo.

- Vou deixar para lavar. - mostrei as roupas e ela apenas assentiu voltando a desviar o olhar para o nada. 

 

 

Voltei e estendi a minha mão para ela pegar. Katerina olhou-me confusa. 

 

 

- Vamos para a cozinha, temos de comer e acho que cozinhar te faria bem. - expliquei.

- E queres que eu cozinhe para ti? - questionou com o olhar semicerrado.

- É o máximo que podes fazer depois de eu te acolher sem saber o motivo, ainda. - ela riu fraco e assentiu pegando na minha mão.

- Tens razão. Vai ser bom ter a cabeça ocupada por alguns minutos. 

 

 

Sentei-me na banqueta do balcão e fiquei a observá-la pegar nos ingredientes e começar a fazer panquecas. 

 

 

- E se fosses contando o que aconteceu? - sugeri e ela parou de bater a massa e olhou-me durante alguns segundos.

- Tudo bem, mas antes de começar deixa-me dizer-te que estiveste cheio de razão desde sempre. - admitiu. - E que estou preparada para ouvir o teu "eu avisei-te". 

- Então força nisso. - encorajei-a e ela começou a contar tudo sobre o verdadeiro Michael.

 

 

Tive vontade de ir atrás dele e dar-lhe uma surra, mostrar-lhe que não deveria ter magoado Katerina, mas depois lembro-me que ela também me magoou com ele e a vontade some. Eu sabia que Michael não era quem parecia ser, mas não esperava que ele fosse tão cafajeste assim. Nunca pensei que ele era casado. Ele sem dúvida que se superou na idiotice. 

Katerina chorava enquanto me contava tudo e fazia o nosso café da manhã. Quando ela terminou, respirou fundo e olhou-me.

 

 

- E foi isso, eu não queria ir para casa e ter de contar isso para toda a minha família, então a única pessoa que eu sabia que podia contar que não me iria forçar a nada, eras tu. - sorri fraco.

- Não sei se fico honrada com isso ou ofendido por ser a segunda opção. - brinquei mas ela olhou-me aflita.

- Não Louis, não és segunda opção, eu não quis dizer isso. - ri.

- Estava a brincar. - ela suspirou aliviada - Mas sobre isso tudo: EU AVISEI. - fiz questão de sublinhar. 

- Eu sei. - respondeu e deu-me um prato com panquecas. - Eu sinto-me tão sei lá. - deu de ombros e sentou-se ao meu lado servindo-me café.

- Isso vai passar. - garanti e ela sorriu fechado.

- Mas isto não vai ficar assim. - disse mais séria e encarei-a curioso - Eu vou vingar-me dele. 

- Não achas melhor deixar isso para lá? - questionei.

- Não, eu vou mostrar-lhe que ele não deveria ter destruído a minha vida, eu vou destruir a dele. Ele mal perde por esperar. Posso contar com a tua ajuda? - perguntou e engoli rapidamente a panqueca surpreso.

- Da minha? Mas o que vais fazer?

- Ainda não sei, mas irei ter uma ótima ideia, com certeza e não será nada boa para ele. - sorriu maliciosa e ri. 

 

 

Quando terminámos o café fomos para a sala, ambos ainda vestíamos apenas camisetas e roupa íntima, e isso não era desconfortável na presença um do outro. Senta-mo-nos no sofá e liguei a TV. 

 

 

Katerina POV

 

Estava a ser mais fácil de esquecer a minha desgraça com Louis do meu lado. Ele nunca desistiu de mim e, mais uma vez, deu-me a mão e acolheu-me em seus braços. Como eu poderia ter trocado uma pessoa tão maravilhosa por alguém tão cruel e mentirosa? A campainha tocou e Louis levantou-se para abrir o portão e consequentemente a porta de casa. 

Era Anabelle e, quando ela me viu, fuzilou-me como se enviasse raios de morte. Voltou-se para Louis e selou os lábios dele. 

