História Nanatsu no Taizai: The Demoniac War - Capítulo 3

Alguns dias tinham se passado, a segunda geração dos pecados estava ajudando seus pais a treinarem e reconstruírem a cidade. Nesse tempo Athena e Elizabeth tinham cuidado dos ferimentos de Meliodas, e o mesmo tinha se recuperado muito bem, podendo voltar a rotina.

Estavam reunidos numa planície, bem afastada de Liones. Estavam treinando, tinha que ficar mais fortes, para aguentarem o que estava por vir.

Athena estava treinando com os pecados, enquanto os pais dos mesmos apenas observavam suas crias.

- Todos eles são habilidosos - comentou King.

O mesmo ainda ficava vermelho em ficar ao lado de Diane, Dur e Artêmis lhes tinham tido que eles eram seus pais, o rei fada e a gigante não sabiam onde se esconder, mesmo depois de passarem dias da revelação, o quase casal, ainda tinha dito uma conversa, a timidez estava atrapalhando muito, no entanto, os novos pecados dariam sua ajudinha.

- Mas a Athena, só está desviando dos ataques - falava Meliodas intrigado.

- Isso se deve ao fato dela ser forte demais - esclarece Nike, que pousou no ombro do loiro.

- Forte nós sabemos que ela é. Mas ela também tem que contra atacar - falava Ban.

- Acho que vocês não entendem. Athena tem um certo problema quando vai treinar com alguém.

- Ela tem problemas com sua raiva? - Diane perguntou.

- Sua ira está sob controle. O problema está nos seus poderes.

- Como assim? - pergunta Elaine curiosa.

- Bem, ela é uma mestiça e como tal, ela possui os poderes de demônio do Meliodas, e discípula das Deusas de Elizabeth. São poderes naturalmente contrários um ao outro, luz e trevas. Eles estão sempre em conflito, um querendo dominar mais a Athena - explica Nike - aqueles braceletes que ela usa, foram feitos por Merlin, de início era apenas para ser a armadura dela, assim ela sempre estaria protegida, mas... depois a própria Athena pediu para Merlin, fazer alguma coisa para ajudá-la a controlar os poderes, então a feiticeira incrementou os braceletes e acrescentou aquelas pedras, assim a princesa consegue lidar melhor com o seu poder. Quando teve o ataque na guerra de nosso tempo, Athena usou sua armadura completa, mas ela não conseguiu usar seu poder no nível máximo, eles entraram em conflito, e ela teve problemas para lutar. Ela disfarçou muito pra ninguém perceber, afinal ela estava no comando, e ela não demonstraria que estava com problemas.

Meliodas ouviu tudo aquilo e suspirou. Era quase o mesmo problema ele tinha, porém mais grave. Mas... não deixou de sorrir ao olhar sua filha, era uma garota, forte e destemida. Ele teria uma conversa com ela.

- É por isso que apenas comigo ela consegue se soltar - fala Lan se aproximando - eu tenho a imortalidade como o meu pai, e o mesmo fator de cura, então a Athena consegue se soltar um pouco mais, no entanto ela ainda se segura. Uma das coisas que ela menos quer é me deixar uma cicatriz igual à do meu pai.

- Isso é verdade? - pergunta Elizabeth, preocupada com a situação de sua filha.

- Sim. Basicamente, sou seu saco de pancadas particular. Mas eu não me importo, se ela não praticar comigo, ela não vai praticar com mais ninguém - fala Lan se aquecendo, e encarando sua Capitã.

- Nem mesmo comigo? - pergunta Meliodas surpreso.

- Principalmente com você tio. Teve uma vez que ela tinha uns oito anos, tia Ellie tinha viajado ao reino vizinho, e você ficou em Liones, então Athena e você aproveitaram para treinar... a Capitã se empolgou demais e deu um soco que quebrou três costelas suas e trincou mais uma. Athena ficou desesperada, ela ainda não conseguia usar o poder de cura, e você teve que ficar de cama, até tia Ellie voltar e te curar. Athena prometeu que nunca mais iria treinar com ninguém além de mim e do meu pai - explica Lan.

Meliodas volta a encarar sua filha novamente, teria que ter uma conversa séria com ela. Não deixaria que sua filha se prendesse tanto.

- Ei Capitã, que tal mostrarmos aos nossos pais um treino de verdade! - fala Lan terminando seu aquecimento.

- Certo, certo, certo, também preciso esticar os meus músculos - fala Athena empolgada, por poder se soltar um pouco.

Aileen reuniu todos em seu Cubo, e o colocou acima da Capitã e Lan.

- Mas não deveria ser ao contrário? - pergunta King.

- Com aqueles dois não adianta coloca-los no cubo, Athena consegue quebrar, é mais fácil, nós ficarmos no cubo, e arrumar a bagunça que fica depois - explica a jovem bruxa.

