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História Não Me Machuque - Indícios de um Pecador


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Olá pessoas lindas.
Quero agradecer aos comentários do capítulo anterior, vocês são muito gentis <3
E quero me desculpar pela demora, mas estou no fim do semestre e é agora que o bicho pega hahahaha então, sorry me. Ah sim, eu tenho outra fic, Madness Queen e como ela já está na metade, ela é a minha prioridade, então espero que compreendam.

Mas vamos lá, boa leitura.

Capítulo 2 - Indícios de um Pecador


Fanfic / Fanfiction Não Me Machuque - Indícios de um Pecador

Em algum momento da sua curta vida, em um período de vinte e um anos, Helena ouviu alguém falar sobre obstáculos, sobre superá-los e tirar algum ensinamento da situação. Mas encarar a folha em sua mão apenas a fez se questionar qual era a droga de ensinamento que tinha ali.

Já faziam exatos trinta minutos que saíra da aula, cabisbaixa, tão murcha quanto uma rosa sem água. Aquele monstro intitulado professor havia entregado as provas, Helena viu muitos semblantes decepcionados enquanto Leto chamava por seus nomes para pegar a bendita avaliação, mas nenhum deles foi tão devastador quanto o seu, e agora, sentada em uma das namoradeiras do campus, a ruiva encarava pela quinquagésima vez a folha.

 

Ele era tão cruel…

Helena tinha se saído bem, ele corrigiu sua prova, errou apenas três questões e teria tirado oito e meio se o professor não tivesse escrito com letras enormes e caneta vermelha a palavra ANULADO, de atravessado na página inteira.

 

— Isso é tão injusto. - lançou ao vento com uma careta indignada se lembrando da aula…



 

Os alunos conversavam entre si enquanto esperavam pelo professor, alguns comentavam o medo que sentiam de ver suas notas, outros pareciam mais ansiosos. Helena só queria acabar logo com aquilo, pegar a sua prova zerada e ir para casa, então deitar na cama e chorar de nervoso.

Para pior o pensamento de que estava ferrada não lhe saía da mente por um segundo sequer, nem mesmo Adam conseguia lhe animar, ela fingia prestar atenção no que o rapaz dizia, mas era inevitável, imagens dela se levantando da cadeira para ir pegar a prova enquanto os colegas de classe riam da sua vergonha a assombravam imensamente.

 

De repente a sala foi silenciada. O professor Leto sabia se fazer presente e algumas das estudantes nem tentavam disfarçar os suspiros encantados.

Ele era um homem muito bonito e o modo como acertava a gravata preta no colarinho da camisa vinho era extremamente sensual, dava-lhe uma postura tão autoritária que fazia qualquer um abaixar a cabeça perante a si.

 

— Bom dia. - pela expressão carregada em seu rosto, não parecia estar tendo o bom dia que desejava ao alunos por educação.

 

Alguns responderam, Helena notou uma garota loira muito bonita sentada na primeira carteira da fileira ao lado, ela lançava sorrisos em direção ao professor e fazia questão de se debruçar espremendo os seios entre os braços como que os oferecendo à ele.

 

— Adam. - chamou pelo colega ao seu lado e ele tornou a prestar atenção na menor. — Quem é aquela?

— Ah, é a Brittany, é a terceira vez que ela faz essa matéria para conseguir o cumprimento em patologia, mas parece que agora o seu objetivo é se tornar a Sra. Leto. - riu com própria brincadeira sarcástica. — Nós temos parasitologia juntos e ela também age assim com o Shannon.

— Sinto saudades das aulas dele. - abriu um sorriso pequeno e nostálgico. — Gostava de ciências ambientais.

— Ele é leg…

— Antes de entregar as provas quero dizer que estou decepcionado com o desempenho de vocês. - a voz fria cortou qualquer burburinho. — Como querem ser médicos se não sabem a diferença entre granuloma específico e inespecífico? A maior nota foi seis e isso… não é nada, não é nem vinte por cento da matéria dada. - o desgosto em sua voz era evidente.

 

Enquanto o professor pegava as provas na pasta os alunos se encaravam com expressões desesperadas. Helena no entanto, se apavorou, se os outros tinham ido mal, ela então, tinha sido uma derrota atrás das outras nas questões e claro, para ajudar, ela tinha feito a prova toda a lápis.

Mesmo assim observou quieta Adam retornar com sua prova, os ombros baixos e um olhar entristecido, quando ele se sentou Helena compadeceu e tocou a mão do rapaz com suavidade. Adam sentiu seu dia melhorar apenas por ver o sorriso gentil no rosto da garota tão bonita.

