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História (NÃO) Me ajude - Correndo de maníacos e através da janela


Escrita por: luttergue

Notas do Autor


Um pouquinho atrasada, mas apareci. Eu passei mal de tanto rir com esse capítulo quando escrevi, sério.


BOA LEITURA!

Capítulo 3 - Correndo de maníacos e através da janela


Fanfic / Fanfiction (NÃO) Me ajude - Correndo de maníacos e através da janela

— Quem era? — perguntou o garoto, pegando novamente o marcador de minha mão e continuando a desenhar na carteira de madeira.

— Minha mãe. Te mandou um abraço. — disse simplesmente, brincando com os fios meio loiros do rapaz. Ele me encarou e sorriu.

Olhei para os lados e não havia mais ninguém na sala. Marcavam 18:15 da tarde. E um estrondo foi ouvido do lado de fora da escola.

Namjoon e eu nos entreolhamos, guardando o material e saindo da sala.

Os alunos dessa escola são islâmicos ou o quê?

Descemos as escadas e atravessamos os enormes corredores no colégio. Estava praticamente vazio. Era o momento certo para dar trote.

— Vou te levar em casa. Está tarde já e por aqui é perigoso nesse horário. — disse segurando minha mão.

Não reclamei. Já tinha me acostumado com essa proximidade há tempos. Só era estranho, a sensação de segurar a mão dele agora. Antigamente, ela era menor que a minha e macia. Agora, ela é o triplo da minha e áspera.

Realmente... Kim Namjoon se tornou um homem, e que homão da porra. Seria bizarro demais se eu gostasse romanticamente de Namjoon.

Seria um incesto.

Quando descemos para o primeiro andar, apenas o porteiro estava lá, assistindo alguma coisa irrelevante na pequena TV. Seu nome era Charles. O velho era o meu melhor amigo no dia das provas, sempre me deixava entrar quando eu chegava atrasada, mesmo que o horário já tenha ‘’estourado’’.

Passamos pelo portão e vimos um bando de alunos do terceiro ano correndo atrás de uns 9 alunos do primeiro ano.

Os moleques corriam igual judeus sendo perseguidos por nazistas. O lado bom é não eram armas e sim potes de tintas e spray permanente.

Andamos tranquilamente pelas ruas. Uns rapazes nos encaravam, na esquina. Namjoon segurou minha mão com mais força, entrelaçando nossos dedos e andamos até a esquina.

Eles tinham spray, pincéis, tintas, pedaços de panos e máscaras cobriam o seu rosto e uniforme. Pareciam membros de gangues.

Namjoon apertou minha mão com força. Puta que pariu, ele conhece esses malucos¿

— Ei, ei. É o Namjoon. — disse um deles, de cabelo platinado. Parecia ser chinês.

Wassup. — respondeu ele  ao meu lado, sorrindo simpático para os outros. Ele largou minha mão e foi cumprimentar os outros.

— Quem é essa aí, Monster ?— perguntou um rapaz baixinho, me analisando. Mordeu os lábios, malicioso.

Não estranhei o apelido. Todos o chamam assim por ele ser literalmente um monstro. O doido consegue quebrar qualquer coisa só de olhar.

— Moonbyul. Minha amiga. — me apresentou. Sorri fraco. — Byul, esses são os meus amigos... Namjoon me olhava estranho.

Eles começaram a bater papo e depois de uns minutos, o garoto chinês passou o braço por cima do ombro de Namjoon.

— Em falar nisso, Monster... lembra da minha conta no LOL¿

Namjoon suou frio. Por um segundo, cogitei a ideia de sair correndo como se nada tivesse acontecido.

O chinês balançou a lata de spray, ameaçando sujar o uniforme dele. Ah, não. Minha mãe vai P-I-R-A-R se souber disso.  Ela sempre viu o Kim como um exemplo que eu devo seguir.

Na cabeça dela, Namjoon era o filho perfeito. Na minha, ele era o tipo de filho que eu nunca iria querer ter. Sério, ele é o capeta.

Encarei Namjoon e ele sorriu pra mim. Um dos garotos passou o pincel com tinta azul pelo meu braço e depois pela minha bochecha. Em um movimento involuntário, dei um soco na boca do estômago dele. O garoto caiu no chão duro igual pedra. Subi em cima dele e desferi socos em seu rosto.

Não fode, negão. Quer me sujar, logo você¿

Soltei a macaca e dei um chute no estômago dele, de novo...

                Eu estava literalmente fora de mim.

