-Quais são seus planos para hoje? - a garota com os cabelos curtos feito um homem perguntou enquanto caminhavam a caminho da próxima aula.
-Não vou fazer nada! - ela estava mentindo, não ia falar para sua nova e única amiga que ia servir de escrava para a velha que achava que mandava nela - e não mandava?
-Nossa Key você é muito desanimada. Tem que curtir mais!
-Eu curto pacas! Tenho ótimos livros na minha prateleira.
-Garota, você precisa encher a cara! Fumar uma erva e deixar a brisa te levar.
-Não curto muito festas.
-Eu não falei em festas - falou como se fosse uma Garota tola que não sabia decifrar as palavras - Falei em sairmos para nos divertimos. Não necessariamente uma festa!
-Você não sabe se divertir sem álcool e Drogas?
-Sei, mas sua ideia de diversão parece tediosa. Ver o canal de assassinatos comendo porcarias eu suponho?
-É um ótimo canal! -vociferou defendendo seus meios de divertimento.
-Realmente! Mas só quando não se tem nada para fazer. E agora que me conheceu anjo, não precisa mais se suprir com misérias.
-Como você é convencida Ruby.
-Eu sou uma Fofura anjinho - a garota deu um giro com a sola do sapato e depois mandou uma beijo a nova amiga.
Já estava se acostumando com ela, era fascinante, a pessoa mais extrovertida que já conheceu. Estava torcendo para não começar a gostar dela, seria constrangedor se ela gostasse da garota e não fosse correspondida, pior seria se ela descobrisse e acabasse perdendo sua única amiga.
-Quem Raios é Key Ruby?
-Você! É como vou te chamar.
-Key?
-É.
-Porque Key?
-uhm, porque sim!
Não deu tempo de reclamar seu novo apelido, pois o sinal da próxima aula estava soando pelos corredores.
-Vamos logo pra a sala!
-Minha proxima aula é de Química - disse Ruby após ler em sua lista de horários.
-A minha é Biologia. Vai logo para a sala, depois te encontro por la.
-Ok. Até daqui a pouco Key.
Karter revirou os olhos quando ouviu o apelido fazendo com que Ruby soltasse uma risada nasal.
Andou apressada em direção a sala de Biologia, conseguindo chegar a tempo, antes da professora fechar a porta. Sentou na cadeira livre mais próxima e começou a fazer suas anotações.
A aula de Biologia passou devagar, tão lentamente que seu traseiro pareceu dormir. Quando levantou sentiu sua bunda formigar e teve que passar a mão nela para garantir que continuava no lugar.
Foi até a sala de Química, onde se deparou com Ruby e John conversando animadamente.
-Eu tenho quase certeza que não foi isso que aconteceu.
-Claro que foi, a garota não foi só esfaqueada, foi estripada, mutilada - o cara estava fazendo movimentos bruscos com os braços, como se estivesse matando o ar.
-Não foi isso que aconteceu, ela só foi esfaqueada.
-Se foi assim, como me explica a grande quantidade de sangue?
-O assassino deve ter atingido uma artéria sei lá.
-Artéria? - olhou para Ruby com cara de quem tivesse falando outra língua.
-Cara! Você faltou na aula de Biologia?
-Ah! Biologia é um saco.
-Então não tenta descurtir sobre isso comigo - a menina estava com uma cara de superioridade, como se acabasse de ensinar um macaco a comer bananas.
-Oi gente - Karter falou tão baixo que temeu não ser ouvida.
-Eai Karter - John sorriu para ela, ao mesmo tempo que balançava sua mão em um aceno e a outra repousava em seu bolso frontal.
-Oii Key - a bela garota sorriu, fazendo com que um frio invadisse seu interior.
-Estavam falando sobre O que?
-Um assassinato que saiu no jornal semana passada. Encontraram uma garota morta deitada na cama, mas não descobriram ainda como ela foi morta - John olhou para baixo enquanto falava.
-Foi a uma semana atras?
-Sim. A polícia daqui é lenta de mais - dessa vez foi Ruby quem falou, ela sempre arranjava uma deixa para falar mal da cidade.
-Cidade pequena é assim mesmo Ruby.
-Deveriam chamar o FBI para ver esse massacre - John falou com toda confiança.
-Cara, Foi um esfaqueamento e o FBI tem coisas mais importantes para fazer do que investigar um assassinato de cidade pequena.
-Isso é verdade - Concordou Karter.
John ficou pensativo por um tempo, mas logo se animou, quando viu sua (vadia) namorada se aproximando.
-Oi meu amor -Amanda enrolou seus braços no pescoço do garoto e beijou seus lábios, fazendo um barulho irritante.
-Oi gatinha! Já comeu?
-Ainda não, estava esperando você - enquanto falava encarou Ruby e depois olhou para Karter e revirou o olho - Amor? Quem é essa garota?
-Oi, eu não sou seu amor, mas meu nome é Ruby! E não garota.
Karter não conteve o riso, o que fez com que a vadia olhasse para ela e a fuzilasse.
-Então Ruby, é nova aqui?
-Sim, comecei hoje!
-E já está em más companhias? Nossa, que bom que conheceu meu John e eu, vamos te ensinar a andar com as pessoas certar, não é amor?
John olhou para Karter e depois para a namora e só abaixou a cabeça.
-Obrigada Lavanda, mas não sou uma banana gigante, sei me cuidar.
-É Amanda, e vai ver que estou certa. Aposto que quando descobrir vai me pedir desculpas.
-Uhm, Amanda, Lavanda tanto faz, é tudo a mesma marca de sabão.
Pelo longo tempo que passou ninguém falou nada, só ficaram um encarando o outro, até John quebrar o gelo, se despedindo e puxando a vadia para o refeitório.
-Te mais então garotas.
-Te mais John! - acenou - Você viu Key? Mais que vadia - Ruby olhava indignada para Karter.
-Você ainda não viu nem a metade.
As duas foram caminhando até o refeitório rindo da imitação horrível que a Ruby fazia da Amanda.
-Eu sou uma vadia! Aí amorzinho me come, mas cuidado, eu sou de açúcar.
Quando o sinal da última aula tocou Karter levantou desanimada da carteira. Ela odiava a escola, mas era um dos tempos em que não estava sendo abusada por sua madrasta e estava muito mais divertida agora que Ruby entrou, e não era a única que não gostava da personalidade da namorada do John.
Saiu da sala e encontro Ruby encostada na porta olhando para onde justamente os dois estavam.
Será mesmo que Ruby estava querendo pegar o John e a Amanda estava atrapalhando?
-Ei - cutucou a garota, que levou um susto.
-Nossa Key, você me assustou.
-Desculpa -disse entre as gargalhadas - Você mora por onde?
-Perto de um parque.
-O parte que tem lugares para caminhar, alguns bancos e brinquedos?
-Não é todo parque que tem isso?
Revirou os olhos e encarou a garota com raiva.
-Perto de igreja!
-Ahh, sei onde é. É bem perto da minha casa.
-Que ótimo, então vai me dá uma carona?
-Não tenho carro, mas posso te acompanhar. O que acha?
-Melhor que nada.
As duas foram caminhando e conversando.
Era maravilhoso ouvir as histórias da Ruby, só fazia com que desejasse mais histórias, ela era fantástica, e a voz daquela garota fazia com que ficasse tão relaxada e extasiada que a fez se sentir feliz, coisa que a anos não sentia. Estava alegre!
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