História Não pisque - Garota do pênis

Camila se virou de frente pra mim, lançando suas mãos para entrelaçarem meu pescoço, mordeu seus lábios, fazendo com que meus olhos pousassem sobre os mesmo, tempo suficiente pra ela inclinar seu corpo, até sua boca estar colada em meu ouvido e eu ouvir aquela voz fodidamente sexy.

— Você adoraria isso, não é mesmo? – e saiu arrastando suas unhas pela minha nuca, me fazendo fechar os olhos e entreabrir a boca.

E assim que abri os olhos a vi dar um sorriso sacana de vencedora. Puta. Se virou, pegou sua bolsa e foi andando em direção à porta. Acordei do meu suposto transe e fui abrir a porta pra ela.

— Não fique triste, eu não recusei nada – me deu um selinho repentino e saiu. 

Ela me deu um selinho? PORRA, ELA ME DEU UM SELINHO?! 

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— Como assim a festa é no meu próprio condomínio e vocês não me falam nada? Se for uma daquelas velhas que ficaram me secando no elevador no dia que eu trouxe minha coisas, eu mato vocês.

Estávamos indo à festa da tal amiga de Lucy, e adivinhem só, era no meu condomínio e no mesmo andar que o meu. Loucura, né? 

— Relaxa Lauren, ela tem a mesma idade que eu, tendo só um ano a menos que você, então pare de reclamar – Lucy terminou de falar assim que paramos em frente a uma porta, a qual ela deu 5 batidas sincronizadas. 

Uma mulher alta e de cabelos loiros nos atendeu, que mulherão. Me olhou de cima à baixo e dei um sorriso convencido para ela.

— DINAH JANE, SE VOCÊ ESTIVER SECANDO MAIS UM CONVIDADO EU FAÇO GREVE DE SEXO! 

A voz que gritou apareceu atrás da loira, uma mulata que também não ficava pra trás. Seu semblante de raiva sumiu assim que nos viu e ela abriu um largo sorriso.

— Vercy, meu casal predileto! Até que enfim chegaram hein, a festa só começa quando vocês aparecem – era notável a animação na voz dela, então provavelmente ela conhecia minhas amigas à um bom tempo. Seu olhar voltou pra mim e ela sorriu mais ainda, se é que isso é possível – Lauren Jauregui, a tão famosa amiga da Vero – me deu dois beijinhos no rosto e se apresentou – eu sou Normani, e essa girafa aqui é minha namorada Dinah. 

— Então você é a amiga da Veronica que tem um pênis – Normani deu um tapa em Dinah que me fez rir – que foi mulher, vai dizer que não pensou nisso assim que viu ela? 

— Lauren, ignora a Dinah, ela não é nada discreta, então se acostume – todas rimos – mas entrem e aproveitem, girls.

O apartamento estava cheio, repleto de jovens bebendo e dançando, mas não imaginem aqueles pancadão com funk lotado de pirralhos sem controle, as músicas pareciam variar em todos os estilos e, por mais que fossem jovens de no máximo 20 anos, o ambiente estava confortável. Segui o casal Vercy até a cozinha para pegarmos bebidas e nos juntarmos ao ciclo de hormônios que exalava no lugar. E é claro que Vero e Lucy foram para a pista de dança, lê-se sala, me deixando encostada na parede com um copo de água na mão. Uma curiosidade sobre mim: eu não bebo. As variadas garrafas de bebidas que tenho em meu apartamento estão entupidas de água, só pra dar um charme bacana. 

— Vamos lá, garota do pênis, Vero me disse sobre sua fama de conquistadora, qual donzela vai atacar hoje? – Dinah se colocou ao meu lado com uma baixinha ao seu encalço.

— GAROTA DO QUÊ?! – pensa num olho arregalado, era o da baixinha nesse momento.

— Assim você assusta a garota sem nem me dar a chance de me apresentar direito – falei com divertimento à Dinah e logo me voltei à polegarzinha – Sou Lauren, e não curto pênis.

— Sou Ally – disse meio envergonhada – qual o motivo de DJ ter encrencado com esse apelido de garota do pênis?

Olhei para Dinah e demos um sorriso cúmplice, em seguida me inclinei no ouvido de Ally para sussurrar como se fosse um segredo.

— Porque eu tenho um pênis. 

Dinah e eu desatamos a gargalhar quando Ally cuspiu o líquido que havia bebido no decorrer do meu mistério. 

— Ei, ei, o que você aprontou com Ally dessa vez, amor? – Normani apareceu do chão olhando desconfiada para sua namorada. 

— Foi a Jauregui, morena, eu juro – Dinah levantou as mãos em sinal de rendição e pude sentir uma pontada de medo em sua fala, o que fez eu pronunciar "pau mandado" em meio à uma tosse.

— Mal chegou e já está se juntando a essa má influência aqui, Lauren? – Normani se referiu a Dinah num tom sério, mas que logo foi substituído por um sorriso – é assim que eu gosto, já está se enturmando!

Ri com seu temperamento bipolar e passei a olhar em volta. Eis que então meus olhos param em um lugar, em uma pessoa mais precisamente. Camila.