O loiro me encarou e simplesmente me puxou pelo braço, correndo. Corríamos como loucos.

E sério, parecia US VS EUA. Os moleque corriam gritando atrás de nós.

Não o porquê de estarmos correndo tão rápido...

Ah...

Entendo. Eu bati nele. Por isso estamos correndo.

Entendo.

— Namjoon, cara, o que você fez com a conta daquele maluco? — perguntei, sem forças, quase morrendo.

— Eu hackeei ela e vendi... ele era Diamante I. — respondeu simplesmente, olhando para trás, vendo os garotos correrem atrás de nós dois. — E que caralhas de pau que tu deu naquele garoto, menina¿ Tu soltou a franga e nem precisou descer do salto. — disse rindo. Cada risada dele, era uma lágrima descendo.

 

Breve explicação sobre Kim Namjoon:

Ele era conhecido na internet por hackear contas de jogos, contas bancárias. Como um mercenário, sabe?

PS: Ele só tinha 12 anos na época.

                12 FUCKING ANOS DE IDADE.

E sim, Namjoon não fazia de graça. Ele cobrava caro. E sem falar que: ele alterava as notas dos alunos da escola.

E ele também cobrava por isso, porém era bem mais caro, pois se ele fosse pego, seria expulso. E sem falar que ele zoava as apresentações de slides no auditório da escola.

Ele nunca precisou manipular notas para ser o melhor aluno da escola e por ser tão inteligente, tímido e quieto, ninguém nunca desconfiou dele.

Felizmente ou infelizmente, ele nunca foi pego no flagra. Namjoon sabe ser discreto e só Deus sabe como.

Toda essa treta levou ele a hackear contas e vende-las, como se fossem suas e consequentemente... ganhava dinheiro com isso, e muito dinheiro.

Depois de anos fazendo isso, fiz ele prometer que pararia com isso.

E ele parou. Por um tempo, claro.

 

— Kim Namjoon, como você teve... — parei de correr, perplexa. Como ele teve coragem de fazer uma coisa dessas. Ignorei o que ele falou por último, não vamos entrar em detalhes.

Ele me puxou pelo braço e me colocou sobre os seu ombro, como um saco de batata.

— Cala a boca, caralho! — gritou, virando a esquina, e se escondeu do lado de uma lixeira.

Impossível se esconder com essa altura, com essa estrutura e com o meu maldito cabelo cinza.

Os garotos gritavam feitos loucos. Pareciam macacos no cio. Namjoon me encarou e colocou um dedo sobre seus lábios, um pedido mudo para que eu ficasse em silêncio.

E só então pude perceber que Namjoon havia amadurecido um pouquinho. Ele estava mais forte, mais alto. A sua pele estava bem mais morena do que antes.

Se ele não fosse meu melhor amigo, acho que eu iria me apaixonar por ele.

Mas não era o momento certo para pensar nisso. Um grito alto foi ouvido perto de onde nós nos escondíamos e se estabeleceu um silêncio mortal naquela rua.

Mordi o lábio inferior, nervosa. Meu Deus do céu, será que eles já foram embora ou...

O maldito som do toque do meu celular não me deixou completar nem o que eu pensava.

Era minha mãe. Maldito dia em que fui colocar Boombayah como toque.

Porra, mãe... não fode.

Eles ouviram.

Correram em nossa direção, igual à maníacos.

Namjoon levantou e correu. Tentei o acompanhar, mas o gigante corria igual aos peixinhos fugindo do trote.

Eu até o chamaria de fofo. Mas não é hora pra isso

— Você disse que ia parar de hackear contas, Namjoon! — gritei, mas acho que ele não ouviu. — Kim Namjoon! — quando falei o seu nome, vi o que achei que nunca veria em toda a minha vida.

Foi épico.

Namjoon tropeçou nos próprios pés e caiu dentro da lata de lixo, no meio da rua. Parei de correr, não me importando se ia apanhar ou não, e comecei a rir.

Estava a uma quadra da minha casa. Passei pelo loiro, que estava lá no fundo, caído, parecia morto.

— Cara... você é demais. — falei rindo, encarando ele. O rapaz me lançou um olhar de raiva e tentou sair.

Colocou as duas mãos no ferro, do lado da lixeira e tentou levantar. Não deu certo, porque a lixeira quebrou de vez, e o que fez ele se afundar cada vez mais.

Rolei no chão de tanto rir. Minha barriga estava doendo. Lembrei do jantar.

Merda.

Liguei a tela do celular. Eram 19:03.

Meu Deus, eu estava muito atrasada.