Os dois jovens pecados se posicionam... e começam a luta.

Os golpes eram firmes, seguros e perfeitos. Estavam em pé de igualdade.

Seus golpes, jeito de lutar e trejeitos, são muito parecidos com os de seus pais.

- Ae Capitão eu aposto dez garrafas de cerveja que meu filho ganha - fala Ban.

- Como se minha filha fosse perder pra ele, aposto vinte que ela ganha de lavada - fala Meliodas todo pomposo.

Elaine e Elizabeth apenas observam os dois discutindo, com gotas na cabeça. Deveriam imaginar que iriam competir até nisso.

- É bem a cara deles - comenta Elaine.

- Sim, esse costume eles nunca vão perder - comenta Elizabeth, soltando um suspiro.

Os dois pecados estavam lutando, Lan sempre provocava sua Capitã, para que ela liberasse mais poder, algumas vezes conseguia, outras ela conseguia se segurar. Lan sabia tudo sobre a Capitã, e nunca se importou em ser um "saco de pancadas", ajudaria a Capitã no que fosse, independentemente do que seja.

Athena estava com uma pequena vantagem, porém não saberiam o final da luta pois sentiram uma sensação estranha e viram uma horda de demônios vermelhos e cinzas vindo, na direção deles.

Athena não pensou duas vezes e chutou Lan em direção ao cubo, Aileen rapidamente fez uma brecha, e a raposa entrou.

- Capitã, usa aquele seu golpe novo! - fala Lan querendo incitar a pequena loira.

- Tá louco!? Eu ainda não terminei de treina-lo! - fala a menina.

- E que oportunidade melhor de treina-lo! Usa ele contra esses demônios, a bagunça nós arrumamos depois - grita Lan de volta.

- Use seu golpe novo Athena! Eu quero ver porque foi merecedora de tomar o meu lugar! - grita Meliodas, todos o olham surpresos, principalmente sua filha - É uma ordem do seu pai!

Athena engole seco, sabia que seu novo golpe estava adiantado, mas... não sabia ao todo o estrago que podia fazer, e não queria tirar nenhuma vida por estupidez.

- Vamos Athena! Confio em você! Você é a Capitã dos Pecados Capitais! - fala Ellie querendo incentivar sua filha a agir.

A Capitã, engoliu em seco mais uma vez. Não tinha que temer, Aileen era poderosa, e saberia proteger a todos do impacto do golpe. Então resolveu se mostrar, ao menos aquela vez.

Ficou ereta, relaxou os braços e inspirou fundo e forte, fechou os olhos, deixou que sua marca negra aparecesse em seu olho esquerdo assim como chamas negras aparecerem no lado esquerdo do seu corpo. Suas mãos ficaram em chamas, e recitou seu encantamento.

 -Flammarum, et ego invocabo, ad nihilum inimicos meos, ostendere iram draconis!¹

Enquanto recitava, o símbolo de dragão apareceu ao seu redor, chamas negras dançavam ao seu redor, girou até formar um tornado de chamas. Deu o ultimo giro, e as chamas tomaram a forma de um grandioso e amedrontador dragão, o mesmo ao comando de sua mestra, foi em direção aos demônios e foram incinerados quase que instantaneamente.

Aileen quando viu que os demônios tinham virado cinzas, usou seu feitiço para restaurar tudo o que tinha sido queimado. A jovem bruxa colocou o cubo no chão e desfez a proteção.

- Acho que exagerei - fala Athena se aproximando do grupo, que estava surpreso.

- Capitã! Isso foi demais! - grita Lan, abraçando-a e levantando do chão.

- Isso foi incrível Capitã! - fala Artêmis impressionada, nenhum dos pecados tinha visto esse golpe - nunca tinha visto sua marca, é incrível!

- Não é nada demais Artêmis, é só uma marca - fala Athena, escondendo sua marca negra e sorrindo em seguida.

- Isso sim é uma Capitã dos Pecados Capitais - fala Meliodas, ficando em frente a filha, e passando a mão na cabeça dela, em seguida se virou para Ban - eu não disse que minha filha iria ganhar.

- Ei, espere um minutinho Capitão, essa luta ficou inacabada - falou Ban.

E como de costume, os dois começaram uma discussão. Os outros apenas observavam a cena cômica.

- Estou orgulhosa de você - Elizabeth fala baixinho, apenas para sua filha.

Athena olha a mãe agradecida. Muitos achavam que por ela ser a Capitã, não tinha medo e receio de nada. Mas não era bem assim, tinha muitos medos.

- Agora eu queria saber porque esses demônios estavam aqui - comenta Aileen.

- Será que estavam aqui por acaso? - pondera Eric.

- Pra mim, eles vieram aqui a mando de alguém - fala Eileen.