 

 

- Não sabia que estavas acompanhado. - disse puxando assunto.

- A Katerina está aqui desde ontem. 

- Hum, vocês resolveram-se, foi? - olhou os nossos corpos cobertos com pouca roupa e Louis riu fraco.

- Não, apenas temos preguiça de nos arrumar. - ele respondeu-lhe.

- Hum, vim passar o dia contigo. - disse para o rapaz moreno de olhos azuis. - E convidar-te para uma festinha mais logo.

- Estou a precisar mesmo de uma festa. Vamos, com certeza.

- Posso ir? - perguntei surpreendendo-os.

- Tu queres ir connosco? - Louis indagou e voltou a sentar-se ao meu lado acompanhado da amiga.

- É, eu preciso desanuviar, preciso de voltar para a vida de solteira.-  ri triste.

- Parece que alguém quebrou a cara. - Anabelle ironizou.

- É, quebrei mesmo. - admiti - E então, posso ir convosco?

- Por mim tudo bem. - Louis respondeu e sorri agradecida. 

 

 

***

 

Eu ainda não tinha ido a casa, por isso estava sem roupa para sair. Anabelle tinha ido embora arranjar-se e fiquei apenas eu e Louis. 

Suspirei quando terminei de tomar banho e enrolei a toalha no corpo e outra na cabeça. Saí do quarto e fui bater na porta do quarto de Louis. Ele abriu e arregalou o olhar quando me viu apenas de toalha. 

 

 

- Eu não tenho roupa.-  disse antes dele perguntar.

- Vai no quarto da Hanna, deve ter algo que te sirva. 

- Não sei se ela gostará que eu use as coisas dela. 

- Ela não está aqui, então... - deu de ombros e assenti ainda meio reticente. 

 

 

No quarto de Hanna tinha algumas roupas de adolescente, eu não iria vestir nada daquilo. A única coisa que me agradou foi uns shorts pretos desfiados na barra. Eu tinha as minhas botas pretas de cano baixo e só precisava de uma camiseta. Isso seria fácil, Louis tinha um monte delas que eu amava. 

Voltei ao meu quarto e tirei a toalha da cabeça e dei uma penteada rápida, secaria o cabelo depois. Ainda com a toalha enrolada no corpo fui ao quarto de Louis. Ele estava no banho. Abri o seu armário e procurei alguma camiseta que me agradasse. Uma preta com um desenho vermelho na frente chamou a minha atenção. O meu sutiã ainda estava a secar e decidi ir sem, apenas procurei por uma calcinha nas gavetas de roupa íntima de Louis e encontrei uma rosa que era minha. Sorri com o facto dele não ter tacado fogo em nada. Tirei a toalha e vesti-me indo ao espelho ver se tinha ficado bom. 

 

 

- Hey, essa camiseta é minha. - Louis disse assustando-me. Ele estava com a toalha pendendo na cintura e algumas gotas de água caiam pelo seu peitoral. Senti o fundo da minha barriga apertar mas tentei ignorar os efeitos que ele me provocava. 

- É, eu não gostei nada do que a Hanna tinha a não ser o short. - levantei a camiseta mostrando - E eu adoro as tuas roupas, então. - dei de ombros e ele riu.

- Tudo bem, eu gosto de te ver com a minha roupa. - disse mas logo ficou sério, arrependendo-se do que disse. 

- Eu vou terminar de me arrumar. - avisei e saí apressada do cómodo.

 

 

Enquanto me maquiava com as coisas da Hanna, pensei que tinha de contar algo importante a Louis, o fato do bebé ser dele. Mas deixaria isso para outra hora, não queria estragar a noite de ninguém. 

