Eu devo ser simplesmente abençoado. Que merda, por que isso está acontecendo? Quer saber, eu vou mesmo parar para escrever, eu podia está tentando sobreviver mas eu estou tacando o foda-se, eu vou escrever mesmo
Ela viu como eu estava, fechou o diário na minha mão, e disse com uma voz trêmula :
— Você quer tentar ajudar eles?
Eu não conseguia dizer nada mas ela perguntou de novo:
— Você quer tentar salvar eles?
Eu fechei os olhos e comecei a balançar a cabeça para dizer “não”, e essa era a única palavra que veio na minha mente, eu não queria aquilo, eu tive medo, e pensava como eu era medroso, que eu não tinha mais nada a perder, por que não ajudar? Por que não? Mas a única resposta que eu dava a mim mesmo era “não”, eu não queria, eu queria continuar vivo, sem motivos para tal, sem nada nem ninguém que eu conhecesse para eu me apegar ou pensar em me arriscar por, só continuar vivo. Foi quando nós ouvimos um passo vindo da rua, não muito longe de onde estávamos, eu abri meus olhos rapidamente e ouvi ela dizendo “calma”, como se dissesse para ela mesma, e depois começou a ir em direção a casa do lado, que poderia ser um lugar seguro. Ela viu que eu ainda não estava me mexendo e disse:
— Vamos, você não quer morrer, né? Anda, vamos.
Eu tentei me acalmar para tentar me mexer, eu ouvi mais um passo e ai eu pensei "se eu continuar parado vou morrer" então eu comecei a seguir ela, ir em direção aos fundos casa do lado.
Ela abriu a porta dos fundo com o maior cuidado do mundo para não fazer nenhum barulho, eu nem me perguntei na hora como ela conseguiu abrir a fechadura, não sei se ela usou magia, acho que faria barulho, mas ela conseguiu mesmo assim mas quando nós entramos, sentimos um odor horrível dentro da casa, as janelas estavam fechadas e não conseguimos ver o que era, eu não queria imaginar o que era mas ela pegou uma lanterna da mochila e quando ela ligou eu consegui ver a fonte daquele cheiro de morte. (gente morta hahaha, vamos lá, vamos fazer uma piada, por que tem que ser tão triste?)
Nós fomos até a cozinha, eu sentei em um canto da parede tentando entender tudo aquilo, tentando ficar mais calmo, tentando não morrer, quando ela disse:
— Tem que ter alguma coisa que nós possamos fazer, nós não podemos simplesmente deixar aquelas pessoas com esses monstros.
— Não, se nós tentarmos qualquer coisa vamos morrer, nós…
— Nós o que? Nós podemos morrer de que forma, e você acha mesmo que esses caras não vão perceber quando tentarmos passar por eles pra fugir? Provavelmente aquele som de passos vindo da rua seja mais um deles que estava de patrulha por aí, pode ser que quando chegarmos aos limites da cidade, que por sinal estão totalmente destruídos, tenham vários deles por lá. Já chega, quanto mais eu falo mais tempo eu perco, eu vou ten--
Quando ela estava pra dizer o que ia fazer, veio um ruído da sala, um som de algo se arrastando seguido por uma fala de uma voz fraca e baixa que fez eu tremer:
— Por favor, me ajude.
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