 

Breve explicação sobre Moonbyul e sua família de loucos:

O jantar sempre é servido às 19:05.

 

Mordi novamente o lábio inferior e corri, me afastando de Namjoon, que tentava inutilmente sair da lata de lixo.

Corri igual corri dos demônios mascarados que perseguiram Namjoon.

19:04.

Puta que...

Vi o porsche vermelho do lado de fora. Que droga. Chanyeol também estava aí¿

Respirei fundo, tentando andar com dignidade. Fechei os olhos e suspirei. E quando os abri, vi aquele mesmo rapaz, de cabelos platinados, parado na esquina.

Meu Deus do céu...

O que eu te fiz, Deus?

Por que tem que ser logo eu?

Ele me encarou e começou a correr em minha direção.

Comecei a gritar, desesperada, com medo de apanhar, com medo daquele garoto, com medo de Namjoon, com medo de pegar Baekhyun transando no meu quarto, com fome também, só pra não perder o costume, né.

Bati na porta de minha casa igual testemunha de jeová, gritando.

Adivinha o que terá no jantar hoje?  Lombo cozinho de Moonbyul!

Eu estava parecendo Hwasa quando vê promoção em lojas de sapato, que escândalo da porra.

O moleque estava trás de mim e eu estava literalmente me mijando e BERRANDO horrores, quando Park Chanyeol abriu a porta. Entrei na casa com tudo. Literalmente tudo.

Caí no chão igual tabefe. E fiquei por lá. E por azar, derrubei o Orelha junto.

Abracei aquele titã como se fosse última coisa que eu fosse fazer na vida. Ele me encarou estranho e depois viu o meu estado.

Lágrimas no canto dos olhos, rosto sujo de tinta, braço sujo, uniforme sujo de mato, maquiagem borrada e o cabelo bagunçado, apontando para a porta gritando igual um bebê.

Não reparei, claro. Mas ele parecia preocupado.

Bem, quem não ficaria quando visse uma cena dessas, certo?

Quando o mesmo olhou para a porta e viu lá fora, um garoto com spray na mão e uma bandana no rosto, seu rosto ficou vermelho igual tomate.

Ele me soltou e correu atrás do cara, com um porrete na mão. Aliás, de onde foi que ele tirou essa droga...

Pelo menos serve pra alguma coisa.

                Suspirei. Passei a mão pelo meu rosto e a tinta já havia secado.

                Levantei do chão e passei a mão pelo uniforme, espalhando terra e mato pelo piso de madeira. Minha mãe vai ficar uma fera.

                Vi uma figura se aproximar de mim. Ele vinha da cozinha, assustado  e me olhando feio, como sempre.

— Moonbyul, que porra é essa? — perguntou Baekhyun, se aproximando e me olhando com nojo e desgosto.

Ele estava impecável, como sempre, mesmo usando roupas casuais. A sua pele parecia estar mais pálida que o normal, e seus lábios levemente rosados. Vestia uma camisa preta, de mangas longas e um jeans azul escuro, colado. E ainda usava as pantufas de Solar, rosas.

— O quê?— perguntei, encarando ele.

— Olha o teu estado, garota. Meu Deus, que micão. — gritou, chamando atenção das quatro pessoas que estavam sentadas na mesa de jantar, prontas para comer. — Tem visita, caralho.

Todos na sala de jantar agora estavam na porta da frente, do lado da escada.

                — Byul, querida, o que houve? — perguntou minha mãe, olhando o meu estado.

Olhei no espelho do lado da porta de entrada e realmente...

Lamentável. Chorei internamente. Mas bem, não é totalmente culpa minha. Namjoon me colocou nessa situação ruim.

Mas claro que eu não falaria isso.

Minha mão sangrava levemente por causa do soco. Apertei o punho, tentando fazer parar de doer um pouco. Mas só fez doer mais ainda.

Mordi o lábio e fechei os olhos com força.

Senhor Kim limpou a garganta. Só então reparei nele e em uma figura um pouco alta do seu lado direito.

— Então... Moonbyul, esse é meu filho. — apontou para o rapaz ao seu lado. E...

 Ele tinha cabelos castanhos como avelã. Ele era tão belo quanto Jungkook.

Seus lábios fartos, levemente rosados. O rosto fino e os olhos tão negros como a noite.

Seja lá quem for, jurei pensar que ele havia saído de uma pintura. Sua pele branca fazia uma combinação terrivelmente perfeita com seu rosto. O nariz fino e o belo queixo se destacavam naquele rapaz.