 

A festa era numa mansão e estava cheia de gente. Coloquei o meu melhor sorriso e entrei acompanhada do meu ex e da peguete dele. A minha vida nunca esteve tão cómica como agora. Senti falta dos meus amigos ali, as festas com eles eram sempre muito mais incríveis. Fui diretamente ao bar e pedi uma vodka preta. Beberiquei um pouco e virei-me para o aglomerado de pessoas que dançavam e conversavam entre si. Eu teria de aproveitar aquela noite ao máximo, eu precisava esquecer Michael. Virei o copo de uma só vez e pedi mais uma. 

 

 

- Essa é por minha conta. - um rapaz moreno de olhos escuros disse sorrindo charmoso para mim. O perfume dele era forte e bastante másculo. 

- Obrigada. - sorri agradecida. 

- Sou o Thomas. 

- Katerina. 

- Queres dançar? - assenti e ele entrelaçou as nossas mãos guiando-me para o meio da pista. 

 

 

Movimentei o meu corpo ao ritmo da música enquanto tomava a minha bebida, Thomas colou o seu corpo atrás de mim e apertou a minha cintura fazendo-me ver que ele tinha pegada. Sorri e fechei os olhos deixando-me levar. 

Não sei como aconteceu, mas de repente estava colada à parede num canto da casa com Thomas a beijar o meu pescoço, passando as mãos em todo o meu corpo. Eu sabia que seria estranho estar com alguém tão rápido mas não estava a reclamar, antes pelo contrário, estava a ser bastante bom. 

A festa já ia longa quando paramos com os amassos que me valeram alguns chupões no pescoço, além do cabelo bagunçado e dos lábios inchados. 

 

 

- Foi um prazer conhecer-te esta noite Katerina. - sussurrou-me ao ouvido.

- O prazer foi todo meu. - sorri e voltei para o meio das pessoas. 

 

 

Estava com a boca seca e optei por passar no bar e pedir um refrigerante. 

 

 

- Finalmente encontrei-te. - Louis aparecendo ao meu lado - Onde andavas?

- Estava acompanhada.- sorri tímida e ele arregalou os olhos assentindo em seguida.

- Daqui a pouco vamos embora. 

- Tudo bem. - suspirei - Tu e a Anabelle parecem mais envolvidos um com o outro. - constei como quem não quer nada.

- Somos apenas amigos com benefícios, não há sentimentos fortes a não ser amizade. 

- Entendi. Amanhã podíamos ir no cinema. - sugeri.

- Quando pensas em voltar para casa? - perguntou-me. 

- Amanhã à noite. - suspirei fundo e ele assentiu pensando em algo. 

- Eu não posso amanhã, vou buscar o Freddie para passar alguns dias comigo. Mas podemos fazer cinema em casa. - sorri por ele arrumar uma solução e não se importar com a minha presença. 

 

 

Quando chegámos em casa, já passava das 3h da manhã e estava exausta, há muito que não saía para me divertir. 

 

 

- Pensava que a Anabelle dormiria aqui. - disse assim que tirei as minhas botas, ainda na sala. 

- Nem sempre ficámos juntos. - não sei porquê mas estava a gostar de saber que eles não tinham nada mais do que sexo. Eu queria voltar a tentar com Louis e tinha de saber o que me esperava, mas visto que ele não anda com muitas mulheres, eu tinha uma vantagem. 

 

 

Tomei um banho e deitei-me sentindo-me completamente sozinha. Peguei no travesseiro e fui para o quarto de Louis. Ele já dormia e deitei-me com cuidado ao seu lado. 

 

 

Louis POV

 

Acordei com um cheiro maravilhoso de baunilha e com um corpo quente colado ao meu. Abri os olhos lentamente e dei de cara com Katerina serena, ali. Quando é que ela veio para a minha cama? Eu não dei conta. Será que ela teve outro pesadelo? Deixei essas dúvidas para lá e levantei-me. Depois de me arrumar fui buscar o meu filho, era domingo e sempre passávamos o dia juntos. 

 

 

- Hoje temos uma pessoa para passar o dia connosco. - contei-lhe ao mesmo tempo que iniciava a marcha. 

- Quem papá?

