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História Não coloque sua vida nas mãos de uma guitarrista - (que irá por tudo a perder)


Escrita por: ohmystress

Notas do Autor


escrevi no meu intervalo no trabalho, tá aquela coisa né.
recomendo ler mer rsrsrs

(não sou criativa com nomes femininos)

Capítulo 1 - (que irá por tudo a perder)


Os dedos magros e pálidos iam contra a luz do sol, deixando com que pequenas réstias daquele amarelo ridículo pintassem o rosto magro e corado. A respiração esbaforida era um dos únicos sons que podiam ser ouvidos, juntamente com os ventos daquele inverno exagerado. Os passos calmos sobre a neve fofa contrastavam com toda a cena que corria. 

Baekhyun estava logo atrás.

Observava o rosto pintado pelo amarelo do céu e os dedos bonitos de Chanhee. E era quase como poesia morta, como coisa bonita, a forma como ela parecia calma enquanto o ignorava, como fingia que ele não era um cachorrinho que acabara de sofrer punição da dona e tentava se redimir com sua presença irritante e manhosa, então, em poucos segundos de distração sentiu que o líquido quente e vermelho ainda escorria de uma das narinas. Ainda. O que o fez limpar a gosma com a manga do casaco de forma nojenta.

E enquanto levantava a cabeça para evitar que o sangramento lambuzasse todo seu rosto notou que Chanhee o olhara de maneira meio torta, meio despretensiosa, despretensiosamente fingida. Seu soco de esquerda dói, pensou em dizer, mas ficou quieto, de certa forma havia o merecido.

Os olhos dela estavam pintados com lápis preto de um jeito tosco, as calças que vestia deixavam suas pernas ainda mais finas. E Baekhyun achava tudo aquilo demais, incrível, deslumbrante, fascinante. E Baekhyun se perguntava se Jongdae amava tudo aquilo tanto quanto ele amava. Se Jongdae gostava da guitarra desafinada de Chanhee, e se enchia-se de fascínio com toda aquela áurea sombria da mesma quando na verdade ela não passava de uma garota de manias instáveis, que fazia os covers mais idiotas de umas músicas do The Outfield.

E se perguntava desde quando Jongdae se tornara o tipo ideal de Chanhee, ela que odiava caras como ele, odiava mais do que odiava Baekhyun. Porque um dia Chanhee amou Baekhyun, amou sua carência, amou sua risada, amou seu pessimismo e amou ser amada por Baekhyun. Mas depois de um bom tempo (ou mau) Chanhee passou a odiar Baekhyun mais do que um dia havia amado, e isso o deixava confuso, ansioso e desesperado. Tudo internamente, pelo menos era o que ele achava. 

Caras como Jongdae e seus diplomas de medicina eram piadas, otários, uma parte que merecia ser esquecida na vida (já esquecida) dos dois. Chanhee gostava era de todo o fracasso que Baekhyun era, de seu emprego medíocre e de sua inteligência complexa, do ensino médio completo com muito esforço e cheio de reprovações e de seus sonhos grandiosos e impossíveis demais, aqueles que ele queria compartilhar só consigo mesmo, pelo menos até conhecê-la. 

Mas naquela manhã Chanhee odiava Baekhyun (muito) e amava Jongdae (algo questionável, Baekhyun gostava de pensar que ela amava era contraria-lo). O perfeito Jongdae. Quem não amaria? Talvez Baekhyun esperasse quando Chanhee o abandonou em uma quarta-feira. Talvez Baekhyun já soubesse e fosse frouxo demais para tomar uma atitude sobre além de choramingar. 

E o nariz de Baekhyun sangrava, ele havia passado do ponto ao chamá-la de oportunista e mesmo arrependido sentia-se fraco demais para pedir perdão, era um babaca orgulhoso. Por isso seguia-a, para onde quer que fosse que Chanhee estava indo, ele imitava seus passos na neve fofa e branca. Me ame de novo. Me ame de novo. Me ame de novo. Me ame de novo. Era o que seus passos diziam. E ela se irritava, os punhos fechavam, os olhos escorriam. 

 

Chanhee estava de casamento marcado com seu primo, talvez fosse por isso que Baekhyun não comia havia mais de dois dias. 

 

Mesmo sem ter cansado de segui-la sem rumo, enquanto ela fingia que ele não estava apenas três passos atrás de si, Baekhyun convenceu-se de que aquela era sua última chance. A esperança do desesperançoso, uma piada.

E talvez devesse prever... 

Ao alcançar um dos braços de Chanhee para que ela encerrasse aquela ceninha ridícula de frieza, Baekhyun teve o pulso alcançado com força. 

É tarde demais, Baekhyun. 

Ele ouviu antes de ver a maquiagem dos olhos escorrendo pelas bochechas meio gordas e os passos tornando-se cada vez mais apressados e pesados. Antes de paralisar como um idiota no meio da neve, enquanto via a silhueta escura sumir por entre o branco, estudando-a e caindo em si, em seu grande vazio. 

E naquela noite Baekhyun deu banho em Jongin, tomou duas xícaras de café e chorou um pouco. Mas só um pouquinho. 


Notas Finais




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