“Não olhe para o espelho.”
O garoto repetia as palavras em sua cabeça, focando os olhos cansados no chão. Seus pés imploravam por alivio, sua cabeça latejava e ele apenas queria descansar. Deitou-se e desejou mais uma vez que o sono o levasse, lutando contra a vontade de se livrar de suas roupas e, por fim, desligou as luzes.
Porém o espelho lhe chamava.
O garoto então voltou a abrir os olhos, ascendeu as luzes, se livrou de suas roupas e por fim encontrou seu reflexo no espelho.
Encarou seus próprios olhos, em silencio, esperando os sussurros.
Eles demoram, mas voltaram, em forma de risadas.
O espelho sempre dizia coisas que ele não queria ouvir e daquela vez, não foi diferente.
“Falso, egoísta, hipócrita, ingênuo, insensível, mentiroso, ignorante, pretensioso, arrogante, injusto”.
Seria ele uma pessoa tão desprezível?
O garoto tentava convencer a si mesmo que não, dizendo que o espelho mentia e por fim, o cobria.
Mas os sussurros continuavam.
O garoto se irritou, cansado de ser assombrado pelos sussurros e em um ato de raiva, ele quebrou o espelho.
Agora nunca mais ouviria as injurias do espelho, mas só então ele percebeu que, na verdade...
Era ele quem sussurrava.
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