- A tia Kate. - sorri e ele olhou-me confuso.

- O que ela faz na nossa casa?

- Ela precisava de companhia. 

- E o namorado chato dela? - ri fraco.

- Ele já não é namorado dela.

- Então vocês podem voltar a namorar? - perguntou-me esperto.

- Quem sabe. - sorri fraco pensando nessa possibilidade. 

 

 

 

Na verdade, eu não queria me envolver seriamente com ninguém no momento e, tão pouco, conseguiria engajar num namoro com Katerina, novamente. Eu não seria tão fácil assim, ela precisaria lutar bastante por mim e, depois dela ficar com outro rapaz na noite passada, eu não sei se ela está empenhada em me conquistar. Mas estou bem com isso, de qualquer forma. 

Assim que entrei em casa um cheiro maravilhoso de bolo invadiu-me as narinas, acompanhado de café. Eu ainda não tinha comido nada. 

 

 

- Que cheirinho. - Freddie disse animado - Eu quero comer.

- Vamos ver o que a Katerina fez. 

 

 

Na cozinha, a mesa estava colocada e cheia de coisas deliciosas. Katerina desenformava os muffins de frutos vermelhos e pareciam o melhor doce do mundo. 

 

 

- Ainda bem que vocês chegaram, o café está pronto. - disse animada e colocou a travessa na mesa.

- Olá tia. -Freddie disse e pediu colo a Katerina. 

- Olá meu amorzinho. Então o que vamos fazer hoje?

- Hum... - o meu pequeno disse pensativo - Acho que podemos ver desenhos animados primeiro e depois... depois...não sei, depois vemos. - deu de ombros e pegou num muffin fazendo-nos rir.  

 

 

 

***

 

 

Depois do almoço que Katerina fez, mostrando que estava cada vez melhor na cozinha, senta-mo-nos no sofá enquanto Freddie pintava um desenho na mesinha de centro. Olhei Katerina e ela encarava o meu filho com os olhos marejados.

 

 

- Katerina....

- Eu tenho algo para te contar, Louis. - disse olhando para baixo. Ela abraçou a sua barriga e eu percebi o que ela queria contar.

- Era meu. - afirmei e ela assentiu chorando. Senti como se tivesse levado um murro no estômago. 

 

 

Suspirei fundo e tentei afastar as lágrimas que picavam os meus olhos. Eu sabia que era meu, eu senti isso. Katerina saiu do cómodo e subiu as escadas correndo. 

 

 

- Filho fica aqui, o papá já vem. 

 

 

Subi atrás dela e encontrei-a no quarto de hóspedes dobrada na cama enquanto chorava desesperadamente. Sentei-me ao seu lado.

 

 

- Por que não me deste a certeza naquele dia? - questionei e os meus olhos arderam. 

- Eu não te queria magoar mais. Eu já te magoei o suficiente, não queria te ver sofrer mais por minha causa.

- Mas tu não tiveste culpa. - respondi e afastei o cabelo do seu rosto. - Eu queria e...ainda quero, na verdade, partilhar essa dor contigo. Não é justo tu sentires todo esse sofrimento. 

- Desculpa, eu apenas não queria desiludir-te mais uma vez.

- Isso não foi desilusão nenhuma, aconteceu, não havia nada a fazer. - falei com a voz frágil. 

- Eu queria esse bebé.

- Eu sei que querias, eu também e muito. - puxei a sua cabeça para o meu colo e fiz-lhe carinhos. 

 

 

 

Katerina POV

 

Voltei para casa e contei tudo à minha família, mamãe ficou tão brava comigo que temi que ela me batesse, mas quando lhe contei do bebé ser do Louis, ela sorriu triste e disse que desejou isso. Rayna deu-me um olhar de "eu avisei-te, não quiseste saber, agora temos pena". Mas depois ela apoiou-me e deu-me a maior força para seguir em frente. 