- A Trindade deve estar desesperada para matar tio Meliodas e Tia Ellie - fala Dur.

- Bem já que meu pai e os outros pecados estão melhores, eu acho que agora da pra adiantar as coisas - fala Athena - papai vou precisar roubar mamãe uns dias.

- O que? Vai leva-la pra onde? - fala Meliodas surpreso.

- Não podemos acompanha-las? - pergunta Escanor.

- Não. Os outros devem ficar aqui e manter as coisas em ordem - explica Athena - o lugar que vamos, apenas minha mãe e eu podemos pisar. Não precisam se preocupar, ficaremos bem.

Meliodas estava contrariado, tinha se acostumado a dormir com Elizabeth todas as noites e principalmente estava preocupado de alguém ataca-las.

- Por favor não fiquem preocupados. Athena é muito capaz para nos proteger na viagem - fala Elizabeth. A albina tinha prometido se tornar forte, para acompanhar Meliodas e os outros na viagem e não voltaria atrás em sua palavra.

Dito isso Meliodas assim ficou receoso, mas não poderia ser contra a viagem.

O grupo ficou treinando o resto do dia, voltaram ao final da tarde para o castelo. Elizabeth e Athena viajariam de manhã cedo. Iriam a cavalo, pois não sabiam se a Trindade estaria também rastreando magia, e indo de forma convencional seria mais fácil de se esconderem.

Ao amanhecer tomaram e café e foram de despedir do grupo.

O cavalo de Athena, Argus tinha sido trazido por Nike. O animal era um companheiro fiel da Capitã, e tinha sido criado nas florestas druidas, além de um animal dócil era veloz e temperamental.

- Tomem cuidado vocês duas - falava Rei Baltra. Ele não estava muito feliz com aquela viagem das duas.

- Qualquer coisa nos chamem imediatamente - fala Meliodas a contra gosto.

- Não se preocupem. Vou cuidar bem da mamãe - fala Athena sorrindo.

- Isso mesmo. E vocês tratem de se cuidar - fala Elizabeth.

- Façam boa viagem - fala Elaine.

O grupo fez bons votos de viagem e entraram no castelo novamente. Athena subiu no cavalo, para deixar seus pais terem seu momento a sós, pois tanto ela quanto o grupo perceberam que eles precisavam disso.

- Tem certeza que não quer que um dos pecados vá com vocês? - pergunta Meliodas.

- Não precisa. A mais forte está comigo. Vocês precisam cuidar das coisas aqui, enquanto eu e Athena estivermos fora - fala Elizabeth firme.

Meliodas sabia da força de sua filha, mas tinha uma ideia da força da Trindade, e tinha um grande medo por Athena. Não queria que sua mulher e filha corressem riscos desnecessários.

- Por favor não se preocupe - enfatiza Elizabeth sorrindo gentil.

Meliodas abraça a albina, o rosto entre os seios dela, mas diferente das outras vezes, era sem mãos bobas ou provocações. Era um gesto gentil e caloroso.

- Tomem muito cuidado vocês duas. Eu não suportaria perde-las - fala o loiro sério, apertando-a.

- E não vai. Voltaremos bem, confie em mim e na nossa filha - Elizabeth fala retribuindo o gesto. Era a primeira vez que ela se referia a menina como sendo deles, e assumir isso em voz alta, era um grande passo para eles.

Ficaram assim um pouco mais. O loiro não queria solta-la, mas sabia que ela também tinha um caminho a ser trilhado, e os próprios desafios, mas ela não trilharia sozinha, ele estaria ao seu lado, isso ele podia ter certeza.

Se soltaram e com um último olhar, Elizabeth subiu em Argus, com a ajuda de Athena.

Meliodas ficou observando as duas até que se perderam de suas vistas.

Quando ele já não podia vê-las, se virou para entrar novamente no castelo, e pode ver os pecados escondidos atrás dos muros, apenas observando tudo.

- Desculpe Capitão... mas ficamos felizes de você e a Princesa estarem juntos – fala Ban.

- Certo, certo, certo, dessa vez passa – fala o Capitão. Ele sabia que não ia adiantar nada repreende-los.

- Vamos beber pra comemorar! – fala Lan colocando o braço no ombro do pai, o mesmo concordou com prontidão.

- Não tem como negar que Ban e Lan, são pai e filho – comenta Eileen, ajeitando seus óculos.

E assim dito os pecados foram comemorar e beberam até o dia seguinte.

Athena e Elizabeth seguiam viagem até Istar – Terra Sagrada dos Druidas, Filósofos das Florestas. Era fato que a princesa já tinha estado lá, porém com Athena seria diferente, pois sua mãe faria um treinamento de verdade. Queria garantir que sua mãe estivesse pronta para o que quer que acontecesse.