História Não, esse NÃO é o sonho de toda garota - Convite para o Baile

Os dias se passaram e eu não conseguia parar de pensar em como chegar ao Brasil novamente, a opção mais plausível era comprar uma passagem de dois dias, ir no sebo, torcer pra que ninguém tenha comprado o maldito livro e escrever as coisas nele. Agora, convencer a Shiro a mentir pros meus tios que estaria na casa dela por dois dias seria o mais difícil, é claro que pensei em mais coisas, mas são muito absurdas, quase impossíveis, não sei com-

– Hey, Lindyth, já fez o trabalho!? – Harry me tirou dos meus pensamentos. Esqueci de mencionar que estava na casa dele pra fazer aquilo, nem sei porque raios ele me chamou aqui se não vai fazer nada além de comentários inúteis. Ele encarava a tela do computador. – É melhor você começar logo, se não te jogo na piscina.

Então eu respondi, de um jeito bem mal educado fechei a tela do laptop e saí batendo a porta na cara dele..... Mas é claro que isso só aconteceu na minha cabeça, por que... Por mais que eu quisesse muito, meu corpo não obedecia.

Só me restava fazer o trabalho com o mínimo de atenção possível, enquanto pensava nos meus planos e tentava esquecer a sensação de ser escrava do meu próprio corpo. Comecei a pesquisa.

– Há... Lindyth é um nome engraçado, nem um pouco brasileiro. – Se concentra na pesquisa, e não liga pro que ele diz.

– Parece aquela marca de chocolate, qual o nome mesmo...? – SE CONCENTRA NA PESQUISA E NÃO LIGA PRO QUE ELE DIZ! – Ah sim, Lindt! Haha, vou te chamar de chocolate agora!

O que...? Ele disse que vai...? Ah, mas nem ferrando meu querido! Quer saber... Esquece isso e faz o trabalho. 

Estava apreensiva com uma coisa, geralmente é nessa hora dá história que o idiota se declara pra nerd... Por favor, não.

– Chocolate... É até um apelido fofo. – Por favor, não. – Sabe, é meio estranho eu dizer isso, mas eu até que reparei em você desde que você chegou. – Por favor, não.– E talvez, eu não ache você assim tão estranha. – Não, não, não. – E depois que uns amigos meus me desafiaram a ir te convidar pro baile, eu pensei em te convidar sim. – Não, não agora. – mas pra valer. E aí você aceita?

Estava suando frio, em pânico, as mãos tremendo, os olhos arregalados e me esforçava muito pra manter o controle. Eu recusaria, não importa o quanto meu corpo quisesse ou quanto o meu cérebro quisesse, eu recusaria.

Levantei lentamente, olhei pra ele e senti a única sílaba que eu precisava se formando, esse feitiço não funcionaria comigo, não agora. Não....

– Sim.

Merda, mil vezes merda. Queria chorar ali mesmo, mas eu me recompus rapidinho quando ele avançou pra me abraçar, esquivei, disse tchau, e saí pela porta sem olhar pra ninguém, foda-se o trabalho, e bora pra casa.

Isso não podia continuar, estava decidida. Uma hora eu não controlaria mais o meu corpo, e essa hora não podia chegar.

Abri o site do aeroporto e comecei a pesquisar passagens de avião para o Brasil.