Segunda feira chegou rápido e estava ansiosa. Eu passei a noite anterior a pensar num plano para me vingar. Eu nunca mais queria ver Michael na minha vida e só haveria uma coisa a fazer - acusá-lo de assédio sexual. 

 

 

- Louis. - gritei assim que o vi entrar na faculdade. - Preciso falar contigo.

- Bom dia para ti também Katerina, como estás? - brincou e revirei os olhos puxando-o para um canto.

- Eu já sei como me vou vingar do Michael.

- Pensei que tivesses esquecido isso. 

- Nunca, eu vou destruí-lo. - disse sorrindo. - Posso contar contigo?

- Por que não pedes ajuda à Rayna? - ele cruzou os braços e encarou-me. 

- Eu só preciso que testemunhes e tires fotos, por favor? - pedi, eu poderia pedir à minha irmã, mas queria dar essa vingança a Louis também. 

- O que eu tenho de fazer?

 

 

Contei-lhe tudo conforme planeei e, ainda hoje, Michael daria adeus a esta faculdade e quem sabe de Los Angeles. 

Eu sabia onde ele estaria na última hora daquela manhã e sentia o meu corpo formigar de nervoso para me vingar. 

Saí rapidamente da minha aula e corri até à sua sala. Os alunos ainda estavam a sair e aproveitei para avisar Louis. Quando ele estava sozinho, entrei e deixei a porta meio aberta. Os seus olhos encontraram os meus e ele ficou surpreso.

 

 

- Katerina, eu...eu pensei que... que não querias mais me ver.

- Eu pensei e acho que devo ouvir a tua explicação. - encostei-me na mesa à sua frente. 

- Ok. - suspirou e colocou-se bem na minha frente, perfeito para o que eu queria. - Eu não te usei apenas para sexo. - mentiroso!, pensei - Eu realmente interessei-me por ti, encantei-me pelo teu jeito.

- Como te podes encantar por alguém se és casado?

- Bem, tu namoravas na época, deves saber. - rebateu.

- Mas é diferente, eu não tinha um compromisso para a vida com alguém. 

- A Stella pediu-me o divórcio. Eu só quero ter-te de volta Katerina, mesmo que me tenhas traído, eu mereci, mas eu quero ter-te comigo e, desta vez, estou disposto a assumir-te para o mundo. - ousou levar a mão ao meu rosto e suspirei fingindo que me afetou. - Por favor, fica comigo. 

 

 

Michael aproximou-se e coloquei uma mão no seu peito afastando-o mas ele insistia em juntar-se a mim e quando senti o seu nariz roçar no meu virei levemente o rosto e empurrei-o.

 

 

- Não me voltas a tocar nunca mais. - disse-lhe séria e saí dali rápido. 

 

 

Louis estava no corredor e deu-me o telemóvel onde dava para perceber claramente que Michael estava a forçar algo. Era tudo fingido da minha parte mas o diretor não precisava saber disso. E foi para a sala dele que eu fui acompanhada de Louis, o melhor parceiro de crime que eu poderia ter. 

 

 

- Estás mesmo decidida a fazer isso? - perguntou quando parámos na frente da porta da diretoria.

- Estou, eu preciso disso. - ele assentiu e bateu na porta. Eu tentei parecer assustava e vulnerável. 

 

 

Assim que o diretor deu ordem para entrar, lembrei-me das vezes em que eu e Louis fomos à diretoria no Colégio em Londres, bons tempos. 

 

 

- Desculpe diretor, eu preciso falar consigo urgente sobre uma coisa que aconteceu há pouco. - choraminguei e Louis encarou-me surpreso com o meu teatrinho. 

- Sentem-se, vamos lá ver, o que aconteceu? - perguntou sério e respirei fundo. 