Ele trajava uma camisa tão branca quanto sua pele. A jaqueta preta dava o seu charme um tanto... diferente, que parecia ser cada vez mais natural quando o observava.

Trajava uma calça preta e havia um coturno de couro na porta, provavelmente dele. Aquilo deve ter custado o triplo da minha mesada.

Admirei aquele rapaz como se fosse uma obra de arte. Ele realmente era. Nem tão magro e nem tão forte. Se eu pudesse dizer qual era o meu tipo ideal, eu colocaria um placa em cima de sua cabeça.

Ele me encarou por breves segundos e sorriu. Se eu fosse homem, acho que eu teria uma ereção.

Mas então lembrei que eu estava suja como uma porca. Ouvi uma risada baixa vindo dele e meu rosto queimou. Não porque ele é incrivelmente bonito e provavelmente um homem maravilhoso, mas porque ele provavelmente ria da minha cara pelo meu estado.

Quer dizer, não é como se eu ligasse para a minha aparência. Se fosse em outros casos, até eu conseguiria rir igual louca da minha própria aparência de mendiga nesse momento.

— É-É um prazer conhece-lo, Seokjin. — estendi a mão para o garoto, que sorria gentilmente.

— Só Jin está bom, Moonbyul — respondeu depois de dar um beijo em minha mão.

Ele sabe meu nome?

Bem, claro que sabe meu nome. Teoricamente falando, minha mãe deve ter dito algo sobre mim e...

Socorro.

Esse garoto só pode ter vindo dos céus, meu Deus.

Senti meu rosto esquentar e vi pelo canto do olho Baekhyun torcer o lábio. Senti uma pontada de ciúmes. Ele então bateu palmas e se pronunciou.

— Moonbyul, vá tomar banho.  Nós iremos te esperar. —falou, entrelaçando o seu braço com o de Jin, de alguma forma, aquilo... me deixou incomodada. — Você está... imunda. — disse me analisando, da cabeça aos pés. Jogou o seu cabelo e sussurrou algo no ouvido de Jin, que me olhou e sorriu.

— Iremos te esperar, querida. Depois cuidamos disso. — minha mãe segurou gentilmente, se referindo ao machucado em minha mão.

Concordei com a cabeça e ouvi Baekhyun dizer:

— Então Jin, vou te contar como é a universidade de Seoul. — disse o moreno, rindo de escárnio.

Subi as escadas. Como ele consegue ser tão... falso?

Joguei minha mochila suja de terra no chão. Entrei no banheiro, tirando o uniforme. Sentei na banheira, pensando no meu belíssimo e animado dia.

Ri baixinho, lembrando de Namjoon. E também de que Jin é o melhor amigo dele. Espero que seja uma coincidência.

— Jin... tem um cheiro tão bom... — sussurrei, baixinho, para que ninguém ouvisse.

Escondi o rosto na água morna da banheira.

 

 

 

Quando saí do banho, vesti uma calça preta e uma camisa de gola alta branca. Sequei os cabelos e passei uma maquiagem bem leve.

Oras, não tem problema em passar maquiagem para jantar com o filho gostosão do vizinho.

Amanhã não teria aula, então eu sairia com as meninas para ir ao shopping comprar roupas. E na sexta, elas passariam o dia aqui, se arrumando, fazendo coisas de meninas e comendo porcarias até a hora da festa.

Desci para o jantar. Sequei os cabelos descendo a escada, encarando meus pés. Coloquei as pantufas que estavam no armário do lado do fim da escada de madeira.

Segui até a sala de jantar. Minhas mãos ainda sangravam. Recebi uma recepção calorosa na porta de Dexter, meu cão.

Peguei aquela bolinha no colo e fiz carinho em seu pelo, que formavam cachos pequenos. Ele lambeu meu rosto e ele percebeu o machucado em minha mão e começou a lamber. Seu rabo que tanto balançava de um lado para o outro, agora se matinha parado como uma estátua e ele tremia levemente.

Ele sempre foi um cachorro carinhoso.

Fiz carinho em sua cabeça, em um sinal de que eu estava bem. Ele deu um latido alto e lambeu meu rosto, novamente. O coloquei no chão e ele andava na minha frente, impedindo que eu chegasse até a mesa.

Comecei a bater os pés no chão, um de cada vez, lentamente. Ele começou a correr em círculos e correu até minha mãe, que fez carinho no bichano.

Sorri involuntariamente.

Percebi então que todos prestavam atenção em mim. Chanyeol já havia voltado e o porrete estava encostado na parede, perto da sala de estar.

