História Não me deixe ir. - Mesmo que tudo acabe.

Saímos da festa e entramos no carro, mandei mensagem para as meninas falando pra elas se divertirem eu espero elas em casa. Eu passei o caminho todo chorando, eu não sabia pq o Chan tinha feito aquilo, mais a cara do Tao não saia da minha cabeça, eu olhava o meu celular de dois em dois minutos. Chan parou em frente ao meu prédio.

- eu sinto muito, eu não devia ter feito aquilo.

- Chan só cala a boca. O que aconteceu aconteceu.

- eu não sei por que eu fiz aquilo, mais você saiu comigo, você me puxou logo depois.

- Não confunda as coisas Chan, eu só te tirei de lá pq eu não queria que houvesse mais confusão, eu confesso que até fiquei com pena da nova namorado do Tao.

Ele parece decepcionado com o que eu falei, mais o que posso fazer, não devo dar falsas esperanças, meu coração pertence ao Tao mesmo que eu não queira. As meninas chegaram por volta de meia noite, meia hora depois que eu cheguei, elas falaram que depois que eu sai houve o maior escândalo da nova namorada do Tao, ela começou a brigar na frente de todo mundo e ele disse que aquilo tudo foi um erro e a largou lá só. Todo mundo estava comentado a nossa ceninha. Droga, eu não prestei atenção em qual podia ver eu só queria sair dali, eu só estava pensando em mim aquele momento. Nenhuma delas comentou sobre o beijo com o Chan, ainda bem, passamos o resto da noite nos distraindo, eu precisava, foi muito sorvete, pizza e chocolate.

Os dias eram monótonos, o comentário na mídia era o escândalo que tinha sido a festa do Tao, minha sorte era apenas por não saberem quem eu era. Pelo menos era o que eu pensava. Depois de 3 dias estava cheia de repórteres na frente da escola, eu não tinha entendido bem, até o momento que os olofotes estavam virados para mim, queriam saber qual era nossa relação, o motivo dele ter deixado a "namorada" plantada no palco e corrido ao meu encontro, a cena do beijo com o Chan, minha vida virou um inferno. Dentro da escola eu tinha que lidar com as fãs dele, que eram intimidadoras. " então era essa quem o Tao procurava?? Por que ela não procura alguém do país dela pra se envolver? No país dela não tem homens pra ela vim atrás dos nossos"  Passei  dias ouvindo isso, eu não suportava mais, mesmo com a Saori e a Yumi brigando para me defender eu apenas deixava. Meus pais me ligaram, eles estão sabendo o que aconteceu, nem tudo, mais eles querem que eu volte para o Brasil, eu estou tão cheia que eu realmente acho que eu devo voltar, passar um tempo fora, talvez nunca mais voltar, mais eu não teria a Saori nem a Yu lá, isso me deixa triste, mais eu posso voltar para visitar.

Eu já fiz minhas malas, as meninas choraram me ajudando a arrumar, eu sentirei muito a falta delas, mais existe algumas pessoa que eu preciso me despedir. Primeiro fui até Chan, a gente não se falou muito depois do incidente, mais ainda éramos amigos, logo depois fui me despedir do produtor do Tao, ele sempre foi maravilhoso comigo, ele pediu desculpa por tudo o que aconteceu, ele não esperava que o plano tomasse aquelas proporções, me despedi de mais algumas pessoas mas ainda faltava uma. Meu coração está disparado, eu estou na frente da porta do Tao, talvez ele não queira me ver, mais eu sinto que preciso dizer o quanto ele foi importante para mim. Eu toco a campainha, não escuto nada, toco novamente e resolvo esperar um pouco logo a porta se abre, a cara de surpresa dele é impossível não perceber, eu estou nervosa.

- Olá.

-Oi, o que faz aqui?

- ahh... eu... bem... queria te ver.

- e o Chan?

- o que?

- vocês estão juntos não estão?

- Não.

- mais vocês se beijaram.

- Não, ele me beijou _ eu não consigo a olhar pra ele ainda mais ele falando comigo de uma maneira tão fria.

- mais você saiu com ele da festa.

- e você estava com outra _ as palavras saltaram sem minha autorização _ desculpe, olha, eu só sai com o Chan porque tive medo que acontecesse alguma coisa entre vocês, você nunca gostou dele, nem ele de você e desde o dia que vocês brigaram eu tento não fazer vocês respirarem o mesmo ar, ainda mais em um ambiente fechado sem uma parede separando vocês.

  Isso faz Tao sorrir, como eu vou sentir falta desse sorriso, ele percebe que estamos do lado de fora da casa e me convida pra entrar, entramos e ficamos parados olhando um pra cara do outro sem sabermos o que dizer.

- aceita algo pra beber?

- se tiver wisk seria uma boa hora pra eu tomar.

- não tenho boas lembranças de quando você ficou bêbada.

- então água?

- água eu acho que não tem problema_ ele da um leve sorriso.

Eu fico procurando as palavras que devo usar, mais então minha cabeça diz " e apenas dizer adeus Tao eu só vim te dar um abraço porque você foi importante na minha vida". Como se fosse tão fácil com meu coração parecendo os tambores de olodum. Ele logo volta trazendo minha água, nossos dedos se encontram quando ele me entrega o copo, eu tenho a sensação que ele pode ouvir meu coração de onde ele está. Eu bebo para tentar me acalmar, logo em seguida respiro fundo.

- Tao, eu não vim aqui só pra te ver ou saber se estava bem.

- se fosse só por isso você já teria visto que eu estou ótimo._ ele levanta levemente os braços.

