História Não é mágico! É "O Alquimista de Oz"! - O último ensaio - "Liguem o ar condicionado!"

Cada aluno estava lá por uma razão distinta. Edward precisava de um ponto extra em geografia, Winry, de um ponto extra em gramática, Lan Fan, em física e Ling Yao estava precisando de muitos pontos extras em quase todas as matérias. Ah, e Alphonse foi porque o professor de teatro, Alex Louis Armstrong (embora muitos não saibam, as artes cênicas são passadas de geração para geração na família Armstrong), pediu com jeitinho.
Todos os ensaios haviam sido uma sequência de fracassos, mas peça estava marcada para o dia seguinte e teria de sair de algum jeito. E, para que tal feito fosse possível, duas pessoas em especial teriam de trabalhar muito, embora uma delas já estivesse trabalhando por todos, já que ninguém fazia algo de útil (com exceção de Louis Armstrong, porque ser útil é uma habilidade passada de geração para geração em sua família)
— Todo mundo para suas marcas! – Lumi, a responsável pelo roteiro, ordenou, usando o megafone que havia roubado de sua amiga Sá, a verdadeira diretora da peça. – Vai logo pra torre, Edward!
— Já estou indo! – o loiro gritou em resposta, já cheio de tudo aquilo. – É difícil subir na torre com a perna quebrada.
— Alguém levanta esse moleque, por favor! Eu não aguento mais! – a roteirista decidiu fazer seu próprio drama, seria ela algum parente perdida dos Armstrong?
— Devolve meu megafone. – Sá falou, pegando o objeto de volta para si.
Após alguns minutos, Edward conseguiu subir na torre, onde esperaria Dorothy, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão medroso, interpretados respectivamente por Winry, Ling Yao, seu irmão, Alphonse, e Lan Fan.
— Winry entra em cena. – a diretora deu uma luz ao elenco
A loira entrou no palco, carregando a chave de fenda que representaria o Totó em uma cestinha de palha. Olhou para todos os lados, tentando parecer perdida.
— Ah, Totó, eu acho que não estamos mais no Kansas. – Winry tentou parecer a pessoa mais surpresa possível, fracassando mais uma vez. – Que lugar é esse? Tudo aqui é tão estranho.
Graças ao brilhante roteiro, ninguém sabia se ele estava em Oz ou no país das maravilhas.
— Não tema, garotinha. – a voz do professor de teatro soou, não demorou muito para que ele aparecesse no palco todo vestido de branco. – Estou aqui para te ajudar.
Winry precisava se lembrar de não rir, mas estava difícil:
— Oh, e quem é você, senhor?
— Eu sou North, o alquimista bom do norte.
— Espera aí. – a loira interrompeu a cena - Se é uma peça dos alunos, o professor Armstrong está atuando por quê?
— Não sei se você percebeu, mas estamos com falta de atores. – Lumi expôs a triste realidade – Vai morrer se apenas seguir o roteiro?
— É que sua história não tem sentido!
— Dorothy foi pra Oz, ela conhece o North, depois encontra o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão, eles lutam contra West, mas só Dorothy sai viva dessa, ela encontra o Alquimista de Oz e vai pra casa. Minha história é muito normal!
— Não é mesmo. – Sá sussurrou
— O AL DESMAIOU! – Ling Yao anunciou
— De novo?
XX XX
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Lan Fan colocou a cabeça para fora da cortina discretamente e logo retornou a falar com seus colegas de elenco.
— Não está cheio, mas não está vazio. – a de cabelos negros concluiu
— Então está meio vazio? – Ling Yao perguntou
— Está meio cheio. – Edward revidou... Mas qual era a razão disso?
Iriam começar a peça em poucos minutos. Winry e o professor Armstrong já estavam em suas posições. Mesmo que o ensaio final tenha parado na primeira cena devido ao desmaio de nosso querido Homem de lata (eles sabem que o moleque está enrolado em papel alumínio e não ligam o ar condicionado? Isso sim que é amizade), eles teriam de dar o melhor de si para fazer uma boa apresentação, conseguir o ponto extra e escapar da recuperação.
— Está na hora! – a diretora anunciou, dirigindo-se as cordas e abrindo as cortinas.
O palco escuro se iluminou, dando destaque à Winry, dessa vez com o vestido azul de sua personagem e um cachorrinho de pelúcia no lugar da chave de fenda.
— Ah, Totó, eu acho que não estamos mais no Kansas. – Winry tentou fazer melhor do que no ensaio, e conseguiu (mesmo que por pouco).  – Que lugar é esse? Tudo aqui é tão estranho.
— Não tema, garotinha. – Louis Armstrong entrou no palco, fazendo suas poses mais dramáticas.
— Oh, e quem é você, senhor?
— Eu sou North, o alquimista bom do norte.
— Diga Senhor North, onde estou?
— Você está em Oz, garotinha. Sua casa foi trazida por um tornado e acabou caindo em cima do alquimista mau do leste.
— Ah, foi mal.
Todos tinham certeza que Dorothy não falaria “foi mal”. Estava no roteiro, então resolveram seguir o velho ditado: vamos fazer o quê, né?
— Não tem problema, garotinha. Qual é o seu nome?
— Eu me chamo Dorothy.
— Diga-me Dorothy. – será que ele pararia com essas posses se receber o Oscar? Então tragam um Oscar para esse homem, por favor. – O que pretende fazer agora que está em Oz?
— Eu só quero ir pra casa.
— Então deve encontrar o “grande” Alquimista de Oz, só ele poderá te levar para casa.
— E como eu faço para chegar até ele?
— Esta é uma informação passada de geração para geração em minha família. – nos bastidores, Lumi abraçou Al e começou a chorar, eles vão morrer se apenas seguirem o roteiro? – Siga a estrada de tijolos cor de enxofre.
— Qual é a cor do enxofre?
— O enxofre... – ele fez uma última posse dramática -... É amarelo.
— Muito obrigada, Senhor North.
— Não há de quê, apenas tome cuidado com o alquimista mau do oeste.
— Vou tomar. Adeus!
A cortina se fecha; é o fim da primeira cena.
Ling Yao, Alphonse (haviam ligado o ar condicionado, então estava tudo bem) e Lan Fan se espalharam ao longo do palco, preparando-se para a próxima cena.
— Será que eles vão seguir meu roteiro? – Lumi perguntou para a diretora
— Pouco provável. – Sá disse, acabando com o que restava de sua esperança.
— Eu sei.
— Meninas, nós temos um problema. – o professor falou, aproximando-se dessas. – Edward disse que não queria fazer a peça e saiu.
Lumi sentiu seu coração parar, não tem como encenar a peça do Alquimista de Oz sem o Alquimista de Oz. O show tem de continuar: vamos fazer o quê, né?
— Professor Armstrong, o senhor vai honrar as gerações passadas da família Armstrong e vai cuidar de tudo enquanto eu e a Sá trazemos o Ed de volta!