Lembrei do micão que paguei e de que caí EM CIMA do namorado do meu meio-irmão. Isso não é bom.

— Finalmente. Estou faminto. Vamos comer logo. — disse Baekhyun em alto e bom som.

 Minha mãe se sentou do lado direito da mesa. Meu pai ao centro, Baekhyun se sentou ao lado de minha mãe e Chanyeol ao lado do namorado.

Resolvi não tocar no assunto e nem conversar com Chanyeol para saber se ele pegou o maluco, não é um dos melhores assuntos para se conversar com visitas no jantar e só de lembrar que Park Chanyeol me viu naquele estado... céus... eu poderia cavar minha própria cova agora mesmo.

Senhor Kim ao lado esquerdo de meu pai, de frente para minha mãe. Seokjin sentou ao lado de seu pai.

Ótimo, sento ao lado do garoto que não conheço e que por coincidência e zoeira do destino é o melhor amigo de Namjoon, MEU melhor amigo e de frente para um que não gosta de mim. Ótimo, ótimo. Lavei as mãos e me sentei ao lado de Jin, brincando com Dexter com meus pés.

A comida foi servida e ocorreu tudo normal, como sempre. A maior parte do tempo, senti o olhar de Jin sobre meu machucado na mão. Ele parecia incomodado, então eu cobri a mão com a manga da camisa, e ele passou a me fitar por longos e torturosos segundos.

Baekhyun percebeu, mas fazia a egípcia, como sempre fez.

Todos conversando, interagindo, na maior Peace and love,mas como tudo não é perfeito...

Baekhyun começou com uns assuntos bem aleatórios, querendo chamar atenção. Chanyeol parecia se corroer de raiva só de respirar o mesmo oxigênio que Jin.

Já o moreno, ele nem ligava. Na verdade, nem prestava atenção no ódio gratuito que o maior lhe oferecia de bandeja.

Chanyeol me lançava olhares discretos e analisava o meu rosto. Isso com certeza iria para a minha lista de coisas ruins que já aconteceram só esse ano. O olhar dele sempre me deixou desconfortável e inquieta.

 

Depois que o jantar acabou, fizemos um sorteio. Quem lavaria e quem secaria a louça.

Eu fui sorteada para lavar e Jin secar. O garoto se recusou a simplesmente secar, disse que eu deveria secar, por conta do machucado. Usou a mancha vermelha na manga da camisa como prova. Nem havia percebido ela ali...

Minha mãe começou a se desesperar e me arrastou até seu quarto, onde fez o curativo em minha mão.

— Está tudo bem, querida ?— falou, colocando a pomada sobre o machucado.

— Sim, mãe. — respondi, encarando o machucado. — Por quê?

— Você parece estranha. O que houve?

Suspirei e contei toda a história. Desde o momento em que encontei Namjoon no corredor até o momento em que entrei gritando em casa. Ela sempre foi um baú fechado.

Não contei a parte de que Namjoon realmente hackeou a conta do garoto, apenas disse que ele foi acusado de hackear e vender a conta.

Ela riu em boa parte da história.

— Aigoo, vocês dois... — disse mulher de cabelos escuros, rindo.

Ela colocou a atadura e por fim, acabou. Ficamos em silêncio por um minuto. Lembrei que precisava ajudar Jin com a louça.

Meu rosto esquentou por um segundo.

— Eu vou ajudar o Jin, mãe. — falei e ela concordou com cabeça, levantando da cama e arrumando a caixa de primeiros socorros dentro do armário.

Desci as escadas e na sala só se encontravam o pai de Jin e meu coroa. Eles conversavam enquanto bebiam vinho.

Me direcionei até a cozinha, o moreno estava de costas, lavando a louça. Sua jaqueta estava em cima do balcão de mármore atrás de si.

O porrete de Chanyeol já não estava mais ali.

Respirei fundo e caminhei até ele, observando-o. Suas costas eram tão bonitas e...

Ah, que diabos você está pensando, garota¿ Foco na louça.

Limpei a garganta, chamando atenção do garoto, que se virou e sorriu simpático, não parecia um sorriso forçado.

— Quer ajuda? — perguntei o óbvio, parando ao lado dele, de frente para o armário.

— É... seque isso. — apontou para a enorme pilha de louças limpas. — E isso. — falou colocando o último prato em cima da pilha.

Era bastante coisa. Por isso odeio lavar louça. Secar não era a parte ruim. A água devia estar um gelo.