 

— Na próxima nós vamos tirar dez. - ela disse entre o sorriso acalentador.

 

Adam se pegou pensando no quão generosa aquela menina era. Helena tinha lhe contado sobre o esporro de Leto, já esperava pelo zero e mesmo assim tentava ajudar a ele. Adam sabia o quão triste a ruiva estava, por isso tratou de abrir seu melhor sorriso e apertar a mão pequena entre a sua com leveza, o loiro tinha medo de que o pequeno aperto pudesse machucá-la.

 

— Helena Moore.

 

A simples menção do seu nome a fez tremer, não apenas pelo tom frívolo com o qual era dito, mas tinha uma rispidez desnecessária presente na voz macia, era seda sobre aço.

Mas ela precisava se levantar e pegar sua prova. Helena fez o que chamou de esforço sobre humano e com passadas incertas caminhou pelo corredor sob o olhar dos colegas. Chegando à frente do homem estendeu a pequena mão.

O professor por sua vez rolou os olhos ao constatar o quão amedrontada estava a pequena criatura. Pelos deuses! Ele não era um monstro, a garota apenas estava colhendo o que plantou no final das contas.

 

A mão delicada com dedos finos e unhas curtas finalmente tocaram a folha, e os orbes verdes voltaram-se confusos para o homem alto que ainda segurava a prova.

Jared perceberia que não tinha soltado os papéis se não estivesse tão concentrado em mapear com os olhos as finas linhas azuis que traçavam o pescoço alvo da jovem, a delicadeza com que as veias desenhavam por sob a epiderme não poderia ser descrito com outra palavra que não fosse esplêndido; não soube dizer que tipo de curto circuito seu cérebro tinha sofrido, mas o professor se pegou controlando sua imensa vontade de tocar o pescoço feminino.

Apenas quando levantou o olhar para o queixo fino notou que Helena mordia o lábio inferior lançando a ele um olhar suplicante para que a deixasse ir. E repentinamente largou a prova amaldiçoando tais pensamentos.

 

Helena soltou o ar com alívio ao finalmente sentar na sua cadeira perto da janela, mas sentiu-se enrubescer assim que Adam fitou-lhe a face com atenção e então a prova sobre seu caderno.

 

— Você foi bem. - ela escutou o sussurro e pela primeira vez olhou sua avaliação, surpreendendo-se com todos aqueles sinais de acerto, mas não se permitiu a um momento de animação. Ainda existia aquele ANULADO escrito de forma exageradamente grande.

— Minha prova foi anulada. - tentou esconder os olhos marejado abaixando a cabeça. Helena não conseguia entender porque o professor tinha feito aquilo, era cruel demais corrigir sua prova e depois anulá-la.

 

Adam não pode dizer qualquer palavra de consolo quando Jared começou a explicar a nova matéria, no entanto Helena recebeu uma pequeno pedaço de papel do loiro.

 

“Jared é um babaca.”

 

Riu baixinho com a tentativa do maior de tentar colocá-la para cima. Um ato que não passou despercebido pelos olhos azuis afiados do professor.

 

O barulho de algo batendo na mesa a frente assustou aqueles que escreviam, Jared tinha batido a caneta com força sobre alguns papéis em um momento de raiva, seu olhos se dirigiram furiosos para o fundo da sala e ele captou a imagem de uma Helena totalmente corada tampando o maldito bilhetinho com as mãos. Agora além de não fazer uma prova direito, ela passava bilhetes durante a aula?

 

— Vejo que não saiu do ensino médio Srta. Moore.

 

Ele esperou por uma reação ficando ainda mais irado quando a garota abaixou a cabeça envergonhada demais para lhe encarar.

Jared acreditava já tê-la suportado por uma vida.

 

— A culpa é minha. - Adam pronunciou. — Perguntei á Helena em que página estava.

— Eu duvido muito que a Srta. Moore tenha a capacidade de lhe dizer já que ainda nem abriu seu livro. - os azuis profundos estavam focados na pequena ruiva. — Trezentos e dois, O’Conell. Que não torne a se repetir.

 

Helena agradeceu aos deuses por não ter mais a atenção do professor pelo resto da aula, na verdade, ele parecia bem entretido em responder todas as questões idiotas de Brittany enquanto ela o encarava parecendo preparada para pular sobre ele e abrir o zíper da calça social que vestia com os dentes, olhares aos quais ele respondia sempre com um sorriso ladino.

