História Não Mais Imãos? - Chapter one

- Marsh... - chamo com a voz baixa, mas não ouve resposta, - Marshal - tento de novo, dessa vez sacudindo levemente seu corpo. Sem resposta.

Bufando me endireito no banco olhando a janela do carro. "Estou entediado, e ele nem 'pra acordar e me fazer companhia".

- Lormo. - chamo vendo o lorde me olhar pelo retrovisor. - Quanto falta para chegarmos a escola?

Ele parece pensar um pouco mas logo responde com a costumeira voz firme:

- Cerca de duas horas, senhor Gumbal.

- Lormo, sem formalidades. Eu já lido com isso o dia inteiro, gostaria de poder falar normalmente com você.

- desculpe sen- Gumbal.

Depois de um suspiro murmuro um: "ja é um começo" e volto minha atenção para a paisagem. Lormo, era meu choffer desde de sempre, mas ele parecia insistir em me tratar como se fossemos apenas chefe e empregado. Mesmo que eu já o considere um grande amigo.

Talvez fosse o silêncio do carro, ou a mudança drástica que estava prestes a acontecer em minha vida, mas eu estava execivamente nostálgico.

Fiquei repassando várias e várias vezes, todos os momentos naquele gigante castelo, tudo que eu conseguia lembrar. E tinha um momento em especial, que eu não consigo esquecer, o dia em que meus pais morreram, e coincidentemente o dia em que conheci Marshal. Lembro que jurei odia-lo, como estava enganado. Sem perceber acabo rindo baixo enquanto me lembrava dos primeiros dias com Marshall. Eu estava irritado com ele apenas por ele ser como é. Demorou bastante para que eu conseguísse ficar no mesmo cômodo que ele sem brigar.

Mas a culpa não é totalmente minha, ele provocava bastante.

Meu corpo foi ficando pesado e sem conseguir lutar contra, acabei adormecendo encostado na porta do carro.

_-•°l0o0l°•-_

Senti meu corpo sendo jogado pra frente e segurado pelo cinto de segurança, com o susto acordo olhando ao redor.

Percebo Marshal mechendo no celular tranquilamente e Lormo me olhava pelo Retrovisor:

- Desculpa acorda-lo senhor Gumball, o carro a minha frente parou derrepende, tive que freiar. Mas já estamos chegando a seu destino, faltam apenas alguns minutos.

Conforme ele fala vou me acalmando. Não me julgue por ficar tão assustado... Meus pais... Eles morreram em um acidente de carro, no qual eu estava junto, mas fui o único a sobreviver. Eu não quero viver aquele terror de novo. Não quero perder mais pessoas importantes pra mim.

Sinto uma mão em minha bochecha limpando as lagrimas que nem sabia ter deixado escapar. Escuto o barulho do meu cinto sendo retirado e me deixo ser levado por Marshal, encostando minha cabeça em seu peito.

Suas gentis mãos repousaram em meus cabelos rosa fazendo um suave carinho. Eu havia pintado durante uma fase meio rebelde e acabei gostando da cor.

- Gumbal...

- Eu estou bem Marsh, apenas lembrei de coisas desagradaveis. - tentei falar firme mas sabia que ele não havia acreditado, embora fosse em partes a verdade. Lembrar do passado com certeza não era uma coisa agradavel, eu ainda sentia muita falta de meus pais e sentia que isso nunca irira passar.

Devolvi o abraço afundando ainda mais meu rosto em seu peito, mesmo não estando mais chorando, apenas de estar nos braços do moreno eu me sentia leve, ele anulava todas as emoções ruim que eu poderia ter. Ele era uma espécie de irmão mais velho perfeito.

- chegamos gum... - sua voz gostosamente rouca alcança meus ouvidos em uma vibração boa. Marshall era tão confortável, eu não queria sair de seu abraço.

- hmm... - resmungei me desvencilhando de seus braços o mais lentamente possível. - Eu não quero ir... - murmuro baixo, mas não baixo o suficiente pra Marshal não ouvir, ele ri bagunçando meu cabelo e fala:

- Eu sei que não, eu também não quero, mas precisamos. Lembra do que sua tia disse?

- "Você vai e não volta ate se formar! Precisa fazer novos amigos! Socializar! E blá... Blá... Blá..." - imito de forma zombeteira a fala de minha Tia. Não que eu não gostasse dela, apenas não concordava com a decisão de me mandar para um colégio integral, ainda mais quando que já sei tudo que eles poderiam me ensinar.  Mas ela quando quer, sabe ser assustadora.

Aos risos saímos do carro indo para o portão da escola. Mas minha pequena felicidade morreu assim que olhei para aquele lugar onde passaria longos anos da minha vida.

"Argh, com certeza vou me arrepender de ter cedido a Nah".

"Não, já estou arrependido".

Um conforto, um irmão, aos poucos Gumball sem perceber foi se apegando demais a Marshall, ao ponto de ficar dependente. Isso pode parecer bom, mas acredite, trará dor ao nosso Pequeno Rosado. 

By: Fanny