Me posicionei em frente a pilha de louças limpas e comecei a seca-las. Jin ficou em silêncio, me observando.

— Sua mão... está doendo? — perguntou, sentando na cadeira. Jin só queria bater papo ou estava preocupado mesmo com minha mão?

Naquela hora, eu não percebi, mas ele estava olhando para o meu cabelo. Ele devia achar estranho. Bom, eu também achava, mas não odiava.

— Um pouco. Eu bati em alguém. — respondi, secando um copo de vidro.

Ele riu baixinho.

— Você não é uma gângster não, né?— me virei para o rapaz e ele escondeu o rosto em sua jaqueta de couro.

Como pode ser tão adorável ?Ah...  coração, se controle.

— Eu estava defendendo um amigo. — falei, lembrando de Namjoon e a lata de lixo. —uma risada escapou de meus lábios e o moreno passou a fitar minhas costas.

Eu havia terminado de secar toda a louça e me encostei na bancada, observando Jin.

Ele parecia me estudar, encarava cada parte de meu rosto, como se quisesse memorizar cada parte minha, e eu fazia o mesmo. Era como se algo me puxasse para perto dele e isso era tão estranho... mas a sensação me dava medo e curiosidade ao mesmo tempo.

Isso nunca aconteceu antes e é perigoso se aproximar de Kim Seokjin.

Senhor Kim chamou pelo moreno, anunciando sua saída. Ele caminhou até a porta da cozinha, passando pela sala de jantar. Fiquei ali parada, olhando-o ir embora, encarando suas costas, suas belas costas marcadas pela camisa branca. Jin levava sua jaqueta na mão.

Antes de passar pela sala de jantar, parou na porta e me mandou um pequeno sorriso.

Um sorriso fofo. Um sorriso meigo.

Aquilo acabou com o que restava do meu psicológico. Me via em uma encruzilhada. Deus, eu nem o conhecia e ele já estava mexendo comigo de uma forma tão... tão...

Natural...

É como se meus pensamentos fossem realmente  ligados à ele de alguma forma. Ok, isso seria muito bizarro se fosse verdade. Isso significa que:

Estou louca e preciso ir dormir, ou preciso ir dormir mesmo. A última opção me parecia mais concreta.

Quando olhei para a sala de jantar novamente, ele não estava mais lá. Mordi o lábio, nervosa e subi para o quarto, esbarrando em tudo pelo caminho.

Adentrei no quarto, escorregando com as costas encostadas na porta até o chão, que fechei logo em seguida. Respirei fundo e levantei, caminhando até o banheiro.

Coloquei minha camisola preta fina e tirei a calça. Meu rosto queimava.

Fitei minha imagem no reflexo do espelho. Por que meu rosto está tão vermelho... ?

 

Ouvi um barulho estranho vindo da janela do quarto, que tirou todos os meus pensamentos afobados da cabeça.

Andei até lá, e quando abri, senti uma pedra pequena bater na minha testa. Provavelmente ficaria uma marca vermelha ali.

— Ai! — exclamei, passando a mão no local.

Olhei ao redor, procurando o marginal que jogou a pedra. Me debrucei sobre a janela e ouvi uma risada baixa.

A risada vinha de uma enorme janela branca em frente à mim. Vinha da casa do Senhor Kim.

Meu olhar foi direcionado para lá automaticamente e me deparei com Seokjin me fitando, com a mão apoiando o queixo.

Seu olhar era divertido e atraente. Olhei para ele, confusa.

— Me desculpe, Moonbyul. — falou se curvando levemente. — Eu não queria acertar a sua testa...  — continuou falando, rindo.

Se ele não fosse tão bonito, juro que eu iria até lá e quebraria a cara dele. Mas se bem que vai ser um desperdício.

Suspirei e quando ia fechar a janela, Jin me deu um segundo olhar diferente naquela noite. Não era um olhar do tipo: carinhoso, meigo, fofo e muito menos sensual.

Ele me deu um olhar apaixonado, acompanhado de um sorriso aberto.

A luz da enorme lua cheia batia perfeitamente no rosto daquele rapaz, que sorria pra mim.

E surpreendente, ele parecia tímido. Acenou sorrindo e fechou a janela, saindo de perto dela.

Me afastei da janela e fechei calmamente, com o olhar fixado na janela do quarto de Jin. Meu rosto estava muito mais quente que o normal e minhas pernas tremiam.

Mas quem diabos é Kim Seokjin?

E que maldito sorriso é esse?

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.

Até semana que vem, xuxus!


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