Passou pela cabecinha ruiva algo sobre a fama dos médicos, era de ciência social que médicos costumavam se envolver com colegas de trabalho, afinal, suas vidas se resumiam a hospitais, plantões de trinta e seis horas e pessoas doentes, o convívio com outro tipo de pessoa era mínimo. Mas naquela situação era diferente, uma relação aluno e professor era totalmente proibido pelas regras rígidas da universidade, mesmo que o que estivesse presenciando fosse um flerte inocente.

 

Estava tão perdida nos próprios pensamentos que nem ao menos se deu conta de que a aula tinha acabado, por sorte tinha apenas o primeiro período com Leto naquele dia.

A jovem já estava a alguns passos da porta quando a voz suave a chamou com uma seriedade que beirava a irritação.

 

— Professor…? - arqueou as sobrancelhas num sinal claro de confusão. Será que ele lhe daria mais um sermão gratuito? Ele já não estava contente com toda a humilhação que a fez passar?

— Parece que você tem alguém intercedendo por você, Srta. Moore. - não havia humor, apenas um sarcasmo extremamente afiado com a intenção de ofender.

 

Helena ficou ainda mais confusa. Ele estava falando de Adam? Ela teria de agradecer ao loiro outra vez.

 

— Quer recuperar sua nota? - os olhos azuis fixos na face angelical desceram para as mãos brancas que seguravam a prova da sua matéria. — Fiz uma pergunta. - a voz firme a fez sobressaltar e manejar uma afirmativa como se sua vida dependesse disso. — Quero uma resposta, Srta. Moore. - Jared começava a perder a paciência outra vez.

— Sim. - respondeu tão baixo que se o professor estivesse um pouco mais longe não poderia ouvir.

— Tenho certeza de que vou me arrepender disso. - o professor suspirou resignado e levou a mão direita à testa onde massageou com veemência, em consequência Helena ficou ainda mais nervosa. — Esteja no laboratório de anatomia patológica na segunda-feira às três da tarde, você vai dar monitoria aos alunos do quarto período.

 

Aquilo sim tinha pego ela de surpresa. O professor Jared Leto estava mesmo lhe dando uma chance? Mas…

 

— Segunda? - a pergunta cheia de hesitações e incertezas fizeram o homem fechar a cara ainda mais. — Segunda eu tenho iniciação científica com o professor Heartlock.

— Esse é um problema seu. - deu de ombros. — Se você não passar na minha matéria pode dar adeus ao estágio no hospital e pelo que consta na sua ficha, você é bolsista, certo? - ela acenou com um olhar tristonho. — Então também pode começar a arrumar as malas.

 

A ruiva olhou para os próprios pés a fim de escolher a opção certa. Além de médica, Helena queria ser uma acadêmica e para isso a iniciação científica era muito importante sendo que Heartlock era um professor com um currículo de peso, o que contaria muito no futuro. Mas agora havia sido rebaixada a mera monitora. E ela não queria de modo algum fazer monitoria, mesmo que lhe contasse horas odiava a matéria. Ainda assim precisava passar para ingressar no estágio que pretendia fazer antes da residência.

 

— Eu vou falar com o professor Heartlock e cancelar… - decidiu desanimada.

— Faça isso. - falou ríspido e indicou a porta liberando a menor.

 

Helena caminhou em direção a sua liberdade temporária, mas antes que saísse ela se virou novamente e chamou pelo maior.

 

— Obrigada. - e saiu deixando um Jared sem ação para trás.


 

~*~


 

Jared encarou a mulher a sua frente com feições nada amigáveis. Admitia que Brittany era uma beldade e o modo como ela lhe implorava por uma nota melhor o fazia imaginar milhares de possibilidades para que isso acontecesse, em muitas delas a loira estava ajoelhada no chão vestindo nada mais que uma calcinha minúscula de renda negra. Ah sim… a excentricidade de Jared viajava por muitos campos, em especial sua vida sexual.

Mas Brittany tinha o que? Uns vinte e três, vinte e quatro anos? Além, é claro, de que Leto não saía com alunas ou colegas de trabalho.

 

Ele tinha deixado bem claro para a loira que nada o faria mudar a nota e isso só a fez se aproximar ainda mais do corpo viril. E por mais que resistisse aos encantos da mulher ele se pegou encarando os seios fartos e depois os sapatos de salto alto vermelhos. Droga! Mulheres de salto eram seu calcanhar de Aquiles, as achava tão sensuais e poderosas. E se deliciava quandos essas mesmas mulheres sensuais e poderosas se submetiam aos seus desejos entregando-se a ele como garotinhas muito obedientes.