- Eu estava a passar no corredor para ir embora, quando o professor Michael Terry chamou-me para entrar na sala onde ele esteve a dar aula. Eu no começo não percebi, pensei que ele quisesse perguntar algo sobre o curso, visto que ele era meu professor no semestre passado, mas ele encostou-me numa mesa... - parei para respirar e abaixei o olhar - E tentou beijar-me, ele agarrou-me e forçou a aproximação, felizmente eu consegui soltar-me. 

- E o que o jovem está a fazer aqui? - encarou Louis.

- Eu estava a passar na sala e estranhei um professor estar próximo da aluna, principalmente da Katerina que é minha amiga e, pensei que se fizesse algo, seria a minha palavra contra a dele, então antes de interromper a conversa dos dois, eu tirei fotos que provam isso. - Louis contou entrando no meu jogo. 

- E depois o Louis entrou e o professor afastou-se rapidamente. - choraminguei mais um pouco.

- Mostrem-me essas fotos? - Louis deu-lhe o aparelho e o diretor analisou cada uma. - Eu tinha suspeitas que iria dar algo de errado com o Michael, as mulheres ficavam sempre a cochichar nos corredores quando ele passava, até ouvi alguns comentários sem querer e ignorei na época, mas com estas provas, eu não posso ignorar mais. 

 

 

Vi-o pegar no telefone e pedir a alguém para buscar Michael. Eu não vou mentir, estava a tremer de nervoso, desejava que tudo corresse bem. Louis apertou a minha perna levemente por debaixo da mesa para me acalmar, como sempre fazia. 

Michael entrou minutos depois e ficou confuso quando nos viu ali sentados. Olhou-me como se me matasse e desviei o olhar. 

 

 

- Posso ajudar em alguma coisa? - disse fingindo não saber do que se tratava. 

- Explique-me estas fotos? - o diretor mostrou e as feições no rosto de Michael eram duras. 

- Não sei o que aconteceu aí, então não posso falar.

- A menina Katerina diz que você tentou abusar dela, forçou um beijo. 

- Ela está a mentir então, eu não forcei beijo nenhum, as fotos podem muito bem ser montagem.

- Bem, pela data e hora que aqui tem, foi há pouco e vocês estão com a mesma roupa. Então no que ficámos?

- Eu não forcei nada, a Katerina é que veio para cima. - defendeu-se e tive vontade de rir sarcasticamente, mas tinha de continuar com o meu papel. 

- Não é o que parece. E você sabe o que acontece a quem pratica assédio sexual, não sabe? Principalmente entre professor e aluna, algo inadmissível. 

- Diretor, eu juro que não fiz nada. -  disse desesperado. 

- Se não houvesse provas, eu até abriria uma investigação interna, mas eu tenho provas e, além disso, tenho uma testemunha. 

- O ex-namorado. - Michael disse irónico - Não sei porque ele está a ajudar a Katerina a destruir a minha carreira, não acha isso estranho? - perguntou desafiante.

- Ser ex-namorado não significa ser ex-amigo. - Louis respondeu seguro de si. 

- Supera que ela preferiu-me a mim do que a ti. - Michael disse raivoso.

- Como? - o diretor perguntou sério - Como disse? 

- Eu...eu... - Michael engasgou-se vendo que tinha falado demais - Eu não quis dizer isso.

- Michael, está demitido e uma queixa-crime será feita contra si. Agora saia da minha faculdade e espere receber toda a burocracia em casa. 

- Diretor, não pode acreditar em dois jovens, eu trabalho aqui, você conhece-me.

- Sai agora! - o diretor falou mais alto.

- Parabéns Katerina, conseguiste estragar a minha vida. - essas foram as últimas palavras dele antes de sair da sala, esperava que também fossem as últimas que ele me diria. 

 

 

Quando o diretor nos liberou, respirei fundo assim que saímos da sala. Louis sorria convencido e abracei-o agradecendo por me ajudar tanto. Agora era hora de seguir em frente com a minha vida e tentar recuperar o que perdi. Sabia que não seria fácil mas eu estava disposta a lutar para ter Louis na minha vida de novo e, agora, para sempre. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...