- Wou, obrigada, eu já posso ir embora contente com essa resposta. _ eu me levanto, estou indo em direção a porta mais ele me impede.

- Por que você veio aqui realmente? Sentiu minha falta?

- eu estou indo embora Tao. _ eu digo de uma maneira firme pra ver se ainda pareço ter um pouco de dignidade.

- Você pode ir pra sua casa então. _ ele sai da minha frente.

- Acho que você não entendeu, eu estou indo embora para o Brasil. _ agora sim ele parece afetado.

- você não pode ir.

- Meus pais já decidiram depois que souberam sobre a gente e eu está na mira da mídia.

- então é por minha culpa. Eu sinto muito_ ele diz isso virando a cabeça de lado.

- Tao , eu só vim me despedir, você foi muito importante pra mim, você cuidou de mim, não esperávamos que tudo isso acontecesse, mais aconteceu, eu realmente desejo o melhor pra você porque eu te amo. Desculpe nunca ter falado olhando nos seus olhos o quanto eu te amo, mais agora é tarde e eu preciso ir. _ eu estou chorando, ele enxuga seus olhos também.

- me desculpe por todas as meras que eu fiz, eu não vou te esquecer nunca, eu te amo. _ ele se aproxima e me beija, eu sinto suas mãos em meu rosto, estamos nos dois chorando, isso dói tanto.

Eu termino o beijo e saio quase correndo, eu preciso ir embora. Meu vôo sai as oito da manhã, as meninas vão comigo, eu não contei pra elas o que aconteceu entre mim e o Tao só disse que foi difícil me despedir dele. Finalmente a hora de ir chegou, entro no avião, prometi para as meninas que vou voltar nas férias, no caso daqui a dois meses para visita-las ou elas podem ir para o Brasil me ver. Eu sentirei falta daqui. Olho meu celular pela última vez antes de desliga-lo, tenho 4 mensagem e uma chamada perdida, as mensagens são do Chan, da mãe da Yu, do produtor do Tao e de próprio Tao. A ligação também é dele.
As mensagens apenas me desejam uma boa viagem, menos a do Tao.

  " eu vou morrer a cada dia sem poder ver o seu sorriso, vou te amar hoje e sempre, espero que você encontre a felicidade lá, alguém que te ame pelo menos a metade do quanto eu te amo
            Com amor, pra sempre seu, Tao".

Eu respiro fundo, duvido muito que eu ame alguém, pelo menos não agora, nem com a mesma intensidade. Foram muitas horas de vôo, eu estou esgotada, minha mãe me espera no saguão com meu pai e pela cara dela ela não está nem um pouco feliz, que ótimo.

  - você demorou.

- meu vôo atrasou, queria o que ?

  - estamos a uma hora aqui.

- afu. Próxima vez eu venho nadando pode ser?

- Fala direito comigo, eu sou sua mãe.

- Pai? _ eu falo mais como uma súplica pra ele fazer alguma coisa.

- apenas vamos pra casa, lá precisamos entender o que aconteceu.

Eu os acompanho, passamos a viagem toda calados, até o momento que eu coloquei o maldito fone de ouvido, minha mãe começou a reclamar que eu não escuto nada, mais eu realmente não queria escutar então coloquei no volume mais alto. Chegamos, eu estou indo para o meu quarto mais minha mãe me para.

- Onde você pensa que vai?

- Deixar as coisas no quarto.

- vá e volte logo.

Não demorou muito pra mim voltar lá, eu estou com medo dessa conversa, não sei que rumo vai tomar,  eles querem saber pq minha vida virou um inferno e por que essa confusão toda. Fui pra sala e me deitei no sofá, eles estavam sentados, minha mãe sempre tenta me analisar por causa dos livros de psicologia barato que ela lê, mais aquilo não funciona comigo, eu não preciso de auto ajuda, preciso de uma mãe coisa que ela nunca se preocupou em ser.

  - então? O que querem saber?

- eu não quero saber nada, sua mãe que tá me forçando ficar aqui. _ isso me faz rir, e minha mãe olha severamente pro meu pai.

- o que houve entre você e o Tao?

  - Nos namoramos um tempo.

- Eu não acredito que deixamos você com um lobo. _ Ela disse, meu pai apenas ouvia.

- mãe eu não sou criança e só pra senhora saber não estamos mais morando juntos quando isso começou.

- menos mal, mais aposto que você dormiu com ele, como uma dessas vadiaszinhas que ele está acostumado.

- sim mãe eu dormi e gostei de ter sido uma vadiazinha dele durante esse tempo. _ ela me deu um tapa na cara.

Meu pai parece assustado com a reação dela, mais foi ela quem me comparou a uma vadia, lágrimas escorrem pelo meu rosto, mais eu não digo uma palavra apenas sinto ódio,  meu pai briga com ela pelo que ela fez.

- Mais a culpada foi ela, você viu como ela me respondeu.

- e você viu que chamou ela de vadia?

- está tudo bem pai. Eu sou uma vadia mesmo, por ter perdido a virgindade com 18 anos com o cara que eu gostava, que tinha cuidado de mim por um tempo sem nunca ter passado dos limites, sempre se preocupando se eu estava bem. Diferente de certas pessoas. _ eu fui bastante irônica nessa última parte.

Eu apenas me levante e fui para o meu quarto, eu podia ouvir meus pais discutindo, eu só queria sumir, liguei meu celular, tinha uma mensagem com uma foto anexada, era a Yumi e a Saori com a frase " já estamos morrendo de saudades". Então eu chorei até dormir.