 

— Não vou repetir. - se afastou daquela fera perigosa. — Se você tirou quatro é porque merece quatro. Se quer tirar uma nota melhor então estude.

— Mas profes…

— Já chega! - controlou-se para não gritar. — Se já terminou pode sair, tenho coisas importantes a fazer.

 

Brittany saiu furiosa pela porta da sala particular de Jared, ele escutou algum murmúrio que a loira soltou, mas não se importou, ela provavelmente estava raivosa por não conseguir enfiar as mãos dentro da calça alheia. Se aquela mulher fogosa não fosse sua aluna ele adoraria ensinar a ela seu devido lugar. Mas diferente do irmão, Jared tinha um autocontrole impecável.

E por falar no diabo...

 

— Eu vi uma tigresa saindo da sua sala, maninho. Acho melhor chamar o controle de animais. - Jared rolou os olhos ao escutar a provocação do irmão irritante.

— Não estou com humor para aguentar suas gracinhas, Shannon.

— Humor é uma coisa que você nunca teve. - riu com leveza enquanto se ajeitava na poltrona vermelha ao lado de uma estante cheia de livros. — Eu não vim te perturbar, estava indo para a minha aula até que vi aquela garota sair daqui. Recusou ela? Porque pela cara dela…

— O que você acha? Não me confunda com você, irmão. - Jared não se sentia realmente ofendido, mas não perderia a oportunidade de alfinetar o mais velho de volta.

— Não dá para confundir. Eu obviamente sou melhor pretendente que você. - cedeu uma piscadela divertida para então admitir uma postura sério quando certo pensamento lhe ocorreu. — E Helena? Você não zerou a prova dela, zerou?

— Anular é a palavra certa. - respondeu sem olhar a careta do outro. — Não adianta ficar com essa cara de quem chupou limão. A garota entregou a prova a lápis.

— Helena. - o corrigiu.

 

Jared se perguntou porque o irmão protegia aquele projeto de mulher ferrenhamente, assim como Adam, mas no caso do jovem loiro ele entendia, tinha certeza que aquele moleque estava se mordendo de vontade de traçar a ruiva.

Não que ela seja para o bico daquele urubu. O pensamento vagou por sua mente antes que pudesse dissipá-lo.

 

— O que? - indagou aborrecido.

— O nome dela é Helena, não é garota. - Shannon estava mesmo a lhe dar uma bronca? — Por que está agindo assim? Você pode ser um crápula, mas nunca o vi tratando uma mulher com tanta grosseria e… repúdio. - terminou demonstrando desgosto pelo comportamento do irmão.

— Não é repúdio! - tratou de desfazer aquele mal entendido. — Apenas não entendo como você e tantos outros professores caem de amores por ela. A garota, Helena, - consertou sob o olhar repreensivo de Shannon. — não é tudo isso. Não vejo potencial nela. - mentiu, ele tinha corrigido aquela maldita prova e ela tinha ido muito melhor que todos da classe, mas Jared era teimoso e se ele dizia que ela não era boa, então não era. — Uma pessoa que não sabe se impor… Helena parece um boneca esperando por ordens.

 

A imagem de mais cedo de repente impregnou sua mente, o pescoço alvo, as veias azuladas tão charmosas. Desta vez Jared se perguntou qual seria o cheiro daquela pele de aparência tão macia, sua vontade de tocá-la apenas aumentou e junto com ela lhe ocorreu a ideia de beijar a pele branca apenas para vê-la ganhar o tom arroxeado que tanto admirava em suas parceiras.

Mas que porra é essa?

 

— E é isso o que eu não entendo. Não é você que adora uma boneca obediente? - parecia que Shannon nunca iria aprender que a vida pessoal do irmão era território proibido.

— Não, Shannon. - o modo pausado com o qual falava evidenciava sua irritação. — Não trepo com bonecas. - o olhos azuis brilharam gélidos dando o assunto por encerrado. — Pare de se preocupar com a sua protegida, ela vai recuperar a nota.

— Como? - questionou surpreso. — Sério?

— Sim, Shannon, ela vai começar a monitoria no laboratório de anatomia patológica, no final do semestre ela me entrega um relatório, eu lhe dou uma nova prova e fim. - Jared tinha os braços cruzados na altura do peito, o semblante sério e um ar de cansaço que nunca abandonava médicos e professores. — Agora desfaça essa cara e se dê por satisfeito.

