História Não me peça perdão, você fará de novo - Até que a morte nos separe, graças a Deus

Você me tratava como seu lixo particular, o qual só você poderia pisar, e só você poderia ofender. Pois caso alguém me insultasse, você ficaria bravo e me trataria como se eu fosse o seu bem mais precioso.

Eu poderia até me sentir bem ao ver você tentando me proteger. Mas eu sabia que era uma proteção doentia e você não queria o meu bem, pois somente sua pessoa podia me desrespeitar. Ninguém mais além de você.

E eu me pergunto por que não me afastei dessa loucura quando tive a oportunidade. Mas a verdade era que depois de alguns socos e xingamentos, você chorava e me pedia perdão, dizendo que mudaria, e eu te amava muito para simplesmente não conseguir negar e acabar te perdoando, com um pontinho de esperança dentro do meu coração de que você poderia se tornar uma pessoa melhor.

Mas você só piorava.

E junto às suas agressões, sentia minha vida se esvaindo aos poucos, logo eu não conseguia mais tentar outra vida longe de você. Eu já estava acostumado.

Mais tarde, em meio à um dos chutes que acertara em cheio meu estômago, seu bafo de bebida alcoólica chegando em minhas narinas acompanhado de sua saliva que respingava em meu rosto toda vez que você gritava, eu me deixei ser guiado pela escuridão após o último suspiro que anunciava o fato de que eu nunca mais te veria em minha frente.

Pelo menos não nessa vida.

Agora te vejo chorar em meu caixão, as pétalas secas das flores que você me trouxe, agora se desmancham em seus dedos vazios sem uma pele para marcar território.

Seus soluços estão me incomodando, por que, meu amor? Está com medo de ir para o inferno? Arque com suas consequências, e para o bem de outras pessoas, espero que você não esbarre em uma delas e diga estar apaixonado como me disse uma vez.

Então, não me peça perdão, você fará de novo. Mas não comigo, já que não estarei mais aqui para sofrer a próxima agressão.