— Você corrigiu a prova dela, né? - a pergunta desconfiada e divertida fez Jared bufar. — E ela foi bem, né?

 

O professor de patologia não respondeu.

 

— Eu sabia! - comemorou com um sorriso largo. — E você fez bem em deixar essa teimosia de lado, não vai se arrepender.

— Estou arrependido apenas de te ver comemorar como uma adolescente. Que eu saiba não te dei nenhuma carta de amor. - apesar de ranzinza Jared tinha um sorriso mínimo. Não conseguia ficar bravo com o irmão por mais do que alguns minutos.

 

Para a felicidade de Jared, Shannon logo se despediu para ir dar sua aula; agora ele poderia ficar sozinho para corrigir o TCC horrível de algum aluno e se repreender pelos pensamentos desprezíveis que rondavam sua cabeça toda vez que o nome da garotinha amedrontada surgia em flashes de memória.

 

[...]

 

Quando saiu do Jaguar C-X17 branco, Jared respirou fundo para começar a caminhar até o elevador e subir para sua cobertura. Com certeza não era um simples professor de graduação, o homem tinha a formação completa, artigos publicados na Scienc e livros escritos por ele que eram usados em muitas universidades. Com tanto sucesso simples horas de palestras do professor Leto tinham um alto custo.

 

E o lugar em que morava tinha que ser adequado para agradar a ele e seu ego. O apartamento era amplo, de cores claras e móveis de vime enegrecido, as paredes brancas eram decoradas por seus diplomas e certificados, também contavam com algumas pinturas de cores frias e quentes.

Mas de tudo o que ele possuía no apartamento, aquilo que mais o orgulhava com certeza era sua adega, nada para si poderia ser melhor do que uma garrafa de Serego Alighieri ou um champagne vintage. Jared tinha um gosto que declinava para o caro e o antigo e então dava um salto ao modernismo dos aparelhos eletrônicos como a televisão de plasma embutida no painel da parede da sala.

 

O professor colocou a pasta cheia de papelada em cima da mesinha de centro desobedecendo a regra de etiqueta que sua mãe tanto pregava, a de não colocar nada que não fosse decoração na mobília. E então caminhou para o quarto que perdia totalmente o padrão claro que o restante da casa seguia.
As paredes eram todas negras com exceção da que sustentava a cama de casal, esta era de um grafiato vinho muito bonito e o porcelanato escuro e brilhante fazia com que o ambiente ganhasse uma aura requintada e sensual.

 

Após um longo banho de banheira com direito a sais de banho da L’Occitane Jared vestiu uma calça de moletom na cor preto e saiu descalço para sua adega particular. Decidiu por um Château Cheval Blanc e o deixou descansar para poder sentir o gosto apurado de Cabernet Franc e Merlot. E enquanto esperava jantou talharim ao molho pesto para não sair da sua dieta vegana.

Depois da refeição o professor sentou em sua poltrona predileta de frente a lareira com uma taça do líquido que ansiava tomar desde a hora que chegou.

Bebericou o vinho observando o fogo crepitar. Foi impossível não se lembrar dos fios alaranjados de uma certa ruivinha, ou o modo como eles emolduravam o rosto de porcelana, concluindo que aquela tinha sido uma péssima escolha, dar uma chance tinha sido um erro e a culpa era única e exclusiva de Shannon com seu discurso heróico de protetor dos inocentes.

Jared se conhecia muito bem para saber que ficar perto de uma mulher bonita era um perigo para si e ele tinha que admitir, Helena era bela, conseguia ser atraente até mesmo naqueles tênis surrados e com aquele farrapo que carregava para cima e para baixo.

Mas Helena não era uma mulher, certo? Era uma menina, sua aluna irritante que abaixava a cabeça para qualquer afronta.

Merda, Shannon! Acusava o irmão pela roubada em que o havia metido.

 

E foi justamente por pensamentos indesejáveis como aquele que fez Jared pegar o Iphone e buscar o primeiro número de sua agenda.

 

— Esteja aqui às sete horas, Aimee. - ditou a ordem assim que a mulher atendeu o telefone em um cumprimento doce. — Vista apenas o necessário. - se referia a uma minúscula calcinha negra, o par de salto alto e um sobretudo que lhe cobriria até chegar ao apartamento de Jared. Nada mais, nada menos que isso. — E não se atrase, não me faça castigá-la. Entendeu? - disse autoritário. A voz rouca por excitação.

— Sim, Sr. Leto.

 


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo!


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